Descobrindo O Erro! escrita por Lizzy


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Demorei né? Um milhão de desculpas, é que as provas tão me deixando maluca...
Adoreeeeeeei a recomendação Andressa Silva, muito obrigada por reconhecer minha fic. Fiquei ainda mais estimulada a escrever * ___ *

Aí mais um capítulo, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/382247/chapter/13

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA – Gritou também Bia, assustada com o grito da amiga. E como Julie estava de olhos fechados, continuou gritando. Então ambas ficaram gritando por alguns segundos, histéricas.

Até que finalmente Julie abriu os olhos e reconheceu a amiga – Bia?! – Abraçou a amiga com força, feliz por ser ela. - Graças a  Deus, é você.

- Claro que sou eu, Julie. – Respondeu de forma natural. Franziu a testa – Quem você achou que fosse?

Julie hesitou um pouco antes de responder – Sei lá! Um ladrão, um maníaco sexual, não sei... – Olhou por cima do ombro dela, e Bia olhou para trás, procurando saber sobre o que a amiga falava - Só sei que eu tive a impressão de estar sendo seguida.

Bia riu fraco – Como assim, Julie, você teve a impressão de estar sendo seguida?

- Quando eu tava vindo pra cá, eu escutei alguns passos vindos em minha direção, daí eu olhei pra trás e não vi ninguém – Pausou fazendo um suspense – Depois eu comecei a andar de novo, e outra vez, eu escutei os passos. – Ela segurou as mãos de Bia – Bia, foi sinistro! Ainda mais quando, de repente, eu escutei um barulho, ou seja lá o que foi aquilo, daí eu corri feito uma louca até aqui... Foi quando você apareceu segurando meu ombro. Imagina só o susto que eu levei.

Bia escutava atentamente cada palavra que Julie proferia, tentando analisar os detalhes. Chegou a uma conclusão – Ai, Julie, relaxa! Com certeza foi o Daniel e os outros fantasmas tentando te pregar uma peça. – Sorriu  - Eles adoram fazer isso.

Julie balançou a cabeça em negativa – Não. No começo eu até pensei que pudesse ser, mas depois... – Olhou pro lado, e depois de volta para amiga - Bia, eles nunca continuariam, sabendo que eu estava assustada. Nunca.

- É, talvez você tenha razão, então... – Abriu a bolsa, vasculhando-a à procura da sua chave de casa – É melhor a gente entrar em casa. Tudo bem que essa rua sempre foi considerada uma rua segura, mas por via das dúvidas... – Enfiou a chave na fechadura, e abriu a porta, dando espaço para Julie entrar.

Julie entrou, mas antes de fechar a porta, Bia ainda arriscou dar uma última olhada na rua. A mesma estava deserta. Nenhum sinal de quem tenha assustado Julie.

Fechou a porta.

Lá fora um ser misterioso olhava fixamente para casa de Bia. Esboçava um sorriso malévolo em seus lábios. Estava escondido atrás de uma árvore, talvez por isso, Bia não o tenha visto. Ficara ali espreitando as duas até que ambas entraram na casa. Deu meia volta, e com as mãos dentro dos bolsos, seguiu caminho, contudo, parou, ao avistar algo no chão. Abaixou-se para pegar. Tratava-se de algo muito interessante aos seus olhos. Algo que conhecia bem. Ficou admirando aquela peça durante alguns segundos em sua mão aberta. Depois fechou sua mão com ímpeto, como se estivesse com medo de perder aquele pequeno “tesouro”. Sorriu com ar de maldade, olhou mais uma vez, por cima do ombro, em direção à casa de Bia.

 E foi embora.

***************************************************************************

Enquanto isso na edícula...

Martim e Félix reapareceram na edícula e avistaram Daniel que estava sentado no amplificador, de cabeça baixa, afinando sua guitarra.

- Muito bonito, seu Daniel! – Exclamou Félix para Daniel que levantou a cabeça – Faltando ao ensaio dois dias antes do show! O que deu em você? Aonde você tava, posso saber?

Daniel não gostou nenhum pouco do tom daquelas perguntas – Ah, não! – Levantou, deixando a guitarra de lado - Vocês também não! Posso saber por que agora todo mundo resolveu querer se intrometer na minha... Vida?

- Todo mundo, quem? Que eu saiba aqui só estamos eu e o Martim, seus melhores amigos.

