Informações Sobre A Vitima escrita por Torai


Capítulo 11
Capitulo 10 - Os irmãos Toguro




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A luz acessa, Yomi está sentado numa cadeira em sua sala preso com algemas que encontrei no carro, pelo menos Genkai não as tomou de mim, eu o vejo acordar, meu braço amarrado numa gaze improvisada, meu rosto com um corte leve, esse maldito realmente deu trabalho, ele estava acordado.

— Bom dia Yomi, se machucou muito ontem?

— Sabe detetive, é uma tremenda covardia bater em um deficiente visual.

— Sabe o que gostaria de fazer com aquela espada?

— Eu ouvi falar que você foi afastado da investigação, então eu só posso imaginar - Fiquei calado o encarando, ele era um maldito desgraçado, mas agora eu tinha a vantagem.

— Eu tenho algumas perguntas pra te fazer Yomi, e acho que é melhor você responder.

— Detetive, nós dois sabemos como isso funciona, eu não vou te falar, você vai ficar com raiva, e nós dois vamos acabar na delegacia, você por excesso de violência, eu vou te acusar, vão sumir com a acusação e você nunca mais vai poder se aproximar de mim, que tal evitarmos todo esse constrangimento e você ir embora?

Eu o encarei por alguns momentos e dei alguns passos, ele moveu a cabeça seguindo o som de meus pés, agachei e peguei a espada que estava caída no chão, andei até próximo dele e a coloquei contra seu rosto, ele sentiu o contato da lamina fria em sua bochecha direita, ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Temos um desejo em como aqui Yomi, evitar todo esse constrangimento, mas no momento eu não estou numa situação em que te deixar vivo fosse me fazer bem, e considerando que você já tentou me matar, eu fico imaginando quando vão mandar alguém que enxerga pra fazer o trabalho - Ele não falou nada, permanecemos em silêncio por mais alguns segundos, até que ele disse.

— Você foi longe demais detetive, e agora estamos todos ferrados.

— O que quer dizer?

— Se nós dois sairmos daqui vivos, eles vão achar que eu entreguei você, e eles vão vir atrás de mim, atrás do meu filho.

— Eu posso conseguir proteção policial.

— Não é o suficiente... Nunca seria...

— Se eu pegar os irmãos Toguro...

— Eles não são os lideres seu idiota! Você realmente acha que aqueles dois brutamontes sem cérebro seriam capazes de comandar um esquema como esse?

— Então pra quem eles trabalho?

— O nome dele é Sakyo, ele faz parte de uma das maiores organizações criminais do pais, está envolvido até os ossos em negócios com os Yakuza, ele veio me fazer uma visita hoje a tarde, foi ele quem contou pro Enma que você dormiu com a nora dele, ele é quase intocável, e os irmãos Toguro nunca vão entregá-lo, e nem eu pretendo, as pessoas que tentam fazer isso tendem a desaparecer - Calei-me por alguns momentos.

— Foi o que aconteceu com Koenma?

— Ele e meu filho se envolveram com coisas que não deviam, mas creio que Koenma não tenha herdado toda aquela frieza que o pai dele demonstra.

— Talvez se Enma soubesse quem foi o responsável pela morte do filho dele...

— Ah claro, você acha que ele vai acreditar no detetive que esteve pegando a nora dele?

— Talvez ele acredite em você - Yomi se calou e pareceu olhar pra mim, mesmo sem olhos.

— Por que você...

— Vocês dois tem uma história, achou que eu não ia checar seu passado depois da primeira vez que vim aqui com Kazuma? Vocês foram sócios não é?

— O que eu e Enma fomos ficou no passado, mas é bom ver que dessa vez foi o filho dele quem sofreu as sanções de um rato - O encarei por alguns momentos, fazia sentido, finalmente fazia sentido.

— Você ia entregá-los não é? Ia entregar todo o esquema, pelo que? Redução da pena? - Ele apertou as pálpebras, parecia se lembrar da dor, parecia sentir ela novamente.

— Você já fez algo errado detetive? Algo que você gostaria de voltar atrás e se impedir de fazer? - Lembrei-me de Botan nesse momento, senti um aperto no peito enquanto lembrava de seus cabelos azuis e seu sorriso triste - Imagine se toda a sua vida fosse pautada nesse único momento, nesse único erro, você seria capaz de viver consigo mesmo lembrando disso todos os dias da sua vida?

— Você só queria se redimir.

— Um rato com assas, que quer sair voando da prisão, me deixaram cego como um morcego, algum tipo de justiça poética eu acho, e eu soube que fariam o mesmo com meu filho se eu falasse, eu cumpri minha pena e sai, mas quando sai, o padrinho do meu filho já estava "investindo" no futuro dele, e como eu poderia convencer Shura a não aceitar o dinheiro de Enma? Como eu poderia exigir que ele largasse os estudos para sustentar um pai deficiente que só envergonhou sua família?

