Aprendendo a Amar escrita por Cahxx


Capítulo 5
Ideias de Erza


Notas iniciais do capítulo

Ah, gostaria de agradecer a todos os comentários! Eu realmente sou horrível pra escrever romances, mas acho que estou indo bem nesta história!

Continuem acompanhando! xx



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- Não se preocupe, Lucy – Erza a confortava – Vamos ajuda-la a organizar tudo! Certo Natsu? Natsu?

O rapaz não estava mais por perto. Estava em frente ao balcão de Lisanna, equilibrando uma bola de natal na ponta do nariz e fazendo a menina rir. Erza deu um tapa na própria testa:

- Aquele tapado! Como acha que vai conquista-la agindo assim?!

- Pra mim ela está gostando.

- Oras, me diga você: sairia com um cara que chegasse feito uma foca pra te impressionar?!

Lucy deu de ombros:

- Se ele me fizer rir já ganhou...

- É uma pena que eu não seja assim.

As duas olharam para trás: Gray estava parado em sua porta, de braços cruzados, sorrindo para ambas. E não havia motivos para ele ficar sério; a sala de Lucy parecia um verdadeiro circo com a televisão ligada passando desenho animado, diversas fitas coloridas espalhadas por todos os cantos e devido à porta da frente estar aberta era possível ver um Natsu dançando feito bobo.

- S-senhor Fullbuster! – Lucy exclamou tentando esconder as fitas.

- “Senhor Fullbuster”?! – Erza questionou com a sobrancelha erguida – Que formalidade é essa?! Meu Deus, vocês dois são parceiros! Deveriam andar de mãos dadas!

Lucy corou e continuou recolhendo as faixas.

- Andem vocês dois! Se unam!

E a ruiva empurrou ambos, um de encontro ao outro. Lucy bateu de frente com Gray que a segurou pela cintura. Automaticamente ambos se olharam e ironicamente uma música romântica começou a tocar em um desenho.

https://www.youtube.com/watch?v=0tj01-thdwg (pensem em outra música, por favor... esta é realmente boba).

Gray notou pela primeira vez os olhos de Lucy: eram cor de mel, quase esverdeados. Eram grandes e com ela assustada ficavam ainda mais. Seus cílios escuros eram longos e se enroscavam de forma tímida. A luz da sala penetrava em sua íris fazendo-os brilharem como duas amêndoas doces.

Lucy se perdeu nos olhos de Gray. Eram negros como a noite. Ela sentia-se como se estivesse entrando num túnel escuro e profundo, que parecia não ter fim. Mas tinha. No fim do túnel havia uma luz, uma luz nublada, uma luz chamada solidão.

- Erza! – Lucy se desvencilhou dos braços do rapaz que instantaneamente virou o rosto e tossiu. A música no desenho voltara a ser animada.

- Ah, vocês deveriam me agradecer! Vai dizer que não gostaram?

- Não!!! – os dois berraram em uníssono e automaticamente se olharam novamente.

- Ai, ai... – Natsu entrou na sala rindo e chacoalhando a cabeça – Vê se pode uma coisa dessas... Essa Lisanna... O que tá acontecendo aqui?

Lucy abaixou a cabeça e Gray passou a ler a capa de um livro que encontrou numa prateleira:

- Não acredito! – Natsu exclamou – Lucy... Nunca imaginei que isso fosse acontecer... E eu que te achava uma menina decente...

- D-do que está falando Natsu? – a loirinha perguntou com receio.

- Já faz duas horas que vocês começaram essas fitas e nem chegaram na metade!

Erza deu um tapa na própria testa outra vez.

- Gray, me ajuda a segurar isso aqui – Erza pediu. Precisava de alguma forma quebrar a tensão na sala.

- Senhorita Heartfilia? – um jovem rapaz aparecera na porta – Seu café.

- Outra vez, Lucy?! Já é o terceiro que você pede!

- Não posso fazer nada se sou viciada.

- Diga a ela Gray! Diga a ela que isso pode fazer mal.

O rapaz deu de ombros:

- Eu particularmente não gosto de café. A cafeína prejudica o estômago desregulando todas as atividades metabólicas.

Sem pensar, Lucy empurrou a xícara para o canto da mesa.

- Por falar em coisas ruins – Erza comentou – O que você está fazendo aqui Gray?

O rapaz notou que estava terminando de prender uma das fitas num gancho e virou-se para a ruiva:

- Tem razão, me esqueci completamente – ele disse ajeitando a gravata – Preciso falar com a senhorita Heartfilia... Lucy! Lucy! – ele se corrigiu notando o olhar de Erza.

