Informações Sobre A Vitima escrita por Torai


Capítulo 13
Capitulo 12 - Humpty Dumpt




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Estava na minha cara esse tempo todo, o psiquiatra, o Doutor Sensui, a noite já estava caindo, finas gotas de chuva começam a cair sobre o carro, liguei para o escritório.

— Sensui ainda esta ai? - Perguntei enquanto Kuwabara dirigia.

— Ele saiu faz alguns minutos levando alguns papéis!

— Papéis?

— Sim, ele disse que você ia passar alguns relatórios para que ele ajudasse na investigação - Arregalei os olhos, a caneta que eu disse que emprestaria pra ele, era um pretexto pra ele pegar todos os relatórios sobre o caso.

— MANDE ALGUÉM ATRÁS DELE! ELE ESTA ENVOLVIDO NO CASO KOENMA!

— O psiquiatra?

— AGORA!

— Certo, vou mandar uma equipe na casa dele! - Ele desligou, droga, Sensui ia se livrar de todas as provas, e nunca prenderíamos ele.

— Droga Kurama, você tem certeza disso? Ele é um psiquiatra famoso.

— Se encaixa perfeitamente, quem melhor pra "estrelar" esses filmes do que pessoas mentalmente instáveis? Ele tem acesso a elas, tem conhecimento, tem poder pra movimentar as pessoas certas.

— Mas então por que ele nos ajudou no caso? E mais, por que ele te livrou de ser exonerado?

— Eu não sei, mas eu vou descobrir assim que encontrar ele.

— Pra onde vamos?

— Vamos até o consultório, já tem uma equipe indo na casa dele.

...

O carro parou em frente ao prédio comercial, descemos e corremos pra dentro, sem recepcionista, já estava tarde o prédio deveria estar fechado, no entanto a porta estava aberta e nenhum segurança estava ali... Subimos ate o andar onde ele costumava atender, bati na porta três vezes.

— Doutor Sensui aqui é o Detetive Minamino da policia de Tóquio, por favor abra a porta.

Sem resposta, silêncio, balancei a cabeça positivamente para Kazuma, ele chutou a porta e ela abriu, entramos com as armas em punho, vazio, a lareira acessa, corremos na direção do fogo, eram papéis referentes a investigação, relatórios da legista, associações de Sakyo e dos irmãos Toguro, tudo, sem pensar duas vezes Kuwabara tirou as folhas do fogo, joguei minha jaqueta por cima abafando as chamas e as deixando apagar, minha jaqueta não queimou, mas as mãos de meu parceiro devem ter doido, as folhas com certeza estavam prejudicadas a essa altura, ouvimos passos do lado de fora, nos viramos, e vi uma bala cortar o ar e acertar o ombro de Kuwabara, ele caiu pra trás no chão, apontei minha arma pra ele e disparei o vulto correu pelo corredor, me aproximei de Kazuma.

— Você está bem?

— Estou! Vai atrás dele, eu vou ficar legal!