— Você precisa falar com Enma, ou então, eles vão acabar indo atrás do seu filho! - Comentei soltando a espada no chão, andei até ele e soltei suas algemas.

— Por que fez isso?

— Se eu te levar pra delegacia eu vou acabar sendo preso... Nós dois vamos acabar sendo mortos, e tudo isso vai ter sido por nada... Eu peço que você tome a decisão que queria tomar anos atrás Yomi, faça o que é certo pelo menos dessa vez, é nossa única chance - Sai da sala e fui até a porta, ele não se moveu até minha saída, mas eu sabia que ele ligaria para Enma, e depois disso, tinha certeza que Enma iria me ligar, meu celular vibrou, ele não podia ser tão rápido, atendi, era Botan.

— Kurama... Tem um carro estranho estacionado aqui na frente, ele não sai do lugar faz quase uma hora, estou começando a ficar preocupada.

— Estou indo - Falei quase engasgado, corri até meu carro, por favor que não seja nada...

...

— Parece que a garota está na casa! - Comentou o homem mais baixo de cabelo longo levemente encaracolado, abrindo a porta do carro e entrando, ele olha para o mais alto de cabelo curto e óculos escuros que responde.

— Nada do detetive?

— Pelo que vi não, nem o carro dele não está aqui.

— Então vamos lá fazer uma visita para a garota! - Comentou abrindo a porta do carro e descendo, assim como o irmão, ele fecha a porta do carro e a tranca, ambos andam na direção da casa em silêncio, o mais baixo mantinha as mãos no bolso e um sorriso quase sádico no rosto, enquanto o mais alto parecia indiferente e sério, eles chegam na porta e o mais alto bate nela três vezes calmamente, a porta se abre um pouco e Botan olha pela fresta.

— Pois não.

— Bom dia, eu sou Toguro Ototo, estamos procurando pelo detetive Minamino, ele se encontra?

— Ele não está aqui no momento, poderiam... - Antes que ela pudesse completar o maior bateu com a mão na porta a fazendo se abrir completamente e empurrando Botan pra trás.

— Na verdade, preferimos esperar ele aqui dentro se não se importar - Comentou enquanto o menor fechava a porta atrás de si, o telefone tocou Botan recuou lentamente, ela se virou e tentou correr até o telefone, mas foi detida pelo mais alto que a segurou com firmeza, o telefone parou de tocar.

— Você é uma garota muito atraente sabia? - Perguntou o mais baixo puxando uma faca e a balançando no ar - Seria uma pena se alguma coisa acontecesse a esse seu rostinho lindo de princesa - Botan sentiu as lágrimas virem até seus olhos, sentiu a garganta fechar, ela esperou Toguro soltá-la e deu alguns passos pra trás até encostas na parede, se abaixou tentando não chorar, tentando evitar qualquer barulho que pudesse irritar os dois homens.

— Por favor não me machuquem.

— Eu nem sonharia em te machucar querida - Comentou o homem com a faca indo em sua direção - Eu só vou me divertir um pouquinho.

— Não faça muita sujeira irmão!

— Não se preocupe, eu vou tomar cuidado! - Disse arregalando os olhos com um sorriso distorcido quando finalmente alcançou Botan, o mais alto deu as costas enquanto o mais novo pegou o rabo de cavalo da garota e a fez erguer o rosto, ele colocou a faca no rosto dele, algumas lágrimas escorreram até a faca, tal qual um pequeno filete de sangue, a porta se abre com um chute, ambos os irmãos olham em direção da porta onde um Kurama furioso se encontrava, Botan empurra o mais baixo o derrubando e corre para o quarto de Kurama.

— PEGA ELA! - Gritou o mais alto.

— EU MATO VOCÊS! - Kurama entrou no lugar exasperado, mas o enorme Toguro se interpôs em seu caminho, ele era grande como um golem, Kurama socou seu rosto quebrando seus óculos, ele sentiu sua mão doer, Toguro tirou o objeto quebrado do rosto e o jogou no chão, enquanto seu irmão correu na direção do quarto onde Botan estava e batia na porta com força, estava fora da vista de Kurama a essa altura, o Toguro gigante socou o rosto de Kurama o fazendo cair no chão, estava muito machucado ainda da briga com Yomi, ele chutou as pernas de Toguro o fazendo perder o equilíbrio e se apoiar no sofá pra não cair, ele se levanta e vê Toguro vir em sua direção como um monstro, ele pega um vaso com uma rosa que estava na mesa da sala e o acerta no rosto de Toguro com força, o vaso se desfaz e o vidro corta o rosto do homem, que soca o estomago de Kurama duas vezes em sequencia o fazendo perder o ar.

