POV Ally

Na medida em que caminhava, olhei para o alto do farol com um pouco de dificuldade por causa do sol, mas consegui enxergar uma cabeça loira no alto e fiquei feliz me encaminhando mais rapidamente até meu destino.

Quando cheguei ao local girei a maçaneta da porta que se encontrava um pouco emperrada, mas que no final consegui abrir. Subi as escadas que tinha e fiquei feliz que não estava de salto alto. Quando cheguei ao último degrau daquela escadaria me deparei com outra porta, a abri e vi o Austin na varanda que tinha ali, olhando para o sol que estava se pondo.

- Austin?

- Ally? – Ele me olhou surpreso logo depois de se levantar. – Vem cá. – O mesmo me puxou e me fez sentar ao seu lado para ter uma melhor visão do por do sol e me surpreendi com a bela vista.

O sol parecia que estava sendo engolido pelo mar, o céu estava uma mistura de cores o tornando mais fascinante do que já é. Os pássaros que voavam ao longe conseguiam dar um efeito de fundo deixando tudo mais bonito e algumas estrelas que já estavam surgindo deixavam tudo com um brilho ainda mais lindo.

- UAU!

- Lindo não?

- Totalmente incrível! – Ele sorriu para mim, porém ainda conseguia ver algo em seus olhos que não o deixavam com todo aquele aspecto de felicidade.

- Ally, você estava vindo atrás de mim ou queria uma melhor vista do por do sol?

- Por que você veio para cá e não ficou no festival?

- Por que você saiu com aquele cara?

- Você percebeu que respondemos nossas perguntas com outras perguntas? – Ele começou a rir de minha observação meio boba, e eu também.

- Percebi kakakakakakakaka.

- Respondendo sua pergunta, o Dallas é só um amigo de muito tempo e eu disse que sentia falta de sairmos juntos.

- Então vocês saíram como amigos?

- Claro que sim. – Agora consegui ver aquele sorriso radiante e o mesmo brilho que vejo em seus olhos diariamente. – Você ficou chateado que eu sai com ele?

- Para falar a verdade sim. Achei que você queria me provar que o nosso relacionamento é nada mais que a amizade.

- E no momento é.

- Mas eu tenho uma chance não?

- Sim, você tem.

- Era só isso que eu queria ouvir. – Continuamos vendo aquela maravilha de vista enquanto mantínhamos um silêncio confortável entre nós.

A brisa que vinha do mar balançava qualquer cabeço e eu me agradeci mentalmente por ter feito uma trança (que ainda sim conseguia se soltar e acabar ficando com alguns fios se movimentando em meu rosto). Porém tinha um cabelo que ficava perfeito, o do Austin. Além de que ele estava com uma blusa que caia direitinho em seu corpo o deixando totalmente gostoso... Cérebro, sem pensamentos pervertidos no momento, somos amigos...

- Então Ally, o que achas? – Acho que eu viajei tanto em meus pensamentos que acabei não prestando atenção no que ele dizia.

- O que você disse? – Ele riu e depois botou alguns fios soltos de meu cabelo atrás de minha orelha me causando um tipo de eletricidade pelo corpo (por todo o corpo), além das borboletas que pareciam voar sem parar em meu estômago. Malditas borboletas...

- Acredito que você quer me conhecer melhor tanto quanto eu quero, então enquanto estamos aqui, por que não fazemos um tipo de jogo de perguntas e respostas?

- Pode ser, e para não ficar tão monótono você conta um fato sobre você e acrescenta duas mentiras, depois as desmentindo e falando a verdade sobre elas.

- Gostei. Posso começar? – Cavalheirismo: OFF. Mas eu também não queria iniciar, então foi legal ele ter perguntado primeiro.

- Claro. – Ele pensou um pouco e depois prosseguiu.

- Eu quero ir para faculdade de música em Nova York, meus pais sempre me apoiaram em tudo que fiz e eles tinham um escritório de advocacia.

- Você não tem cara de ser totalmente certinho, nem cara de advogado e aposto que seus pais também não, então esta eu sei que é mentira. Agora eu fiquei em dúvida nas outras duas.

- Você está certa, literalmente meus pais não tinham um escritório de advocacia, tinham na verdade uma loja de colchões. E o fato é que eu quero totalmente ir para faculdade de música.

- Seus pais não te apoiam?

- Não. No começo eles queriam que eu continuasse o reinado dos colchões só que eu queria seguir a música. Eu já conhecia o pessoal e sabia que todos tinham a mesma paixão. Comecei a banda com o Rocky, depois ele disse que o Riker era um ótimo baixista, o Ratliff, a Rydel e o Ryland se juntaram depois e eu tornei a Trish nossa empresária já que ela era uma grande amiga e na escola ela trabalhava e tinha estado em vários empregos, então já conhecia este rumo. No final formamos a banda por que eu sabia que todos queriam seguir este rumo e assinamos o contato com a gravadora Star por que ela acreditou em nós e disse que teríamos um futuro brilhante.

- O que aconteceu depois?

- Meus pais viram que no final deu muito dinheiro para todos e eles começaram a me apoiar, porém quando eu disse que queria ir para faculdade, uma coisa que na verdade era um plano inicial meu e da banda, eles brigaram comigo e disseram que já que eu quis este futuro era para eu continuar trilhando-o. Agora eu estou morando naquele apartamento. – Lembranças daquela noite passaram pela minha cabeça e eu teria ficado envergonhada senão estivéssemos conversando sobre algo que eu percebi ser difícil para ele.

- Você já tem dezoito anos, certo?

- Sim.

- Você os vê hoje em dia?

- Faz quase três meses que não os vejo depois que eu fui para Los Angeles com o pessoal para realizar alguns shows e resolver algumas coisas.

- Sinto muito. – Botei a mão em seu ombro o fazendo olhar para mim e em seguida o abracei para demonstrar que estava ali.

- Sem problemas. Eu os amo muito, mas já me acostumei. – Ele sorriu para mim meio falsamente tentando demonstrar que estava tudo bem, mesmo sabendo que ele ainda estava um pouco triste. – Agora você.

- Socorro. - Ele começou a rir e eu me perguntei o que diria... E agora?