Foi Na Prisão De Azkaban... escrita por Sensei, KL


Capítulo 39
Esse é só o início dos nossos problemas.




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Notas iniciais: Não sei por que, mas as notas iniciais não estão aparecendo! Enfim, mais, um capítulo, espero que gostem.

Ataquem!

PDV Lyra

Bizarro!

Dois lampejos saíram das varinhas que Lupin e Black seguravam e foram diretamente para Perebas, o ratinho ficou parado no ar por um segundo e então ele começou a ficar maior e seus braços e pernas cresceram até formar uma estranha coisa humanoide e um segundo depois havia um homem ali. Era baixinho e meio flácido, seus cabelos eram poucos, descoloridos e era careca no cocuruto da cabeça. Seu rosto era afinado e tinha olhos miúdos, era como se fosse um rato.

O que na verdade era.

Ele olhou ao redor de modo nervoso como se estivesse analisando o lugar, então olhou para cada um de nós.

Minam correu para a cama e ficou perto de Bichento que rosnava e chiava em direção ao bruxo.

-Ah. Meu. Deus. –Rose falou chocada.

-Ora, ora, olá Peter. –Lupin falou cordialmente, como se estivesse cumprimentando um velho amigo. –Há quanto tempo.

-S-Sirius, R-Remus... –Peter gaguejou, a voz bem similar a um guincho. Ele olhou para a porta como se quisesse fugir. –Meus amigos... Meus velhos amigos.

Black ergueu a varinha com raiva, mas Lupin segurou seu braço olhando com censura para o amigo, então voltou a olhar Pettigrew.

-Estávamos tendo uma conversinha, Peter, sobre os acontecimentos da noite em que Lilían e James morreram. Você talvez tenha perdido alguns detalhes enquanto guinchava na cama.

-Remus... –Peter ofegou. –Você não acredita, acredita...? Ele tentou me matar Remus...

-Foi o que ouvimos dizer. –Remus respondeu friamente. –E eu gostaria de esclarecer umas coisinhas com você se...

-Ele veio tentar me matar outra vez! –Peter guinchou apontando para Sirius, notei que ele usou o dedo médio por que não tinha o indicador. –Ele matou Lilian e james e agora veio me matar também... Você tem que me ajudar Remus...

-Ninguém vai tentar mata-lo até resolvermos umas coisas. –Remus falou.

-Resolvermos umas coisas? –Ele perguntou olhando ao redor como se percebesse que o único jeito de sair era a porta que tinha que passar por mim. –Eu sabia que ele viria atrás de mim! Sabia que ele viria me pegar! Estou esperando a doze anos!

-Você sabia que Sirius ia fugir de Azkaban? –Lupin perguntou com o cenho franzido. –Sabendo que ninguém nunca fez isso antes?

-Ele tem poderes das trevas com os quais a gente só pode sonhar! –gritou com a voz esganiçada. –De que outro modo fugiria de lá? Suponho que Aquele-que-não-deve-ser-nomeado tenha lhe ensinado alguns truques!

Black começou a rir, era uma risada malvada, sem alegria.

-Voldemort me ensinou alguns truques? –Ele falou friamente. Pettigrew se encolheu como se tivessem brandido um chicote. –O que foi? Se apavorou ao ouvir o nome do seu velho mestre? Não o culpo Peter, o pessoal dele não anda muito satisfeito com você, não é?

-Não sei o que você quer dizer com isso Sirius. –Peter respondeu, ele suava tanto que parecia ter saído de uma sauna.

-Você não andou se escondendo de mim esses doze anos. Andou se escondendo dos seguidores de Voldemort! Eu soube de umas coisas em Azkaban, Peter... Todos pensam que você está morto ou já o teriam chamado a prestar as contas... Ouvi-os gritar todo tipo de coisa durante o sono. Parece que eles acham que o traidor os traiu também. Voldemort foi até a casa dos Potters seguindo uma indicação sua e foi lá que ele perdeu o poder, não é? Nem todos os seguidores de Voldemort estão presos, ainda há muitos por aí, esperando a hora, fingindo que reconheceram seus erros... Se chegarem a descobrir que você está vivo, Peter...

