Foi Na Prisão De Azkaban... escrita por Sensei, KL


Capítulo 40
Antes que seja tarde...


Notas iniciais do capítulo

Como vai a vida gente linda? Então... Demorei neh? Mas foi por uma boa causa! FINALMENTE a minha faculdade começou e para quem não lembra estou cursando letras!
*palmas para mim*
Enfim, a coisa está bem corrida mesmo por que eu faço academia de manhã, vou para a faculdade a tarde e só volto para casa as seis horas da noite, que é quando eu tenho tempo de pegar no PC.
Espero que entendam e perdoem a demora!
Aproveitem o capítulo.



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PDV Lyra

Tudo aconteceu rápido demais.

Quando saímos do Salgueiro eu fui andando na frente do cortejo, não queria encarar ninguém por enquanto, não podem me culpar por sentir culpa, caramba, ele era inocente o tempo todo e eu o culpei. Tudo bem, todo mundo achava que ele era culpado, mas... Eu sou filha dele droga, se eu não acreditasse pelo menos um pouco nele.

Argh!

Foi quando olhei para frente que tudo desandou, atrás de mim ouvi um grito estrangulado de Hermione e Rose gritando com Nate, virei assustada e fui recebida pela luz da lua cheia no meu rosto.

-Professor Lupin! –Exclamei.

Corri de volta e a cena que eu vi não era nada legal.

Nate estava no chão com os dedos enfiados na terra e pelos começavam a brotar do seu corpo.

Sirius pulou no ar e se transformou num grande cão negro, ele correu em direção ao lobisomem que era o Lupin e pulou no pescoço do mesmo o afastando de Rony e Peter. Eles se atacaram mandíbula com mandíbula, garra com garra.

Naquele momento eu agradeci a Deus pelo Nate ser tão organizado e ter um horário fixo para tomar a sua poção.

-Nate! –Gritei. –Ajude Sirius a segurar o seu pai.

O grande lobo levantou o focinho em minha direção e soltou um rosnado, então ele virou na direção em que Lupin e Sirius brigavam e correu para ajudar... Ajudar Sirius eu espero.

Rose correu em minha direção.

-Ele tomou a poção? –Ela perguntou ofegante.

-Sim! Ele jamais esqueceria. –Falei séria.

-HARRY! –Ouvi Hermione gritar.

Ela apontava em direção a Rony e Peter.

Pettigrew havia mergulhado em direção a varinha de Lupin, Rony que estava com a perna quebrada caiu no chão com um gemido de dor, Minam e Bichento correram em direção aos dois para ajudar, houve uma luz e Rony estava caído no chão, então outra luz e um estampido e Bichento e Minam voaram para longe.

-Expelliarmus! –Harry gritou com a varinha apontada para Peter. A varinha de Lupin voou longe. –Fique onde está!

Mas era tarde demais.

-NÃO!-Gritei.

Peter então se transformou em um rato e correu pelo gramado sumindo na escuridão.

-Immobilus. –Rose gritou com a varinha apontada em direção a onde o rato havia sumido.

Não atingiu nada.

-Droga! Não! NÃO! NÃO! –Gritei agoniada e coloquei as mãos na cabeça.

Ouvi um rosnado surdo e o barulho de uivo, olhei para o lado e vi dois lobisomens correndo em direção à escuridão da floresta, um estava perseguindo e o outro era perseguido... Eu só espero que Nate seja o perseguidor.

-Sirius, ele fugiu, Pettigrew se transformou! –Harry falou.

Então o cão negro apareceu de dentro das folhagens, ele estava machucado, cortes profundos no focinho e nas costas, mas quando ouviu as palavras de Harry ele levantou rapidamente e correu.

-Eu vou com ele. –Falei para Harry.

Entrei na floresta seguindo o cachorro, ele foi cheirando tudo e correu em direção ao lago.

-Vamos lá, você consegue. –Falei baixinho.

Mas achar um rato no escuro da floresta era um trabalho praticamente impossível, então Sirius escorregou num barranco e saiu rolando até a beira do lago, ele soltou ganidos de sofrimentos.

