Tempo De Estrelas escrita por Hanna Martins


Capítulo 1
A chance da minha vida arruinada por um idiota


Notas iniciais do capítulo

Fico muito feliz que tenha vindo ler a minha fic, preciso saber o que você está achando dela, devo continuar?



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— Desliga este despertador, Katniss! – grita minha colega de quarto e melhor amiga Madge, cobrindo a cabeça com o travesseiro.

Madge odeia acordar cedo, e quando isto acontece seu humor fica péssimo, por isso mais do que depressa desligo o despertador. São apenas seis horas da manhã, porém tenho que me apressar caso não queira chegar atrasada justamente para o dia que tenho esperado por anos. É hoje, todo meu futuro depende deste dia.

Vou até a cozinha e pego a caixa de cereais e despejo na tigela, coloco uma colher na boca atrás da outra sem nem sentir o sabor. Jogo tudo em cima da pia, juntamente com as louças do jantar de ontem (pizza). Devo admitir que eu e Madge não temos a melhor dieta alimentar do mundo. O que se pode fazer quando duas péssimas cozinheiras vão morar juntas? Duas péssimas cozinheiras e bagunceiras. Nosso pequeno apartamento – coloca pequeno nisto, só tem um quarto, que dividimos, uma cozinha/sala e um banheiro – está precisando de um pouco de organização. Outro dia, quase não encontro meu celular. Magde e eu dividimos o apartamento desde que vim morar nesta cidade, ou seja, há quatro anos.

Olho o relógio e saio em disparada, estou bem atrasada. Praticamente salto os degraus da escada (o elevador está quebrado). Morar em um prédio, no décimo andar, em que o elevador está quebrado dia sim e outro também, tem me obrigado a fazer muito exercício.

Quase tenho um ataque cardíaco quando vejo que o ônibus já chegou no ponto. Começo a correr. O engraçadinho do motorista, que me viu correndo pelo retrovisor, fecha a porta do ônibus.

— Pare este ônibus! – grito.

Todas as pessoas que estão no ponto de ônibus me olham. Ignoro os olhares. Eles devem achar que sou uma maluca, estou com meu cabelo todo bagunçado e ofegante. Quem me visse assim jamais acreditaria que sou uma atriz da agência Panem, a melhor agência de estrelas do país (segundo eles).

Realmente, sou bem diferente das outras atrizes. Minha aparência é de uma pessoa normal, não tenho nada de especial que se possa dizer: “nossa aquela garota é demais! Parece uma estrela de cinema”. Sou uma garota comum. 

Subo no ônibus, já que o motorista engraçadinho resolveu parar, aposto que eles ficam apostando entre si quem faz mais passageiros perder o ônibus. Para minha felicidade, o ônibus está lotado. Consigo me espremer entre duas mulheres que conversam. Como não quero escutar o que elas estão falando coloco meus fones de ouvido e começo a pensar em minha personagem.

Ela se chama Nick, é uma garota quieta, um pouco triste, que fica feliz quando seu primo Peter volta para a casa. A história é sobre três grandes amigos, Peter, Mary e Lorry que se separam quando saem do colégio e anos depois voltam a se encontrar.

Há dois longos anos, tenho tentado sem muito sucesso conseguir um papel. Fiz até agora uma ponta em um filme, e quando digo ponta, quero dizer que minha personagem só falava, “não me mate” e morre! Pelo menos eu tinha uma fala. Esse é o primeiro papel de destaque que consigo. 

Quando percebo, já cheguei ao estúdio de gravação. Desço correndo do ônibus e vou para o enorme prédio que tenho em minha frente. Suspiro, aliviada, ao perceber que cheguei adiantada. Pego o elevador, vazio, e aperto o botão do décimo segundo andar.

Hoje teremos reunião com o diretor, que também é roteirista do filme. É a primeira vez que me reúno com ele, já que fiz um teste por vídeo. Haymitch Abernathy é diretor que fez filmes bem famosos. Só tem um porém, isso foi dez anos atrás, já que depois de ter feito um filme que foi um fracasso – tanto que faliu o estúdio que o produziu, e recebeu tantas péssimas críticas, que proibiram os críticos de verem o filme, segundo as más linguás – Haymitch resolveu que não iria fazer filme algum. Mas, vejo que ele mudou de ideia. E agora eu tenho a oportunidade da minha vida.

Ao chegar no décimo segundo andar, saio do elevador e constato que a recepção está vazia. Acho que eles não vão se importar se eu tomar um café. Preciso de um café urgente. Ontem fiquei até às duas e meia da manhã estudando o roteiro.

Vou até a máquina de café, que fica na recepção. Encho o meu copo até a borda, preciso garantir que vou ficar acordada, imagina dormir em frente do diretor! O café está quentinho, já me preparo para bebê-lo, quando alguém vem em minha direção. A pessoa está falando alto no celular e nem presta atenção que estou aqui. E o inevitável acontece.