- Julie. – Pausou – Ela estava aqui quando eu voltei, e veio pra cima de mim toda cheia de marra. Ela acha que só porque a gente se beijou,  pode pedir satisfação do que eu faço ou deixo de fazer... Na boa, ela que vá pro inferno! – Esbravejou.

- Vocês se beijaram? – Quis saber Félix – Peraí, Daniel, mas ela não tava namorando com o Nícolas?!

- Tava... Ou tá... Sei lá! Eles tinham discutido quando a gente se beijou. Pelo menos foi o que ela me disse.

- Mas, e quanto a Marina?! Achei que rolasse um lance legal entre vocês... – Quis saber Martim.

- E rola! – Respondeu enfático - Quero dizer... A Marina é super gente boa, sério, eu até gosto de sair com ela, de conversar, mas é que... Sei lá... – Daniel pausou pensativo. Suspirou – Ela não é a Julie. Vocês entendem?!

Os fantasmas sorriram. Sabiam que não tinham contra-argumento para esse tipo de argumento. Daniel estava definitivamente apaixonado pela Julie. Eles não tinham mais o que fazer contra isso.

- Mas, e aí, Daniel, o que você pretende fazer? – Perguntou Félix, preocupado com o amigo.

- É, Daniel... Porque a Julie continua namorando com o Nícolas. – Completou de forma óbvia, Martim.

Daniel suspirou profundamente, andou em direção ao sofá e sentou com os cotovelos apoiados nos joelhos – Não sei. Sinceramente... Me sinto totalmente perdido. – Baixou a cabeça, derrotado.

Os outros fantasmas se entreolharam com cumplicidade. Queriam ajudá-lo de alguma forma. Mas, como?

Foi quando, de repente, Daniel levantou a cabeça e perguntou, mudando totalmente de assunto. Ou não.

- Vocês sabem de que horas o Claus abre a loja amanhã de manhã?

Félix franziu a testa – Acho que de nove horas. Por quê?

- Por que a gente vai fazer uma visitinha pra ele. – Levantou do sofá – Faz tempo que a gente não vai lá. – Falou, e atravessou a parede, deixando os outros fantasmas a ver navios.

- Não entendi nada. E você? – Perguntou Martim.

- Eu muito menos. – Respondeu Félix, e logo em seguida os dois desapareceram.

*****************************************************************************

- Toma. – Bia disse, entregando para Julie um copo de água com açucar. Elas estavam sentadas no sofá da sala da casa de Bia.

- Valeu!- Julie agradeceu, e bebeu todo o líquido sem pestanejar. Depois o entregou para Bia que o colocou na mesinha de centro.

- Tá melhor? – Quis saber, Bia.

- Mais ou menos.

Bia segurou as mãos da amiga entre as suas – Ok. Agora, me conta, o que foi que você veio fazer aqui em casa a essa hora da noite? – Julie sorriu fraco – Tá. Não precisa nem dizer. Daniel. O que ele fez dessa vez?

- Ele faltou ao ensaio. – Respondeu Julie como se isso explicasse tudo.

- Ele faltou ao ensaio e... – Repetiu Bia a fim de que Julie continuasse.

Julie levantou de supetão – E eu tenho certeza que foi pra se encontrar com aquela... Argh! Só de pensar eu tenho vontade de matar o Daniel!

- Julie, o Daniel já está morto. – Bia falou séria.

- É, né?! – Julie corou e sentou novamente no sofá.

Bia sorriu – Julie, o que está acontecendo? Eu nunca te vi assim... Vai, amiga, pode confiar!

Julie levantou e ficou de costas para amiga a fim de tomar coragem pra desabafar. Suspirou e virou. Bia a fitava atentamente.

- Eu... Eu... – Pausou - Bia, eu não como, eu não tô dormindo direito, eu não tô prestando atenção nas aulas... E fico pensando nele o tempo todo. Antes não era assim. E nem com o Nícolas foi assim. Acho que... – Pausou, e Bia a encorajou com o olhar – Acho que estou completamente apaixonada pelo Daniel. Pronto, falei.

Bia arregalou os olhos - Julie, o Daniel é um fantasma, além disso, ele é um...

- Cretino?! – Completou, sentando-se no sofá - Eu sei. Mas, então... O que eu faço, Bia? – Bia deu de ombros lentamente – Vai, Bia, me ajuda! – Implorou, segurando as mãos da amiga.