Sem pensar duas vezes eu me levantei e corri atrás do vulto, era ele, foi por causa dele que aquela garota morreu, foi por causa dele que tentaram me matar, foi por causa dele que eu quase perdi meu emprego... Foi por causa dele que eu conheci Botan, e alguma parte de mim por um segundo não conseguiu odiá-lo, e essa parte foi suprimida pela lembrança dos irmãos Toguro em minha casa, pela lembrança do medo de Botan, eu vejo a porta do elevador se fechando, consigo ver Sensui no mesmo com um leve sorriso, estávamos no nono andar, corro para a escada e começo a descer quase saltando os lances de degraus, com certeza nunca corri tanto em minha vida, desci quatro andares, pelo tempo que levei tinha uma boa certeza que o elevador estava acima de mim, sai pela porta para o andar, o Elevador tinha parado no sétimo andar, voltei para as escadas e subi para o sétimo andar, ao abrir a porta vi o elevador parado com a porta aberta, ele não podia ter passado por mim, estava em alguma das salas daquele andar, a primeira porta estava trancada, ao mover a maçaneta da segunda ela se abriu, entrei com calma prestando atenção na outra porta para garantir que não teria uma surpresa desagradável, a sala era espaçosa, tinha um tapete preto, um sofá enorme de um lado, duas cadeiras de madeira de boa qualidade, uma escrivaninha do que achei ser mogno, um par de cortinas de cor marrom, uma estante cheia de livros como a de uma biblioteca e uma cadeira de escritório com rodas atrás da mesa, a janela estava aberta, corri até ela, ele teria sido tão maluco? Olhei para o parapeito do lado de fora, nada, voltei para a sala, vazia, sai pela porta e uma bala passou ao meu lado, ele estava no corredor, voltei para a sala e fiquei de costas na parede, ouvi o som de passos, se afastando, devagar, ele devia estar andando de costas com a arma apontada pra mim, olhei para a janela aberta e corri até lá, parecia uma boa ideia agora, subi no parapeito, eu conseguia ver parta da cidade ali, era grande, enorme, com o corpo todo encostado na parede comecei a me esgueirar até a escada de incêndio, meu coração estava acelerado, alcancei a escada externa, como num filme policial que se passa em Nova Iorque saltei sobre ela e comecei a descer acelerado, no terceiro andar a janela estava aberta, pensei sobre como as pessoas aqui são descuidadas, será que elas não sabem que ladrões podem entrar no prédio por causa de um descuido desses, corri até a porta, ela estava trancada, pensei em que tipo de pessoa deixaria a janela aberta, porém a porta trancada, bati contra ela, mas não abriu, atirei nas dobradiças e tentei novamente, ela abriu, corri e vi o elevador descendo, estava no quarto andar apertei o botão para chamar o elevador, apontei minha arma pra porta, quando ele chegou no terceiro fez som de parada e se abriu, estava vazio, arregalei os olhos e corri para a escada, abri a porta e vi Sensui já no segundo andar, ele me viu e começou a atirar pra cima, me afastei, ele passou pela porta do segundo andar e eu corri atrás dele, tão rápido quanto pude, passei pela porta e o vi adentrando uma das portas, com a arma em punho andei lentamente em sua direção.

— Sabe detetive, eu gosto de você, faz muito bem o seu trabalho, é uma pena que não sabe o seu lugar.

— Se entregue Sensui.

— Por que estamos fazendo isso? Você não tem provas se me prender tudo que vai conseguir é me obrigar a ligar pro governador e esperar duas horas até meus advogados colocarem você no meu lugar, a gente pode evitar todo esse problema com você indo embora e eu indo pegar meu avião.

— Ah claro, você é o tipo de cara que gosta de deixar pontas soltas né? Igual fez com Sakyo?

— Sakyo era um homem de negócios, ele faria qualquer negociação pra sair de lá, entre ele e eu, não havia como ele sobreviver.

— Bom, para o seu azar, eu não sou o tipo de pessoa que deixa um assassino estuprador de colarinho branco escapar assim.

Cheguei na porta da sala ele não falou nada nem eu, o silêncio tomou o lugar por alguns segundos, fui o primeiro a me mover, entrei apontando a arma para a frente, mas não o vi, como esse cara conseguia desaparecer tanto? A janela estava fechada, dei alguns passos, e eis que ele sai de trás da mesa e atira em mim dois disparos, um atingiu meu braço direito e outro acertou a parede atrás de mim, minha arma caiu no chão, e a dele estava descarregada, antes que ele conseguisse recarregar pulei por cima da mesa com o braço machucado e cai sobre ele, mesmo com o braço sangrando consegui acertar um soco em seu rosto o derrubando no chão.

— Desgraçado...

Falou Sensui tentando me tirar de cima dele, brigamos, rolamos no chão, e ele conseguiu ficar por cima, socou meu rosto uma, duas, três vezes, senti o gosto de sangue em minha boca chutei ele pra trás, ele caiu sobre a mesa e bateu a cabeça, caindo no chão, ele virou o corpo e se levantou, fiz o mesmo, a arma estava no chão, ele correu pra ela, e eu corri em sua direção, ele tentou pegá-la, mas consegui chutá-la pra longe, soquei seu estômago e ele de um passo pra trás, parecia muito irritado, ele me agarrou e me jogou contra a mesa, cai sobre ela de lado, ele saltou sobre mim, usou seu braço esquerdo para pressionar meus dois braços contra e mesa e me imobilizar enquanto isso ele começou a me golpear sem para, um soco, dois socos, três, quatro, perdi a conta, seu corpo pesava sobre o meu enquanto ele continuava me socando, a mesa começou a fraquejar e suas pernas quebraram, ela caiu e fomos os dois pro chão, ele se levantou com dor, e andou até próximo da janela onde estava uma arma, me levantei com dificuldade.

