Depois da confusão causada por Lizzy, Sebastian deu o anúncio e todos fomos para o salão de jantar. Era deslumbrante e a mesa estava impecável.

O mordomo demônio nos serviu. Eu ainda estava com a fantasia de Elizabeth, então Sebastian ficava mexendo nas minhas orelhas.

– O jantar está incrível, Sebastian! -disse Lizzy

Sebastian curvou.

– Obrigada, Elizabeth-sama. Mas é apenas o esperado. Afinal, que tipo de mordomo eu seria se não conseguisse preparar um jantar como esse?

O encarei e dei um riso irônico.

– Que tipo engraçado de arrogância.

Ele parou de mexer nas minhas orelhas e estreitou os olhos.

– Perdão?

– É um tipo disfarçado de arrogância que passaria despercebido por qualquer um. Menos por mim.

Sebastian sorriu e abriu a boca para começar a falar, porém Ciel limpou a garganta, o interrompendo.

– Chega, sim? Então, Tsuna. Por onde deveríamos começar a proucurar?

Não sabia como responder, já que a rainha estava me ajudando e eu estava ali para garantir que o encontraria. Então me veio uma idéia. Ciel poderia me ajudar a encontrá-lo.

– Hm... Morávamos em uma casa perto do porto...

Ciel apoiou o braço na mesa e sua mão segurando sua cabeça. Colocou o garfo na boca, mordendo-o. Ele... Até que é bem bonitinho. Seu olhar encontrou o meu. O que estava pensando? Além de ser mais novo, eu não posso misturar trabalho com vida pessoal! Trabalho! Trabalho!

– Sebastian. Investigue.

Ele fez uma reverência.

– Yes, My Lord. - e saiu.

Segui Sebastian com o olhar.

– Aonde ele vai?

– Sua casa.

Fiquei confusa. Como ele iria, se eu não dei mais nenhum detalhe específico? Bem, acho que ele tem motivos para sua arrogância. Ciel notou minha cara de preocupação.

– Apenas... Confie em mim, ok?

Lembrei de tudo pelo que passei. Como confiei em minha irmã e meu pai e eles me traíram. Como confiei nas palavras de Koi, ao dizer que ficaríamos juntos para sempre, e nos separamos. E no que faria com Ciel, se ele não obedecesse a rainha.

– Eu... Perdi a habilidade de confiar nas pessoas. - olhei para ele - E acho que você também não deveria confiar em mim. Com licença.

Levantei da mesa e entrei no quarto em que Lizzy tinha me vestido. Encontrei uma outra porta, um pouco diferente das outras e, quando abri, descobri um jardim de rosas brancas. Ouvi o barulho da porta atrás de mim e corri. Me escondi ao lado de uma fonte, sentada no chão.

– Tsuna? - ouvi a voz de Ciel.

Me encolhi, para que ele não me achasse.

~ Ciel's Pov ~

O que ela quis dizer? Por que eu não deveria confiar nela? O mais importante é: Por que seus olhos estavam tão tristes quando ela disse aquilo? Não importava como, eu precisava descobrir o motivo. N-não que eu me importasse. Apenas estava um pouco preocupado.

Afinal, onde ela estaria escondida? Vi algo brilhando no escuro. Primeiro pensei ser a água, mas então vi algo prateado.

– Tsuna!

Seus olhos amarelos se viraram para mim. Ela ficou vermelha, desviou os olhos e tentou correr. Mas eu fui mais rápido e segurei seu braço. Meu rosto com uma expressão de alívio.

– Espere! O que você quis dizer com aquilo?

– Conde, eu...

Por que tão formal? Por que ela simplesmente não me chama de Ciel?

– Tsc. Nada de desculpas. Eu exijo uma explicação. Agora!

Seus olhos expressavam uma raiva genúina. Congelei, mas não pretendia demonstrar medo.

– Tsuna. Por favor.

Sua expressão se suavizou e ela desviou o rosto, olhos tristes. Como ela podia me passar suas emoções tão claramente através de um simples olhar?

– É que... Aquela pessoa.... Ele disse que ficaríamos juntos para sempre...

Uma lágrima escorreu de seus olhos. E outra... E mais outra... Queria abraçá-la, mas não a conhecia o suficiente.

– Tsuna. - adquiri uma feição séria e soltei seu braço - Pare de chorar. Vinte porcento da beleza de uma garota vai embora quando ela chora. E você disse que eu não posso confiar em você certo? Não deveria me deixar com medo? Como posso ter medo de uma criatura fraca assim?

~ Mizu's Pov ~

Como ele me entende tão bem? Sorri, surpresa.

– Obrigada.

Ele ficou vermelho e desviou o rosto.

– De nada. - ele estendeu a mão - Vamos?

Decidi confiar nele. Algo me dizia que eu podia. Geralmente, confio nos meus instintos.

– Sim.

Segurei a mão dele e ele me levantou.

~ Sebastian's Pov ~

Terminei de investigar a casa de Tsuna e voltei a mansão. Quando estava procurando o pirral--- jovem mestre, encontrei Elizabeth olhando por uma janela, com os olhos cheios de lágrimas. Então ela correu.

Fiquei curioso e resolvi olhar pela janela e fiquei um pouco surpreso com o que vi. O jovem mestre e Tsuna estavam no jardim de rosas. Tsuna com a mão apoiada sobre a de Ciel e os dois sorrindo, aparentemente felizes.

Ora, ora. Parece que vai acontecer algo realmente interessante aqui.