Herdeiras Do Trono escrita por Sabrina


Capítulo 3
Uma manhã super normal




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Naquela mesma noite, não tão longe da casa de Emma, em um beco escuro,  um rapaz andava em círculos, como se estivesse esperando alguém. Ele vestia uma jaqueta de couro  preta, calça jeans e tênis. Era alto, cabelos pretos, parecia ter no máximo 17 anos, porém o que esse rapaz viveu parecia que tinha uns 40 anos.   

Ele escutou barulho de sapatos de salto alto. “Ela chegou” pensou ele. E ela realmente havia chegado. Vestia a mesma roupa de quando ele a deixou no Colégio Wild.
-    Por que demorou Liz? – perguntou ele.
-    Sabe como é difícil andar em cima dessas coisas? – Liz apontou para os sapatos. – É horrível e doí muito!
-    Enfim, o importante é que você está aqui. E ai? Acha que ela desconfiou de algo?
-    Acho que não... Fiz tudo como a gente combinou. Mas me sinto mal por estar mentindo para Emma, ela é uma garota tão legal.
-    Em breve ela vai saber a verdade Liz – sorriu o rapaz. – Hoje fui a casa dela e falei com Oliver e Katherine, eles não ficaram nem um pouco felizes em saber que Emma terá que ir para Hud, mas...
-    Mas é o destino dela. – disse Liz. – Agora que ficamos sem Lauren, Emma é nossa única salvação. Sei que não era a hora dela ir para Hud, mas... estamos sem planos. – Liz olhou para o rapaz. – Austin, quando devemos leva-la?
-    Eu acredito que amanhã – respondeu Austin. – Seu pai disse para nós levarmos ela o mais rápido possível.
-    Tudo bem – Liz respirou fundo. – Amanhã de manhã vamos a casa dela e...
-    Não, eu vou! – disse Austin. – Você vai ficar no portal e deixar tudo preparado!
-    Por que eu tenho que ficar no portal? – e como se lembrasse de algo tão óbvio, Liz balançou a cabeça. – Claro, porque meus dons estão ficando melhores e só eu consigo abrir o portal!
-    Isso mesmo – ele sorriu. – Tá vendo, preciso de você até fora de Hud. – Ela riu. – Amanhã vou à casa de Emma e vou trazê-la de algum jeito.

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Emma acordou atrasada.

