As Chaves Gêmeas escrita por the girl who reads books


Capítulo 2
A sabedoria em pessoa


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Desculpem-me por ter demorado para postar esse cap.
bem.. aqui está. Espero que gostem e comentem, por favor!!



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Carter

Nós corremos túnel adentro. E, ao sairmos, me deparei com um rio e uma espécie de acampamento depois dele.

Porém, eu não tive tempo para apreciar a vista. Mal saímos e Hylla já me puxava em direção á uma ponte.

- Por quê não atravessamos logo o rio? Não seria mais rápido?- disse.

Hylla me analisou de cima a baixo para depois simplesmente disser:

- Não sei de onde vocês vem ou se realmente são semideuses. É melhor não arriscar atravessar o Tiber.

Ela apertou o passo . Eu e Larissa fizemos o mesmo.

Atrás de nós, ouvi guinchos . A principio pensei que Charles tinha conseguido matar o monstro. Mas, ao ver ambos na boca do túnel tirei a ideia da cabeça e comecei a correr o mais rápido que podia.

Estávamos á uns 8 metros da ponte quando Charles e a Fúria começaram a se aproximar. Ele tentava impedir . Entretanto, as vezes, o monstro dizia algo que o deixava visivelmente confuso.

Eles já não estavam tão longe quando alcançamos a ponte. Teríamos chegado em segurança ao outro lado. Todavia, Larissa parou.

- O quê foi?- perguntei.

Ela apontou sem folego para o pé, que estava preso em uma das tábuas da ponte.

Charles e a Fúria estavam bem perto agora. Ele fez ela desviar um pouco o curso e parar de frente ao rio. Porém , perto da ponte.

- Segura ela- pediu Hylla. Nisso ela sacou sua espada e quebrou o piso onde o pé de minha irmã estava preso.- Agora, vão para o outro lado.

Agora, porém, já era tarde. Mesmo se corrêssemos  para o outro lado, o monstro nos alcançaria.

Hylla se virou para a luta e foi em direção á ela. Mas, ela também parecia ficar aturdida com as palavras do monstro, incompreensíveis aos meus ouvido.

Ao longe uma espécie de reforço chegava. Mas, obviamente, não á tempo. 

A Fúria ia ganhando espaço e se aproximando cada vez mais da ponte. Eu e Larissa tentamos correr. Entretanto, o monstro deu um salto e foi parar do outro lado da ponte. Agora, eu e minha irmã estávamos na linha de frente.

Eu saquei minha khopesh. Atrás de mim, ouvi  Larissa apalpar os bolsos. Eu sabia que era em vão. Ela não estava em condições de usar magia e também não tinha nenhuma arma em mãos.

Charles e Hylla se posicionaram ao nosso lado. Eles estavam com caras péssimas e completamente exaustos.

A Fúria se preparou para atacar. Porém, antes que pudesse fazer algo, foi atingida por uma flecha. Depois por outra e caiu no rio. Lá, as águas sufocaram-na e ela evaporou, literalmente.

- Mas, o quê...- começou Charles. Entretanto, foi interrompido pelo gesto de Hylla.

A garota sorriu e acenou para outra menina, que estava ás margens do rio. Só agora eu havia percebido sua presença. A garota vestia praticamente as mesmas roupas que Hylla e tinha os cabelos negros presos em uma trança. Ela segurava um arco e, ao seu lado, havia um cavalo alado ( não , eu não estou louco. O cavalo realmente tinha asas).

- Estão todos bem?- ela perguntou.

- Defina bem. Se você...- começou Charles , que novamente foi interrompido por Hylla.

- Estamos. Eu acho... Obrigada por perguntar Zoë.- disse

Zoë caminhou até nós e perguntou á Hylla e Charles o que havia acontecido. A moça se pôs a contar toda a história.

Quando Hylla terminou, Zoë franziu as sobrancelhas. Elas discutiram um pouco sobre várias  coisas que eu não compreendi. Lembrei que Hylla me dissera não saber de onde vínhamos muito menos o que erámos. Provavelmente era sobre isso que falavam.

Zoë, então percebeu o desconforto de Charles.

- Charles... Você tem certeza de que está bem?

Ele apenas lançou a ela um olhar que dizia “ te explico depois”.

Nisso, os reforços e os curiosos, já começavam a fazer uma multidão em volta da ponte. Dela, saíram uma mulher de cabelos Loiros ondulados e olhos acinzentados, idêntica a Charles, e um homem de cabelos negros e olhos verde mar com uma barba por fazer, bem parecido com Zoë. Ambos aparentavam a mesma idade, uns  42 anos.