-Não sei... Do que está falando... –Respondeu Pettigrew e então olhou para Lupin. –Você nãp acredita... Não acredita nessa loucura não é Remus?

-Devo admitir, Peter, que acho difícil entender por que um homem inocente iria quere passar doze anos na forma de um rato.

-Inocente, mas apavorado! – Ele guinchou. –Se os seguidores de Voldemort estivessem atrás de mim seria por que mandei um de seus melhores homens para Azkaban, o espião, Sirius Black!

Aquela pareceu ser a gota d’água.

-COMO É QUE VOCÊ SE ATREVE?! –Ele rosnou parecendo o cão que ele era momentos antes. –Eu, espião de Voldemort? Quando foi que andei espreitando gente mais forte e mais poderosa que eu? Agora você Peter. Jamais vou entender por que não percebi desde o começo que você era o espião. Você sempre gostou de amigos grandalhões que o protegessem, não é mesmo? Você costumava nos acompanhar... A mim... Ao Remus... Ao James...

Pettigrew enxugou o rosto com a manga da blusa nervosamente.

-Eu, espião... Você deve ter perdido o juízo... Nunca... Não sei como pode dizer...

-Lilían e James só fizeram de você o fiel do segredo por que eu sugeri! –Ele sibilou irritado, com veneno. –Achei que era o plano perfeito... Um blefe... Voldemort com certeza viria atrás de mim, jamais desconfiaria de um sujeito fraco e sem talento como você... Deve ter sido a honra mais sublime da sua miserável vida quando você disse a Voldemort que podia lhe entregar os Potters.

Eu prestei atenção em Sirius primeiro, ele ficou irritado, de um modo irracional, depois começou a ofender Peter na tentativa de fazê-lo se sentir mal, então olhei para Peter que resmungava coisas desconexas e limpava o suor, ele continuava olhando para as portas e janelas como se procurasse um lugar por onde fugir.

-Prof. Lupin? –Hermione chamou timidamente. –Posso... Posso dizer uma coisa?

-Claro, Hermione. –Lupin respondeu cortesmente.

-Bem, perebas... Quero dizer, esse... Esse homem... Ele dormiu no quarto de Harry durante três anos. Se está trabalhando para você-sabe-quem por que não tentouH

Fazer mal a Harry antes?

-Taí! –Exclamou Peter. –Muito obrigado! Está vendo Remus? Nunca toquei num fio de cabelo de Harry, por que iria fazer isso?

-Vou lhe dizer o por quê. –Sirius se pronunciou. –Por que você nunca fez nada a ninguém, nem para ninguém, sem saber o que ia ganhar em troca. Você não ia matar bem debaixo do nariz de Voldemort por causa de um bruxo moribundo que perdeu todo o poder e está foragido a doze anos, não é? Não, você ia querer ter certeza de que ele é o valentão do colégio antes de voltar para o lado dele, não ia? Por que outra razão você procurou uma família de bruxos para acolhê-lo? Para ficar atento às novidades! Caso o seu velho protetor recuperasse a força e fosse seguro se juntar a ele...

Peter abriu a boca e fechou, como se não soubesse o que dizer.

-Hum... Sr. Black... Sirius? –Hermione chamou.

Sirius olhou para ela um pouco surpreso como se não esperasse que ela fosse tão educada ao se dirigir a ele.

-Se me permite perguntar... Como fugiu de Azkaban se não usou magia das trevas?

-Muito obrigado! –Peter exclamou acenando com a cabeça em direção a Mione. –Exatamente! Precisamente o que eu ia...

Mas o professor Lupin o lançou um olhar tão feio que o fez se calar com um guincho.