Ela acordou desesperada, com o relógio indicando 06h47min, então ela se arrumou rapidamente. Desceu as escadas e percebeu que sua mãe e Cody – fora seu pai, porque Emma não o viu na cozinha. – também estavam atrasados.
-    Bom dia. – disse sua mãe, colocando a mesa para o café. Como se desse tempo para Emma comer, ela mal conseguia respirar.
-    Bom dia – disse Emma, pegando uma maçã. – Cadê o pai?
-    Já foi trabalhar. – respondeu Katherine.
-    Como? – Emma perguntou. – Mas vai levar um tempão se Cody e eu formos a pé e...
-    É o único jeito filha. Meu carro está no mecânico, vou ter que ir pra floricultura a pé também! Se quiserem depois eu passo lá e explico porque chegaram atrasados...
-    Precisa não mãe – disse Cody, dando um beijo na testa dela. – Emma e eu nos viramos! – ele olhou pra Emma. – Vamos?
Ela assentiu e também deu um beijo em sua mãe. Ela olhou no relógio de novo, 06h57min. É o dia vai ser ótimo, ela pensou. Eles foram andando, Emma comendo sua maçã e Cody em silêncio. Emma sabia que Cody queria falar sobre a estranha conversa dos pais e ela também, mas nenhum dois tinha coragem de tocar no assunto.  
-    Então – começou Cody. – O que você acha? Sobre a conversa, claro.
-    Não sei o que pensar. Eles pareciam tão preocupados comigo, de um jeito que nunca foram! E eu deveria estar feliz com isso, mas... Insisto em imaginar que é algo ruim.
-    Eu também acho – disse Cody. – Mas nós só vamos saber se perguntarmos a eles.
-    Eles podem ficar bravos conosco, mas acho que pela primeira vez na vida, você tem razão!
Cody e sua santa lerdeza pareceram entender o que Emma falou, segundos depois.
-    Ei – ele resmungou. – Como assim pela primeira vez na vida? Eu sou um cara que...
-    Se acha muito – Emma sorriu. – Mas tudo bem, ninguém é perfeito.
-    Eu me acho? Estou aqui na maior paz te ajudando...
-    Ajudando com o que exatamente Cody? – Emma parou no meio da calçada e Cody fez o mesmo. – Você só sabe de uma conversa que a mãe e o pai tiveram estranha falando de mim!
-    Eu dei a ideia de irmos falar com eles!
-    Nossa – disse Emma irônica. - Claro, sem você eu jamais teria cogitado a possibilidade de ir falar com eles. Realmente obrigada irmão, o que seria de mim sem você?
-    Quer saber Emma? É por isso que você é a excluída da família – ao ouvir excluída da família Emma sentiu como se tivesse levado um soco. – Por isso é a segunda opção de todo mundo, porque nada que a gente faz pra você tá bom! Está sempre nesse seu mundinho, não se relaciona com ninguém, é fechada. Por isso eu sou sempre o favorito! Por isso eles preferem a mim do que você!
Emma queria chorar, mas ela era forte o suficiente para não chorar na frente dos outros. Então ela simplesmente deu um tapa na cara de Cody.
-    Primeiro quem é você pra falar de mim? Tipo, se você acha que eu tenho inveja de você, acho que está enganado. Por que eu ia ter inveja de um nada igual você? Desculpa mas eu prefiro o meu boletim do que o seu ! Segundo, sim eu queria ser notada pela família, mas se for pra ser assim eu precisar ser igual a você,  tô muito bem sendo a excluída, e sim, eu sou fechada, não me relaciono com ninguém porque eu não preciso disso pra ficar bem! E terceiro, eu não pedi a sua opinião então cala a boca pra falar de mim.
E assim ela continuou andando. Cody ainda estava parado no mesmo lugar, mas Emma não queria saber dele. Doía nela em pensar que o que ele disse era verdade, ela tinha falado aquelas coisas mas era tudo da boca pra fora, e ela se odiava por admitir que tinha inveja de Cody sim. Ele disse as coisas que todos aqueles anos seus pais não tiveram coragem de dizer e que Emma sempre soube lá no fundo, mas doí tanto quando se sabe que é segunda opção de uma pessoa, mais ainda da sua própria família. Ela não chorou mas queria, ela queria era fugir e nunca mais ver aquela escola, sua casa, Cody, aliás por que ainda fingiam em se importar com ela, Emma pensou, já que ela não significava nada para ninguém ela poderia muito bem fugir e todos ficariam felizes. Foi quando Emma percebeu uma coisa, Cody não tinha aparecido ao lado dela ou atravessado a rua e ido pelo outra calçada. Emma olhou para trás e nem sinal do irmão, a rua estava completamente deserta, ela era a única que estava ali.
-    Cody? – ela chamou. – Se isso for uma de suas brincadeiras, para agora!
Mas sem resposta.
-    Cody? – ela chamou mais uma vez. – Cadê você?
Quando Emma se virou para olhar pra frente, deu de cara com um homem alto e loiro. Ele vestia uma blusa de frio preta e suas calças era um tecido que Emma não conhecia. Bom, parecia pele de cobra, mas era real de mais...
-    Oi – disse Emma nervosa. – Posso ajudar?