Eles subiram na ponte e analisaram a situação. Eu tive a sensação de que o homem me olhava de um jeito estranho. Como se tentasse se lembrar de algo.

- O quê aconteceu aqui?- perguntou a mulher e virando-se para Charles disse – Você está bem?

Ele assentiu com a cabeça enquanto dizia:

- Estou mãe, estou.

- Quanto á questão do que ocorreu por aqui – disse Zoë- conversamos mais tarde.

A moça assentiu com a cabeça.

Logo depois disso, um clarão aconteceu , deixando todos atordoados até se transformar em uma mulher de cabelos pretos e olhos acinzentados, vestida em trajes gregos, em frente á nós, na ponte.

Eu lancei um olhar assustado á Larissa . Era a moça que, tecnicamente , nos ajudara a chegar aqui. Eu só descobri quem ela era quando Hylla murmurou para si mesma:

- Minerva? Não , Atena?- Ela parecia confusa.

Larissa me cutucou e cochichou em meu ouvido:

- Atena... É uma deusa grega, né?

- sim – cochichei de volta- E Minerva é sua forma romana.

Ela assentiu com a cabeça como se dissesse “entendi”.

Eu tentei me concentrar no que acontecia a minha volta, tentei  ver a reação dos outros. Mas, as palavras de Larissa ainda ecoavam na minha cabeça:

“ Atena ... É uma deusa grega, né?”

“ Uma deusa grega... ” Pensei “ Santo Hórus! É possível que ...”

Fui tirado de meus pensamentos pela fala da Deusa :

- Romanos e Gregos – sua voz soava mais alta que os murmúrios da multidão, que se calou ao ouvi-la- Hoje, trago á vocês  dois grandes guerreiros. Eles estiveram longe por muito tempo. Porém, eu os uno de novo a vocês. Uma ligação á muito tempo esquecida será revivida.- A voz dela soava solene e severa. Ela falava de tal modo que, você não tinha forças para duvidar se estava certa.

Em volta as pessoas começaram a murmurar novamente. Entretanto, mesmo conversando ainda mantinham os olhos na deusa. Esta, aproveitou a dispersão das pessoas para se dirigir a Zoë:

- E você ,- disse a deusa sorrindo e falando tão baixo que somente as pessoas que estavam muito perto puderam ouvir- teve uma ação rápida e inteligente hoje. Foi algo simples. Mas, foi sábio. Você tem uma sabedoria digna do seu título de neta de Atena.  Eu confio á você estes jovens. Fique do lado deles até que tudo esteja claro. Você é a única que irá realmente entender.

Zoë pareceu ficar um pouco nervosa com a fala de Atena. Será que a deusa tinha razão? Será que Zoë sabia o que nós erámos? Isso me deixou um pouco nervoso.

E Romanos,- disse Atena se virando para a multidão, silenciando as conversas- peço que creiam na palavra de seus líderes quando a hora chegar. Existe muita coisa em jogo. O perigo é muito maior do que vocês imaginam. Acreditem em seus pretores e evitem conflitos. Se mantenham unidos. O pior está por vir. – dito isso a Deusa voltou a se transformar em um clarão até sumir.

Por um minuto, todos ficaram em silêncio , em choque. Quem quebrou-o foi Zoë:

- Romanos!- disse ela, fazendo todos prestarem atenção. Aparentemente ela era importante- A deusa da sabedoria nos trouxe esses dois jovens. Ainda que não saibamos com que finalidade. Iremos  mantê-los informados.- ela olhou para todos da multidão e disse- Acho melhor continuarmos as atividades normais.

Todos se colocaram a caminho de suas atividades. Ficaram somente, Hylla, Charles, Zoë, eu e Larissa e o casal. Eles se dirigiram á Zoë:

- O quê foi isso?

- Mãe, pai- disse ela- prometo que lhes explico tudo mais tarde. Por ora , tenho que ir discutir com os outros pretores.

- Eu te levo lá.- Disse a mãe- Tenho que falar algumas coisas com você pelo caminho.

Zoë assentiu com a cabeça e a moça continuou, só que agora se dirigindo ao homem com quem viera :

- Percy, você acompanha eles?

- Claro.- disse Percy dando um beijo nela- Conversamos mais tarde Annabeth.

Annabeth e Zoë saíram em direção ao acampamento.

- Bom...- disse Hylla- acho que alguém precisa ver o acampamento.

- E ver os augúrios.

- Claro, claro. Os augúrios. – Disse Hylla como se isso não tivesse lá sua importância.

- Vamos?- perguntou Percy- Nós começamos a caminhar atrás dele.- De onde vocês vem?

- Nova York- respondi

- Eu morei lá durante muito tempo com minha mãe. Mas... O quê fazem dois Nova-iorquinos na Califórnia? Já sei ,acampamento de verão?

