Informações Sobre A Vitima escrita por Torai


Capítulo 2
Capítulo 1 - A Garota de Cabelos Azuis




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Paro o carro e desço calmamente abro o guarda-chuva, caminho lentamente até a porta da enorme casa bato na porta três vezes, ela se abre, la estava ela, uma garota baixa de olhos róseos, e cabelo azul solto, ela usava um roupão de seda, eu já havia erguido meu distintivo.

- Sou o detetive Minamino, tenho algumas noticias sobre o seu marido...

- Meu... Você está falando do Koenma? O que houve? - Perguntou a garota ficando aflita.

- Poderia entrar? - Ela abriu espaço para que eu entrasse em sua residência, o local era grande, o corredor até a sala era largo, havia um tapete vermelho que seguia até o cômodo, ela fechou a porta – Senhora Dai Oh...

- Nós... Não somos casados ainda – Comentou a garota – Apenas noivos – Comentou me encarando com uma expressão que parecia misturar irritação e desespero – E em todo caso prefiro Botan.

- Certo... Infelizmente seu marido veio a falecer algumas horas atrás... - Ela caiu de joelhos no chão, completamente desamparada, por um segundo eu realmente senti pena daquela garota, eu andei até ela e a ajudei a se levantar – A senhorita está...

- Eu to bem – Disse me dando as costas e andando em direção a sala.

- Poderia fazer algumas perguntas? - Ela respirou fundo.

- Tire os sapatos e a jaqueta por favor!

Obedeci, retirei meus sapatos, e a jaqueta, coloquei-os ao lado do guarda-chuva e caminhei pelo corredor ouvi o som de algo de vidro quebrando, corri pra dentro, e vi a garota caída no chão chorando com as mãos no rosto, cacos de vidro ao seu redor, sei que não devia me envolver com a vítima, mas naquele momento aquela pobre garota desamparada conseguiu me afetar, eu corri até ela e a abracei, em meio aos cacos do objeto quebrado, ela pousou a cabeça em meu peito e continuou a chorar, seus cabelos exalavam um odor de "sakuras", as flores de cerejeira, era quase impossível querer conter meu instinto de proteção, eu comecei a afagar os cabelos dela.

- Tudo vai ficar bem – Disse, mesmo sabendo que nada ficaria bem, aquela jovem havia acabado de perder alguém que amava, nunca mais nada ficaria bem, eu a apertei mais forte contra mim querendo protegê-la.

- Porquê? Porquê? - Repetia ela em sussurro, e assim ficamos por alguns minutos, ela adormeceu em meus braços, eu a ergui e passei pela sala desviando dos cacos no chão, deitei-a no sofá e caminhei de volta, era difícil andar por entre aqueles pedaços quebrados estando só de meias, andei pela casa, fui até o que parecia ser a cozinha, peguei uma pá e uma vassoura e retornei ao aposento onde a quase viúva, e digo quase, pois ela ainda não havia se casado, permanecia dormindo, recolhi os pedaços de vidro e os lancei no cesto de lixo, guardei ambos os objetos e retornei a sala, por sorte o vidro não deixou cacos muito pequenos ao cair no chão, olhei para a garota profundamente, ela parecia adquirir lentamente uma expressão um pouco serena, mas em poucos segundos franzia o cenho novamente como se o sonho caísse em um pesadelo, toquei seu rosto com as costas de minha mão direita, ela possuía a pele muito macia, era difícil vê-la assim desprotegida, eu era um policial, mas não estava agindo como um naquele momento, eu deveria ter ligado para a emergência ou levado-a até um hospital, se ela me acusasse de tê-la atacado eu já adulterei a cena do crime, eu posso perder meu distintivo e até ser preso, então porque eu estava agindo assim? Quem sabe, eu segui para a cozinha, abri a dispensa e encontrei uma pequena caixa de chá, e mesmo que não devesse eu decidi fazê-lo, peguei a chaleira e enchi de água, abri a caixa e peguei um dos papéis, preparei o chá o tempo todo indo até a sala checar a bela adormecida, ao terminar coloquei o liquido quente em uma caneca e voltei até a sala, eu era um detetive, eu devia aproveitar aquela oportunidade pra fazer uma busca na casa, se fosse para ser expulso que fosse descobrindo algo sobre o deputado corrupto filho de mafioso, mas ao invés disso eu fiquei ali sentado ao lado da garota de longos cabelos azuis que dormia serenamente agora, levou alguns minutos até que ela abriu os olhos, o chá já não estava tão quente, ela piscou um pouco e olhou pra mim um pouco assustada, enquanto seu cérebro processava o ocorrido, ela se ergueu e se sentou no sofá, eu ergui a xícara em sua direção.

- Espero que não se incomode, tomei a liberdade de preparar um chá pra você! - Comentei calmamente, ela tomou a xícara nas mãos e aproximou-o de seus lábios que notei, pareciam convidativos, ela tirou a xícara da boca e me olhou com certo receio.

- Obrigada.

- Você está bem?

- Estou – Comentou ela me encarando, ela respirou fundo enquanto lágrimas voltavam a seus olhos – C-como... Como ele morreu?

- Ele foi assassinado, pelo que notei esfaqueado.

- Vocês já tem alguma pista?

- Não, você é a primeira pessoa com quem falo desde que entrei no caso – Ela se calou por alguns segundos.

- Obrigado – Agradeceu ela me olhando com um misto de gratidão e receio, ela depositou a xícara sobre a mesa de centro e se ajeitou no sofá.

- Eu queria te fazer algumas perguntas...

- Poderíamos deixar... Pra amanhã?

Eu sou um detetive, eu deveria insistir, dizer que seria rápido, mas eu simplesmente acenei positivamente com a cabeça e me ergui, indo em direção a porta.

- Espera! - Chamou ela, eu me virei e a encarei – Você poderia... Dormir aqui hoje?

- O que?

- Eu só... Eu estou com tanto medo, e se... Se alguém vier atrás de mim? Você não poderia ficar aqui... Só essa noite...

Ela sabia de algo da vida do noivo, ela estava com medo, eu deveria forçar as perguntas ou chamar uma viatura pra fazer a guarda, mas eu não fiz isso, eu não sei porque não fiz isso, mas não fiz, meu expediente já havia acabado a duas horas, de fato, ligaram em minha casa para que eu viesse investigar esse caso, oficialmente eu só precisava ver o corpo hoje, já estou fazendo hora extra, nesse caso talvez eu não seja um detetive, talvez eu seja só um homem que ficou com pena de uma quase viúva e quer lhe fazer um pouco de companhia, sentei-me no sofá e a encarei profundamente, a única coisa que consegui pensar pra dizer foi:

- Certo...

Eu não sabia se essa garota era realmente tão inocente quanto parecia, ou se era algum tipo de mente criminosa se preparando pra remover meus testemunhos sobre qualquer coisa que eu viesse a descobrir, não importava muito, mesmo que fosse esse o caso, eu conseguiria lidar da melhor forma possível.

- Desculpe... Eu não peguei o seu nome – Disse ela me encarando um pouco curiosa.

- Pode me chamar de Kurama! - Acabo de lembrar o motivo do apelido, e dou um leve sorriso, a garota me encara e força um sorriso, a noite ainda demoraria a passar, continuava chovendo do lado de fora, o frio não entra na casa, parecia uma ótima noite pra uma busca ilegal no apartamento de um deputado.

Continua...


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