Bia ficou pensativa, e um pouco aflita. Ela sempre ajudou a amiga em tudo. Isso quando Julie se apaixonava por pessoas reais, mas nesse caso, ela se sentiu de mãos atadas.

Julie continuava olhando para Bia em busca de uma resposta. Até que...

- Valtinho! – Bia disse em alto e bom som.

Julie franziu a testa, sem entender – Valtinho... O que tem ele a ver com o meu problema?

- Olha o que ele me deu. – Mostrou com orgulho um anel prateado no dedo anelar.

- Lindo. – Disse com sinceridade segurando a mão da amiga para ver mais de perto.

- Ele me deu hoje. É um anel de compromisso. – Julie sorriu feliz pela amiga. Mas, mesmo assim ainda tentava entender aonde Bia queria chegar com aquela mudança repentina de assunto. – Sabe, Julie, o Valtinho às vezes consegue me irritar profundamente e não é nenhuma novidade que às vezes ele é um bobo. Quase todos os dias tenho vontade de acabar nosso namoro só por causa do grude, mas aí eu me lembro que ele é muito fofo e muito carinhoso, além disso, ele gosta muito, muito de mim. E eu tenho certeza que ele nunca, mas nunca mesmo me machucaria.

Julie ouvia atentamente àquelas palavras, tentando decifrá-las de alguma maneira.

- E o Nícolas... É exatamente igual ao Valtinho – Continuou. E só aí a ficha caiu para Julie. – Ele nunca faria nada pra te machucar – Julie pensou naquela frase. Daniel era o oposto de Nícolas. Ele sim gostava de machucá-la - Entendeu o que eu quero dizer?

- Entendi. O Nícolas é o tipo certo pra mim. – Respondeu, não tão entusiasmada.

- Isso. – Suspirou -Julie, você gosta do Nícolas desde que ele entrou no colégio. Eu vi as vezes que você suspirou por ele, que você chorou por ele... Você até escreveu uma música e...

- E cantei na frente de todo mundo da sala, me arriscando até pagar o maior mico da minha vida, só pra me declarar pra ele.

Bia sorriu – Viu?! Você sabe exatamente do que eu tô falando. Por isso, eu acho que você devia dar uma chance pra ele e... – Ela parou de falar quando escutou o ruído do celular de Julie que estava vibrando em seu bolso. – Pode atender se quiser...

Julie pegou o celular. Olhou no visor. Era Nícolas. Sorriu e atendeu – Não morre mais. A gente acabou de falar em você. – Riu – Eu tô na casa da Bia. A gente tá conversando. Você tá aonde? Huuum – Olhou para amiga e piscou – Tá bom. Boa noite pra você também. A gente se vê amanhã na escola. Tchau. Outro pra você – Desligou o celular, enfiando novamente dentro do bolso.

- Era o Nícolas. – Disse para Bia – Só queria dar boa noite. – Sorriu corando. – É, acho que você tem razão. Eu tenho mesmo que dar uma chance pra ele.

Bia sorriu e abraçou a amiga bem forte – Você vai ver que com essa atitude, você vai esquecer o Daniel em dois tempos. – Estalou os dedos - Vai ver!

Julie sorriu fraco, mas apertou a amiga no abraço. Esperava sinceramente que Bia estivesse certa.

Depois do abraço, Bia levantou indo em direção ao telefone sem fio que estava numa mesinha ao lado do outro sofá. Pegou – o e discou um número.

- Pra quem você tá ligando? – Quis saber Julie – Pro Valtinho, é?! – Perguntou com malícia.

- Não. Pro tio Raul. Vou perguntar a ele se você pode dormir hoje aqui em casa. Minha mãe fez pro jantar aquele bolo de chocolate que você adora e...

Julie levantou de supetão – Vai, Bia! Liga logo! O que você tá esperando?!

Bia gargalhou ao ver o entusiasmo de Julie com o Bolo. Ela estava com o telefone no ouvido, então, de repente, Seu Raul atendeu.

*************************************************************************

Após o jantar e, claro, após a sobremesa, Julie e Bia foram para o quarto. Como Julie não sabia que iria dormir na casa da amiga, Bia teve de providenciar uma roupa de dormir pra ela. Um pijama de “esquilinho”. Lembrou da vez que Daniel tirou onda com o seu pijama. Eles tinham acabado de se conhecer, e ela nem imaginava que um dia pudesse se apaixonar por ele. Sorriu com a lembrança, mas logo em seguida balançou a cabeça. Não. Tinha que evitar pensar nele. Isso só aumentava a sua dor.