-PAI! –Gritei.

Corri em sua direção, ele estava deitado no chão e voltou a ser humano devagar, sentei no chão ao seu lado.

-Argh! –Ele ofegou colocando a mão na costela.

-Sirius... –Falei baixinho tocando em seu ombro, meio receosa.

-Você... –Ele falou respirando com dificuldade. –Você me... Me chamou de pai.

Ele sorriu de lado.

Eu não consegui segurar mais... Um soluço seco irrompeu em minha garganta sem a minha permissão e eu comecei a chorar.

Um arrepio subiu pelas minhas costas... Um arrepio? Levantei os olhos e soltei um grito, acima de nós havia um mar de dementadores, eram tantos que eu não consegui contar.

-Nãããão... –Sirius gemeu delirante. –Por favor... Nããããão...

-Parem! –Gritei. –Parem! Ele é inocente!

Joguei-me em cima dele como se pudesse protegê-lo dos pesadelos, mas ele continuava a falar coisas desconexas. Puxei a varinha da minha meia e apontei para cima.

Eu tinha que proteger meu pai.

-EXPECTO PATRONUM! –Gritei com todas as minhas forças.

Então um pássaro grande saiu voando da minha varinha, ele era prateado e avançou em direção aos dementadores, os mesmos se afastaram dele com repulsa.

-Lyra! –Ouvi a voz de Harry gritar atrás de mim.

Perdi a concentração e virei o rosto para trás, o pássaro havia sumido.

-Harry! –Gritei. –Me ajude!

Quando virei o rosto para frente havia um dementador parado, ele estava tão perto que eu consegui ver o que havia debaixo do seu capuz... Era horrível.

Onde devia haver olhos estava apenas um pedaço de pele cinza e vazia, sua boca era um buraco enorme que sugava o ar, tentei levantar a varinha, mas ele empurrou meu braço com a sua mão podre e então segurou meu rosto, eu senti seu hálito morto bater na minha cara...

-Não! –Ofeguei. –Harry... Pai...

Senti como se tivessem nublando a minha mente, um nevoeiro estava tomando conta de mim e me transformava em nada.

-Harry... –Chamei, mas não passou de um sussurro.

Senti vagamente o dementador me soltar e caí no peito de Sirius, pisquei os olhos tentando me situar, mas quanto mais eu tentava acordar, mais eu caia no sono.

-Pai...

Vi Harry se arrastando em minha direção... Senti-o pegar em minha mão...

-Lyra... Sirius... –Ele chamou.

Então eu desmaiei.

---

PDV Rose

Harry e Hermione correram em direção a floresta para ajudar Sirius e Lyra, enquanto eu fiquei com Rony perto do Salgueiro.

-Vamos lá, ruivinho, acorda! –Chamei baixinho.

Dei algumas batidinhas no rosto dele, mas Rony estava totalmente inconsciente. Olhei para o céu e uma orda de dementadores ia em direção ao lago, um frio estranho tomava conta da minha alma.

-Ah, por favor, que eles não estejam atrás do pai da Lyra. –Rezei.

Ouvi um grunhido e olhei para trás a tempo de ver o Professor Snape se remexendo, tentando se livrar do feitiço Mobilicorpus, fiquei apavorada com a sua possível reação.

-Weasley, Reed! –Ele gritou.

-Professor! O senhor tem que ajudar.

Fui em sua direção e retirei o feitiço.

-Onde está Black?

-Ele é inocente! Pettigrew...

Mas então eu senti uma sonolência, olhei para o professor e ele estava com a varinha apontada para mim.

-Você não sabe o que diz... –Ele disse.

-Não! –Falei lentamente. –O senhor esta cometendo um er...

Então meu corpo foi pendendo para o lado e eu desmaiei.

---

PDV Lyra

Minha consciência foi voltando aos pouquinhos, estava vagamente consciente de algumas pessoas conversando, mas as vozes pareciam abafadas. Então tudo voltou ao mesmo tempo, casa dos gritos, animagos, lobisomem, Sirius... Ele é inocente!

SIRIUS!

