Slow Dancing In A Burning Room escrita por Stardust


Capítulo 16
I feel so low


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e obrigada por estarem lendo ♥



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- Você quer entrar? - Andrew perguntou enquanto olhava para trás.

Fiz que sim com a cabeça e o segui. A lua cheia iluminava o lugar levemente e por um segundo tive receio em entrar por não conseguir enxergar onde pisava.

- Tem uma lâmpada por aqui. Não precisamos ficar no escuro. - riu ao mesmo tempo que a ligava. Em poucos segundos conseguia ver um lugar que eu julgava ser uma futura sala de estar. 

A luz amarela iluminava o rosto de Andrew e refletia em seus óculos. Observei seus cabelos escuros e os músculos dos seus braços. Havia ficado um pouco mais forte do que na época da escola e continuava o mesmo rapaz bonito e inteligente que eu havia me apaixonado a poucos anos atrás. 

Quando percebi que ele via que eu o examinava, senti meu rosto ficar quente e se estivesse mais claro, Andrew iria ver que estava um pouco vermelha de vergonha. Abaixei a cabeça, olhando para as tábuas de madeira debaixo de meus pés. Quando voltei a olhar para seu rosto, um incrível sorriso havia se formado. Vi ele se dirigir para outro lugar e logo voltou com uma caixa térmica.

- O que é isso? - perguntei.

Andrew encolheu os ombros antes de falar.

- Cerveja. Sei que não é o melhor encontro do mundo e nem o mais criativo, mas... - disse abrindo a caixa e me entregando uma garrafa. - Só estava cansado dos outros lugares.

- Perfeito. - falei enquanto encostava em uma pilastra. Fiquei por alguns segundos apenas observando o rótulo da cerveja. Eu me sentia vazia, mesmo sem saber o motivo, mas estar com Andrew supria algo que eu mesmo não sabia o que era. - Então já estava tudo planejado? - perguntei enquanto ele tirava a tampa da minha cerveja. Seu rosto estava tão próximo ao meu que eu conseguia sentir seu calor.

- É. - riu. - Mas no caso de levar um fora, aqui seria um bom lugar para sentar e beber uma cerveja.  

- Mas não levou.  

- Não, não levei. - disse sentando em um balcão que não deixava com que seus pés tocassem no chão.

Repeti o gesto, sentando do seu lado.

- Você e Liam... - sua voz era baixa. - vocês têm algo? 

Hesitei um pouco antes de responder e acabei me perdendo em pensamentos. 

- Não, somos apenas amigos. Bem... na época da escola não dávamos muito bem. - ri e olhei para Andrew que me observava calado. - Eu acabei reencontrando ele a poucos dias por acaso, mas percebi que Liam Marsh não é tão irritante como eu pensava. Ele é uma boa pessoa e tenho que agradecer por sermos amigos agora.

Andrew girou a garrafa em sua mão. A luz deixava sua pele branca meio amarelada.

- Eu também não me dava bem com ele e quando começamos a namorar, ele me olhava tão bravo que poderia me matar com o olhar. - riu. 

Talvez Liam estivesse falando a verdade quando disse que era apaixonado por mim, mas tudo parecia tão distante que eu chegava a pensar que tivesse sido uma coisa passageira que não importava agora. Éramos apenas adolescentes e esse sentimento não havia se estendido até agora. Eu conhecia Liam, era apenas o cara inconstante e galinha de sempre. 

Andrew percebeu que eu fiquei calada e também fez o mesmo. Tudo o que ouvíamos era o som das ondas se quebrando suavemente no mar e um grilo que começara a cantar.

*

Já era a terceira garrafa de cerveja que Andrew havia me entregado e nós ríamos de alguma coisa engraçada do passado. 

- Você era engraçada. - Andrew disse. - E inteligente. Acho que por isso eu me interessei tanto por você. 

Sorri sem graça. Desci do balcão e comecei a andar de costas para Andrew.Vi pela sua sombra que ele havia feito o mesmo.

- Eu também gos... - disse me virando, mas fui surpreendida por seu beijo quente. Andrew puxou meu corpo de encontro ao seu e me deu um beijo demorado que me tirou o fôlego.

Sua mão passava pelos meus cabelos e pelas minhas costas e eu não tive tempo de reagir, dizer algo ou ao menos impedir.Algo fazia com que eu quisesse parar, mesmo estando totalmente envolvida, mas não conseguia fazer nada.

- Me desculpe. - disse afastando meu rosto do seu. - Acho que não devia ter feito isso. 

Senti uma tontura e por um momento pensei que iria desabar. Pensei em dizer para me levar para minha casa, mas me sentia tão sozinha que precisava daquilo. 

Vendo que fiquei calada, Andrew me puxou novamente e me tomou em seus braços, me deitando lentamente no chão frio de madeira. Pouco a pouco, foi tirando minha roupa e tudo o que se ouvia eram os gemidos de prazer em uma noite nada planejada. 

*

Ao abrir os olhos pela manhã demorei um pouco a me localizar e quando percebi que havia passado a noite com Andrew, levei a mão na cabeça assustada. Ele estava deitado do meu lado apenas de cueca, o que me chamou a atenção. Seus costas eram musculosas e tinham pequenas pintinhas claras espalhadas pela pele. 

- Acorde. - disse suavemente enquanto cutucava seu braço. 

Observei-o mexer devagar. 

- Quantas horas são? - disse finalmente, levantando-se rápido. Confesso que o fato de não ter me dado um beijo de bom dia ou ter ficado me olhando como casais geralmente faziam me deixou um tanto surpresa e decepcionada. 

- Sete. - continuei sentada olhando para o chão. 

- Temos que ir. - colocou camiseta e calça. 

Demorei tempo demais sentada e quando me levantei, Andrew me observava. Ainda usava apenas sutiã e calça. Dei um sorriso fraco enquanto colocava minha blusa. 

- Foi um noite boa. - finalmente ouvi ele dizer. - Quer sair de novo? 

- Claro. - falei sem olhar diretamente pra ele. 

No caminho de volta para minha casa não conversamos muito e tudo o que ouvi de Andrew tinha alguma ligação com música, carros e em como a obra era importante para sua carreira. Mas o que não saía da minha cabeça era o fato de ter agido tão romântico e educado comigo nos dois dias que saímos e depois de dormimos juntos ter ficado tão "frio".

- Obrigada. - disse interrompendo meus pensamentos e abrindo a porta do carro.

Olhei em seus olhos com esperança de ouvir algo, mas ele parecia apressado e impaciente. 

- Te vejo depois. - disse. 

Saí e fiquei olhando enquanto seu carro sumia na rua. Andrew era perfeito demais para ser verdade. 


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam do Andrew?



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