Os Semideuses do Submundo escrita por João Victor Rocha


Capítulo 3
Capítulo 3 - Meu pai e George vão ter um encontro


Notas iniciais do capítulo

Oiiie (=
Então, primeiramente eu quero avisar que mal acabei de escrever... o capítulo ficou bem longo e para cumprir minha meta de um capítulo a cada dois dias, não deu para revisar ''/
E eu também acho que eu me perdi nas palavras...
[Até as notas finais]

—--- CAPÍTULO ATUALIZADO



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~[3]~

Capítulo três

Meu pai e George vão ter um encontro

As coisas ficaram bastante embaraçosas depois que o incêndio foi apagado.

Isso por que os bombeiros tinha a certeza absoluta de que os responsáveis pelo incêndio haviam sido nós, e insistiam em querer uma explicação lógica com urgência. Não queríamos admitir, por que realmente não fomos nós. Mas a única opção era assumir toda a culpa.

E logo minha mãe chegou, mas ela não ficou brava, e sim bastante apreensiva. Minha mãe sabe que se pode esperar qualquer coisa de um filho “diferente”, então ela não fica brava quando isso acontece, a não ser que a culpa seja minha. Não que ocorra com frequência, mas...

Enfim, eu estava com um queimado em meu peito, e outro na minha mão por ter socado a criatura. Doía bastante, mas eu simplesmente decidi não contar à ela sobre o mesmo. Quanto a Empório, acho que o medo dele era tanto que acabou não percebendo que a Salamandra havia me queimado.

Algumas horas depois os jornais televisivos como CNN e outros, já exibiam pequenas manchetes sobre o incêndio, nada de mais, por que eram apenas frases como “Dois garotos provocam um incêndio na própria casa e são salvos por bombeiros chamados por vizinhos”. E quando explicamos melhor a história da Salamandra a minha mãe, ela concordou que Empório deveria me levar com urgência à Long Island, e por mais que fosse difícil, admitiu que eu deveria passar o ano inteiro no Acampamento Meio-Sangue antes que alguma coisa pior acontecesse.


●●●


Por Zeus!

O ônibus em que minha mãe me meteu é o cúmulo da precariedade, todos os bancos eram remendados na maior cara de pau, e na lataria do ônibus, a ferrugem estava bastante visível. Não haviam cortinas, e por isso a luz do sol me fitava sem o medo algum. Mas tudo isso nem se comparava ao estado do homem fedido ao meu lado que não se incomodava nem um pouco em não manter distância ou em levantar o braço e exibir aqueles... Urgh! ...pelos.

Empório se sentou no banco a minha frente, e por uma imensa sorte, ao seu lado havia uma velhinha bondosa que oferecia doces quase que o tempo todo, Porém o egoísta não lembrou do amigos – Ou quase isso – nessas horas.

A viagem estava ocorrendo bem. Pelo menos até o homem ao meu lado fazer o seguinte comentário:

— Cara, eu estou com um baita mal pressentimento.

Ah, como eu preferia não ser filho de Hades nessa altura... Por que, de início achei que era apenas a má influência, o medo que eu causava com as pessoas ao meu redor. Mas depois eu também senti uma coisa ruim, e acredite, quando eu sinto uma coisa ruim, é melhor correr bastante!

Eu previ morte, e não foi só uma, na verdade foram bastante mortes, mais especificamente para quem estava ali, naquele ônibus.

Decidi contar a minha previsão a Empório. O cutuquei pelas costas e sussurrei para irmos juntos ao banheiro, Empório se levantou e me seguiu derrubando balinhas e doces.

Enquanto ainda andávamos sob o olhar torto de pessoas que se perguntavam o porquê de dois meninos indo juntos ao banheiro, sussurrei para Empório:

— Você é o maior mal-agradecido que eu já vi na minha vida, sabia?

— O que? – Ele disse enquanto mastigava uma balinha e me lançava um olhar estranho.

— Isso ai... – Apontei. — Primeiro que você deveria comer somente plástico – Disse à Empório dando ênfase. — E segundo que você é tão mal-agradecido que, mesmo eu tendo te salvado da Salamandra, você não se importa em me deixar com vontade.