— EU VOU MATAR VOCÊ E VOU FAZER UM FILME COM AQUELA SUA NAMORADINHA ESTÚPIDA! - Ele gritou, o sangue subiu em minha cabeça, eu estava com raiva, eu nunca ia deixá-lo fazer aquilo com Botan, eu corri na direção dele, ele puxou o gatilho a arma falhou, eu devo ser um cara muito sortudo, eu o alcancei, ele puxou o gatilho de novo, ouvi o som da explosão da pólvora dentro do tambor, pulei sobre ele, batemos contra a janela, quebramos ela, atravessamos ela, caímos...

Isso tudo me lembra daquela rima infantil popular americana.

Humpty Dumpty sentou-se em um muro...
Humpty Dumpty caiu no chão duro...
E todos os homens e todos os cavalos do Rei...
Não conseguiram juntar Humpty Dumpty outra vez.

Nesse momento você consegue ver toda sua vida, como se ela passasse dentro das janelas de cada um dos três andares pelos quais você passa, eu queria tanto viver um romance com Botan.

...

...

...

Está chovendo...

As gotas de água caem sobre nós, eu cai sobre um arbusto, devo ter fraturado algumas costelas, quebrado um braço, e uma perna, mas estou vivo, me virei sentindo tanta dor que não conseguiria gritar, Sensui estava com as costas no gramado, parecia sentir muita dor, mas ele não gritava, me aproximei dele, eu posso ouvir as sirenes se aproximando, pego a arma, quem me culparia se eu colocasse uma bala na cabeça dele agora? Ninguém com certeza, foi legitima defesa.

— Vai lá, acaba com isso, você não é melhor que eu!

— Você é um assassino!

— E você é o que? Você entende não é? Eu sei que entende! Eu vejo nos seus olhos, como é a sensação de ter a vida em suas mãos, por um momento enquanto você toma uma vida você é um deus, você tem todo o poder em suas mãos, e quando você finalmente acaba com a vida, você consegue sentir toda a extensão de sua própria vida, você pode aproveitá-la mais do que nunca!

— Você é maluco!

— E mesmo assim aqui estamos nós, você com uma arma na minha cabeça, implorando por uma desculpa pra me executar, você não precisa de desculpa, faça isso antes da policia chegar, vai ser melhor, vai ser bom, nós dois sabemos que vai! Faça isso! Faça isso!

Eu coloco a arma na cabeça dele, ele me mataria se estivesse no meu lugar, e enquanto ele viver, eu sei que Botan nunca vai estar realmente segura, ninguém vai me condenar, ninguém vai me culpar... Ninguém vai saber...

— Kurama! - Ouvi uma voz, era Kuwabara, ele me encarava da janela do segundo andar - Nós temos tudo o que precisamos não faça isso, ele não vale a pena!

— Você sabe o que esse monstro fez Kuwabara? Ele mandou a minha vida pro inferno! Ele matou mais pessoas do que nós dois podemos contar, ele não é um ser humano! Ele é um monstro!

— Só um monstro consegue reconhecer outro! - Disse Sensui.

— CALA A BOCA!

— Eu toquei na sua ferida não foi detetive? Todas as nossas consultas, a morte do seu pai, o caso Kuronue, eu sei de tudo, vamos lá, faça o que você tem que fazer.

Coloco a arma na boca dele, eu quero que ele pare de falar, eu quero muito, ouço as vozes de policias anunciando que tem um mandato, eles vão me tirar, eu puxo o gatilho, a arma falha, dois policiais me encontram, ele não consegue se mexer, mas ele ri, eles me tiram de cima dele, perguntam se estou bem, olho para Kuwabara, ele parece decepcionado, está chovendo muito, estou com medo de pegar um resfriado, eles chamam uma ambulância, Sensui continua rindo.

— Você com certeza é muito mais corajoso que o seu pai!

— Eu o encaro com raiva, com ódio, mas não posso fazer mais nada, pisco meus olhos algumas vezes, estou sangrando muito...

Desmaio...

Ainda chovia muito...

Continua...


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