Black então olhou para Hermione como se pensasse como responder a pergunta dela.

-Não sei como foi que eu fugi. –Ele confessou. –Acho que a única razão do por que eu nunca perdi o juízo foi por que sabia que era inocente. Isso não era exatamente um pensamento feliz então os dementadores não podiam suga-lo de mim... Mas serviu para me manter lúcido e consciente de quem eu era... Me ajudou a manter os poderes quando tudo era tão... –Ele balançou a cabeça como se não gostasse de lembrar. –Eu conseguia me transformar na cela... em cachorro... Os dementadores não conseguem enxergar sabe... Aproximan-se das pessoas se alimentando de suas emoções, eles percebeiam que meus sentimentos eram menos... menos humanos... menos complexos quando eu era cachorro... Mas achavam, é claro, que eu estava enlouquecendo como todos os outros prisioneiros por isso não se incomodavem. Mas eu fiquei fraco, muito fraco e não tinha esperanças de afastá-los sem uma varinha...

“Então eu vi Peter naquela foto e compreendi que ele estava e Hogwarts com Harry... Perfeitamente colocado para agir, se lhe chegasse a notícia de que o partido das Trevas estava reunindo forças novamente... Ele estava pronto para atacar... Pronto para entregar o último Potter... Se fizesse isso quem se atreveria a dizer que ele traiu o Lord? Seria recebido de volta com Honras! Então eu tinha que fazer alguma coisa...”

Naquele momento eu olhei para Harry e ele olhou para mim, acho que ele pensava a mesma coisa que eu, bem lá trás, no começo do ano, quando ouvimos o senhor Weasley falar com a mulher. Os guardas dizem que ele anda falando durante o sono... Sempre as mesmas palavras... “Ele está em hogwarts.”

-Era como se alguém tivesse acendido uma fogueira na minha cabeça e os dementadores não podiam apagar... Não era um pensamento feliz... Era uma obsessão... Mas isso me deu forças, clareou minha mente. Então, uma noite quando abriram a porta para me trazer comida, eu passei por eles em forma de cachorro... Para eles é tão difícil perceber emoções de animais que ficaram confusos... Eu estava magro, muito magro... o bastante para passar pelas grades... Ainda como cachorro nadei até a costa... Viajei para o norte, queria ver se o Harry estava bem então fui até a casa dele...

Naquele momento ele olhou para mim.

“Foi quando eu vi você e ouvi a conversa, você saiu voando de vassoura e o único jeito de te ver novamente era indo atrás de Nate e então eu descobri sobre a Rose ser uma Potter, nate ser filho do Remus e você... Você é minha filha! Quando vocês vieram para o colégio eu dei um jeito de entrar nos terrenos de Hogwarts, como cachorro. Desde então vivi na floresta, exceto quando saia para ver quadribol, é claro.”

-Você voa como seu pai Harry. –Ele disse olhando para o meu amigo. –Acreditem em mim. Acredite em mim Harry, nunca traí Lilian e James. Teria preferido morrer a trai-los.

Quando as peças finalmente se encaixaram eu senti como se meu coração tivesse se apertando. Aquele tempo todo Sirius era inocente... Doze anos em Azkaban sendo inocente! Enlouquecendo...

Meu pai é inocente.

Olhei para Harry e vi o momento em que ele acenou que sim com a cabeça, seu rosto com uma expressão emocionada.

Eu sorri... O meu pai é inocente.

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PDV Rose

-NÃO!

O rato se jogou no chão como se o aceno de Harry fosse uma sentença de morte. Ficou de joelhos e se arrastou com as mãos juntas em frente ao peito, implorando.

-Sirius... Sou eu... Pedro... Seu amigo... Você não...

O pai da Lyra deu um chute no ar fazendo com que o Pettigrew se encolhesse, ele estava tão amedrontado.

-Já tem sujeira suficiente nas minhas roupas sem você tocar nelas! –Ele reclamou.