Vestiu-o  e foi direto ao banheiro para escovar os dentes. Ela havia deixado uma escova lá na casa de Bia na última vez que dormira lá.

Voltou para o quarto e sentou na cama. Percebeu que Bia estava em cima de um banquinho vasculhando a parte de cima do guarda roupa a procura de alguma coisa.

- O que você tá procurando?

Bia não respondeu. Apenas continuou procurando com avidez, enquanto falava consigo mesma – Ela deve está aqui em algum lugar... – Esticou a mão, palpando por todos os lugares do armário - Vamos... Você não pode se esconder de mim e... Achei! – Gritou e sorriu para Julie, descendo do banquinho a fim de mostrar seu achado.

- Uma raquete?! – Julie estava confusa – Bia, você não acha que está um pouco tarde pra jogar tênis, não?!

- Mas, não é pra jogar tênis.

- Ah,não?! Então, pra que é?

- É pro caso do bandido voltar. – Respondeu, balançando a raquete como se estivesse prestes a bater em alguém.

- Ah tá... Agora eu estou me sentindo bem mais segura – Ironizou – Além disso, a gente nem sabe se é bandido... Bia, vai dormir! Seu problema é sono.

- Ok. Fica zoando... Depois não vai querer que eu te salve com a minha raquete.

Julie franziu a testa, depois as duas começaram a rir com cumplicidade. Então Bia se deitou no colchão, colocando sua raquete debaixo do travesseiro, e seus fones de ouvido, adorava dormir com música. Enquanto Julie deitou na cama de Bia. E só aí foi que ela percebeu o travesseiro de Bia. Ele tinha dois enormes braços que Julie avistou quando olhou de um lado para o outro. Levantou num susto, olhou para o travesseiro e percebeu que, além disso, ainda vinha escrito “adoro você” em letras garrafais. Coisas do Valtinho, só pode ser – pensou, e engatinhou até a ponta da cama.

- Biaaaa – Chamou sussurrando – Biaaaa.

Nada. Nem se mexeu.

- Droga! Vou ter que dormir com esse travesseiro idiota – Resmungou para si mesma. E, conformada, tratou de virar o travesseiro pra baixo. Então, por fim, deitou de costas, se cobrindo com o lençol.

O sono demorou um pouco a chegar, também pudera, tinha sido um dia bastante cheio para ela. Virou de lado, e finalmente foi vencida, porém, até seu sono foi um pouco agitado. Sonhou que estava em um cemitério, vestindo um vestido branco esvoaçante. Era noite e o vento estava muito forte, balançando seu vestido e cabelos. Andava sem rumo como que procurando por algo. De repente, seu olhar foi atraído para um lápide em que estava escrito o nome “Daniel”. Assustou-se ao ler aquilo. Tudo bem que sempre soube que Daniel é um fantasma, mas ver aquele nome escrito naquela lápide foi assustador. Queria fugir daquele lugar. Devagar, começou a andar para trás. Seu objetivo era virar-se e correr, porém, de costas, acabou esbarrando em alguém, que agarrou seus braços com força. Ficou em pânico tentando se soltar daqueles braços. Se debatia desesperada, mexendo pernas e cabeça. Gritou pedindo socorro, contudo estava sozinha. Seu coração se acelerava cada vez mais. Sua voz já rouca de tanto gritar começou a não emitir mais som, então suas forças foram se esvaindo, e estava prestes a desmaiar nos braços de um completo desconhecido, quando...

Ela acordou.

Estava molhada de suor. Seu coração batia forte, e sua respiração estava bastante acelerada. Sentou na cama e estranhou o fato de Bia não tê-la ouvido. Não sabia dizer, mas tinha quase certeza de ter gritado. Foi até o colchão e percebeu que Bia dormia profundamente, toda enrolada no lençol, e agarrada a um ursinho de pelúcia. Resolveu não acordá-la.