- Comigo? – Lucy perguntou com a voz baixinha. Olhou para o rapaz surpresa e este notou que ela parecia uma criança com medo de levar bronca. Ele sentiu pena dela, sentiu vontade de abraça-la e dizer que estava tudo bem... Mas que diabos de pensamento era este?!

- É, eu queria ver aqueles seus papéis de financeira. Queria ver o problema que você comentou na reunião.

- Ah, eu não sei se é uma boa ideia. Já fiz inimigos suficientes por causa dele. Não quero brigar com você também.

- Não quer? – e Lucy notou que ele a olhava de cima, com um meio sorriso de malícia.

- Não, não quero Gray! Também não queria brigar com o Mystogan, mas eu não fui com a cara dele...

- Você foi com a minha? – e ao perguntar isso, Lucy notou que ele já estava a menos de um metro de distância de si, apoiado na instante, de braços cruzados e um sorriso de canto.

- O que sua noiva diria se visse você aqui?! – Lucy ameaçou.

Gray revirou os olhos:

- Que fixação é essa pela Juvia que todos têm?!

- Ok, Gray. Eu te mostro. Mas não me culpe por nada depois!

Lucy pegou o monte de papéis e entregou a ele:

- Vamos ver aqui, assim? É muita coisa pra ler.

- Então onde?

- Na minha sala. Algum problema?

Lucy espiou para dentro da sala que estava deserta e escura:

- Pode ir Lucy – Erza falou – Gray não é louco de tentar nada. É um rapaz decente. Além disso, está noivo de uma linda e encantadora mulher. E mais! Se ele PENSAR em tentar algo, Natsu e eu estaremos aqui do lado, ouvindo seus pensamentos.

 A menina fez que sim e entrou. Gray sentou em sua gigante cadeira e encarou Lucy que ainda estava de pé:

- Sente-se. Fique a vontade.

A menina se sentou e cruzou as pernas timidamente. Sem querer Gray acabou olhando, mas Lucy não notou:

- Então? – ela perguntou despertando-o de seus pensamentos.

- O que?

- Por onde quer começar?

- O que?! – ele perguntou assombrado.

- Quer começar pelas partes da frente ou por trás?

- O que?! – ele perguntou mais assombrado ainda.

- As folhas Gray! – Lucy exclamou.

- Ah sim...

- Bem, se você quiser fazer isso outro dia não tem importância. A noite é sempre melhor.

- C-como?! – e ele já estava suando.

- É que a noite eu já vou ter terminado minhas coisas e vamos ter mais tempo.

- N-não, não. Quanto antes melhor.

Ele folgou a gravata vermelha e pegou um dos papéis. Ele ia lendo e fazendo perguntas, enquanto Lucy respondia a cada uma delas com extrema paciência e fervor. Quanto mais lia, mais curioso o moreno ficava. Já estavam na metade da pilha quando Erza entrou sem bater na porta:

- Desculpa não bater, mas é que estavam tão quietos que vim ver se estavam aprontando – e ela riu.

- Ora Erza! É melhor você parar com isso! Se a Juvia houve você falar uma coisa dessas...

A ruiva deu de ombros:

- Vamos almoçar?

- Sim, claro.

Lucy foi recolhendo os papéis:

- Eu posso ir com vocês? – Gray perguntou arrancando olhares surpresos das duas.

- Pode, por que não?

- Só vou guardar isso aqui... – Lucy disse.

- Deixa que eu te ajudo.

Os dois presidentes carregaram os papéis e depositaram sobre a mesa:

- Olha que amor! Já estão até se ajudando e almoçando juntos! – Erza exclamou.

Os quatro desceram o elevador em silêncio; parecia que mal se conheciam. Mas bastou para Natsu fazer uma piada que todos riram e Gray se lembrou de como era estar com seus dois melhores amigos. Já no restaurante...:

- Senhor Fullbuster! Mesma mesa de sempre? – o Maître perguntou cordialmente.

- Hoje não, Alfred. Hoje terei companhia.

O senhor olhou para Lucy que observava um quadro:

- Não, não! – Gray explicou o mal entendido – Mesa pra quatro.

- Ah sim! Por aqui, por favor – e todos seguiram para uma mesa que ficava na janela. Lucy adorava a decoração daquele lugar: havia lustres redondos meio japoneses por todo canto, as paredes eram vermelhas e muitas plantas e quadros decoravam o lugar.

- O que vão querer?

- Bife a parmegiana para todos – Gray pediu. Não era o que costumava comer, mas conhecia o gosto dos amigos – Pode ser?

Todos concordaram, exceto Lucy:

- Ah, bem... Pra mim não... Quero qualquer um desses vegetarianos.

