Informações Sobre A Vitima escrita por Torai


Capítulo 5
Capítulo 4 - Velório




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Cheguei ao necrotério, uma mulher alta com um cigarro na mão vestindo um uniforme médico me aguardava, ela soprou a fumaça pro alto e ficou me encarando.

– Shizuka!

– Cadê o Kazuma?

– Ainda não o vi desde que entrei no caso. – Ela soprou a fumaça de novo pro alto.

– Meu irmãozinho idiota deve ter dormido ao invés de ir te ajudar não é?

– Seu irmão é um bom detetive – Comentei dando uma pequena risada.

– Ta, vem, vou te mostrar o presunto – Disse ela jogando o cigarro no chão e pisando sobre ele.

– Você é uma médica, por que está fumando?

– Você é um policial, por que está investigando a morte de um criminoso? – Fiquei quieto por alguns segundos, ela realmente não gostava que falassem de seu vicio, entramos na sala, o corpo do deputado estava sobre a mesa de autopsia.

– Então ele morreu esfaqueado?

– Não – Disse calmamente vendo o corpo – Ele foi esfaqueado repetidamente, mas nenhum dos golpes foi letal, ele parece ter lutado, mas não encontrei pele embaixo das unhas nem nada que possa indicar quem foi o assassino, a causa da morte no entanto foi asfixia.

– Ele foi sufocado?

– Também encontrei policarbonato no cabelo dele!

– Com um saco plástico?

– Cada psicopata com sua mania – Disse a legista puxando um cigarro do bolso.

– Você tem certeza que devia fumar aqui?

– Você vai contar pra alguém ruivo?

– Não...

– E nem eu.

– Certo – Dei uma leve risada, ela realmente era engraçada, principalmente quando tentava ser intimidadora, ninguém diria que ela e meu parceiro eram irmãos.

– Descobriu algo sobre a chupeta?

– Como eu disse, cada psicopata tem sua mania – Comentou ela calmamente me olhando.

– Tem mais alguma coisa pra me dizer?

– Na verdade não – Comentou indo até uma cadeira e se sentando – Ainda não coletei todas as amostras, mas se descobrir alguma coisa eu te aviso.

– Obrigado – Caminhei na direção da porta.

– Fala pro Kazuma que hoje é o dia dele fazer o jantar, se ele não fizer, ele não come.

– Eu aviso – Comentei com um leve sorriso saindo, fui até o carro pensando no motivo pelo qual alguém sufocaria o deputado com um saco plástico, dirigi até a delegacia com calma, parei o carro e entrei, fui até minha mesa onde meu parceiro me aguardava, na verdade dormia, com a cabeça sobre a mesa enquanto quase babava.

– Bom dia Kuwabara – Disse cutucando-o, ele ergueu a cabeça e me encarou com sono.

– Kurama! Bom dia – Disse meio desanimado – Temos um caso?

– Temos o caso – Comentei me sentando em sua frente – O deputado Koenma.

– É sério? – Perguntou com os olhos um pouco arregalados.

– Se tivesse atendido o telefone ontem saberia.

– Eu tava dormindo.

– Você está dormindo.

– Ta o que você já fez?

– Falei com a viuvá, e a legista – Ele me encarou um pouco receoso.

– O que ela disse?

– Que se você não fizer o jantar você não come – Ele suspirou, eu ri novamente, pareciam uma série de piadas familiares com as quais eles já estavam meio acostumados, e de certa forma eu também.

- E sobre o caso?

- Ele foi esfaqueado, mas a causa da morte foi asfixia.

- Mais alguma coisa?

- Fiz uma visita ao Hiei, ele está chefiando uma boate chamada Koorime.

- Nunca ouvi falar!

- Parece que o Deputado tinha negócios lá, talvez uma amante...

- E agora?

- O velório será em três horas, melhor comermos algo.

- Ta – Disse meu parceiro tentando se levantar da mesa, e caindo novamente sobre ela – Me deixa dormir só um pouquinho antes...

- Vai logo – Comentei com um leve sorriso caminhando pra longe.

- MINAMINO! - Chamou-me uma voz autoritária, me virei e vi a delegada Genkai.

- Pois não?

- Precisamos conversar! - A segui até sua sala, entrei calmamente, ela sentou-se em sua cadeira e me indicou a cadeira a sua frente.

- Delegada? - Perguntei me sentando.

- Eu quero que saiba, que não fui eu que o indicou ao caso do deputado Koenma.

- Eu... - Tentei falar, mas ela ergueu a mão me indicando para parar.

- Você se destacou no caso do roubo do espelho das trevas – Me calei enquanto me lembrava do caso e da recompensa que o colecionador insistia em querer me pagar quando lhe devolvemos o objeto – O próprio Daioh pediu que você cuidasse disso, você sabe como são as coisas – Concordei com a cabeça, Enma tinha amigos poderosos em altos cargos, Genkai não tinha escolha senão obedecer o comando de seus superiores – Dito isso, eu quero que você tome muito cuidado, se concentre apenas no seu caso, não se envolva com outros crimes, não se deixe levar, você está la pra investigar a morte do deputado, faça apenas isso – Comentou ela um pouco receosa, me levantei – Entendeu?

- Entendi delegada – Disse me curvando respeitosamente – Se me der licença devo ir ao velório.

- Boa sorte Minamino. - Sai da sala suspirando, era uma droga, mas ela tinha razão, eu não podia ser idiota ou arrogante de querer resolver tudo sozinho, teria de me contentar em fazer o que me mandaram, descobrir quem matou Koenma, isso não me agrada em nada.

