As Chaves Gêmeas escrita por the girl who reads books


Capítulo 3
Capítulo 3- uma conversa séria


Notas iniciais do capítulo

Ok... o nome do cap tá podre,eu sei. Desculpem a demora ,pessoal. É que eu estava trabalhando na minha outra fic.( não ,eu não vou por o link aqui porque se você realmente quiser ler você vai simplesmente entrar no meu perfil.Não quero fazer propaganda,nem forçar vocês .)
Enfim... Eu estou aqui,vivinha da silva! Espero não ter deixado a impressão de que eu abandonei a fic...
bjs



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Zoë

Ao ouvir a permissão ,Hylla e meu pai não hesitaram em entrar. O mesmo não podia ser dito dos dois recém-chegados.  O garoto, claramente o mais novo, parecia examinar o lugar detalhadamente, como se esperasse algo ruim acontecer. Como semideusa , eu entendia essa atitude. Meu pai já havia me dito que ,”as piores armadilhas começam com algo bom”.

Já a garota, a qual tinha rosto bonito e bem cuidado ( tirando alguns arranhões), mantinha  uma expressão  que eu via toda vez que me olhava no espelho:  algo que ,para qualquer outra pessoa, seria de coragem. Porém, eu sabia o que ela estava fazendo : demonstrando coragem como líder para manter os outros calmos. Sei disso pois, como já disse, o faço. Sendo líder sei o que é isso.

Todos nós ficamos assim, parados na mesma posição, por , no mínimo, dois longos minutos, até minha colega e amiga ,Esperanza ,sussurrar:

- Zoë, eu acho que você assustou eles.- ela claramente não teve a intenção ,mas ,com o silêncio, sua voz ecoou alto o suficiente para todos ouvirem.

Ela se virou para mim , fez uma careta e falou silenciosamente “ops”. Eu a encarei por um segundo. Esperanza tinha, presos em um rabo de cavalo, cabelos castanhos encaracolados e olhos da mesma cor, sua pele era de um moreno claro, ela era mais alta que eu e sempre tinha seu sorriso maluco na cara. Com toda a certeza ,a imagem do pai: Leo Valdez.

Enfim, com a frase dela, todos voltaram a realidade e começaram a caminhar em nossa direção. E, para o meu azar, meu irmão Charles resolveu tomar coragem para dizer algo :

- A garota tem razão Maninha. Vai com calma ou vai assustar a todo mundo...

- Charles,  não me chame de “maninha” ,por favor.-Eu teria sido um tanto mais grossa ,admito, se meu pai e os dois adolescentes não estivessem ali. Eu suspirei e continuei- Hylla, explique ao meu pai e Charles o que o ocorrido significa. Eu me juntarei á vocês mais tarde.

-Com licença.- disse a jovem levando meu pai e meu irmão para fora.

Assim que eles se retiraram me levantei e fiquei de pé do lado oposto da mesa em que estavam os dois. Eu os examinei de cima á baixo: A garota vestia uma calça jeans completamente surrada e suja, a camiseta dela dizia “Beauty isn´t make up” e não estava em melhor estado do que a calça. Ela ainda vestia uma jaqueta jeans de um tom rosa. Seus cabelos  negros e lisos estavam embaraçados e batiam-lhe nos ombros. O rosto dela tinha apenas alguns cortes . Nas costas, ela levava uma mochila rosa desbotada. Ela tinha, claramente 15 anos. Porém o que mais me chamou atenção foi seu colar: um escaravelho de ouro, mas não um escaravelho comum, em estilo egípcio.

-Eu sei que vocês dois estão se perguntando o por quê das pessoas estarem chamando-os de semideuses. –eu troquei o olhar de um para o outro – Já lhes dou a resposta : eles os chamam assim porque pensam que são um de nós, semideuses. O que vocês claramente não são.

- Eu não estou entendendo... Você ... Você sabe o que nós somos?- perguntou o garoto.

Ele devia ter a minha altura e ,provavelmente, a minha idade. Tenho que admitir que o jeito como ele se vestia era um tanto  não-convencional para a sua idade: Ele usava mocassins, camisa social que um dia fora branca e agora tinha um corte na manga direita, e uma calça social  bege tão surrada e suja como a da garota ao seu lado.  Ele tinha uma bolsa em estilo carteiro de couro atravessada pelo corpo, seu rosto estava cheio de arranhões e corte, o cabelo cacheado estava completamente bagunçado e ,eu acho, que uma bem pequena parte ,chamuscada. Novamente o que me chamou a atenção foi seu colar : um olho de Hórus.           