Bééé... – Ele berrou, e percebendo o que fez se encolheu. Logo uma moça loira olhou assustados para nós dois.

— Mas... – Continuou Empório. — Achei que você não iria gostar. Da última vez me disse que acha que seu paladar não funciona desta maneira.

— Cara, você estava comendo plástico! Que pessoa normal comeria plástico?

Eu devo ter dito isso alto demais, por que a mulher loira pareceu resmungar alguma coisa sobre no tempo dela as crianças não serem tão esquisitas.

— Senhor Rase, você com certeza não é normal.

Com essa última frase de Empório nós chegamos ao banheiro, que comparado com o estado do ônibus, não era tão precário quanto eu esperava. E coube, mesmo que exprimidos, nós dois.

— Tá, me desculpe por isso, mas... pra quê raios o senhor me enfiou aqui dentro mesmo? – Questionou Empório.

— Eu tive um mal pressentimento... e você sabe o que acontece quando um filho de Hades tem um mal pressentimento?

— Não me diga que...

— Infelizmente, e à todos. Temos que fazer algo.

— Okay, tudo bem! Não entre em pânico... nós, hum... temos um plano! – Comemorou, e eu estava ansioso pra descobrir como. — Nós vamos relaxar, descansar, e quando chegar a hora nós entramos em ação.

Sinceramente, esse foi o pior plano que eu já ouvi. Mas mesmo assim aceitei, e estaria combinado que nós iriamos descansar e dormir, e quando algo de ruim acontecesse, íamos dar uma de herói e salvar o dia.

Eu deveria propor um plano melhor, mas eu estava muito cansado pela luta com a Salamandra, e além disso, eu fui fitado por luz constantemente desde então, e digamos, que o filho do Deus Das Trevas – Por assim dizer – Não se sente muito bem com essa luminosidade toda

●●●

Eu acabei tendo um sonho ao adormecer, e foi um sonho bem curto. Nele, eu estava me escondendo em meio as trevas que estava o planeta, cães gigantes, fúrias, Salamandras, Ciclopes irados e vários outros monstros mitológicos que eu não conhecia apavorava as ruas de Nova York.

Eu estava escondido em meio a algumas árvores no Central Park, Eu estava com muito medo, e pude perceber que havia alguém ao meu lado, era uma menina com um cabelo incomum e bagunçado, eu estava apavorado e não prestei muita atenção nela, virei para frente e o mundo estava em trevas. Só então percebi que a tal menina estava com a mão apoiada em meu ombro, e ela também estava com medo.

Em meio ao campo aberto do Central Park, dois homens caminhavam em nossa direção, eles tinham uma expressão severa e com certeza não tinham boas intenções.

— Ares e Zeus. – Gritou a menina.

Então, pude escutar o grito de terror de várias pessoas em coro ao fundo. A menina me puxou pelo ombro tentando fugir, e com esse puxão, eu acordei.

●●●

Acordei assustado, as pessoas do ônibus estavam gritando aterrorizadas como se fosse o último suspiro. Esfreguei os olhos e olhei para a janela, percebi que era fim de tarde e estávamos parados, procurei em volta mas não achei o motivo, deduzi então que o motorista estava com sérios problemas.

Quando tentei me levantar para pôr em prática minha pose de herói, eu estava, assim como os outros passageiros, preso no banco “amarrado” pelo cinto de segurança. Inspecionei a minha frente e Empório estava dormindo, e dormindo profundamente em meio ao grito de terror dos demais.

Tentei tirar o cinto, mas ele era de longe mais forte que eu.

Você é filho de um dos três grandes, pensei, você consegue, Richard.

Em meio à confusão, um barulho muito alto invadiu meus ouvidos, parecia um explosão e no susto que levei, consegui finalmente desprender o cinto. Levantei desesperado, olhei com urgência para todos os cantos, e quando olhei para o fundo, percebi que a traseira do ônibus estava em chamas.

Fui tentar tirar o cinto de Empório e consegui sem nenhuma dificuldade, só não entendi o porquê...

