Informações Sobre A Vitima escrita por Torai


Capítulo 4
Capítulo 3 - Koorime




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A água do chuveiro cai quente sobre meu corpo eu fecho meus olhos e ergo a cabeça, deixo a água cair em meu rosto e a imagem de Botan surge em minha mente, balanço a cabeça, estou sonhando acordado, por que eu estou pensando nessa garota? Não faz sentido, eu suspiro, o dia estava frio, o vapor da água já havia preenchido todo o banheiro, inalei aquele vapor enquanto lembrava da garota de cabelos azuis que havia conhecido hoje, e que parecia entrar lentamente em minha mente e querer fazer parte de meus pensamentos, puxo a toalha e me cubro, fecho a torneira, estava frio, o vapor ainda permanecia no banheiro me mantendo minimamente aquecido, sai do box e vi o quimono que eu usaria para dormir, me pareceu confortável, o vesti e de fato o era, o tecido provavelmente caro me aquecia rapidamente, e por um segundo pensei que o corpo de Botan me aqueceria mais que esse vão tecido, balancei a cabeça e abri a porta, a vapor entrou no quarto, me deitei na cama por alguns segundos e aguardei, os segundos passavam lentamente, após cerca de trinta minutos me levantei e andei até a porta o mais silenciosamente que consegui, abri a porta e sai do quarto estava tudo escuro ainda chovia la fora andei a passos lentos pela casa, o quarto de Botan estava aberto, entrei lentamente e a vi repousar tranquilamente, estava dormindo, andei até a mesa de escrivaninha e abri a gaveta lentamente, vazia, abri outra gaveta, apenas produtos de maquiagem, e na outra, coisas como pilhas, remédios pra gripe e mais algumas besteiras, fechei a gaveta e andei até o outro lado do quarto algumas gavetas, nada demais nelas também, caminho em direção da porta e dou uma última olhada para Botan, ela parecia tão tranquila e calma, deixei o quarto e caminhei pelo corredor até o que parecia o escritório, entrei em silencio e calmamente, a mesa estava vazia, sentei-me na cadeira giratória e abria as gavetas, poucos papéis, a maioria sobre a eleição que ocorreria em dois messes, ele com certeza iria se reeleger caso concorresse, outra gaveta, nada demais, uma rápida olhada e se podia notar que ele não fazia muita coisa, talvez não levasse nada que pudesse incriminá-lo pra casa, ou talvez fosse realmente apenas um preguiçoso inútil encostado no congresso, maus políticos existem em qualquer lugar do mundo, outra gaveta, havia um cartão com um endereço de um estabelecimento chamado "Koorime"¹, guardei o cartão no bolso enquanto tentava me lembrar de onde conhecia essa palavra, não havia mais nada, nem ao menos um computador ou notebook que ele pudesse usar para trabalho, mas pensando novamente, que tipo de trabalho poderia ele fazer? Me levantei e sai lentamente, olhei superficialmente os outros quartos, não havia nada demais, voltei para meu quarto e me deitei na cama, olhei para o cartão novamente, iria até esse lugar no dia seguinte, fechei meus olhos querendo dormir, e apaguei.

Onde estou? Estou em meio de uma luz azul muito forte e quente eu vejo uma raposa se aproximando de mim, ela possui uma pelugem prateada muito bela, a raposa me reverencia eu a imito, ela olha em meus olhos, ela possui olhos dourados e frios, como se pudesse ler minha alma, e eu sabia que ela tinha fome, ela salta em minha direção, eu abro os olhos e acordo, estou na cama um pouco suado, olho ao meu redor, não é meu quarto, estou na casa de Koenma, vamos rever a situação, eu, um detetive, estou na casa de um falecido deputado corrupto filho de um dos chefes da Yakuza sozinho com sua adorável noiva deitado em uma cama no quarto de visitas, a única pessoa aqui além da garota, a delegada Genkai vai adorar saber disso!

- Droga – Digo a mim mesmo enquanto me ergo da cama e fico sentado olhando o vazio, havia um relógio na escrivaninha do lado da cama eram oito horas da manhã, dormi demais, me levanto e caminho até onde havia deixado minhas roupas na noite anterior, precisava de um banho e dar um jeito de sair de lá o mais rápido possível.