-Remus! –ele falou esganiçado virando em direção ao pai do Nate, implorando com as mãos e os joelhos no chão. –Você não acredita nisso... Sirius não teria lhe contado se tivesse mudado os planos?

-Não se pensasse que eu era o espião. Presumo que foi por isso que não me contou, Sirius?

-Me perdoe Remus. –Sirius respondeu.

-Tudo bem Almofadinhas, meu velho amigo. –Ele respondeu enrolando a manga das vestes. –E você me perdoa por acreditar que você era o espião?

-Claro. –Ele respondeu e então começou a enrolar a manga da roupa. –Vamos mata-lo juntos?

-Acho que sim. –Lupin concordou.

Coloquei a mão em frente a boca. Nate e Lyra olharam para mim um pouco preocupados, eu sabia o que eles estavam pensando, eles podiam aguentar uma morte, mas eu não, por que a Rose é muito delicada e coisa e tal. Fiz uma careta.

-Vocês não me matariam... Não vão me matar... –Pettigrew exclamou e correu em direção a Rony. –Rony... Eu não fui um bom amigo... Um bom bichinho? Você não vai deixa-los me matar vai Rony? Você está do meu lado, não está?

Olhei para Rony e ele estava com uma expressão de repulsa.

-Eu deixei você dormir na minha cama. –Ele exclamou.

-Bom garoto... Bom dono... –Ele se aproximou de Rony. –Você não vai deixa-los fazer isso... Eu fui um bom bichinho... Eu fui seu rato...

-Se você foi um rato melhor do que um homem não é motivo para se gabar Peter. –Sirius exclamou irritado, não pude deixar de notar que o temperamento da Lyra se parecia muito com o dele.

Pettigrew se virou, arrastando-se pelo chão em direção a Hermione e puxou a bainha da blusa dela.

-Garota meiga... Garota inteligente... Você... Você não vai deixar que eles... Ajude-me.

Mas Hermione apenas puxou a blusa e recuou, horrorizada. Naquele momento para onde quer que ele olhasse as pessoas estavam virando as costas e eu senti muita pena dele, então ele virou o rosto para mim.

-A pequena Rose... Por favor, não deixe que eles... –Ele veio em minha direção se arrastando.

Seu olhar... Ele estava totalmente desesperado e parecia ver em mim a sua última esperança, aquilo me deixou assustada e dei um passo para trás. Então, Harry e Nate vieram para a minha frente, como duas cortinas de boca de cena que se fecham no fim do espetáculo, me protegendo.

Ouvi Nate rosnar.

-Se. Afaste. Dela. –Ele disse letal.

Pettigrew guinchou.

-Harry... –Ele chamou. –Harry... Você é igualzinho ao seu pai... Igualzinho...

-COMO SE ATREVE A FALAR COM HARRY? –Sirius rugiu. –COMO TEM CORAGEM DE OLHAR PARA ELE? DE FALAR DE JAMES NA FRENTE DELE?

-Harry, James não ia querer que me matassem. –Peter veio se arrastando com as mãos estendidas como se esperasse uma solução milagrosa. – James teria entendido... Teria piedade...

Então o pai de Lyra e o de Nate avançaram em direção a Pettigrew, o pegaram pelos ombros e o jogaram de costas para o chão, ele ficou ali, olhando aterrorizado para os dois.

-Você vendeu Lilian e James a Voldemort. –Sirius grunhiu com ódio. –Você nega isso?

Pettigrew se encolheu chorando, ele parecia um bebezão careca, era terrível.

-Sirius, Sirius, o que eu poderia ter feito? O Lord das trevas... Você não faz ideia... Ele tem armas que você não imagina... Tive medo, Sirius, eu nunca fui corajoso como você, Remus e James. Eu nunca desejei que isso acontecesse. Aquele-que-não-deve-ser-nomeado me forçou...