  - Se você soubesse como é receber noticias por meio de um deus grego ,-Eu senti os olhos de Jason, nosso terceiro pretor, na minha nuca e virei-me em sua direção- ou romano,- ele me deu um sorriso de satisfação e eu voltei a falar com os dois na minha frente- saberia que elas são vagas, mas, quando se sabe captar as informações quando elas chegam, se tornam de grande ajuda.

A garota rolou os olhos:

- quer dizer que você é como a Maia? Sabia que a gente viria?- ela debochou.

- De certo modo sim, Larissa.- Ela arregalou os olhos.- E esse é seu irmão.

- Como sabe o meu nome?

- Está escrito na mochila.- sinceramente , ele realmente estava. Larissa porém, achou que tinha  a  necessidade de conferir e começou rodar em círculos, tentando olhar a parte de trás da mochila. 

- Como sabe que somos irmão?- perguntou o menino e a irmã imediatamente parou de rodar.

- Vocês não tem traços físicos muito parecidos. Entretanto, a maneira como vocês agem deixa isso um tanto claro.

Eu me sentei novamente. O garoto finalmente pareceu entender o que eu estava fazendo: era óbvio que eu apenas citava as pequenas falhas que eles demonstravam. Foi então que ele resolveu tirar a sorte:

- Então... Você sabe o meu nome?- isso soou mais como um desafio do que como uma pergunta.

- Eu não sei,- disse entrelaçando os dedos e colocando o queixo em cima enquanto me apoiava nos braços do trono- Não está escrito na bolsa, Carter.

- Eu não me lembro de ter ,mencionado meu nome, senhorita.

- Pois bem, eu admito. Sei seus nomes, sobrenomes, de onde vieram, e principalmente o que são.- Apesar da frase minha voz não soava como desesperada, irritada, fraca ou vencida. Eu apenas falava-as sem a mínima emoção e encarava o garoto. Ele pensava que eu tinha dado com a língua nos dentes.  Na verdade esse era só o começo de uma longa conversa.

- Como você sabe?

- Ela passou messes e messes pesquisando e tentando entender tanto o que ela via como o que a deusa contava-a. Depois de muito esforço, elas conseguiu uma suposição segura.- Disse Esperanza. – Prazer, Carter. Esperanza Valdez.

- Prazer. Como assim entender o que ela via?- perguntou Larissa.

- Algum de vocês já ouviu falar que os semideuses quase sempre sonham com coisas reais?- Perguntou Jason- Aliais , Jason Mclean Grace.

- Então... Jason, eu acho que já ouvi sobre o assunto, mas não muita coisa.

- Enfim, foi mais ou menos isso o que ela teve: sonhos que na verdade são a realidade em outro lugar, entendeu?

- Mas, conosco?

- Com vocês, seus amigos, a casa onde vocês ficam, seus atos e até seus deuses. Tudo. Isso me rendeu longos seis meses de pesquisa longas. Porém, não pensem que fora apenas com vocês. Eu também tenho sonhado  com alguns problemas que atingirão o meu lado da história, o que , no momento, não entra no caso.

- Então sabe que somos magos?-perguntou Larissa fazendo uma careta de dor logo depois com o beliscão que o irmão deu nela. Naturalmente o garoto não confiava em nós. E, sinceramente, na situação dele eu faria o mesmo.

- Sim. Magos da casa da vida. Magia egípcia. Magia antiga. – eu disse calmamente.

- Nós já sabíamos disso. Por favor , não precisam ficar nervosos.- disse  Esperanza pegando um saquinho do lado da mesa- Querem? É biscoito!

Carter e Larissa trocaram olhares confusos ,enquanto eu e Jason encarávamos a garota perplexos.

- Que foi não querem?- ela tirou e comeu um dos biscoitos do saco.- Pega! Tá uma delícia! Vamos quebrar esse clima pesado.

Larissa aceitou um. Depois Carter e Jason. Por fim, só se ouvia o som deles comendo os biscoitos. E, é claro eu fuzilava os dois pretores sentados de ambos os meus lados. De repente, a pretora a minha direita  me oferece um dos seus biscoitos.

- Pega um Zoë.

- Não, obrigada- eu disse sem a mínima simpatia.

- Vai Zoë pega. Só você não provou os biscoitos da Esperanza! Tá vendo que clima chato ficou aqui!- Jason estava fazendo gracinha? Deuses do Olimpo! Ninguém leva nada a sério aqui?

O pior é que eu aceitei o biscoito. Não me olhe assim! A culpa não é minha se Esperanza levava tanto  jeito para cozinhar quanto para máquinas! E não é que o danadinho do biscoito era bom!