Desci até a sala vestido, os cabelos úmidos ainda, Botan ainda estava dormindo, não podia culpá-la havia perdido o noivo na noite anterior, mas não era bom pra ninguém que eu continuasse ali, nem pra mim, nem pra ela, porém não me parecia certo deixá-la lá sem nem ao menos avisá-la, caminhei até a cozinha e preparei um chá, uma sopa de pasta de soja e um pouco de arroz, não me servi, voltei a sala e a aguardei, ela só veio a descer por volta das dez horas e meia, em nenhum momento eu liguei a TV cujo preço provavelmente valia mais que meu soldo, aguardei-a descer as escadas.

- Ah Kurama! - Chamou ela parecendo um pouco contente, ela correu até mim e me abraçou, fiquei em silêncio tentando pensar em como responder, mas só consegui retribuir o abraço – Obrigado – Disse ela se afastando de mim e me encarando com um sorriso no rosto, e os olhos um pouco molhados, como se contivesse algumas lágrimas, ela fechou os olhos e virou a cabeça – Muito obrigado por ficar aqui comigo – Me perguntei por um segundo se ela tinha ideia da situação em que nos encontrávamos, ela caminhou até a cozinha – OHH! - Eu me levantei e a segui – Você preparou o café da manhã já?

- Estava te esperando para comermos – Respondi calmamente, ela sorriu e correu para nos servir, sentamo-nos e começamos a comer, ela parecia um pouco afobada.

- Você cozinha muito melhor que eu – Comentou ela sem parar de comer, ela realmente era divertida, eu continuei a comer um pouco mais lentamente, ela terminou cerca de três minutos antes de mim, deixou as coisas na mesa, apoio os cotovelos no mesmo colocou a cabeça sobre as mãos e ficou me encarando, seu cabelo solto caia belamente sobre o quimono e lhe davam um aspecto de desleixada que combinava com aquela garota um pouco destrambelhada, continuei comendo até que parei para encará-la por alguns momentos.

- Algo errado? - Perguntei curioso com a expressão que ela fazia ao me olhar, como uma criança curiosa por encontrar algo novo.

- Que tipo de detetive é você?

- Como assim?

- Você veio até aqui sabendo quem era meu noivo, quem era meu sogro e ainda assim aceitou ficar e passar a noite aqui, você não tentou me forçar a responder nada, e você preparou duas refeições pra mim além de ter lavado a louça, você tomou conta de mim como nem meus pais fariam – Disse essa última afirmação com um ar um pouco triste – Que tipo de policial é você?

- O bom tipo – Respondi calmamente com um leve sorriso no rosto, ela era inteligente, um pouco infantil e meio boba em alguns aspectos, mas ela não era burra.

- Você tinha algumas perguntas pra fazer? - Pousei os hashis no prato e encarei ela com calma.

- Você sabe de alguém que tinha algo contra seu noivo? - Ela respirou fundo.

- Muita gente tinha muito contra ele, mas não sei de ninguém em especifico, ele nunca permitiu que eu me envolvesse nos "negócios" dele.

- Alguma briga recente? Alguma ameaça?

- Ameaça houve uma dois anos atrás, mas o rapaz que a fez faleceu pouco tempo depois – Disse-me com o olhar um pouco triste, quase como se sentisse culpa, era obvio que o tal rapaz tinha sido apagado pela máfia – Koenma nunca foi de se envolver em brigas, ele sempre resolvia as coisas falando.

- Entendi – Respondi olhando-a com calma, fazia sentido, ele não precisava usar a força pra conseguir o que queria, era um político, a parte da força ficava para seu pai – Imagina quem tenha feito isso?

- Não – Respondeu ela – Mais se alguém souber de algo com certeza seria o pai dele – Ela se calou assim como eu, ela parou de me olhar e começou a olhar pra mesa, segurando algumas lágrimas – Eu acho que você tem que ir – Comentou ela se levantando e apertando os punhos, concordei em silêncio e me levantei – Me desculpe por tudo.

- Sem problema – Comentei e puxei um cartão do bolso e uma caneta – Esse é o número da delegacia – Apoiei o cartão na mesa e anotei um número – E esse é meu número pessoal, caso você tenha qualquer problema, pode me ligar a qualquer hora – Comentei lhe estendendo o cartão, ela o puxou da minha mão e me abraçou novamente – Obrigado... De verdade... - Retribui o abraço e a deixei chorar mais um pouco ela parou e me olhou com um leve sorriso no rosto – Muito obrigado! - Ela me soltou e caminhou até a porta, a segui coloquei meus sapatos e minha jaqueta.

- Nos vemos por ai – Disse o mais calmamente que consegui, ela se erguei e beijou meu rosto.