Abri os olhos, alarmada, e olhei ao redor, senti a mão de alguém me segurar no lugar, era Rose, ela estava deitada com a cabeça na minha cama e segurava a minha mão, parecia estar fingindo dormir, ela colocou o dedo em frente aos lábios, queria que eu fizesse silêncio.

-Não ministro... Quando recuperei os sentidos eles estavam voltando aos seus postos de entrada. –Ouvi a voz de Snape.

Ah, então era ele quem estava falando.

-Extraordinário! E, no entanto, Black, Harry e as garotas...

-Todos inconscientes quando cheguei, acho que o confundus que lançaram na senhorita Anderson foi tão forte que a encontrei deitada em cima de Black numa atitude protetora. Amarrei e amordacei Black, naturalmente, conjurei macas e os trouxe de volta para o castelo.

O que? O que estava acontecendo aqui?

Olhei para Rose em busca de explicação.

-Snape capturou seu pai, ele está contando uma história absurda de que salvou a nossa vida. –Ela disse tão baixinho que parecia apenas um mover de lábios.

-O que? –Ofeguei no mesmo tom.

Olhei para o lado e Harry e Hermione estavam deitados nos leitos, eles estavam acordados e pareciam tão confusos quanto eu, Rony estava mais na frente, parecia inconsciente ainda.

Madame Pomfrey então veio andando pela enfermaria e parou perto do nosso leito, ela trazia a maior barra de chocolate que eu já vi em toda a minha vida. Parecia um pedregulho.

-Ah! Estão acordados! –Ela falou sorrindo. Então colocou o chocolate na mesa ao lado da cama do Harry e começou a parti-lo com um martelinho.

-Como está Rony? –Harry, Mione e eu perguntamos ao mesmo tempo.

-Vai sobreviver. –Ela respondeu com cara feia. –Quanto a vocês três... Vão continuar aqui até eu me convencer que... Potter o que está fazendo?

Harry se sentou e começou a colocar o óculos e pegar a varinha.

-Preciso ver o diretor. –Ele disse.

Levantei-me.

-Eu vou com você. –Falei.

-Potter, Anderson. –Madame Pomfrey tentava nos acalmar. –Está tudo bem, apanharam Black, os dementadores estão para lhe dar o beijo a qualquer momento.

-O QUE?!-Harry, Mione, Rose e eu gritamos.

Saltei da cama no momento em que Snape e o ministro entravam na enfermaria, eles tinham ouvido nosso grito coletivo.

-Harry, Harry, que foi que houve? –O ministro perguntou preocupado e olhou para madame Pomfrey um pouco ansioso. –Ele já comeu o chocolate?

-Ministro ouça! –Harry começou. –Sirius Black é inocente! Peter Pettigrew fingiu a própria morte. Nós o vimos hoje a noite, o senhor não pode deixar os dementadores fazerem aquilo com o Sirius, ele...

Mas Fudge estava apenas balançando a cabeça com um sorrisinho no rosto como se estivesse falando com uma criança de cinco anos que contava sobre seu amiguinho imaginário.

-Harry, Harry, você está muito confuso. Deite-se, nós temos tudo sobre controle...

-O SENHOR NÃO TEM NÃO! –Harry berrou. –O SENHOR PEGOU O HOMEM ERRADO!

-Por favor ministro, o Harry está falando a verdade, o senhor tem que acreditar nele! –Eu implorei.

-Ministro por favor, ouça.. –Mione falou calmamente. –Eu também o vi, era o rato de Rony, ele é um animago, Pettigrew, quero dizer...

-O senhor está vendo ministro. –Snape disse. – Confusos, os três, Black fez um bom serviço.

-NÓS NÃO ESTAMOS CONFUSOS!-Harry gritou.

-Ah, mas eu só cheguei depois do senhor, professor Snape, e eu também vi Pettigrew. –Rose disse petulante.

-Professor Snape! O senhor tem que acreditar, Pettigrew está vivo! –Falei irritada.

-Viu? Parecem mesmo acreditar que há esperança dele ser inocente! –Snape disse com um tom de lamento. –Pobrezinhos, tão confusos.