- Podemos voltar? – eu suspirei ,cansada.

- Ela tá certa mestre cuca,- a garota fez uma careta de desgosto ao ouvir o apelido pelo qual Jason a chamara- está na hora de levar isso a sério.

- Podemos?- perguntou Esperanza

Até os irmão assentiram. A garota sabia ser respeitada quando necessário. Não era sua primeira escolha ( ela preferia tentar ser simpática, mas, na maioria das vezes ela se atrapalhava toda. Ela sempre disse que não conseguia se entender muito bem com formas de vida orgânicas).

- Então... Vocês sabem quem somo e o que somos. –Carter esperou todos nós assentimos para continuar- Falta nos explicar o resto.

- Bem... por onde eu começo...? Provavelmente você já entenderam que os mitos gregos são verdadeiros.

- E que vocês são filhos de Deuses com mortais.- Completou Carter

-Na verdade... nossos pais são semideuses... Nós somos netos dos deuses, digamos assim...- explicou Jason

- OK.-os magos responderam juntos.

- Agora, de uns tempos para cá, eu tenho tido ,dentro e fora dos meus sonhos ,conversas com os deuses... Dos dois lados.- eu disse  devagar, com medo do efeito que as minhas palavras poderiam causar.

- Você está afirmando que... Os deuses dos dois lados tem “colaborado” para chegarmos aqui?- perguntou a maga

- Eu estaria mentindo se dissesse que não tive contato com um deles.- Confessei- Ou vocês acham que conseguiriam chegar aqui se ,pelo menos, um deus de cada lado tivesse  permitido que isso ocorresse?

- Mas... Do lado Greco-romano foi Atena/Minerva. E... e, do nosso?- perguntou Carter.

Larissa encarou a mesa cheia de papeis e tablets  com uma expressão nem um pouco feliz.

- Isis.

- Isis- eu concordei seriamente.

- Mas... Por que? Por que eles estão fazendo isso?- perguntou Carter.

- Fico lisonjeada que você pense que tenho a resposta certa para tamanha e complicada pergunta. Mas, eu tenho uma teoria...- Eu olhei para o saco de biscoitos em cima da mesa, peguei um e rachei-o no meio- Estão vendo essa metade? Pois bem, ela é tão dura quanto a outra metade e, se algumas formigas tentarem pega-la não conseguirão.

Porém, supomos que ,dessa vez, venham formigas maiores  e em grande quantidade. Em ambas metades. Um número tão grande ,mas tão grande que metade do biscoito não aguentaria. Então, o que fazer? A resposta é simples.- eu pequei as duas metades e as juntei- Juntas as metades teriam mais chances de não serem levadas e dizimadas pelas formigas do que separadas. Entenderam?

- Você acha que eles estão fazendo isso?- Perguntou Larissa

- Infelizmente sim.- eu assenti séria-agora a pergunta é: O que e quem é tão poderoso a ponto de fazer dois mundos completamente diferentes se unirem? O que assusta tanto os deuses?

- Só o tempo dirá.- confessou Jason

Todos assentiram. E se passaram longos minutos em silêncio. Até eu não aguentar mais e ter que compartilhar algo com eles.

- Eu não vi só deuses e vocês.- admiti, sentindo todos os olhos em mim- Vi outras coisas... Vi os velhos inimigos ,dos dois lados, sendo convencidos, como se alguém estivesse reunindo-os. E... eu vi dois gigantes... dois gigantes, cada um com uma chave. Chaves idênticas.

- E quais eram os gigantes?- perguntou Jason preocupado

- Eu tenho quase certeza de que eram Alcioneu e Poli...Poli...

- Zoë, você está bem? Você esta pálida.- perguntou Esperanza alarmada.

- Polibotes.- eu disse rápido. Porém , mesmo assim, a imagem do gigante passou pela minha cabeça e eu quase fiz o biscoito voltar.

Me lembrei de quando meu pai contara-me sobre Polibotes: ele disse que tudo o que ele sentia quando estava perto ou na água , era exatamente ao contrário perto do gigante. Realmente era horroroso.

- Come outro biscoito.- pediu Esperanza.

- Ao menos que você queira que eu ponha tudo para fora, melhor não.- respondi secamente

- Eu vou pegar uma água-  disse ela se levantando e caminhando em direção á uma mesa com um bebedouro no canto as sala.

Jason pigarreou .

- Enfim, você acha que é por isso que eles estão aqui? Para nos ajudar a recuperar essa chaves?

- Eu não sei... Se as chaves fossem importantes, nós saberíamos delas, não?- perguntou Esperanza do canto da sala.