-NÃO MINTA! –O pai da Lyra gritou com raiva. – VOCÊ ESTEVE PASSANDO INFORMAÇÕES PARA ELE DURANTE UM ANO ANTES DE LILIAN E JAMES MORRER! VOCÊ ERA ESPIÃO DELE!

-Ele estava ganhando poder em toda parte! –Pettigrew explicou. –O que eu tinha a ganhar recusando o que me pedia?

-O que você tinha a ganhar lutando contra o bruxo mais maligno que já existiu? –Sirius perguntou com uma expressão de fúria. –Apenas vidas inocentes, Peter!

-Você não entende. Ele teria me matado!

-E ENTÃO VOCÊ DEVIA TER MORRIDO. –Sirius gritou. –MORRER EM VEZ DE TRAIS SEUS AMIGOS. COMO TERÍAMOS FEITO POR VOCÊ.

Como teríamos feito por você... Aquela frase ficou ecoando na minha cabeça e eu olhei para Lyra, ela encarava o pai com uma expressão emocionada no rosto. Olhei para Nate e ele estava sério, suas sobrancelhas franzidas como se estivesse analisando tudo. Olhei também para Harry...

Como teríamos feito por você.

Naquele momento eu vi que eu morreria por qualquer um deles (E eu também estou incluindo Rony e Hermione, OK?), por isso eu não conseguia entender por que Pettigrew traiu seus amigos, aquilo simplesmente era inconcebível para mim. Mas ele merecia mesmo morrer?

Black e Lupin ficaram ombro a ombro e apontaram as varinhas para Pettigrew.

-Você devia saber que se Voldemort não o matasse nós o faríamos... –Lupin falou. – Adeus Peter.

Nate virou o rosto para o lado e fechou os olhos, Hermione tapou o rosto e virou para a parede, eu queria poder fechar os olhos também, mas eu sentia que não devia, tinha que fazer alguma coisa.

-NÃO!

Duas vozes gritaram juntas, a minha e a de Harry.

Nós olhamos um para o outro e numa espécie de acordo mudo nos adiantamos até o lugar entre Pettigrew e as varinhas.

-Vocês não podem fazer isso! –Harry exclamou afobado.

-Não podem! –Eu falei firme.

Black e Lupin pareceram chocados.

-Harry esse verme é a razão de você não ter uma mãe. –Black falou e então ele olhou para mim. –E a razão de vocês dois não terem um pai.

Eu olhei de relance para trás, eu sabia que por causa daquele homem eu jamais conheceria meu pai e isso me doía profundamente. Mas não achem que eu fazia isso por ele, não, eu só achava que a morte era drástica demais, existia outra solução.

-Esse covardão teria olhado você morrer sem mover um dedo, Harry. –Black continuou. –Vocês ouviram o que ele disse. Dá mais valor a sua pele nojenta do que a própria família.

-Eu sei. –Harry ofegou. –Vamos levar Peter para o castelo. Vamos entregar ele aos dementadores, ele pode ir para Azkaban... Mas não o matem.

-Ele pode ir para Azkaban. –Falei. –Se alguém merece aquele lugar é ele...

-Harry! Rose! –Pettigrew gritou agarrando a minha perna direita e a perna esquerda de Harry. –Obrigado... É mais do que eu mereço... Obrigado.

-Tire as mãos de cima de nós! –Harry reclamou enojado e empurrou as mãos de Pettigrew me puxando para o seu lado e colocando o braço ao redor da minha cintura numa atitude defensiva. –Não estou fazendo isso por você. Só acho que meu pai não gostaria que os melhores amigos dele se tornassem assassinos... Por sua causa.

Eu escorreguei minha mão até a de Harry e entrelacei nossos dedos para mostrar que eu concordava. Black e Lupin se entreolharam e baixaram as varinhas.

-Você é a única pessoa com o direito de decidir, Harry. –Black falou. –Mas pense no que ele fez...