— Não acredito nisto! – grita o rapaz.

Olhou espantada para ele, esperando que o mundo fosse acabar. Nunca esperei que alguém fosse fazer tanto escândalo por um simples café derramado. E era eu que deveria estar fazendo este escândalo! Foi ele afinal que veio em minha direção, falando em seu celular.

— Me responda, garota, como vou ficar agora com esta roupa toda encharcada de café? – diz furioso.

— Até parece que joguei você em uma piscina de café! – digo indignada com o senhor não me toque.

— Você está vendo o meu estado? Você acha que eu posso ficar assim?! – diz, mostrando uma mancha, que se fosse em mim eu nem ligaria, em sua camiseta.

— Cara, é só uma mancha, água e sabão resolvem! Ou você não tem água e sabão em casa, por isso está nervosinho deste jeito? – falo furiosa.

Qual é o problema deste cara? Sério, quem fica assim por uma mancha de café? Quem?

— Sabe quem eu sou?

Olho para ele, pronta para dar um não bem gigante, quando ele retira o boné e os óculos escuros que está usando... Só pode ser piada, só pode. Tenho diante de mim, o príncipe da nação, eleito o homem mais bonito do país pela quarta vez seguida, Peeta Mellark.

Os cabelos louros de Peeta caem sobre sua testa em completa desordem, seus olhos azuis me fitam. Vejo que está querendo praticar um assassinato aqui, e eu sou a vítima.

Peeta Mellark é considerado o homem perfeito. Tem apenas vinte e um anos (a minha idade), porém uma carreira muito longa, já que atua desde os dez anos de idade. Ele é um dos atores mais conhecido do país. Todos o adoram, tem tantos fãs quanto a praia tem areia (isso não é uma hipérbole). Peeta Mellark sempre foi o símbolo de bom moço, o genro que toda mãe deseja ter (segundo as pesquisas de revistas de fofocas). Mas, eu nunca acreditei que ele fosse tudo isto quando o via pela TV. E agora tendo-o diante de meus olhos, concluo que eu estava mais do que certa. Como as pessoas podem se enganar tanto com uma carinha bonita?

— E daí? – digo, quem ele pensa que é? Acha que eu vou me ajoelhar a seus pés e pedir desculpa?

— Muito engraçadinha você! – diz ele, furioso porque não fiquei impressionada com o seu número de sou o senhor príncipe da nação. – Portia! – chama no celular, ou melhor grita. – Quero você agora, aqui! Uma emergência ocorreu. Você tem um minuto para chegar!

A gentileza passou longe deste aqui.

Em menos de um minuto uma moça aparece.

— Me desculpa, Peeta! – diz ela, quase se curvando até ao chão.

— O que você está fazendo aí? Olha o que aconteceu comigo!

— Quem fez isso com você? – diz ela como se acabasse de presenciar um crime. E um crime dos graves. 

Peeta apenas me lança um olhar mortífero.

Me viro e vou falar com a recepcionista que acabou de chegar. Não quero nem saber de ficar neste lugar. Ainda bem que nunca mais vou ver o senhor educação passou longe de mim. Tenho pena de Portia que terá que suportar este chato sei lá por quanto tempo, se eu fosse ela tinha me demitido. Porém, antes teria dado um belo de um soco em seu maxilar perfeito, queria ver ele ser eleito o homem mais bonito do país com o maxilar todo arrebentado!

A recepcionista pede para que eu entre na sala de reunião. Me sento em uma das cadeiras em volta da grande mesa branca. Pego o meu roteiro, todo rabiscado, e começo a estudar. Em poucos minutos a sala está cheia de pessoas. Alguns são atores que já vi atuarem em filmes conhecidos. Com certeza, eu não estava enganada sobre essa ser a chance da minha vida. 

Depois de meia hora, Haymitch entra.

— Antes de mais nada quero dizer que este filme exigirá o máximo de vocês. Minhas regras são: eu mando e você obedece. Nada de reclamações – diz sentando-se e pegando o roteiro.

Eu e os outros atores nos entreolhamos.

— E cadê meu trio principal? – pergunta.

— Estão vindo – responde um ruivo, que eu não havia notado antes, deve ser o assistente de Haymitch.

Neste momento entra dois atores que estou cansada de ver nas telas do cinema, Clove e Cato, os atores do momento.

— E ele? – indaga parecendo não estar nenhum um pouco satisfeito ao ver apenas os dois atores.

— Disse que está chegando – informa o assistente, segurando seu celular.

— Não podemos começar sem ele! – murmura Haymitch para seu assistente, consigo escutar porque estou um pouco próxima deles.

— Ele já está vindo – assegura o assistente no mesmo tom.

Neste momento a porta se abre, e lá esta ele, Peeta Mellark. O cara que pode arruinar a chance da minha vida. Só pode ser praga daquele outro!


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Notas finais do capítulo

Então o que achou da história? Devo continuar? Não devo? Preciso saber a sua opinião