- Se elas não fossem importantes, acho que eu nunca as teria visto. E, se não fossem importantes eles não estariam com elas...- Respondi pensativa.

- Novamente, acho que será necessário esperar.- comentou Jason.

Eu trambaleei os dedos no apoio de braço e resmunguei:

- Odeio isso.

- O que disse?- perguntou Esperanza chegando e pondo o copo d’água em minhas mãos.

-obrigada. -disse

 - Agora... Se vocês permitirem, gostaríamos de fazer algumas perguntas.- Jason disse, batendo no pulso ,como quem pede horas.

Olhei para fora e, incrivelmente já deviam ser quatro horas da tarde. Fugimos do assunto e demoramos muito ( é tão verdade que até rima).

- Vocês querem que falemos sobre...

- O necessário para entender a vida de vocês.- respondi.

Foi então que eles começaram a contar várias coisas. Vigésimo-primeiro nomo, Casa da Vida, Apófis, o retorno do deus Rá... Eu assimilava fácil cada palavra dita pelos dois. Não se podia dizer o mesmo de meus amigos: Jason havia me acompanhado um grande tempo durante as pesquisas, mas ele ainda achava muito complicado a mitologia egípcia. Já Esperanza , fazia careta a cada vez que o menino pronunciava uma palavra diferente. Eu me lembrava dela tentando entender a história e mitos egípcios ,mas , ela realmente era melhor na parte técnica.

Por fim, os dois terminaram. A história deles havia sido bem convincente, porém, eu sentia que eles omitiram muitas coisas. Claro, não? Mesmo tendo salvado suas vidas, você confiaria em três estranho para contar toda a sua vida? Eu também acho que não.

No exato momento em que Jason esclarecia certas coisas para minha colega, olhei para fora e vi que já começava á escurecer. Resolvi dar o assunto por encerrado.

- Bem... Acredito em vocês. Mas, por enquanto, peço que não contem aos outros campistas sobre a sua identidade, para o bem geral.

- Como assim?- Larissa arqueou as sobrancelhas.

- Não sabemos como os outros irão reagir. Por isso acho melhor apenas falar sobre vocês no senado.- respondi.

- Zoë...- Esperanza cochichou  disfarçadamente em meu ouvido- Se certas pessoas descobrirem antes de o fazermos seremos mortos e você sabe disso.

- Eu tenho tudo sob controle.- respondi em mesmo tom – Elas não irão descobrir. Tenha um pouco de fé.

- Fé eu tenho. O problema é sorte.- ela cochichou

- Então reze para Fortuna.- respondi sorrindo.

Nesse exato momento, Jason se levanta e diz:

- Bom, acho que não haverá problema algum em leva-los para o jantar, não?

- Concordo.- respondeu Esperanza sorrindo.- Larissa , Carter, vamos.

Eu ,contudo me virei na direção oposta, em direção á meu aposento de pretora.

- Zoë? Você não vem?

- prometi ao meu pai e meu irmão que me juntaria a eles. –e acrescentei sorrindo- E, também, minha mãe vai fazer o jantar.

Os meus dois amigos ( erámos praticamente primos) de infância sorriram e falaram:

- Tudo bem. Vá!

- Desculpem, pessoal. – disse para os dois irmãos , me encaminhando em direção ao meu aposento – Mas, o assunto agora vai ser de família.

Dito isso corri para meu aposento. Logo entrei nele, me troquei e peguei minha bolsa. Todavia, ao fazer isso , deixei um dos grampos de cabelo que prendia meu coque recém-feito cair debaixo da cama ( sim, eu tenho uma cama no meu aposento de pretora, pois durmo lá as vezes. ) e me abaixei para pega-lo. Entretanto, quando peguei-o arrastei junto uma foto.

 Pus o grampo de volta no cabelo e li o verso da foto. Nele dizia:

“Aqui está a foto, como prometido. Eu te disse que lhe traria, não? Enfim, quero que fique com ela para se lembra do dia em que terminamos de reformar nosso “QG” . Eu não quero que esqueça de como Jonathan passou semanas preenchendo os buracos nas paredes e Britney no teto, como eu pintei as paredes e você organizou os móveis. Eu quero que você lembre, especialmente, de como nós quatro passamos dias cuidando dos jardins em volta da pequena cabana. Você mesma viu como ficou bonito. Além de tudo isso, quero que você se lembre ,para sempre , da árvore que cuidamos. Você se lembra que Bri chegou a dizer que ela não tinha mais salvação? Hahahah! E se lembra com que cara ela ficou, dias mais tarde, quando jonan salvou-a? Mais, que tudo nesse mundo, quero que você se lembre de quando o único menino do nosso grupo deduziu que aquela árvore tinha sua idade. Foi então que veio o nome : Zoë.