— Abre a porta gracinha, facilita a minha vida! - Repetia o Toguro mais baixo enquanto continuava batendo seu corpo na porta, ela pareceu fraquejar, Botan estava sobre a cama tremendo, começou a revirar o quarto procurando algo pra usar, abriu as gavetas tentando encontra algo, fotos, livros, achou uma arma, um revolver, descarregado e algumas balas para serem colocadas, abriu o tambor da arma e pegou uma bala tentou colocá-la no tambor, mas ela escorregou de sua mão e caiu, na sala o Toguro maior agarrou Kurama o erguendo e o apertando fazendo seus ossos estalarem.

— AH! - Gemeu de dor balançando as pernas no ar, ele começou a acertar a cabeça de Toguro com o cotovelo repetidamente, até que este o soltasse, Kurama agarrou a mesa a seu lado e a derrubou entre eles, a televisão de trinta e duas polegadas caiu no chão se despedaçando em pedaços e Toguro deu dois passos pra trás quase que instintivamente, Kurama pegou um caco de vidro no chão e saltou contra Toguro furioso, a porta do quarto finalmente cede aos golpes de Toguro e se abre, ele entra com a faca na mão, Botan consegue colocar a bala na arma e fecha o tambor apontando pra ele, o homem ainda empunhando a faca salta em sua direção, ela dispara e a bala atravessa o ombro dele, a faca cai no chão e ele cai sobre a cama.

— AHHH! - Gritou de dor, Botan tenta pegar outra bala, mas o homem pula em sua direção e a derruba no chão, a arma rola ele bate na escrivaninha e as balas se espalham, algumas continuam sobre ela, outras caem no chão, sem conseguir mexer um dos braços, ele tenta estrangular Botan pressionando o outro contra seu pescoço, ela no entanto consegue socar seu rosto o fazendo cair pro lado, ela gira no chão e pega a faca, Toguro pega a arma aponta na direção de Botan e puxa o gatilho, mas nada acontece, ele abre o tambor e vê que a arma estava descarregada, Botan finca a faca no peito de Toguro, ele geme e cai no chão sangrando, Botan pega a arma da mão dele enquanto ele cospe sangue, na sala Toguro lança Kurama pra fora da casa pela porta, ele cai de costas no chão ferido e o homem passa pela porta com o corpo cheio de cortes, incluindo alguns no rosto, Kurama.

— Você não pode me parar! - Ele sentiu algo atravessando seu braço, ele se virou e vê Botan apontando a arma em sua direção, ela dispara de novo e de novo, uma bala atravessa o mesmo braço que a primeira e a outra ela erra e atinge a parede, a mão de Botan treme, a arma estava descarregada, ela a solta no chão - EU SOU TOGURO! - Gritou andando na direção dela como um ogro que não pode ser parado, nesse momento ele sente Kurama saltando em suas costas e lhe aplicando uma chave de braço, ele o balança no ar de um lado pro outro, tentando fazê-lo soltar enquanto vai perdendo o ar, Botan corre para o quarto, Toguro se joga de costas na parede, Kurama sente suas costelas doerem, Toguro o alcança com seu braço e o arranca de suas costas como um parasita o jogando no chão, ele anda até Kurama e sente uma faca perfurando suas costas, ele se vira pra ver Botan segurando a faca que pertencia a seu irmão, com um tapa ele derruba a garota, mas a faca continua em seu corpo Kurama a puxa e ele grita de dor - AHH! - Ele enfia a faca eu seu peito e a levanta o rasgando, Toguro da dois passos pra trás, e Kurama sem conseguir ficar de pé, apoiado sobre um joelho avança sobre ele com a faca, Toguro anda pra trás sangrando muito, ele tropeça na mesa que Kurama havia derrubado e cai no chão de costas algum de seus ossos deve ter se quebrado, pois ele gritou, ele se apoiou nas mãos e tentou se levantar, Kurama fez o mesmo e ambos estavam de pé, ele deu alguns passos pra trás e tentou correr pra fora da casa, Kurama o seguiu, até próximo da rua, Toguro deixava um rastro de sangue enquanto andava, ele chega até seu carro, e abre-o com pressa antes de Kurama alcançá-lo, ele da partida e acelera, Kurama desvia por pouco do veiculo que segue reto em direção de um poste, o carro bate e para, um som de buzina ecoa pelo lugar, Kurama se aproxima do veiculo e vê Toguro morto com a cabeça sobre o volante.

— A Genkai vai acabar comigo... - Comentou mancando de volta para a casa.

Continua...


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