Em cima do criado-mudo havia uma bandeija com uma jarra com água. Depositou água em um copo e, foi até a janela pegar um ar. Olhou para fora e observou que a rua estava calma e deserta.  Apoiou seus cotovelos na janela. Levantou a cabeça, o céu estava repleto de estrelas e era noite de lua cheia. Sentiu um arrepio lhe percorrer o corpo. Nunca foi ligada à superstições, mas depois do pesadelo era bem difícil não se sobressalatar na presença de uma lua tão cheia. Bebeu a água com os olhos fechados, saboreando-a. “Você só sabe valorizar um copo com água quando realmente precisa dele”. Abriu os olhos, mirando outra vez na rua deser... O que era aquilo lá fora? Quem em sã conciência estaria parado, a essa hora da madrugada, olhando com atenção em direção à ela? Já haviam lhe dito que no escuro todo gato é pardo, e que a nossa visão à noite pode nos pregar algumas peças. “Por exemplo, um simples guarda-chuva pendurado em um cabide, no escuro, pode se tornar um verdadeiro monstro”. Julie já havia ouvido muitas estórias como essa na sua infância. Por isso, resolveu não se enganar, afinal podia ser uma árvore, um poste, ou qualquer coisa parecida. Apertou os olhos a fim de adaptar sua pupila ao escuro. Sua visão, lentamente, tornava-se mais clara. Não tinha dúvida agora. Alguém a espionava. Ficou assustada, fechou a janela com rapidez e correu ao encontro de Bia que ainda dormia.

- Bia, Bia, acorda! – Sussurrou Julie balançando a amiga. – Pelo amor de Deus, acorda!

Bia despertou, só que ela estava com um tapa-olho, então não viu quem era que tentava acordá-la com tanto ímpeto. Pegou a raquete, e Julie só não levou um bela raquetada porque conseguiu se esquivar a tempo.

- Bia, sua louca! – Tirou o tapa-olho dela – Você quase me matou, sabia?!

- Hum... Quê... Onde... Julie?! Mas, o quê... O que aconteceu? Por que tá me acordando?

- Bia, vem cá, agora! – Julie disse puxando o braço da amiga, a conduzindo até a janela.

Tropeçando em tudo que via pela frente, Bia acompanhou a amiga até a janela. Foi quando Julie a abriu e apontou para um lugar – Viu?! Ele tá bem ali!

Bia franziu a testa – Hã?! Ele quem Julie? Ali não tem ninguém.

- Tem sim, Bia. Tem! – Olhou para o lado onde o tinha avistado. Não viu ninguém. –Mas, o quê... – Olhou para amiga com cara de pânico – Bia, eu juro que vi alguém ali. Ele tava parado do lado daquela árvore morta. Eu juro!

Bia segurou o ombro da amiga em solidariedade – Ai, amiga, será que você não sonhou?

- Não. – Choramingou - Eu vi! Eu Juro! É sério, Bia, acredita em mim! – Bia a olhou com compaixão – Eu não tô ficando louca.

Bia segurou as mãos da amiga, conduzindo até à cama. E as duas se sentaram, uma de frente pra outra. – Relaxa, Julie! Eu não acho que você tá louca. – Julie a olhou suplicando que ela a compreendesse - Vai, me diz, como ele era?

- Não sei. Não deu pra ver o rosto direito. Só deu pra ver que ele estava de moletom branco,  bermuda, e tênis... – Franziu a testa, e completou – Acho.

Bia coçou a nuca – Será que é o mesmo carinha que te seguiu?

- Ai meu Deus! Eu ainda não tinha pensado nisso. Será?

- Calma, Julie, vai ver que nem é. Que é só viagem da sua cabeça. Você passou por um susto muito grande hoje à tarde. Pode está traumatizada, sei lá... A minha mãe já me falou muito sobre isso. – Disse, mas tentava mais convencer a si mesma do que a própria Julie – Vai, vamos dormir. Amanhã é sábado, mas a mamãe me pediu pra ir com ela bem cedo no mercado.

Julie assentiu com a cabeça, mesmo não estando disposta a dormir. Bia reparou que a amiga continuava assustada, então lhe entregou seu mp3. Deu de ombros, sorrindo – Eu sempre consigo relaxar mais, quando estou ouvindo música.

Julie entendeu o recado, colocou os fones no ouvido e deitou. Bia também foi deitar no colchão. O sono demorou mais uma vez a chegar para Julie, mas quando chegou foi repleto de sonhos bons em que um lindo príncipe a salvava das garras de um terrível monstro. O detalhe é que o cenário ainda era o cemitério, o monstro estava vestido de moletom brando, bermuda e tênis, e o príncipe... Era um certo fantasma chamado... Daniel.