Dei um belo tapa desesperado na cara do George. O que fez com que ele acordasse mais desesperado ainda. Repassei tudo o que eu sabia sobre o ônibus e decidimos sair dali, e enfrentar quem que fosse, depois voltaríamos e salvaríamos as pessoas dali de dentro.


Foi difícil sair dali, isso por que eu me sentia culpado, como se eu as tivesse abandonando ali para morrerem sozinhas. E o mal pressentimento continuava, era inevitável, e, estava começando a ter certeza que a morte deles seria certa.


George e eu, após uma pequena inspeção deduzimos que o quer que seja, estava fuçando na traseira do ônibus, eu estava agoniado e inseguro sabendo que vidas dependiam de mim, e fiquei ainda mais pra baixo, quando aproximando mais do local da traseira, nos deparamos com o corpo do motorista jogado no chão aparentemente sem vida. Empório disse que sabia o que fazer, e me instruiu dizendo que eu deveria enfrentar a “coisa” eu mesmo sozinho.

Me aproximando da traseira encontrei o que estava causando tanto incômodo, ali havia um homem com aparência primitiva, tinha atualmente cerca de dois metros de altura, segurava uma bola de bronze nas mãos, e observava atentamente o fogo queimar. Mas o mais esquisito é que trajava um guardanapo de pano com os dizeres:

I ♥ CARNE FRITA

Não poderia afirmar que se tratava de um canibal, por que afinal, canibais são aqueles que come um outro ser da mesma espécie, e se considerarmos que ele estava desejando comer aquelas pessoas, não posso afirmar que seja um canibal. Ele me lembrou um dos monstros até então desconhecidos que estavam em meu sonho...

— Corra, Sr. Rase! – Gritou Empório.

Isso foi um erro TERRÍVEL!! e só não fui lá dar um jeito no George por que eu tinha mais com o que me preocupar, porque, quando Empório disse aquilo, o monstro percebeu minha presença e instantaneamente correu em minha direção, e ele ainda aumentou seu próprio tamanho de forma assustadora. Eu estava indefeso, não tinha arma e mal tinha certeza dos meus poderes, sendo assim corri em direção ao sátiro, afinal, ele é minha escolta.

Mas ele também estava correndo.

Quando o monstro percebeu tudo, correu em uma velocidade incrível, tudo o que consegui fazer foi acompanhar a mancha que nos alcançou e parou em nossa frente. Isso fez com que George esbarrasse no monstro.

Empório berrou.

O monstro urrou em resposta.

E George se posicionou atrás de mim buscando proteção, ele me agarrou pelos ombros tremendo, depois sussurrou de modo abafado:

— É-é um lestrigão, Richard. – Empório engoliu seco. — Eles são... c-canibais.

O homem gigante levantou o braço amedrontando, fechou o punho e se preparou para esmurrar.

Eu fechei os olhos profundamente, esperei que meu pai, Hades me salvasse como da vez em que eu era pequeno. Soube que seu braço estava aproximando pois sua sombra tapou o sol que insistia em bater contra meu rosto aqueles últimos raios naquele pôr do sol em meio ao nada.

O chão pareceu tremer, abri meus olhos e acompanhei o momento em que o monstro caiu de bunda no chão, eu e Empório nos abraçamos de modo constrangedor, e isso evitou a nossa queda.

Assim que tudo ficou normal e o lestrigão tentava se levantar, George que estava atrás de mim me puxou pelo braço, eu me virei e acho que preferia não ter visto isso.

Não existia quase nada do ônibus, e o que sobrou estava caído à uns vinte metros de distância da cratera fumegante que se tornou o local que o ônibus estava. E todas aquelas pessoas...

Eu fui o culpado de tudo. Primeiro que eu atrai o monstro, e depois fui avisado com meu pressentimento e não fiz nada para ajudar. Eu sou um panaca!

Comecei a ficar nervoso, fechei o punho e estava decidido a ir lá e meter um soco naquele monstrengo. Minha raiva era muito grande.

O sol finalmente se pôs. E agora eu tinha vantagem.