Você deve estar se perguntando “ eu estava aí. Porque você gastou o verso inteiro da foto para me dizer isso?”. Simples: para ,quando você for mais velha e ter filhos e netos ou quando conhecer alguém que não participou dessa aventura, mostrar que, sempre, não importa o que disserem, é possível se levantar e voltar a andar. Lembre-se de tudo isso ,e essas palavras nunca terão sido escritas em vão.

Feliz 6º aniversario ,Zoë!

Com amor , Ω Thaís.”

Eu virei a foto e vi quatro crianças, em pé ,debaixo de uma árvore e, logo atrás, uma casinha ,do tamanho de um quarto, bem cuidada, como se tivesse acabado de ser pintada, pouco mais ao fundo. As quatro crianças sorriam. A primeira do lado direito era uma garota em seus treze anos com cabelos loiros curtos e cheios de mechas, de olhos azuis claro como um céu limpo, vestia  uma jaqueta de couro marrom escura, uma camiseta branca com um desbotado símbolo da paz no meio e jeans escura. A garota ao lado dela era de longe a mais nova do grupo: tinha cabelos pretos e lisos presos em um rabo de cavalo alto, olhos verde-água e vestia um vestido branco com estampa de estrelas azuis que lhe batia nos joelhos. Ao lado desta ,havia um garoto de uns doze: ele era alto ,com cabelos loiros lisos e curtos, de olhos negros penetrantes ,vestia uma jeans azul desbotada e uma camiseta dos Guns and roses. A última Era ,com certeza a mais velha do grupo (por volta dos catorze): Tinha cabelos castanho claro ondulado , volumosos e bagunçados ,de olhos castanho escuro e vestida com um short jeans claro e uma camiseta sem estampa verde neon.

Senti uma lagrima escorrendo pelo canto de meu olho esquerdo E enxuguei-a rapidamente. Não havia tempo para tentar entender como e por que aquilo aconteceu. Não havia tempo para lamentar mortes ,nem de se perguntar o que deixou de ser feito e onde eu havia errado. Eu precisava me concentrar havia algo grande acontecendo e eu tinha um acampamento inteiro nas minhas mãos. Não podia me dar ao luxo de sentar e chorar pelos erros que ocorreram naquela noite. O máximo que eu podia fazer era não deixar que isso acontecesse de novo.

O problema era que eu sentia como se o que aconteceu naquela noite tivesse diretamente ligado á tempestade que estava por vir. Isso não podia ser nada bom. Se ela ou melhor ,Aquilo, não teve piedade de uma criança ,que diria de uma adolescente  ,líder do acampamento romano, dos heróis dos deuses.

“Eu voltarei.” Ela dissera” E quando isso fizer, vou te caçar, vou te torturar e vou te deixar assistir todos os seus amigos e parentes morrerem junto de seus deuses na sua frente antes de te matar lentamente e dolorosamente. Você vai se arrepender de ter interferido em meus planos. E, pagará caro por isso criança.”

Senti um frio na espinha. Faziam anos que eu mantinha minha cabeça longe dessa história, mas algo a trouxe de volta, e isso, com toda a certeza, não era mera coincidência...

Coloquei a foto na bolsa e sai . Fiquei olhando para os meus pés enquanto caminhava. Por mais que eu tentasse não parava de pensar daquela noite. Britney, Jonathan, Thaís. Mortos. Todos estavam mortos e isso, eu nunca conseguiria mudar. Porém, não me faz evitar em pensar, onde eu errei e o que eu poderia ter feito naquela noite, naquela hora, naquele momento...

“Não.” Pensei ” Você prometeu  a si mesma que pararia de se remoer com essa história. O melhor que você pode fazer é seguir em frente e cuidar do acampamento. Deixe isso para trás. Será melhor para todos”.

Minha consciência tinha razão: eu não posso ficar aumentando a minha dor. Preciso me concentrar no agora ,ou ele não existirá mais.

Ainda assim , eu nunca, mas nunca mesmo, poderia contar essa história á ninguém. Fora algo traumatizante, que até hoje me faz perguntar se fui a vitima ou a culpada. Era uma coisa que eu não confiaria á ninguém, ninguém mesmo.

“ Eu perdi a arte de confiar” pensei ,finalmente levantando os olhos para frente e vendo Nova Roma, cada vez mais próxima “talvez seja melhor assim”

E apertei o passo em direção á Linha Pomeriana , Nova Roma, Minha casa. 


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Notas finais do capítulo

Então... Eu mereço comentários?



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