-O senhor lançou um feitiço em mim! –Rose falou irritada. –Me deixou inconsciente e depois inventou essa história maluca!

-Ministro! Professor! –Madame Pomfrey rosnou irritada. –Devo insistir que os senhores saiam, eles são meus pacientes e não devem ser angustiados.

-Não estou angustiado, estou tentando contar o que aconteceu! –Harry falou. –Se eles ao menos me escutassem...

Naquele momento Madame Pomfrey empurrou um chocolate na boca de Harry que fez o garoto se engasgar.

-Agora, por favor, saiam ministro, essas crianças precisam de cuidados médicos...

A porta se abriu com um estrondo e o diretor Dumbledore entrou.

-Diretor! –Exclamei.

-Prof. Dumbledore, Sirius Black... –Harry começou.

-Pelo amor de Deus! –Madame Pomfrey gritou histérica. –Isso é uma ala hospitalar ou não? Diretor eu devo insistir que...

-Me desculpe Papoula, mas preciso ter uma conversa com o senhor Potter e as senhoritas Granger, Anderson e Reed. –Dumbledore explicou. –Acabei de falar com Sirius Black...

-Suponho que ele tenha lhe falado o mesmo conto de fadas que implantou na cabeça de Potter. –Snape bufou. –A história de um rato e Pettigrew ter sobrevivido.

-Está é a verdade! –Falei irritada.

-De fato. –Dumbledore respondeu. –Essa é a história de Black.

-E o meu testemunho não vale de nada? Peter Pettigrew não estava na casa dos gritos e não o vi em lugar nenhum dos terrenos do colégio.

-Isso por que o senhor foi nocauteado! –Eu disse sarcástica.

Hermione concordou com a cabeça e disse.

-Não chegou a tempo de ouvir...

-Granger, CALE A BOCA. –Snape falou furioso.

-Ora, Snape. –Fudge falou espantado. –As mocinhas estão perturbadas, temos que dar o devido desconto...

-Eu gostaria de falar com Harry, Hermione, Lyra e Rose a sós. Cornélius, Severo e Papoula, deixem-nos por favor.

-Diretor! –Madame Pomfrey exclamou. –Eles precisam de tratamento, eles precisam de descanso...

-Isto não pode esperar. –Dubledore disse sério. –Devo insistir.

Madame Pomfrey mordeu os lábios, mas saiu andando em direção a sua sala e bateu a porta depois de entrar. O ministro olhou para o seu grande relógio de bolso.

-A esta hora os dementadores já devem ter chegado. –Ele disse. –Vou ao encontro deles. Dumbledore, eu vejo você lá em cima.

O ministro se dirigiu a porta, mas o professor Snape não se mexeu.

-O senhor certamente não acredita em uma palavra da história de Black, não é? –Snape perguntou sério.

-Eu gostaria de falar com eles a sós. –Dumbledore respondeu.

-Sirius Black demonstrou ter a capacidade de matar com dezesseis anos. O senhor se esqueceu disso diretor? O senhor se esqueceu que no passado ele tentou me matar?

-Minha memória continua boa como sempre, Severo. –Dumbledore respondeu com a voz baixa.

-O senhor está amargurado professor. –Falei séria. –Vai mandar um homem inocente para um destino terrível por causa disso.

Snape me encarou por um segundo e fez um barulho desdenhoso com a garganta, depois virou os calcanhares e saiu atrás do ministro que o esperava com a porta aberta. Quando a porta se fechou nós desatamos a falar ao diretor.

-Professor Black está dizendo a verdade, vimos Pettigrew...

-Ele fugiu quando o prof. Lupin e Nate viraram lobisomens...

-Ele é um rato...

-A pata dianteira de Pettigrew, quero dizer, o dedo, ele cortou fora...

-Não foi Sirius que atacou Rony, foi Pettigrew...

Mas Dumbledore levantou a mão fazendo nós quatro calarmos a boca.