*************************************************************************

- E esse aqui foi o mais recente que eu consegui... – Claus mostrava para os fantasmas um disco raro, conseguido com um grande amigo que havia acabado de voltar de uma viagem à Paris. Ele estava com os olhos brilhando de orgulho – Tenho certeza que ninguém aqui no Brasil tem um desse. É a raridade das raridades, como diz nossa amiga, Julie. Ele trouxe ainda mais uns exemplares, mas eu ainda nem tive tempo de desembalar. Estão todos aqui atrás em um depósito. Ah! E por falar nisso, a Julie, ela... – Ele ia continuar falando, mas foi interrompido por Daniel.

- Claus, a gente fica muito feliz por você ter conseguido estes discos, mas a gente tá aqui por outro motivo.

Os outros fantasmas se entreolharam. Eles não sabiam que motivo era esse.

- A gente tá aqui porque... A gente queria saber se você cancelou mesmo o show dessa noite.

Os dois fantasmas franziram a testa – Hã?! Que história é essa, Daniel?! – Martim questionou colocando as mãos sobre os quadris.

- Ssshhh! Fica na sua! – Daniel repreendeu o amigo, fuzilando-o com o olhar. Depois se dirigiu novamente para Claus que também fez cara de interrogação – Cancelou ou não cancelou?

- Bom, a Julie me ligou para cancelar. Disse que ia ao casamento da irmã do Nícolas, então eu achei que...

- Você disse bem. A Julie vai ao casamento, mas a gente nem foi convidado, então, não tem motivo nenhum pra gente não tocar.

Os fantasmas se entreolharam mais uma vez. Estavam abismados.

Claus tentou olhar para os outros fantasmas a procura de uma explicação, porém os mesmos deram de ombros. Não sabiam o que dizer.

- Ok! Como essa semana eu estava muito ocupado com as mercadorias da loja, acabei pedindo à minha esposa para ficar responsável pelos eventos. Então, talvez... Eu disse talvez... – Quis dar ênfase para não encher Daniel de falsas esperanças – Ela tenha esquecido de cancelar.

Não adiantou, Daniel se encheu de esperança. Seus olhos brilharam – E como a gente pode saber se ela cancelou?

- Eu posso dar uma olhada na pasta de eventos. A minha esposa é muito organizada. Se ela cancelou, a gente vai saber, porque, com certeza, ela já deve ter escrito lá.

- E... Onde é que tá essa tal pasta? – Perguntou Daniel de forma insistente.

- Daniel, será que você pode explicar pra gente o que é que você tá tentando fazer? – Quis saber Félix. Ele não estava gostando nenhum pouco do rumo daquela conversa.

- Depois.– Respondeu seco para Félix e olhou para Claus. – E aí, cadê a pasta?

- Hum... Se eu não me engano, da última vez que a vi, ela estava bem... – Começou a caminhar pela loja, com os fantasmas bem atrás dele. Parou em uma mesa que ficava ao lado do caixa. Abriu uma gaveta após a outra – Aqui. – Gritou ao encontrá-la. Daniel sorriu satisfeito. Os outros fantasmas estavam cada vez mais indignados. Claus começou a folhear a pasta à procura do dia marcado para o show. Encontrou. Passou o dedo nas linhas do papel até chegar no fim do papel. Parou e levantou o rosto, olhando diretamente para Daniel que se encontrava ansioso – Você é um fantasma de sorte. O show não foi cancelado.

Daniel sorriu vitorioso, e cerrou o punho fazendo um gesto de “yes” com a mão. – Isso! – Pausou – Então... Não cancela, porque a gente vai tocar.

- Sem a Julie? – Perguntaram, espantados, os fantasmas ao mesmo tempo.

- É. Sem a Julie. – Os fantasmas o fuzilaram com o olhar – O que foi? Eu não tenho culpa se ela escolheu ir pro casamento da irmã daquele mané ao invés de tocar com a gente no show.

- Eu não tô acreditando no que eu tô ouvindo!

Todos viraram em direção à porta que dava ao depósito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aê gostaram??? Sabem quem apareceu? Fácil.

Esperem pelo casamento e show... Muias emoções, já estou escrevendo, não demoro.

Deixem reviews * ___ * Criticando, qualquer coisa...

Beijos!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Descobrindo O Erro!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.