Foi Na Prisão De Azkaban... escrita por Sensei, KL


Capítulo 38
Os segredos revelados-Parte Final




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PDV Lyra

Hã... É. Isso aí. Eu sabia que meu pai era maluco por causa da convivência com os dementadores, mas o professor Lupin? Esse era novidade. Acredita que ele acabou de dizer que perebas é Pedro Pettigrew? Há! Podem rir, eu deixo.

-Vem cá, as transformações estão mexendo com a sua cabeça? –Perguntei para o professor.

-Vocês são malucos. –Rony exclamou.

-Ridículo. –Hermione exclamou baixinho.

-Isso é completamente impossível. –Nate disse.

-Pedro Pettigrew está morto. –Harry falou com raiva. –Ele o matou doze anos atrás!

Harry apontou para Black que fez um careta.

-Tive a intenção. –Black falou azedo como se estivesse comentando sobre um inseto. –Mas o Pedrinho levou a melhor... Mas desta vez não!

Então Black pulou em direção a Rony tentando pegar o rato dele. Ron soltou um gemido de dor quando o peso do homem caiu em sua perna quebrada, todos ficamos alarmados.

-Sirius, NÃO! –Lupin vociferou se jogando no meio dos dois e impedindo que Black atacasse Ron.

Enquanto isso Perebas tentava a todo custo fugir das mãos de Rony arranhando e mordendo qualquer parte do garoto que ele tivesse contato.

-ESPERE! –Lupin gritou. –Você não pode fazer isso assim... Eles merecem uma explicação... Eles precisam entender... Você tem que explicar...

-Podemos explicar depois! –Black rosnou tentando tirar lupin do caminho e avançar para Ron.

-Eles tem... o... direito... de... saber... de... tudo... –Ele falava ofegante tentando conter Black. –Ele foi o bichinho de estimação do Rony! E tem partes dessa história que nem mesmo eu compreendo. E Harry, Lyra... Sua filha Sirius, você deve uma explicação a eles...

Mexi-me meio desconfortável.

Aquela afirmação pareceu ter dado um choque em Black, ele parou de resistir apesar de não ter tirado os olhos de perebas.

-Está bem então. –Black falou de olho no rato. – Conte a eles o que quiser. Mas faça isso depressa, quero cometer o crime pelo qual fui preso...

-Vocês são pirados. –Rony falou preocupado. –Para mim chega, estou fora.

Rony tentou se levantar novamente, mas Lupin pegou a varinha e apontou para o rato.

-Você vai me ouvir até o fim, Rony. –Ele disse calmamente. – Só quero que mantenha Pedro bem seguro enquanto me ouve.

-ELE NÃO É PEDRO, ELE É PEREBAS! –Ron gritou.

Ele tentou enfiar o rato no bolso, mas o bichinho resistia com todas as forças.

Rony oscilou e foi caindo para o lado, mas Harry e eu que estávamos perto dele fomos em sua direção e o seguramos antes que ele despencasse de cara no chão, o colocamos na cama de novo.

-Houveram testemunhas que viram Pettigrew morrer. –Harry falou para Lupin. –Uma rua inteira...

-Eles não viram o que pensaram que viram... –Black disse ferozmente, não pude evitar um sobressalto.

-Todos pensaram que Sirius tinha matado Pedro. –Lupin explicou. –Eu mesmo achava isso até essa noite ao ver o mapa. Por que o Mapa do Maroto nunca mente... Pedro está vivo! Na mão de Rony, Harry.

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PDV Nate

Olhei para Harry e Rony, era óbvio que os dois não estavam acreditando em nada, olhei para Lyra e ela estava com o cenho franzido como se tentasse entender tudo o que havia sido dito e tentava desesperadamente acreditar.

-Mas Professor Lupin... –Hermione falou chamando a atenção de todos. –Perebas não pode ser Pettigrew... Não pode ser de verdade... O senhor sabe que não pode...

-Por que não? –Lupin perguntou.

E aquela pergunta pareceu ecoar na minha cabeça.

Por que não?

Por que não?

Por que não?

E era exatamente isso que eu me perguntava também, olhei para Hermione esperando que ela estendesse o seu raciocínio.