-É a vez de vocês ouvirem e peço que não interrompam. –Dumbledore falou baixinho. –Não existe a mínima evidência para sustentar a história de Black, somente a palavra de vocês... E a palavra de três bruxos de treze anos e uma de doze não irá convencer a ninguém! Uma rua cheia de testemunhas jurou que viu Sirius matar Pettigrew. Eu mesmo prestei depoimento para o ministério contando que Sirius era o fiel do segredo dos Potter’s.

-O prof. Lupin pode lhe contar... –Harry começou.

-O Prof. Lupin no momento está embrenhado na floresta, incapaz de contar oque quer que seja a alguém. Quando voltar a forma humana será tarde demais, Sirius estará mais do que morto. E poderia acrescentar que a maioria do nosso povo desconfia muito de lobisomens, a palavra dele contaria muito pouco... E o fato de que ele e Sirius são velhos amigos...

-E Nate? –Eu e Rose perguntamos ao mesmo tempo.

-O professor Snape teve o bom senso de omitir em seu relato que o senhor Kepner também é um lobisomem, então o segredo dele está a salvo e para todos os efeitos ele não estava na casa dos gritos.

Vi Hermione e Rose suspirarem aliviadas.

-Mas... –Harry ofegou.

-Ouça Harry, é tarde demais entende? Você tem que admitir que a versão do Professor Snape é muito mais convincente que a sua.

-Não! Não posso aceitar isso Dumbledore! –Falei magoada. –Agora que finalmente tenho um pai não posso voltar a perdê-lo!

-Ele odeia Sirius. –Hermione exclamou. –Tudo por causa de uma peça idiota que Sirius pregou nele.

-Sirius não agiu como um homem inocente... O ataque a mulher gorda, entrar no colégio com um faca! Sem Pettigrew, vivo ou morto, não teremos chance de derrubar a sentença de Sirius.

-Mas o senhor acredita em nós! –Falei.

-Acredito. –Ele falou baixinho. –Mas não tenho o poder de fazer os outros verem a verdade, nem de passar por cima do Ministro da Magia...

-Não! Temos que fazer alguma coisa! –Falei com a voz estranhamente fina.

Desespero talvez?

Senti como se todo o meu sangue tivesse virado água congelada, estava difícil de me mexer, até de respirar.

-Precisamos... –Dumbledore olhou para Hermione de modo sugestivo. –É de mais tempo.

-Mas... –Hermione falou, mas então seus olhos se arregalaram. –Ah!

Demorei um segundo para entender, mas foi como se tivesse dado um estalo na minha cabeça.

Tempo!

-Agora prestem atenção! –Dumbledore falou baixo e claramente. – Sirius está preso na sala do professor Flitwick no sétimo andar. A décima terceira janela a contar da direita da torre oeste. Se tudo der certo, vocês poderão salvar mais de uma vida inocente hoje à noite. Mas lembrem-se de uma coisa, os três: Você não podem ser vistos! Srta Granger, a senhorita conhece as leis... Vocês. Não. Podem. Ser. Vistos.

Acenei com a cabeça afirmativamente. Dumbledore virou de costas e andou até a porta, olhou para nós antes de sair.

-Vou trancá-los, faltam... –ele consultou o relógio. –Cinco minutos para a meia noite. Srta. Granger, três voltas deve bastar. Boa sorte.

Então ele saiu.

-Boa sorte? –Harry falou confuso. – Três voltas? Do que ele está falando? O que ele quer que a gente faça?

Puxei Harry pelo braço em direção a Hermione que tirava o vira-tempo das vestes, ela jogou a corrente dourada ao redor do pescoço de Harry e em seguida do meu.

-Prontos? –ela perguntou ofegante.

-Sim! –Respondi séria.

-O que é que estamos fazendo? –Harry perguntou totalmente confuso.

Nós não respondemos, Hermione girou a pequena ampulheta três vezes e então eu senti como se estivessem me puxando para trás, um borrão de formas e corres passeou ao meu redor e então tudo parou lentamente e eu estava no saguão do castelo, a luz do sol entrava pelas portas de carvalho abertas.

-Hermione, que...? –Harry olhava ao redor confuso.