- E ai Kurama, vamos indo? - Concordei com a cabeça e segui com meu parceiro até o carro, a investigação estava pra começar, ainda tínhamos muito trabalho pra fazer, enquanto entrava no carro, a imagem de Botan passou por minha mente, provavelmente a encontraria no velório, como será que ela agiria comigo? E como será que eu deveria agir com ela? Balancei a cabeça, no que eu estava pensando? Tinha um caso com um deputado morto e estava pensando na noiva viúva da vítima? Tinha algo errado comigo, e eu não fazia ideia do que poderia ser.

...

Chegamos ao velório, parei o carro e descemos, vi alguns parentes de Koenma, alguns políticos influentes, e uma meia duzia de chefes de famílias Yakuza, todos la pra prestigiar o deputado Koenma, também vi alguns estrangeiros, americanos e russos principalmente, incluindo o embaixador russo, todos conversavam demonstrando muito respeito e calma, mas o clima não era de tristeza, não pareciam haver amigos de Koenma, não sei se um homem como ele ao menos teria amigos, não sei nem mesmo como um homem como ele tinha uma noiva, poderia ser um casamento arranjado? Pensando nisso ainda não sabia quase nada sobre Botan, mesmo que sentisse como se a conhecesse a anos, não devia confiar nela, por bem ou por mal, ela era noiva de um deputado corrupto.

- Você esta bem? - Perguntou Kuwabara me encarando preocupado, aparentemente eu não conseguia disfarçar tão bem meu desconforto como pensei que conseguiria, seria difícil conseguir alguma informação ali, de toda forma, não acho que algum deles realmente conhecesse Koenma, eles o tinham como sócio, ou algo assim, mas duvido que algum deles conhecesse de verdade o deputado, caminhei até algumas pessoas e as perguntas de praxe, mas bastava me apresentar como policial, e eles paravam o assunto que falavam e me davam respostas vagas e genéricas, era inútil, já havíamos falado com quase todos no velório quando um enorme carro parou, o motorista desceu do carro e caminhou até uma das portas ao abri-la um homem alto e forte desceu, parecendo inabalado, era Enma o local silenciou em respeito e reverencia, até medo por parte de alguns, seguido por ele desceu Botan a garota parecia com um pouco de receio, ela olhou em minha direção e eu na dela, o homem pronunciou algumas palavras pra ela que tenho quase certeza foram para que ela não saísse de perto do carro, ele caminhou em minha direção e ela me encarou com certo receio.

- Você é o detetive Minamino? - Perguntou o mafioso me encarando friamente, ele era muito grande, parecia um armário, eu olhei pra cima para olhar em seus olhos.

- Exatamente, esse é meu parceiro o detetive Kuwabara, não se preocupe nós vamos descobrir quem matou o seu filho - O homem me encarou profundamente se eu puder fazer algo pra ajudar - Comentou calmamente, me parecia um ato vazio, mas talvez ele realmente gostasse do filho, talvez só fosse difícil pra ele demonstrar isso, Kazuma o encarou um pouco assustado, não sei se pelo tamanho do homem ou se por saber quem ele realmente era.

- Poderia fazer algumas perguntas?

- Faça-as.

- Agora? - Perguntei - O senhor não...

- Eu sou um homem ocupado detetive, tenho tempo agora, talvez não tenha posteriormente, por favor vá direto ao assunto.

- O senhor tem ideia de alguém que poderia querer a morte do seu filho? - Ele me encarou como se fosse uma piada.

- Não sei, não acho que ninguém tivesse problemas pessoalmente com meu filho.

- E problemas profissionais? - Nós dois sabíamos do que eu estava falando, e naquele momento, nós dois fingíamos não saber.

- Não sei nada sobre os negócios de meu filho, mas não duvido que alguém possa ter tido problemas com ele, principalmente em se referindo as falsas acusações que lhe fizeram ultimamente.

- Compreendo - Comentei calmamente - Caso se lembre de mais algo pode me ligar - Comentei lhe entregando um cartão.

- Obrigado detetive, espero que a policia esteja fazendo todo o possível.

- Não se preocupe com isso senhor Enma, eu estou! - Disse me afastando dele.

- Eu pensei que ele ia te matar - Disse meu parceiro, apenas o encarei com desdém - E agora? Voltamos pra delegacia?

- Sim, mas antes eu quero falar com a noiva, se puder me esperar no carro - Ele consentiu e foi até o carro, eu caminhei até ela.

- Você está bem? - Ele balançou a cabeça positivamente - Fique calma - Comentei a olhando profundamente - Você disse pra alguém sobre ontem? - Ela balançou a cabeça negativamente, olhei pra trás, alguns dos homens me encaravam de forma estranho, tentando entender o motivo pelo qual eu estava falando com ela, era melhor não me estender - Caso você precise de alguma coisa, qualquer coisa, você pode me ligar - Comentei, ela deu um leve sorriso e balançou a cabeça positivamente.

- Obrigado! - Disse simplesmente, eu me afastei aos poucos e segui para o carro onde meu parceiro me aguardava de braços cruzados.

- O que aconteceu entre vocês ontem?

- Como assim? - Perguntei curioso.

- Tudo bem, se não quiser, não precisa me contar - Comentou entrando no carro - Mas não faça nada que coloque a corregedoria atrás de você Kurama.

- Eu juro que não faço ideia do que você esta falando - Respondi entrando no carro, ele sabia, podia não parecer, mas Kazuma era extremamente perceptivo, e de certa forma ele tinha razão, eu não podia continuar com isso por muito tempo, mas nesse momento, devíamos nos focar na investigação.

Continua…


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