-Por que... Por que as pessoas saberiam que Pedro era um animago. Estudamos animagos com a Professora Mcgonagall e procurei maiores informações quando fiz meu dever de casa. O Ministério da Magia tem um registro que controla os bruxos e bruxas que podem se transformar em animagos... Eu fui procurar o nome da Professora Mcgonagall no registro e vi que só houve sete animagos neste século e o nome de Pedro Pettigrew não contava nessa lista...

Ah, eu sabia que um dia essa mania de estudar demais da Hermione serviria de alguma coisa. Olhei para o meu pai esperando sua resposta, mas ele apenas soltou uma gargalhada como se soubesse de algo que nós nem fazíamos ideia, o que provavelmente era verdade.

-Certa outra vez Hermione! –Lupin exclamou. –Mas o ministério não sabia que havia três animagos ilegais a solta em Hogwarts.

-Se você vai contar a história aos garotos se apresse Remus... –Black disse impaciente. –Esperei doze anos, não vou esperar muito mais...

-Está bem, mas você precisa me ajudar Sirius... –Lupin pediu. –Eu só sei o começo.

Então um ruído estranho soou atrás de Lupin e a porta do quarto se abriu com força. Ele foi até lá e olhou pelo patamar.

-Não há ninguém aí fora... -Ele falou.

-Esse lugar é mal-assombrado. –Rony explicou.

Suspirei.

-Não é não. –Eu e Lupin falamos ao mesmo tempo. Ele me olhou.

-A casa dos gritos nunca foi mal-assombrada. –Eu falei para Rony.

-Os gritos e uivos que os moradores ouviam eram meus. –Meu pai explicou complementando minha resposta.

Meu pai... Era bom pensar assim.

O professor olhou uma última vez, intrigado para a porta, então virou tirando os cabelos grisalhos de frente do rosto.

-Foi quando tudo começou, com a minha transformação de lobisomem. Nada teria acontecido se eu não tivesse sido mordido... E não tivesse sido tão imprudente...

Ele parecia cansado, Rony abriu a boca para interromper, mas eu e Hermione fizemos “Psiu” ao mesmo tempo, aquele era o momento que tudo seria revelado.

-Eu ainda era um garotinho quando levei a mordida. –Ele continuou. –Meus pais tentaram de tudo, mas naquela época não havia cura. A poção que o professor Snape tem preparado para Nate e eu é uma descoberta recente. Me deixa seguro, entende? Aposto que a Nate também. Desde que eu a tome antes da lua cheia posso conservar minhas faculdades mentais quando me transformo... E posso me enroscar aqui na casa dos gritos, um lobo inofensivo, à espera da mudança da lua cheia.

“Porém antes da poção Mata-cão ser descoberta eu me transformava em um perfeito monstro uma vez por mês. Parecia impossível que eu pudesse frequentar Hogwarts por que outros pais não iriam querer expor seus filhos a mim. Mas então Dumbledore se tornou diretor e se compadeceu da minha situação. Disse que se tomássemos certas precauções não havia razão para eu não frequentar a escola.”

Lupin suspirou cansadamente e seu olhar caiu em Harry.

-Eu disse a você, alguns meses, que o Salgueiro Lutador foi plantado no ano em que eu entrei em Hogwarts, a verdade é que ele foi plantado por que eu entrei em Hogwarts. Esta casa... –Ele olhou ao redor com melancolia. –E o túnel que vem até aqui foram construídos para o meu uso e sem eu saber posteriormente seriam usados pelo meu filho. –Ele sorriu para Nate. – Uma vez por mês eu era trazido para cá para me transformar. A árvore foi colocada na boca do túnel para impedir que alguém se encontrasse comigo durante meu período perigoso.

Me movi desconfortável, até ali as nossas histórias eram tão parecidas que me deixavam arrepiado.

-As minhas transformações naquela época eram... Eram terríveis! É muito doloroso alguém virar lobisomem. Eu era separado das pessoas para morder a vontade, então eu me arranhava e me mordia. Os moradores do povoado ouviam os barulhos e os gritos e achavam que estavam ouvindo almas de outro mundo particularmente violentas. Dumbledores estimulava os boatos... Ainda hoje a casa tem estado silenciosa a anos, pelo menos antes de Nate entrar, mas os moradores de Hogsmead não tem coragem de se aproximar...