-Não! Pense você senhor Black. –Eu disse chamando a atenção dele. –Morto ele leva a verdade com ele, mas vivo... –Eu sorri. –Vivo ele inocenta o senhor.

Ele olhou para mim um pouco atordoado como se não houvesse pensado nisso.

-Muito bem. –Lupin disse. –Saiam da frente então.

Olhei para ele meio desconfiada e notei que Harry também não se moveu.

-Vou amarrá-lo. –Lupin disse. –Só isso, juro!

Então Harry saiu do caminho e me puxou com ele, ainda estávamos de mãos dadas. Cordas finas saíram da varinha de Lupin e então Pettigrew estava amarrado e amordaçado do chão.

-Mas se você se transformar Peter. –Black rosnou. –Nós o mataremos, concordam Harry e Rose?

Harry olhou para mim e eu levantei os olhos para ele, nós acenamos com a cabeça juntos de modo que Pettigrew pudesse ver nossa decisão.

PDV Nate

Eu estava um pouco chocado com a Rose, o modo como ela pensou rápido e defendeu o que pensava. Confesso que também estava orgulhoso.

-Certo! –Remus falou subitamente eficiente. –Rony, não sei concertar osso tão bem quanto Madame Pomfrey, por isso acho melhor só imobilizar a sua perna até o entregarmos na Ala hospitalar.

Ele foi até Rony e tocou a sua perna com a varinha.

-Férula. –Ele sussurrou.

Então ataduras se enrolaram na perna de Rony e prenderam firmemente uma tala. Me adiantei até os dois e ajudei Rony a se levantar, ele ficou com o braço apoiado em meus ombros. Meio desajeitado ele se apoiou no chão e não fez careta de dor.

-Está melhor obrigado. –Ele falou para Lupin e então virou o rosto para mim. –Nate... Desculpa cara.

Eu percebi naquele momento por que ele pediu desculpas... O modo como ele falou dos lobisomens, como ele falou do meu pai.

-Sem problemas cara. –eu sorri.

-E o professor Snape? –Hermione perguntou com a voz fraquinha.

-Ele não tem nenhum problema sério. –Lupin falou tomando o pulso do professor como Lyra havia feito. –Vocês só se entusiasmaram um pouquinho demais. Continua desacordado. Talvez seja melhor reanima-lo apenas no castelo. Podemos leva-lo assim. Mobilicorpus.

Foi como se fios invisíveis tivessem amarrado o professor e o levantado um pouco no chão. Lupin pegou a capa de Harry e colocou no bolso, em segurança.

-Acho que devíamos nos acorrentar a essa coisa. –Black resmungou dando uma batidinha em pettigrew com o pé. –Só para garantir.

-Eu faço isso. –Lupin falou.

-Eu também. –Rony falou decido se soltando de mim e mancando em direção a Pettigrew.

Black então fez aparecer algemas, Pettigrew estava em pé e com o braço esquerdo algemado a Lupin e o direito a Rony. Esse último estava sério como se tivesse levado o fato de Pettigrew ter sido seu rato uma ofensa pessoal.

Naquele momento eu percebi que apenas uma pessoa não havia se pronunciado ainda... Lyra!

Procurei minha irmã pelo quarto e a encontrei perto da cama, ela estava parada encostada na parede e olhava fixamente para o nada, sua expressão era torturada e eu fiquei tentando descobrir o que ela sentia, a resposta foi como um estalo.

Lyra estava se sentindo culpada, era isso que eu via em seus olhos: Culpa.

Mas pelo que?

Ela levantou os olhos para mim e saiu pela porta.

-Vamos logo. –Ela falou.

Então lá se foi o nosso grupo estranho, Lyra ia na frente junto com Bichento e Minam, logo em seguida Lupin, Pettigrew e Rony, depois Snape sendo levitado por Sirius e por fim Harry, Mione, Rose e eu.