Mas Hermione que já estava acostumada com isso apenas puxou nossos braços e nos empurrou para um armário de vassouras, ainda estávamos todos com o colar no pescoço.

-Que... Como... Hermione, Lyra, o que aconteceu? –Harry perguntou.

-Voltamos no tempo. –Hermione falou tirando o colar dos nossos pescoços. –Três horas...

-Mas... –Harry olhava para nós com confusão, decidi ignorá-lo.

-Onde estávamos a essa hora? –Perguntei.

-Você estava com o professor Lupin e eu... Ouça, somos eu, Rony e Harry.

Então eu fiquei calada e ouvi passos no saguão.

-Somos nós indo para a casa de Hagrid! –Ela falou.

-Espera! Você quer dizer que estamos aqui dentro do armário e estamos ali fora também? –Harry perguntou atordoado.

-É. –Mione respondeu. –Tenho certeza de que somos nós. Pelo eco não devem ser mais do que três pessoas... E estamos andando devagar por causa da capa de invisibilidade.

Ela parou de falar e ficou ouvindo.

-Descemos os degraus da entrada...

Mione se sentou num balde virado de boca para baixo, parecendo bem aflita.

-Onde foi que você arranjou essa coisa com a ampulheta? E como a Lyra sabia?

-É chamado de vira-tempo, eu descobri no começo do ano, ela relutou muito em me contar. –Expliquei rapidamente.

-A professor Mcgonagall me deu. –Mione falou. –É assim que eu tenho assistido a todas as aulas esse ano. Ela me fez prometer que não contaria a ninguém, mandou várias cartas ao ministério e assinou um monte de coisas dizendo que eu era uma aluna modelo e não usaria isso para nenhuma outra finalidade que não fosse didática. Mas... Eu não estou entendendo o que Dumbledore quer que a gente faça. Por que voltar três horas no tempo? No que isso vai ajudar Sirius?

Harry olhou para Mione e então para mim.

-Acho que tem alguma coisa que ele quer que a gente mude. –Ele falou.

-O que foi que aconteceu? Eu não estava com vocês... –Falei confusa.

-Nós estávamos indo para a casa de Hagrid. –Harry explicou e franziu o cenho pensativo.

-Agora estamos atrasados três horas e acabamos de ir a casa de Hagrid. –Mione falou. –Vocês acabaram de nós ouvir sair...

-Dumbledore acabou de dizer... Dizer que podíamos salvar mais de uma vida inocente... –Harry falou raciocinando e então seus olhos se arregalaram. – Nós vamos salvar Bicuço!

-Mas como é que isso vai ajudar Sirius? –Hermione se perguntou.

-A janela! –Eu disse. –A janela da sala do professor Flitwick, temos que voar em bicuço até a janela e salvar Sirius!

-Ele pode fugir no hipogrifo... Eles podem fugir juntos! -Harry completou.

Hermione olhou para nós dois aterrorizada.

-Se conseguirmos fazer isso sem ninguém os ver vai ser um milagre!

-Temos que tentar! –Falei séria.

Harry colocou a orelha na porta.

-Parece que não tem ninguém aí fora... Vamos. –Ele disse.

Saímos de dentro daquele armário e o saguão estava vazio, descemos os degraus de entrada e fomos correndo pela grama.

-Se alguém estiver olhando pela janela... –Hermione falou esganiçada.

-Vamos correr. –Harry respondeu sério. –Direto para a floresta, temos que ficar atrás de uma árvore ou alguma coisa que nos permita vigiar.

-Estamos quase na cabana de Hagrid e alguém pode nos ver. –Falei preocupada.

-Está bem, vamos dar a volta nas estufas. –Hermione sugeriu ofegante.

Eu corri em direção as hortas com Harry atrás de mim e Mione atrás dele, fomos para trás das estufas por uns segundos e então seguimos em direção a floresta proibida.

-Certo, temos que chegar a casa de Hagrid sem sermos vistos, fiquem escondidos. –Mione falou.

Fomos andando pela orla da floresta até que ouvimos alguém bater na porta de Hagrid.

-Se escondam! Se escondam! –falei empurrando Harry para atrás de uma árvore.