Fechei os olhos com um grunhido, passei a mão o meu braço onde haviam várias cicatrizes de mordida, as imagens pareciam passar na minha cabeça como um filme, as minhas próprias transformações e o meu medo de atacar as pessoas que eu amo... Novamente.

-Mas tirando as minhas transformações, eu nunca tinha sido tão feliz na minha vida! Pela primeira vez eu tinha amigos, três grandes amigos.

-Sirius Black, Pedro Pettigrew e James Potter. –Lyra adivinhou.

Lupin sorriu para minha irmã e acenou que sim com a cabeça.

-Agora meus três amigos não puderam deixar de notar que eu desaparecia uma vez por mês. Eu inventava todo tipo de histórias. Dizia que a minha mãe estava doente e eu fui visita-la... Ficava aterrorizado só de imaginar que eles me abandonariam se descobrissem o que eu era. Mas é claro que eles, como você Hermione, descobriram a verdade... Mas não me abandonaram. Em vez disso fizeram algo que tornou minhas transformações mais suportáveis e me proporcionou os melhores momentos da minha vida. Eles se transformaram em animagos.

-Caramba, por que eu nunca pensei nisso?! –Lyra resmungou.

Olhei em sua direção sorrindo, se tem alguém que eu sabia ser capaz de se transformar em animago para ajudar um amigo, essa pessoa é a Lyra. Notei também, pelo canto do olho, que outra pessoa sorriu em direção a Lyra... Sirius Black.

-Meu pai também? –Harry perguntou espantado.

-Certamente. Eles gastaram quase três anos para descobrirem como fazer isso. Seu pai e Sirius eram os alunos mais inteligentes da escola, o que foi uma sorte, por que se transformar em animago é uma coisa que pode sair barbaramente errada. –Ele disse essa parte olhando feio para Lyra. –É uma das razões que o ministério acompanha de perto os que tentam. Pedro precisou de toda a ajuda que pôde obter de James e Sirius. Finalmente no nosso quinto ano, eles conseguiram. Podiam cada um se transformar em um animal diferente quando queriam.

-Mas como foi que isso ajudou o senhor? –Hermione perguntou intrigada.

-Eles não podiam me fazer companhia como seres humanos, mas podiam como animais. Um lobisomem só apresenta perigo para gente. Eles saiam escondidos pelo castelo todos os meses, encobertos pela Capa de Invisibilidade de James e se transformavam... Pedro por ser o menor podia passar pelos ramos do Salgueiro e apertar o botão para imobilizá-lo. Os outros dois, então, podiam escorregar pelo túnel e se juntar a mim. Sob a influência deles eu me tornei menos perigoso. Meu corpo ainda era o de um lobo, mas minha mente se tornava menos Lupina quando estávamos juntos.

-Anda logo Remus! –Black rosnou, ele estava com os olhos fixos em perebas que naquele momento eu estava começando a imaginar que talvez realmente fosse Pedro.

-Estou chegando lá Sirius, estou chegando lá. Bem... Abriram-se possibilidades extremamente excitantes para nós no momento em que conseguimos nos transformar. Não demorou muito para deixarmos a casa dos gritos e nos aventurarmos pelos terrenos da escola e o povoado a noite. Sirius e James se transformavam em animais grandes o bastante para conter o lobo. Duvido que qualquer aluno de Hogwarts saiba mais sobre a escola e do povoado do que nós. Foi assim que criamos o mapa do Maroto e assinando-os com nossos apelidos. Sirius é almofadinhas, Pedro é Rabicho e James era Pontas.

-Que tipo de animal...? –Harry e Lyra falaram ao mesmo tempo, mas foram interrompidos por Hermione.

-Mas a coisa continuava a ser perigosa! –Ela disse alarmada. –E se você tivesse fugido deles e atacado alguém?

-Ela está certa. –Não pude deixar de dizer. –Foi uma irresponsabilidade sem tamanho.

Sirius soltou uma risada seca.

-Ele parece com você. –Black comentou apontando para mim, mas sem tirar os olhos do rato.