- Tchau – Sai pela porta e ela a fechou, dei um leve sorriso e caminhei até meu carro, entrei e pausei com as mãos sobre o volante, naquele momento me senti mal, não por ter simplesmente ignorado todas as regras da polícia e colocar o caso em risco, não por que eu passei a noite na casa de uma garota frágil que acabará de perder o noivo e não por ter pego esse cartão dessa tal boate "Koorime", que acabava de me lembrar estava envolvida num grande caso envolvendo prostituição, mas porque a cada segundo que se passava minha vontade era voltar para aquela casa e ficar com aquela garota mais um pouco... Só mais um pouco, respirei fundo e dei partida no carro, precisava sair dali, era o mais inteligente a se fazer.

Boate Koorime.

Entrei no lugar era uma decoração simples ambiente pouco iluminado na primeira sala, uma garota de cabelo azul curto me cumprimentou, havia um pequeno corredor coberto por uma cortina azul que levava a sala principal, e uma porta atrás dela sem identificação.

- Eu sou Yukina senhor, do que gostaria? - Perguntou-me com uma expressão um pouco fria no rosto, demonstrando certa indiferença, mas é claro, tantos homens passavam por lá, sempre procurando a mesma coisa, eu puxei meu distintivo e mostrei a ela.

- Queria conversar com seu chefe – Ela pareceu um pouco preocupada, virou a cabeça e gritou – NISSAN!² - A porta se abriu e de dentro dela um rapaz baixo de cabelos espetados levando na cintura uma espada saiu e me encarou, ele me conhecia, e eu a ele.

- Que droga você esta fazendo na minha boate?

- Eu nem sabia que você tinha uma boate! - Comentei calmamente – Pelo que eu me lembre depois que você saiu da cadeia você não poderia...

- Está tudo no nome da minha querida irmã – Comentou se aproximando da garota a minha frente – Eu apenas a ajudo a gerenciar e tomo conta do lugar.

- Então você é apenas um ótimo irmão? - Perguntei irônico.

- Devo ser!

- E essa espada na sua cintura?

- É falsa, apenas pra assustar intrusos!

- Posso ver?

- Você tem um mandado?

- Tenho causa provável...

- O que você quer? Você não veio aqui só pra me ver – Comentou o pequeno homem com uma expressão de raiva no rosto.

- Conhece o deputado Koenma?

- Talvez conheça, talvez não...

- Ele está morto – O homem se calou – Venha – Ele entrou pra sala e eu o segui, sentei-me na cadeira em frente dele.

- Koenma era um cliente, e um investidor por assim dizer – Comentou ele com a voz um pouco mais baixa.

- Prostitutas e políticos, isso não é um clichê americano?

- Armas de fogo também, mas Nobunaga as introduziu no Japão.

- O que você quer dizer?

- Eu não quero dizer nada, apenas que Koenma pode ter feito os inimigos errados.

- O que você sabe sobre isso?

- Muito pouco, mas ouve-se por ai que ele queria romper as boas relações que o pai dele tinha com alguns estrangeiros.

- Por que está me contando isso?

- Só pra você ficar me devendo um favor – Dei uma risadinha.

- Seu favor é eu não fechar esse lugar e te prender por portar uma espada – Ele puxou o punho da espada, e não havia lâmina ele a girou no ar.

- Como eu disse, espada falsa – Eu o encarei sério, ele riu de mim como se tivesse me vencido num jogo de damas, sorri de volta – Nos veremos em breve Hiei.

- Em breve Kurama – Respondeu ele enquanto guardava sua espada falsa, e imagino eu pegava a verdadeira, fechei a porta atrás de mim.

- Encontrou o que procurava? - Perguntou a recepcionista.

- Algo assim – Comentei calmamente – Sabe, você não precisa fazer isso, ele...

- Ele é meu irmão – Comentou calmamente – E isso é tudo o que importa! - Suspirei, e puxei um cartão do bolso.

- Se tiver algum problema me ligue – Comentei e dei as costas, ela não tocou o cartão, eu nunca receberia uma ligação, não importa o que acontecesse, eu sei que ela nunca delataria o irmão, sai da boate, a palavra Koorime piscava muito forte no alto, era hora de ir até a legista, e tentar descobrir mais um pouco sobre o deputado Koenma.

Continua...




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Notas finais do capítulo

1. Koorime são as youkais do gelo de Yu Yu Hakusho, acho que não preciso me alongar muito, Hiei e Yukina são youkais dessa espécie.

2. Nissan é um termo que significa "Irmão mais Velho".



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