No dia seguinte, por volta das 7h30 da manhã, Karla acordou com uma enorme dor de cabeça e só pra completar se assustou ao ver Kendall deitado ao seu lado, ainda dormindo.

POV Karla.

Minha cabeça está em tempo de explodir. Mas eu não consigo me lembrar de nada do que aconteceu. E ao acordar, me deparo com o Kendall deitado ao meu lado, em um local altamente desconhecido pra mim. O que será que eu fiz? Será que eu e ele fizemos coisas além do que devia? Ah! Por que eu não consigo me lembrar de nada?

- Bom dia! – disse Kendall, enquanto se espreguiçava. – Dormiu bem? – ele completou e eu me levantei, dando as costas pra ele.

- O que aconteceu aqui? Por acaso eu e você fizemos... – eu disse em um tom mais alto e Kendall se levantou também, indo para o banheiro.

- Karla. Calma! Não aconteceu nada. – ele disse me deixando mais aliviada. – Mas você não se lembra de nada do que aconteceu ontem? – assenti negativamente e ele foi escovar os dentes, deixando a porta aberta. Mas logo voltou. – Você bebeu ontem, ia dirigir desse jeito, daí eu te sequestrei e estamos no Texas. – arregalei os olhos e ele riu. – Estamos na minha casa ok? Mas a parte de ter bebido é verdade!

- Por isso que eu estou com dor de cabeça. – falei e ele concordou. – Estou lembrando vagamente de algumas coisas. Mas eu fiz algo grave? – percebi que ele parou pra pensar. – Se meu pai souber disso, nem sei o que pode acontecer!

- Não. Mas levou uma queda no banheiro! – ri pra ele, que continuou. – Vou lá embaixo pegar um remédio pra ti e merenda pra nós ok? – concordei e resolvi tomar um banho pra ver se amenizava a dor que estava sentindo. Agora eu espero que não tenha passado do que o Kendall disse!

xx

Enquanto isso, na cozinha. Kendall procurava por um remédio, até encontrar sua mãe, Kathy Knight que lhe deu um beijo e disse:

- Bom dia filho! Sua amiga está melhor? – ele a olhou sem entender, até ela continuar. – O Kenneth me disse que trouxe uma pessoa pra cá e que ela estava bêbada. Então só espero que não tenham feito nada de errado. – Kendall se sentou e disse:

- Pra ser sincero, ela começou a falar coisas sem sentido, que eu e os meninos éramos “gatinhos” e do nada me beijou. – Kathy o encarou e ele continuou. – Mas não passou disso e hoje, quando ela acordou não se lembrava de nada. NADA! – ele deu ênfase ao nada e Kathy se aproximou, dizendo:

- Não se prenda a isso. Como você mesmo disse ela falou “coisas sem sentido”. Agora, quem sabe um dia ela se lembre desse tal beijo e se apaixone por você. – Kendall riu e se levantou, dizendo:

- Isso não vai acontecer. Primeiro porque eu não vou falar. E segundo, porque apesar de tudo que o James fez, ela ainda é apaixonada por ele! – Kathy assentiu e ele se retirou para tomar um banho também e em seguida levar o remédio junto com um café, que Kathy estava arrumando numa bandeja.

UM BOM TEMPO DEPOIS...

Kendall aparece, usando uma calça jeans com uma blusa branca com detalhes azuis, um casaco por cima da mesma cor e um tênis. Até que decide subir para o seu quarto. Mas quando entra se surpreende ao ver Karla usando um shortinho jeans com um cinto, uma blusa cinza com uma faixa na cabeça.

- Ah, você voltou! – disse Karla, dando um sorriso. – Vejo que trouxe merenda! – Kendall riu e disse:

- E remédio para a sua dor de cabeça! – ela sorriu e os dois se sentaram em uma mesinha para merendar. No entanto, ela comeu pouco devido sua dor de cabeça e tomou o remédio, dizendo:

- É melhor eu ir para casa agora! – Kendall assentiu e ela continuou. – Valeu por tudo Kendall. – e deu um beijo em sua bochecha, fazendo-o sorrir.

- Imagina. E eu te acompanho até a garagem! – Karla concordou e pegou suas coisas, saindo do quarto dele rumo à garagem. Mas quando ela ia entrando, ele perguntou. – Você quer que eu vá te deixar? Tenho que ir pra gravadora! – mas Karla fez que não e disse:

- Não precisa. Mas obrigada de novo! – Kendall não disse mais nada e ela saiu em seguida rumo a sua casa, enquanto Kendall tirou seu carro da garagem, mas entrou para pegar umas roupas, pois ele iria para a gravadora com os meninos e mais tarde iria dormir na casa de Logan, já que haveria um torneio de vídeo game com os quatro.

**

Já na casa de Karla...

Assim que ela entrou deu de cara com Joseph, que se levantou e disse:

- Posso saber onde a senhorita estava? – perguntou ele e Karla colocou suas coisas no sofá, dizendo:

- Dormi na casa de um amigo! – ele se levantou da cadeira e disse:

- Além de “dormir na casa de um amigo”, o que mais você fez? Aposto que deve ter rebolado pra ele também, do jeito que fez naquela boate ontem. – Karla o olhou indignada e disse:

- Eu só dormi na casa dele por que...