-Acreditem, esse é um pensamento que me atormenta até hoje. –Meu pai respondeu deprimido. –E muitas vezes escapamos por um triz, depois ríamos disso. Éramos jovens e irresponsáveis, empolgados com nossa inteligência. Por vezes eu sentia remorsos em trair a confiança de Dumbledore e tivesse desobedecido as regras que ele estipulou para a minha segurança e dos outros alunos. Ele nunca soube que induzi três alunos a se tornarem animagos ilegais. Mas eu sempre conseguia esquecer os meus remorsos quando nós sentávamos para planejar a aventura do mês seguinte. E não mudei...

-Como assim? –Lyra perguntou.

-Durante todo o ano eu lutei comigo mesmo pensando se eu não devia contar a Dumbledore que Sirius era uma animago. Mas não contei. Por que? Por que fui covarde demais. Por que contar a ele significa admitir que eu trai sua confiança quando estive na escola... E a confiança de Dumbledore significa tudo para mim. Ele me admitiu em Hogwarts quando eu era garoto e me deu um emprego na minha vida adulta por que sou incapaz de ter um por ser o que sou. Então me convenci que Sirius estava usando artes das trevas que aprendeu com Voldemort para entrar no castelo e que ser animago não tinha nada a ver. Então se certa forma Snape tinha razão sobre mim...

-Snape? –Sirius perguntou olhando para Remus. –O que Snape tem a ver com isso?

-Ele está aqui Sirius, é professor em Hogwarts. –Ele olhou para nós. –O prof. Snape estudou na mesma época que nós e se opôs firmemente a minha nomeação de professor. Passou o ano inteiro dizendo que não era digno de confiança, ele tem suas razões, entendam... O Sirius aqui pregou uma peça nele que quase o matou, uma peça que eu participei...

Black fez uma exclamação de desdém.

-Bem feito para ele. Nos espionando, tentando descobrir o que andávamos aprontando... Na esperança de que fossemos expulsos.

-Severo tinha muito interesse em saber aonde íamos todo mês. –Lupin explicou. –Estávamos no mesmo ano e... Bem, não nós gostávamos muito. Ele não gostava de James. Inveja talvez? Por ele ser um jogador de quadribol melhor. Em todo caso Snape me viu atravessar os jardins com Madame Pomfrey certa vez. Sirius achou que seria interessante contar a ele que só precisava apertar o nó da árvore com uma vara longa para conseguir entrar atrás de mim. Se tivesse entrado teria se encontrado com um lobisomem adulto, mas seu pai descobriu e foi procurar Snape arriscando sua própria vida para tirá-lo de lá. Snape, porém, me viu no fim do túnel. Ele ficou sabendo enfim o que eu era e Dumbledore o proibiu de contar a qualquer um...

-Então é por isso que Snape não gosta do senhor? –Harry perguntou. –Por que imaginou que estivesse participando da brincadeira?

-Isso mesmo. –Uma voz soou fria atrás do professor Lupin e foi com espanto que eu vi o Professor Snape sair debaixo da capa de invisibilidade.

---

PDV Rose

Corri como louca, consegui sair do castelo sem que ninguém me visse e fui em direção ao jardim, parei em frente ao Salgueiro lutador.

-Como é o feitiço? Como é o feitiço? –Murmurei agoniada.

Eu tinha que avisar ao professor Lupin que Snape estava lá dentro! A palavra pareceu pipocar na minha cabeça e eu levantei a varinha.

-Immobilus! –Falei.

Um raio branco saiu da minha varinha ,direto para a árvore e corri, eu conhecia aquele caminho escuro, provavelmente Nate já teria ouvido meus passos, Nate e Lupin, apareci na sala e pude ouvir uma discussão no andar de cima, subi as escadas silenciosamente e a porta do quarto estava aberta, eu podia ver Nate encostado na parede junto com Hermione. Ele olhou para mim e fez sinal que eu ficasse parada.

-Sirius Black está ai? –Perguntei baixinho de um modo que somente ele ouvisse.

Ele acenou que sim com a cabeça.

-Devo chamar os dementadores? –Perguntei.

Ele acenou que não com a cabeça.

Vi Hermione andar para frente.

-Professor... Não faria mal ouvirmos o que eles tem a dizer... Faria? –Ela perguntou.

Nate então colocou a mão na orelha indicando que eu devia ouvir e fez um gesto para que eu esperasse. Acenei que sim.