-    Oi – disse o rapaz. – Ah pode me ajudar sim! – e assim os olhos dele começaram a mudar, sua língua ganhara o formato de uma língua de cobra, suas calças que na verdade não eram mais calças, se formaram em um corpo de cobra, mas da cintura para cima ele ainda tinha o corpo de um homem. – Vem comigo princesssinha! Tem gente que quer conversssar  sssério com você!
Emma gritou e começou a correr, mas a coisa definitivamente era mais rápida que ela, tanto que passou na sua frente e a encarou.
-    Ssse eu fossse você, não tentaria fugir. – e dizendo isso, mostrou Cody sendo sufocado pelo corpo de cobra daquela criatura.
-    Solte-o! – ela gritou, inutilmente.
-    Sssó quando você parar de gritar e nós chegarmosss ao portal!
-    Que portal? – Emma tremia muito.
-    Você vai sssaber e...
-    Solte-o, sua coisa horrorosa! – disse uma voz atrás de Emma. Ela se virou para olhar, e se deparou com um rapaz – um rapaz bem bonito na opinião dela. – meio pálido, cabelos pretos, vestia uma blusa de frio de couro, calça jeans e tênis. Parecia ter uns 17 anos. – Ou eu juro que te mato!
-    Ah, olá Aussstin – disse a coisa. – Como vai você? Sssentia que você essstaria aqui, já que cuidei da sua amiguinha, a Lizzz.
-    O que você fez com ela? – o rapaz, que parecia ser Austin, gritou.
-    Nada de tão sssério! Bom, preciso levar Emma para Hud então...
-    Eu vou acabar com você! – dizendo isso, Austin tirou das suas costas um arco e flecha, empurrou Emma para fora do caminho – já que ela estava entre os dois. – E começou a lutar contra a coisa. Emma nunca pensou que em algum momento em sua vida, sua única preocupação fosse Cody, que ainda estava sendo sufocado pela cobra e seu rosto já estava ficando sem cor. A coisa não era maior que Austin, mas era mais rápida, então ele havia errado duas vezes quando foi lançar uma flecha. Porém Austin era mais esperto, a cobra tentou dar o bote nele (mesmo a coisa tendo uma cabeça mais ou menos humana, com aquele dentes conseguia dar um bote ou sei lá. Enfim, conseguia morde-lo e mata-lo) mas Austin se jogou para o outro lado, tirou uma flecha e enfiou no pescoço da coisa, fazendo-o gritar de dor. Bom, isso serviu para a criatura soltar Cody, e Emma foi correndo na direção dele, ele ainda respirava e Emma realmente ficou feliz.
Porém Cody era pesado, então Emma não conseguia carrega-lo. Austin veio correndo e passou o braço de Cody em seu pescoço.
-    Vamos! – ele disse para Emma.
-    Para onde?
-    Para a floresta!
Emma se assustou. Onde antes era uma calçada, agora havia se tornado uma floresta. O outro braço de Cody estava em volta de Emma. Mesmo assim, eles foram meio que correndo para a floresta, ela não teve coragem de olhar para trás para ver o que tinha acontecido com o monstro, ela só queria sair dali o mais rápido possível.
Eles se enfiaram no meio do mato, ela esperava que Austin soubesse para onde estavam indo. Aos poucos a cor foi voltando ao rosto de Cody e sua respiração estava ficando normal também. Quando chegaram ao um ponto, Austin soltou Cody – que quase caiu e levava Emma junto. – e correu para trás de uma grande pedra.
-    Liz – ele gritou.
Liz? Mas o que Liz estava fazendo ali? Emma percebendo que Cody mesmo meio tonto ainda, o soltou e foi ver se era a Liz que ela conhecia. E era, e estava caída no chão com uma grande mancha de sangue em seu braço esquerdo.
-    Liz – disse Austin desesperado se ajoelhando ao seu lado. – Ele... Ele te mordeu?
-    N-não  –  ela gaguejou. – Mas ele tinha uma espada e... e quando eu tentei impedi-lo ele a enfiou em meu braço!
-    Mas não vimos a espada com ele. – disse Austin.
-    Com o braço bom consegui pegar a espada e joga-la o mais longe possível – a voz dela estava muito fraca, quase como um sussurro. – ele ia pegar, mas acho que ouviu Emma e Cody e então foi atrás deles.
-    Temos que cuidar do seu braço e...
-    Temos que ir pra Hud Austin – lembrou ela. – Consigo abrir o portal!
-    Não você está fraca...
-    Se ele voltar aqui vai ser pior. – ela disse. – Austin, eu consigo.
-    Eu não posso perder você Liz! – ele realmente parecia desesperado.
-    Você... Você não vai! Ande, vamos!
Austin ainda desesperado a pegou no colo.
-    Liz – ele disse. – Vamos ter que levar Cody, se o deixarmos aqui, ele pode mata-lo.
-    Ah, Cody – disse Liz, olhando para Cody. – Oi ridículo. – e depois olhou para Emma e tentou sorrir. – Oi Emma.
-    Oi – ela disse.
Austin e levou para uma parede que havia ali. Liz fechou os olhos e aos poucos a parede foi se abrindo, dentro ventava muito e tinha uma luz muito forte, que Emma mal conseguia abrir os olhos.
-    Entrem! – gritou Austin. – Liz não vai aguentar muito tempo.
Cody parecia estar com medo, mas foi o primeiro a entrar e de repente desapareceu. Emma tinha voltado a tremer, então sem pensar duas vezes ela pulou e não viu mais nada.


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