Me senti quente e possuído de poder, era como a sensação que tive quando Cérbero se curvou à mim, e também mais nervoso que antes da Salamandra me interromper

Sai correndo e parti pra cima do lestrigão, e quando cheguei perto, o lestrigão abriu sua mão e deu um tapa que me fez voar e cair ao lado de George. Mas quase não doeu, pois estava escurecendo e encontrávamos na penumbra.

Ainda no chão, senti o queimado no meu peito se regenerando, depois o queimado na minha mão. Essa é uma das únicas habilidades que sei que tenho.

Enquanto me levantava, vi a mancha do lestrigão se movendo em direção à Empório, ele largou sua bola de bronze e o agarrou com a mão esquerda ameaçando-o comê-lo ali, cru mesmo.

Me aproximei para impedi-lo, mas ele me deu outro tapa e me lançou um pouco menos longe

Foi ai que tive uma ideia:

Talvez, por ser filho de Hades, se eu levantar em forma de benção com fiz com Cérbero – O Cão de três cabeças do submundo –, o Lestrigão também possa se curvar.

Me aproximei do monstro, estendi lentamente a mão... E ele me ignorou, aliás, fez pior que ignorar, pois quando percebeu que eu estava perto novamente, me ergueu com a mão direita e lançou-me dentro do buraco de onde estivera o ônibus antes de explodir.

Ah, como eu fiquei com raiva. Já era a terceira vez que ele me lançava dessa forma e eu não havia desferido um golpe sequer no monstro. E minha raiva foi tanta que não percebi o que estava havendo ali. Uma fenda se abriu ao meu lado ainda dentro do buraco, e de lá, saiu um cão infernal que surpreendentemente me reverenciou.

Tinha a aparência de um lobo, era do tamanho de uma caminhonete. Provavelmente chega a ir na altura do peitoral do Lestrigão. Seu pelo era negro com várias linhas de cor vermelha que dava a aparência de rachaduras, e seus olhos, pareciam pegar fogo.

Montei o cão, que saiu correndo em direção ao Lestrigão. Ele mordeu o braço em que o monstro segurava firmemente George, e isso fez com que ele o derrubasse no chão de uma altura, digamos, ruim. Pelos ruídos que escutei, a situação com os ossos de Empório não era nada boa.

O gigante sacudiu o braço desesperadamente. Com certeza isso doeu bastante. Com o balanço do braço, o cão foi arremessado comigo em cima sob o asfalto. Segurei firme, e quando caímos no chão, o cão amorteceu a queda, foi como deitar nos travesseiros de uma loja de colchões.

O gigante tratou de pegar sua bola de bronze novamente. Sai correndo o mais depressa possível de perto do cão. O lestrigão lançou a bola com uma força incrível em direção ao cão, e no meio do caminho, ela começou a pegar fogo como um meteoro.

Atingiu em cheio o cão, que foi reduzido a pó logo em seguida.

Não sei se estava acompanhando tudo mesmo. Pois a bola que foi lançada ao cão não estava mais ali, e uma nova agora era segurada pelo lestrigão.

O monstro mirou em Empório e a bola saiu rasgando o ar a sua frente, e de tão forte que foi o lançamento, meio segundo depois George estava caído no chão.

E estava em chamas

Ele se dissolveu em areia brilhante; Estava morto.

E-eu não queria acreditar que isso estava acontecendo...

Me joguei ali mesmo naquele chão e comecei a chorar pela primeira vez. Parecia ter um mar saindo de meus olhos, eu estava botando pra fora tudo o que senti durante toda a minha vida.

Minha visão embaçou, eu estava tonto e comecei a ver sombras se mexendo rapidamente. Era tudo muito difícil de explicar, era como ser engolido pela escuridão... eu ainda estava chorando, e percebi que eu parecia estar correndo absurdamente rápido, mas eu não


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Notas finais do capítulo

Esse é o moral do título.
Bem, no texto original, o Empório morreu como um humano morreria se fosse queimado... Até eu chorei ''/
No final achei que o capítulo ficou forte, por George ter sido morto de um jeito diferente, e meu objetivo com a fiction não é esse, então eu mudei...
E o próximo capítulo não vai ter monstros :D Por que já chega de monstros, néh?
OBRIGADO POR FAVORITAREM, GENTE ;3



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