-Senhorita Granger, a senhorita vai enfrentar uma detenção. –A voz de Snape falou selvagem. –A senhorita, Potter, Anderson, Kepner e Weasley estão fora dos limites da escola na companhia de um criminoso e um lobisomem, pelo menos uma vez nessa sua vida cale a boca...

Minha boca se abriu em choque, que homem mal educado.

-Mas e se... Houve um engano... –Hermione tentou de novo.

-FIQUE QUIETA SUA BURRINHA! –Snape berrou. –NÃO FALE DO QUE NÃO ENTENDE. –Logo depois sua voz saiu maníaca. –A vingança é muito doce. Como desejei ter o privilégio de apanhá-lo...

Apanhar quem?

-Você vai fazer papel de tolo outra vez Severo. –Outra voz respondeu, era grossa e levemente rouca. -Se esse garoto levar o rato até o castelo vou sem criar caso.

Franzi o cenho, quem era? E onde estava o professor Lupin? O garoto a quem a voz se referia era Rony, óbvio. Não conseguir ver o que acontecia no quarto era frustrante.

-Até o castelo? –Snape falou malvado. – Acho que não precisamos ir tão longe, é só chamar os dementadores na saída do Salgueiro. Eles ficarão satisfeitos em vê-lo Black... Satisfeitos o suficiente para dar-lhe um beijinho.

Sirius Black! Aquela voz era de Sirius black! O pai da Lyra...

-Vamos, todos. –Snape falou. –Eu puxo o lobisomem, talvez os dementadores tenham um beijo para ele também.

Sirius Black e o professor Lupin seriam levados para os dementadores! Os pais de Lyra e Nate... Sem ter ideia do que exatamente eu estava fazendo corri em direção a porta e me coloquei ali como se estivesse impedindo qualquer um de sair.

-Desculpe professor Snape, mas não posso deixa-lo sair. –Falei séria.

-Rose! –Lyra ofegou surpresa.

-Senhorita Reed?-Snape exclamou surpreso. –eu deveria saber que também estava metida nisso, onde esses dois vão a senhorita está sempre lá. –Ele falou apontando para Lyra e Harry.

Harry se adiantou em minha direção e se colocou ao meu lado.

-O professor Lupin poderia ter me matado umas cem vezes esse ano. –Ele disse. –Estive com ele um monte de vezes tomando aulas de defesa contra os dementadores. Se ele esteve ajudando Black, porque não me liquidou logo?

-Não me peça para imaginar como funciona a cabeça de um lobisomem! –Snape sibilou. –Saia da frente Potter!

A cabeça de um lobisomem... O modo como ele falou lobisomem, com tanta repulsa, eu tive vontade de arrancar a cabeça dele fora. Não notei o que estava fazendo até que todos estivessem olhando para mim, um barulho estranho saia da minha garganta, uma coisa animalesca. Eu estava rosnando.

-Solte. O. Pai. Do. Nate. –Falei cada palavra como se fosse uma sentença.

-Está protegendo esse lobisomem? Justo quando alguém da raça dele lhe fez essa cicatriz! Você não sabe o que diz senhorita Reed!

-O SENHOR É PATÉTICO! –Harry berrou. –SÓ POR QUE ELES FIZERAM O SENHOR DE BOBO NA ESCOLA O SENHOR NÃO QUER NEM ESCUTÁ-LOS!

-SILÊNCIO. EU NÃO ADMITO QUE FALEM ASSIM COMIGO. –Snape gritou.

-PARE DE GRITAR COM ELE! –Falei.

-A senhorita vai receber uma bela detenção senhorita Reed. –Snape disse irritado então virou para Harry. –Tal pai, tal filho, Potter! Acabei de salvar seu pescoço, devia me agradecer de joelhos! Teria sido bem feito se Black o tivesse matado, teria morrido que nem o seu pai, arrogante demais para acreditar que podia ter se enganado com um amigo... Agora saia da frente ou eu vou fazer você sair. SAIA DA FRENTE POTTER!

Ok, falar do meu pai foi a gota d’água! Levantei a varinha.

-Expelliarmus! –Gritei.

Mas não fui a única, houve um explosão e Snape foi mandado para o outro lado do quarto, bateu na parede e escorregou para o chão, um filete de sangue saindo de seus cabelos, ao olhar ao redor percebi Harry, Lyra e Hermione com a varinhas levantadas.