- Estava bêbada! – Joseph a interrompeu, mas gritando. – Você é uma grande decepção na vida dessa família sabia Karla? Sempre fazendo as coisas sem pensar. Primeiro desistindo de casar faltando uma semana, depois começar a namorar um garoto que mal tinha conhecido e agora isso? Dançar e beber feito uma qualquer. – Karla já estava prestes a chorar, quando disse:

- Engraçado! Você nunca me perguntou o motivo de ter “desistido” do meu casamento. Mas agora me critica? O senhor não tem ideia do que aconteceu pai... – nesse instante, Joseph a pegou pelo braço e disse:

- Não me chama de pai, pois você não é minha filha! – e a jogou no sofá, no mesmo momento em que Emile apareceu com Katarina. – Você é só uma órfã que deixaram na porta da minha casa e foi acolhida por mim e pela Emile. – Karla olhou para ele sem acreditar no que tinha acabado de ouvir. – As minhas únicas filhas são a Katarina e a Karol. – ela virou o seu rosto e viu Emile chorando, enquanto Katarina ria de tudo aquilo.

- Filha... – disse Emile, com a voz falha. – Por favor, me deixa te explicar tudo! Você é adotada, mas eu te amo como se tivesse nascido de mim, pois você apareceu quando eu havia perdido um filho. Então você preencheu aquele vazio. – Karla chorava muito e se levantou, dizendo:

- Era só o que me faltava. Eu convivi esses anos uma grande mentira? Só pode ser brincadeira. – Emile se aproximou dela pegando sua mão, mas ela soltou, dizendo. – Eu fiz tudo que você, Joseph me mandou fazer. A começar pela faculdade de Direito, que nunca fez parte dos meus planos. Além da “marcação cerrada”. Agora, me explica, se eu não sou sua filha, por que me obrigou a fazer tudo isso? – Joseph a encarou e falou:

- Porque eu te dei um teto pra morar e tudo que sempre quis. Porque você teve uma vida de princesa e o mínimo que poderia fazer era estudar algo decente. Mas você deveria ter feito “algo mais sua cara”. Como dança e recebendo gorjetas de velhos e homens casados que procuram pessoas como você!

- Pessoas como eu? – perguntou Karla, se aproximando mais ainda dele. – O que você quis dizer com isso? – Joseph não a respondeu e ela continuou. – Então eu dançaria muito pra você que sempre tá buscando outras “mulheres” no mundo a fora. Não é? – nesse instante, Joseph deu uma tapa na cara de Karla, dizendo:

- Saia já dessa casa e leve apenas o que é seu! – Karla assentiu e Emile se meteu, dizendo:

- Você não pode expulsá-la. Ela não tem para onde ir! – mas Karla falou:

- Como quiser! – e estava indo para o seu quarto, quando deu meia volta e disse. – Mas antes de ir, que tal saber por que eu “desmanchei” meu casamento? – eles olharam pra ela e Katarina ficou a encarando. – Eu peguei a filhinha de vocês com o meu noivo na cama fazendo “coisas”. E pra completar, ela deu em cima do meu ex-namorado, que me traiu com ela. No dia do meu aniversário! Agora me responde Joseph, que tipo de pessoa ela é? – ele não disse nada, até Karla continuar. – Pessoas como você! Que mesmo sendo um doutor tão conceituado, sai quase todas as noites para trair sua esposa e deixar suas filhas sozinhas. Que exemplo você é! – e se retirou, enquanto os três ficaram ali, sem dizer nada um com o outro.

**

ALGUM TEMPO DEPOIS...

Karla aparece com uma mala e passa pelos três, jogando as chaves do carro que Joseph havia lhe dado, dizendo:

- Isso não me pertence. Adeus! – ele só a olhou, enquanto Emile se aproximou dela, dizendo:

- Pra onde você vai filha? Por favor, fica. – mas Karla apenas lhe deu um abraço, dizendo:

- Eu te dou notícias, pois você era a única que se importava realmente comigo. Eu vou ficar bem, pode deixar! – e a soltou, saindo em seguida, mas sem saber para onde ir.

POV Karla.

Como a minha vida pode ter mudado tanto da noite para o dia? Parece que a cada dia vai acontecer algo que mudará tudo que eu costumava acreditar. Agora, ao olhar pra trás, vejo que preciso recomeçar. Esta é a hora!

So this is where you fell

(Então, este é o lugar onde você caiu).

And I am left to sell

(E eu estou para vender).

The path to heaven runs through miles of clouded hell.

(Para chegar ao Paraíso, tem que passar pelo inferno).

Right to the top, don’t look back

(Direto ao topo, não olhe para trás).

Turning to rags and giving the commodities a rain-check.

(Voltando aos trapos e comodidades ficam para uma próxima).

(...)

It’s time to begin, isn’t it?

(É a hora de começar, não é?)…

Eu não acredito que isso está acontecendo comigo. Mas sei o que fazer para “tentar esquecer”.

xx

Karla resolver dar uma volta pela praia, mesmo carregando uma mala enorme. No entanto, quando anoiteceu, ela parou em um barzinho e lá tomou uns cinco copos de vodca pura. Até decidir ir à casa de alguém, para pedir ajuda. Só que ela estava muito bêbada e pra completar, havia começado a chover. Mas para sua sorte, ela chegou ao seu destino e tocou a campainha.

- Karla?