Quando voltamos para o túnel foi mais complicado por que ele não era muito grande e os adultos tinham que ficar curvados, a cabeça do Prof. Snape ficava batendo nas pedras, mas eu percebi que Sirius não estava fazendo nada para impedi-lo, não o culpava.

-Você sabe o que isso significa? –Ouvi Sirius perguntar a Harry. –Entregar Pettigrew?

-Você fica livre... –Harry respondeu.

-É. Mas eu também sou, não sei se alguém lhe disse, o seu padrinho.

-Eu soube.

-Bem... Os seus pais me nomearam seu tutor. –Black disse formalmente. – Se alguma coisa acontecesse a eles.

Eu levantei meu olhar, um pouco chocado, ele queria dizer o que eu acho que queria?

-Bem... Eu vou entender se quiser ficar com os seus tios. –Black continuou. –Mas... Pense nisso... Depois que meu nome estiver limpo... Se quiser... Uma casa diferente...

-Que? Ir morar com você? –Harry falou surpreso batendo a testa numa pedra no teto sem querer. –Deixar a casa dos Dursley?

-Claro, achei que você não iria querer. –Black disse apressadamente. – Eu compreendo, só pensei que...

-Você ficou maluco? –Harry respondeu com a voz embargada. –É claro que eu quero deixar os Dursley. Você tem casa? Quando é que eu posso me mudar?

Black virou para Harry um pouco surpreso.

-Você quer? Sério? –Ele perguntou incrédulo.

-Sério!

Então Sirius abriu um sorriso enorme, o primeiro sorriso verdadeiro que eu o vi dar desde que o conheci. Eu apreciei toda a cena, acho legal que ele queira tirar o Harry dos Dursley, aqueles lá não valem nada, mas, não me levem a mal, não pude deixar de me perguntar: E onde a Lyra se encaixava nisso tudo?

Fiz um barulhinho irritado com a garganta que chamou a atenção de Sirius, Mione, Rose e Harry. Meu olhar pareceu ser o suficiente para Sirius entender por que ele olhou para frente onde o resto do pessoal ia andando.

-E a Lyra? –Rose perguntou tirando as palavras da minha boca.

-Eu vou falar com ela. –Black respondeu. –Você viu o jeito como ela saiu de lá, a raiva que ela ficou quando descobriu que eu era o Maroto?

-Ela não está com raiva de você. –Eu respondi.

-Não?! –Black me olhou sarcástico.

-Não está mais. Eu conheço a Lyra e vi o rosto dela antes que ela saísse de lá, ela estava se sentindo culpada, eu só não entendi o porquê ainda. –Confessei.

-Por que os garotos são tão cegos? –Hermione exclamou. –Se você passasse o ano todo falando mal do seu pai e se convencendo de que ele era um assassino frio e calculista para no final descobrir que ele era inocente... Também não se sentiria culpado?

Eu encarei Hermione com as sobrancelhas arqueadas e Sirius suspirou olhando na direção que Lyra ia.

Nós não falamos mais nada depois disso. Logo estávamos todos do lado de fora do Salgueiro, eu acho que Bichento ou Minam apertaram o nó da árvore por que a mesma estava parada.

-Um movimento errado Peter. –Meu pai avisou olhando ameaçadoramente para Pettigrew.

Nós fomos andando devagarzinho pelo jardim quando... Uma novem se moveu, sombras surgiram no chão e o luar banhou a todos nós. Eu olhei em direção a enorme lua cheia e foi como se tivessem me dado um soco no estômago.

-Ah não! –Ouvi a voz de Hermione exclamar. –O professor não tomou a poção hoje, ele está perigoso.

Senti mãos no meu rosto e vi Rose em minha frente.

-Nate! –Ela exclamou. –Você tomou sua poção? Me responde! Tomou a poção?

-AAAAAAhhhhhh! –Gritei me curvando com dor.

-Corram. –Black falou. –Corram. Agora.

E então eu me transformei.

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