-Ah meu Deus! –Lyra gritou. Ela correu em direção ao professor. –Foi nocauteado.

-Vocês não deviam ter feito isso. –Notei aquela voz novamente. Olhei para o lado e vi Black ali, com a expressão preocupada. –Deviam tê-lo deixado comigo.

-Atacamos um professor... Atacamos um professor... –Hermione choramingou andando de um lado para o outro. –Ah, vamos nos meter numa confusão tão grande.

-Está tudo bem Mione, ele vai sobreviver. –Lyra disse checando a pulsação dele. Mas notei pelo seu tom de voz que ela estava preocupada.

Ouvi alguém resmungar e notei o professor Lupin no chão amarrado.

-AH! Professor, como foi parar ai? –Perguntei.

Black então foi até ele e o ajudou a se livrar das cordas.

-Obrigado Harry. –Lupin falou para o meu irmão.

-Não estou dizendo com isso que já acredito no senhor... –Harry respondeu desconfiado.

-Então está na hora de apresentarmos uma prova, você garoto... Me dê o Pedro. –Lupin falou para Rony.

Franzi o cenho.

-Não sei se consigo entender, -Falei chamando a atenção de toos.- Sirius Black está andando pelo quarto livremente como se ele não estivesse aqui afim de matar Harry, deixamos um professor inconsciente e o outro estava amarrado até instantes atrás. Além do mais, por que sua perna está virada num ângulo tão estranho Rony... Alguém me atualiza?

-Ok! –Lyra disse se aproximando de mim. -Lupin está dizendo que Black é inocente e que Pettigrew está vivo e armou para o cara ir para Azkaban. Black, Pettigrew e seu pai eram animagos e que Pedro viveu esse tempo todo sendo Perebas na casa do Ron.

Pisquei os olhos, confusa.

-Então Perebas é o vilão? –Perguntei chocada.

-Nem vem! –Rony exclamou. –O senhor está tentando dizer que Black está aqui somente para pegar Perebas? –Ele olhou para nós em busca de apoio. –Digamos que pettigrew pudesse mesmo se transformar num rato, há milhões de ratos, como ele poderia saber qual é se estava trancafiado em Azkaban?

-Sabe Sirius, é uma pergunta justa. –Lupin falou resignado. –Como você descobriu onde estava o rato?

Black então enfiou a mão dentro do casaco velho e amarrotado e tirou de lá um pedaço de papel amassado, mostrou a nós.

-É a reportagem dos Weasleys no Egito. –Nate exclamou surpreso.

-Onde foi que arranjou isso? –Lupin perguntou a Black, perplexo.

-Fudge. –Black respondeu. –Quando ele foi inspecionar Azkaban no ano passado me cedeu um jornal. E lá estava Pedro no ombro do garoto... O reconheci na hora! Quantas vezes eu o vi se transformar? A legenda dizia que o menino voltaria para Hogwarts... Onde Harry estava.

-Meu deus! –Lupin exclamou. –A pata dianteira...

-O que tem a pata? –Rony perguntou.

-Tem um dedinho faltando. –Black respondeu.

Lyra fez um barulho estrangulado.

-Tudo o que acharam de Pettigrew foi um dedo! –Ela disse chocada.

Aquela história parecia cada vez mais absurda!

-Claro. –Murmurou Lupin. –Tão simples... Tão genial... Ele mesmo o cortou?

-Pouco antes de se transformar! –Black confirmou. –Começou a gritar que eu tinha traído Lilian e James então explodiu a rua com a varinha escondida nas costas e correu para o bueiro junto com os outros ratos.

-Olha aqui, perebas não tem um dedo por que brigou com outro rato ou coisa parecida, ele está na minha família há séculos...

-Doze anos para ser mais exato?-Lupin adivinhou. –Estranho um rato viver por tanto tempo não é?

-Nós... Nós cuidamos bem dele.

-Mas ele não está muito saudável ultimamente não é? –lupin falou insinuante. –Tem perdido peso desde que Sirius fugiu imagino.

-Ele tem andado apavorado com aquele gato maluco... -Rony exclamou.

-Mas você mesmo disse que ele estava ruim quando você voltou do Egito Rony. –Lyra falou.