O garçom saiu:

- Você é sempre do contra? – o moreno perguntou.

- Ela só é vegetariana, Gray – Erza cortou-o.

- Ah, claro. É uma daquelas garotas preocupadas com o peso.

- Não é nada disso! – Lucy ofendeu-se – Eu simplesmente sou contra a qualquer tipo de mau trato a animais!

- Tá bem, tá bem... Foi só um comentário.

A conversa seguiu animada. Lucy comeu calada e assim permaneceu até o resto do horário. Os três só conversavam sobre o passado, principalmente sobre as dezenas de garotas que eram apaixonadas pelo rapaz.

Terminado o horário, todos voltaram rindo para a Empresa. Todos, exceto Lucy.

- O que foi? – Erza perguntou quando chegaram à sala da presidência.

- Nada... É só que... Argh!!! O Gray é sempre tão chato e grosso e rude e...

- Lindo?

- O que? Não! Você entendeu Erza!

- É, eu entendi. E sim, ele é assim mesmo.

- O que faz ele ser assim?

- Ah, basicamente o fato de ele ser meticuloso, gostar de tudo sempre organizadinho no lugar, não tolerar muitas coisas... É uma questão de personalidade que pode ser facilmente alterada por uma boa influência.

- O que você quer dizer?

- Ah... É que agora que vocês trabalham juntos, pode ser que você o mude um pouco.

- Hunf... É mais fácil o contrário... Eu te falei o que me disseram naquela reunião... Foi humilhante!

- Esquece isso Lucy porque depois você arrasou! E olha só que mudança: pra quem não te deu nem bom dia no seu primeiro dia, o Gray está um amor com você. Acho que ele está interessado...

- Que isso Erza! O Gray está noivo!

- Já te disse que ele e a Juvia só vão casar por uma questão “política”. Não tem amor envolvido. Pelo menos não da parte dele...

- Eu que não quero me envolver nessa história – Lucy comentou. Vamos terminar isso logo.

E voltaram a organizar a decoração.

O dia passou extremamente tranquilo para Lucy, comparado aos dias anteriores. Já eram quase seis horas quando Erza desceu para arrumar suas coisas e Lucy ficou arrumando a sala. Foi quando um rapaz sorridente bateu na porta e entrou: era o garoto que sempre levava o café de Lucy:

- Ah, oi Romeo. Ainda essa hora aqui?

- Eu já estava de saída, senhorita Heartfilia, quando me pediram para lhe entregar isto.

E estendeu um envelope branco:

- Hum, que estranho.

Lucy o abriu e leu. Seu rosto ficando cada vez mais sério: tratava-se de um convite em nome de Gray Fullbuster para uma recepção em sua casa para Zeref e Ur, seus pais, que iriam chegar no final de semana. O convite autorizava a presença de um acompanhante.

- Eu agradeço Romeo. E esses minutos que você levou para me entregar isto depois do seu horário serão acrescentados no seu salário.

- Eu agradeço senhorita Heartfilia, mas não precisa. É uma honra, para mim, servi-la.

- Eu é que agradeço Romeo.

- Tenha uma boa noite, senhorita Heartfilia.

- Lhe desejo o mesmo. Tchau.

Lucy ficou encarando o convite e sentiu vontade de simplesmente rasga-lo e joga-lo no lixo. Mas mudou de ideia. Pegou seu casaco, fechou a sala e correu ao encontro de Erza.

- Que demora! Já estava achando que tinha desmaiado lá em cima!

As duas entraram no carro. Já estavam na metade do caminho quando Lucy decidiu tocar no assunto:

- Ah, sabe... Recebi um convite de Gray.

Erza parou o carro na mesma hora.

- Convite? Que convite?!

- Para ir numa recepção para os pais dele.

- Ah, isso! Isso todos nós recebemos... Que susto garota: achei que ele tinha te convidado para sair.

- É, mas acho que não vou.

- O que?!

E Erza parou o carro novamente:

- Vai ficar fazendo isso até quando? – Lucy irritou-se.

- Como assim não vai, Lu? Essa é a sua chance!

- Chance? Chance de quê?

- De se vingar da Juvia!

- Ora Erza, eu não quero arrumar briga com ela...

- Não é vingança de “vingança muahaha”... É vingança de “você estava errada sobre mim”. Lucy, nós vamos passar o dia inteiro te arrumando pra que você chegue nessa festa chegando! E ai de você se disser não! Você prometeu!

- Ai, ok, ok. Mas você sabe que eu não fico a vontade nessas festas.

- Acredite Lu: essa não será uma festa qualquer.

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Notas finais do capítulo

O que acharam? *-* xx



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