- é ! –Disse Larissa- Acampamento verão...

- Então ...- disse Charles- Vocês ainda não falaram quais são os seus nomes...

- Ah! Eu sou Carter e esta é Larissa.

- Carter?- disse Percy pensativo.

 Eu assenti com a cabeça. Ele me estudou um pouco e continuou:

- Interessante. Bem... vou apresenta-los ao Acampamento Júpiter.

Andamos até chegarmos a uma área cheia quartos, Arsenais, oficinas e , aquilo era um elefante?!

- Aqui são os alojamentos – disse Hylla- é aqui que ficam as coortes. E logo vocês também vão estar aqui.

- Se os augúrios forem bons.- disse Charles

- Claro. Claro.

Passamos pelo campo de Marte, onde eles tinham seus “jogos”, e passamos perto da cidade de Nova Roma.

Eu já havia colocado na minha cabeça a ideia de que eles eram semideuses. Mas, eram semideuses romanos. Por quê uma deusa grega apareceu aqui? Quanto mais eu tentava entender, mais confuso eu ficava.

Chegamos á um lugar onde haviam vários templos. Percy apontou para um deles e disse ser o de Plutão.

-O quê é aquilo?- perguntou Larissa apontando para uma cabana.

- aquele é o templo de Poseidon. Quero dizer, Netuno.- Disse Percy tristemente.

Logo, estávamos em frente ao maior de todos os templos.

- Este é o templo de Júpiter.- Disse Charles nos conduzindo para dentro dele.

O templo era realmente grandioso. Haviam várias frases escritas nas paredes, no teto e no chão. Havia, também , um tablado e em cima deste, uma grande estátua de Júpiter. Aos pés desta estátua jaziam ( acredite se quiser) bichinhos de pelúcia degolados. E, junto á eles, havia uma menina de cabelos loiros curtos e lisos, de uns treze anos, com um bichinho de pelúcia degolado em uma mão e uma faca na outra.

“ Isso com certeza é uma visão perturbadora “ Pensei.

-Eu sabia que vocês viriam.- disse a menina se virando para nós. Agora eu podia ver seus olhos verdes e seu sorriso louco.

Larissa não gostou nem um pouco dessa frase, pois deu um passo pra trás assustada.

- Maia.- disse Hylla nervosa- você não pode assustar todas as pessoas que chegam aqui.

- Desculpem-me- disse Maia. E, voltando-se para mim continuou- Vamos ver o que você tem aí!

E com a agilidade de um gato, ela pegou minha mochila um pinguim de pelúcia que eu e Larissa havíamos usado de travesseiro desse tempo todo que estivemos fora de casa.

- Isso vai servir.- Disse Maia , que, sem mais nem menos, degolou o pobre pinguim.

Eu fiquei um tanto triste com a morte do bichinho. Poxa! Aquilo foi um presente do tio Félix!

- E então Maia?- perguntou Hylla- os augúrios são bons?

- São.- Disse ela confusa- mas... é estranho... Eu não consigo ver muito longe. E, vocês não são semideuses... São?

Eu senti uma pontada no estômago. Pensei que ela ia dizer algo a mais sobre nós. Entretanto , ela somente encolheu os ombros em um sinal claro de “pra mim , tanto faz” e disse:

- Bem , isso é problema dos pretores. Podem ir.

A volta até os alojamentos foi em um silêncio completo. Cada pessoa em seus próprios pensamentos. Era obvio que ninguém estava mais se sentido á vontade com aquela situação.

A única frase dita foi a de Hylla quando voltaram aos alojamentos:

- Agora, vocês vão falar com os pretores. Na principia.

Eu não sabia do que se tratava . Mas, continuei seguindo-a.

Quando entramos lá, haviam três jovens. Um deles era Zoë.

Ela estava ajoelhada no chão em frente á um notbook. A outra garota, que tinha cabelos castanhos ondulados , olhos castanhos e pele morena, estava ajoelhada ao seu lado conversando com ela e dividindo o tempo entre olhar para o tablet em sua mão e o notbook da amiga. O terceiro era um garoto de cabelos loiros e lisos que estava do outro lado de Zoë com um livro em mãos.

Os três discutiam sobre algo importante. Suas caras estavam sérias. Deviam estar realmente concentrados no que faziam, pois nem perceberam a entrada deles.

- Hã... – disse Hylla gentilmente e cuidadosamente.- Pretores, eu acho que vocês os chamaram aqui , não?

 Os três se levantaram e olharam para nós.

-Entrem.- Disse Zoë- Temos muito o quê conversar.

    

     


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?



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