-O gato não é maluco! –Black falou rouco a acariciou a cabeça de bichento. – É um dos animais mais inteligentes que já encontrei. Ele e o furão perceberam na hora o que Pedro era! Quando me encontraram perceberam que não era um cachorro. Levou um tempo para confiarem em mim, o gato foi o mais difícil, o furão disse ter sentido o meu cheiro no pescoço de sua dona. –Ele olhou em direção a Lyra que colocou a mão no pescoço onde havia um colar de prata. – Eles tem me ajudado desde então.

-Como assim? –Hermione perguntou.

-O gato tentou trazer Pedro a mim, mas não conseguiu, então o furão roubou as senhas de acesso a torre da Grifinória e trouxe para mim, pelo que entendi ele roubou da mesa de cabeceira de uma garoto...

-ESPERA AI!-Lyra gritou. Todos olharam para ela. –Você disse que eles perceberam que você não era um cachorro... Um cachorro! Você se transforma num cachorro.

-Sim, ele se transforma num cachorro, o que tem isso? –Lupin perguntou confuso.

Eu olhei confusa para ela, Nate então fez um barulhinho com a garganta, de desagrado.

-Por favor, não me diga que é um cachorro preto. –Nate pediu.

Black pareceu desconfortável.

-Não era minha intenção ir até lá, eu queria ver Harry e eu ouvi a conversa de vocês... Me desculpem.

Naquele momento as peças encaixaram.

-Oh! –Exclamei. –Maroto! Foi assim que você descobriu que Lyra era sua filha! Você é o cachorro que o Nate trouxe para casa.

-Sim. –Ele respondeu.

-Você entrou na minha casa, me espionou, espionou minha família! –Lyra reclamou, ultrajada.

-Você é a minha filha, eu tinha o direito de conhecê-la! –Ele respondeu.

-Lyra! –Chamei antes que ela replicasse. –Depois você fala sobre isso, agora é tarde para remediar, ele já sabe de tudo. Se concentre no rato.

Ela respirou fundo e mandou um olhar feio em direção a Black que continuou a história apesar de estar um pouco desconfortável.

-Eu estava dizendo que Pedro soube o que estava acontecendo e fugiu... Esse gato, Bichento foi o nome que lhe deu? Disse-me que Pedro tinha manchado o lençol de sangue... Se fingir de morto deu certo uma vez...

-Sabe por que ele se fingiu de morto? –Harry perguntou num tom de voz amargurado. –Por que sabia que você viria mata-lo como fez com meus pais.

-Harry... –Lupin falou.

-Mas Harry! –Chamei. –Ninguém sabia que Sirius Black fugiria de Azkaban... Por que então viver a vida inteira como rato se estava livre da ameaça de morte?

-Harry, você não está vendo? –Lupin perguntou. –Todo tempo achamos que Sirius tinha traído seus pais e perseguido Pedro, mas foi ao contrário... Pedro que traiu sua mãe e seu pai...

-NÃO É VERDADE! –Harry berrou. –ELE ERA O FIEL DO SEGREDO. ELE CONFESSOU TER MATADO MEUS PAIS!

-Foi a mesma coisa que ter matado. –Black disse amargurado. –Convenci Lilian e James a usarem Pedro com fiel no último instante... A culpa é minha... Na última noite combinei com ele para irmos ver se os dois estavam bem, mas quando cheguei no local a porta estava aberta e não havia sinal de arrombamento. Fiquei apavorado, quando entrei vi os corpos dos dois... Percebi o que Pedro havia feito... O que eu havia feito... –A voz de Black se rompeu naquele momento.

-BASTA!-Lupin interrompeu. –Tem um modo de provar o que realmente aconteceu. Rony, me dê o rato.

-O que você vai fazer com ele? –Rony perguntou.

-Entrega a droga do rato! –Nate resmungou.

-Vou obriga-lo a se revelar. –Lupin explicou. –Se for um rato mesmo não vai se machucar.

Rony hesitou, mas entregou perebas que guinchava e se esperneava tentando se soltar.

-Está pronto Sirius? –Lupin perguntou.

Black tinha apanhado a varinha de Snape.

-Juntos? –Ele perguntou.

-Acho melhor. –Confirmou Lupin. – Quando eu contar Três. Um... Dois... TRÊS!


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