-Somos nós. Estamos usando a capa de invisibilidade. –Ouvi a voz de Harry falando na porta de Hagrid.

Hagrid abriu a porta, branco e trêmulo. Senti-me culpada por não ter estado com ele nesse momento... Eu tinha que salvar bicuço!

-Vocês não deviam ter vindo. –Ouvi Hagrid falar.

-Esta foi a coisa mais estranha que já fizemos. –O Harry que estava ao meu lado falou com veemência.

-Vamos continuar. –Hermione sussurrou. –Precisamos chegar mais perto de Bicuço!

Bicuço estava deitado na horta de aboboras de Hagrid, ele parecia nervoso.

-Agora? –Harry perguntou.

-É o momento perfeito! –Falei.

-Não! –Hermione repreendeu. –Precisamos esperar o pessoal da comissão vê-lo ou vão achar que Hagrid o soltou.

-Isso nos dá uns sessenta segundos. –Harry falou.

-Ah, isso está ficando cada vez mais complicado! –Eu disse bufando.

Ouvimos um barulho dentro da cabana e eu olhei para Mione e Harry em busca de esclarecimento.

-É o Hagrid quebrando a leiteira. –Mione falou. –Olha, vamos encontrar perebas agora...

Então a Hermione dentro da cabana emitiu uma exclamação de surpresa.

-Hermione... –Harry disse arregalando os olhos. –Podemos entrar lá agora... E pegar Pettigrew...

-Não! –Hermione falou aterrorizada.

-Por que não? –Falei olhando fixamente para a cabana.

Ele estava ali... Pettigrew estava ali a apenas alguns passos.

-Vocês não compreendem? Estamos violando uma das leis mais importantes da magia! Ninguém pode mudar o tempo! Você ouviu o que Dumbledore falou, se formos vistos...

-Mas só seriamos vistos por nós mesmos. –Harry disse.

-Harry, o que você faria se visse você mesmo entrando na cabana de Hagrid? –Ela perguntou.

-Eu acharia... Acharia que estou ficando louco. –Harry respondeu. –Ou acharia que estava usando magia negra...

-Exatamente! Você não entenderia, poderia até se atacar! Você não entende? Mcgonagall me falou várias histórias de bruxos que mexeram com o tempo... Muitos deles acabaram matando seus eus do passado ou do futuro por engano!

-Ok! –Harry falou. –Foi só uma ideia, eu pensei...

-Vocês estão esquecendo uma coisa... –Eu disse séria. Os dois olharam para mim. –Eu não estava na cabana! Eu posso ir lá e dizer que já conversei com Lupin e pegar Pettigrew! Levo-o para o castelo e tudo vai se resolver!

-Ela tem razão! –Harry exclamou voltando a ficar animado.

-Você mudaria tudo Lyra! –Mione explicou. –Se o episódio da casa dos gritos não acontecer, nós não vamos precisar voltar no tempo para salvar Sirius, desse jeito a você que está aqui e a você que está no castelo continuará existindo e haverá duas Lyra’s nesse espaço temporal, isso é errado. Não é natural...

Bufei irritada, ela estava certa! Então Hermione chamou nossa atenção e apontou para trás de mim, Dumbledore, o ministro, o velho da comissão e o carrasco desciam os degraus.

-Já estamos de saída. –Hermione falou.

-Tudo bem bicuçinho. Tudo bem. –Ouvi Hagrid dizer e então se dirigiu a Mione, Ron e Harry. –Vão. Andem logo.

-Hagrid não podemos...

-Vamos contar a eles o que realmente aconteceu.

-Não podem matar bicuço...

-Vão! Já está bastante ruim sem você se meterem em confusão!

Então a Hermione de lá jogou a capa na cabeça de Harry e Ron e os três sumiram, vimos as pegadas no chão.

-Vão depressa... Não fiquem ouvindo...

Então Hagrid trancou a porta de trás. Harry, Mione e eu seguimos os lugares onde a grama se achatava e ouvimos três pares de pés recuarem.

Aquele era o momento de salvar bicuço, antes que seja tarde...


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforçinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo