My Kind Of Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 5
Capítulo V




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As quatro semanas que se seguiram foram sem novidades. Cinzentas, vazias, frias. Sherlock morava praticamente no hospital.

Em uma tarde, quando resolveu voltar para casa tomar um banho acabou dormindo em sua cama. A verdade é que não queria ficar naquele apartamento, não se estivesse sem o John com ele. Acordou assustado com seu celular ao receber uma ligação do hospital.

– Alô? Sr. Holmes? Aqui é Rebecca, a enfermeira. O dr.pediu que entrássemos em contato, pois John Watson acordou e...

O quê? Ele acordou do coma? Estou indo para aí agora! – respondeu se levantando e colocando seu casaco.

– Sim, os pais deles já estão a caminho também.

– Obrigado! Sra. Hudson...Sra. Hudson! – gritou descendo as escadas rapidamente.

– Sim, querido... – esta respondeu enquanto aparecia no corredor, perto da porta de entrada.

– O John...ele acordou! Ele acordou...estou indo para o hospital!

– Oh, graças a Deus! Espere, eu te levo!

– Não! A senhora vai demorar muito...vou de táxi, nos vemos lá! – Sherlock abrindo um sorriso e saindo porta afora.

Durante o percurso pediu para o taxista acelerar o tempo todo, porém este insistiu dizendo que não, eles não poderiam passar no sinal vermelho!

Chegando ao hospital, Holmes estava completamente sem fôlego, mas mesmo assim não conseguiu aguentar esperar o elevador e subiu todos os andares pela escada de emergência.

Na porta do quarto viu John conversando com a enfermeira e aquilo fez seu coração bater muito forte.

– Sherlock...- Dr. Lawrence se aproximou fazendo o moreno olhá-lo.

– Dr. Como ele está? – perguntou vendo-o de costas enquanto a enfermeira lhe dava um remédio.

– Ele está muito bem, surpreendentemente bem. Tomará medicamentos fortes por um tempo, que provavelmente mexerão com seu humor, mas estamos muito confiantes com a recuperação total de John.

– Posso...posso falar com ele agora? – Sherlock sorriu.

– Claro que sim!

Sherlock entrou no quarto e parou na frente da cama. John assim que viu ele e o médico, se ajeitou na cama bem devagar.

– Como está se sentindo? – o moreno perguntou se segurando para não ir até ele.

– Bem...bem. Eu acho, minha cabeça dói. Há quanto tempo estou aqui exatamente?

– 1 mês. – Holmes respondeu atenciosamente.

– Uau. E o que aconteceu?

– Você foi atropelado, John. – o médico respondeu.

– Seus pais devem estar a caminho, eles ficaram aqui por um tempo, até você se recuperar.

– Ok...e vocês já descobriram quem fez isso? Quero dizer, tem como saber?

– Nós? Bem...a polícia está cuidando disso, mas não temos. Infelizmente não. Não ainda. – Sherlock explicou.

– Certo. Obrigado Dr...policial. Agora, se você não se importarem, eu quero ficar sozinho, quero esperar meus pais...- John respondeu para Sherlock que agora o encarava muito surpreso.

– John, eu...eu não. Sou eu...Sherlock. – respondeu.

– Desculpe-me, mas nos vimos antes ? – Watson perguntou confuso, se esforçando para se lembrar.

Sherlock encarou Dr. Lawrence que observava o paciente tão surpreso quanto ele.

– Não consegue ver o que aconteceu aqui, doutor? John tem amnésia devido ao acidente...- Sherlock disse muito sério.

– Vou precisar fazer alguns exames, isso é completamente inesperado. – este respondeu.

– Não, não é. Sempre foi uma possibilidade. – Holmes respondeu tristemente enquanto o loiro o encarava muito sério.

– Ainda assim, não podemos saber qual a sua dimensão até o paciente acordar. Com licença. – Dr. Lawrence disse saindo levando a prancheta de John com ele.

Sherlock se aproximou do loiro e após um tempo disse:

– Você não se lembra de nada mesmo.

– Quem é você afinal? – John perguntou.

– Qual a sua última memória? Tente se lembrar...

– Bem, eu..eu não sei...está tudo muito confuso na verdade. Mas acho que...é, eu estava em casa quando recebi um email dizendo que eu havia prestado vestibular e passado na faculdade em Londres.

– Passado no vestibular em Londres? John, em que ano acha que estamos?

– Por que está me enchendo de perguntas? Quem é você e por que meus pais estão demorando tanto para chegar? – John retrucou sem paciência.

– Porque você é um médico formado agora, John. Mora em Londres e não mais em Bournemouth. E eu...eu sou seu namorado. – Sherlock revelou e isso fez John cair na risada.

– O quê?! Você é um maluco ou o quê? Eu...eu nunca...- dizia mas foi interrompido pelo moreno que continuou.

– Você teve uma perda de memória. E justamente do período que nos conhecemos...cinco anos.

– O quê? Quanto anos eu tenho?

– 28 anos, John.

– 28 anos...- o loiro repetiu confuso.

Uma enfermeira se aproximou para tirar uma amostra de sangue e então Watson aproveitou para pedir um espelho. Se surpreendeu ao ver seu reflexo mais velho no espelho.

– Isso é completamente estranho. Meu Deus... – respondeu enquanto Sherlock o observava. Seus olhares se encontraram e ele disse: - N-nós, nós somos namorados?

– Sim.

A feição de John se tornou muito confusa e após um tempo, ele disse:

– Ok. Isso é muito inesperado...eu e você. Quero dizer, eu...

– Você não sabia que era gay até me conhecer. O mesmo aconteceu comigo, John. Mas nos tornamos muito amigos primeiramente e o resto veio aos poucos e muito naturalmente. – Sherlock respondeu.

– Você é médico também, Sherlock?

– Não. Quero dizer, sou biomédico e formado em advocacia. Atualmente trabalho como consultor na polícia.

– Oh. Certo. – respondeu parecendo ainda mais confuso.

Neste momento os pais de John entraram porta adentro muito felizes, abraçando-o e comemorando por sua melhora. O loiro não poderia ter ficado mais radiante e acabou ignorando Sherlock que agora apenas assistia o reencontro, completamente triste por sua situação.


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Uma semana depois...




– Descobriram como ocorreu? – Sherlock perguntou entrando na sala do Dr. Lawrence que o aguardava junto com o neurocirurgião-chefe.

– Após analisarmos alguns exames do John, concluímos que sua amnésia deve-se ao trauma do acidente...

– Isso é elementar. Continue e pule para a parte relevante e não óbvia. – Sherlock respondeu deixando os dois médicos completamente sem graça.

– Tal tipo de comportamento é muito mais comum do que se pensa a um paciente que sofreu tal transtorno. Não conseguimos saber se tal amnésia pode ser psicogênica ou transitória...apenas o tempo nos dirá. – o outro médico completou.

– O que quer dizer é que não sabemos se poderá durar dias, ou meses? Anos, talvez?

– Sim, infelizmente no caso de John não podemos garantir que ele voltará sequer um dia a lembrar do período que agora não se recorda. – Dr. Lawrence respondeu.

Sherlock se levantou completamente absorto em pensamentos. Após um tempo, disse:

– A última memória que ele tem é de cinco anos atrás...ele não me conhecia. Se ele não se lembrar nunca mais, quer dizer que ele nunca saberá o que eu sou para ele, o que nós vivemos? O que somos um para o outro?

– Sim, infelizmente. Ainda é muito cedo para dizer, mas não há garantia de que ele não se lembrará também. A memória pode voltar a qualquer instante...

– Ou pode não voltar nunca mais...- Holmes respondeu.

– Não sejamos otimistas e nem pessimistas. Vamos esperar as próximas semanas nos dizer qual caminho seguir. Ele terá um acompanhamento psicológico que o auxiliará nesta fase. Afinal, não podemos supor como é acordar cinco anos depois. Ele precisará de toda ajuda.

– Naturalmente...- Sherlock respondeu ainda muito transtornado.

– Hoje ele terá alta e nós recomendamos que ele volte à sua vida normal, a tudo que ele fazia antes, isso o ajudará a lembrar mais rápido. Vocês vivem juntos, certo?

– Sim.

– Certo. Você terá que ter muita paciência. Não será fácil. Temos casos de pacientes que se tornam muito agressivos ou acabam entrando em depressão por conta disso. – o outro médico alertou.

– Estou ciente de tudo isso. Eu farei tudo. Absolutamente tudo para que ele volte e se lembre...de mim. – Holmes declarou.

– Então, vamos dar a notícia para ele. – Dr. Lawrence disse.




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Assim que Sherlock e o Dr. chegaram ao quarto encontram John rindo com sua mãe.

– Como se sente hoje, John? – o médico perguntou.

– Muito bem, obrigado. – John sorriu.

– Pelo visto está mesmo. Você já pode voltar para a casa, hoje eu te darei alta.

– Sério? Finalmente...- Watson brincou.

– Sim. Você poderá sair. Estou receitando alguns medicamentos e preciso que retorne neste final desta semana para te reavaliarmos. Sem exercícios prolongados e sem grandes esforços físicos. Cuidaremos de sua alimentação, mas isso é só devido à medicação, tudo bem?

– Claro, sim...entendido. – concordou de maneira obediente.

– Tem mais uma coisa, ao conversar com Sherlock agora eu expliquei a importância de você retornar à sua rotina antiga.

– O que quer dizer? – a sra. Watson perguntou.

– O ideal é que John volte para a casa. Comigo. – Sherlock respondeu enquanto ele e John se olhavam.

– Mas eu nem te conheço. Digo, eu não me lembro de nada. Absolutamente nada, pode ser estranho e eu não quero incomodar...- respondeu.

– Pode ser melhor mesmo, filho. E outra, você já tem uma vida aqui em Londres...- a senhora respondeu trocando um olhar cúmplice com Sherlock.

– Sim, mas...eu não sei. – John respondeu.

– John, por favor. Tente. Se não der certo eu mesmo te levo à Bournemouth, mas por favor...apenas tente. – Sherlock pediu surpreendendo a mãe do loiro, que nunca tinha visto ele daquela maneira vulnerável.

John pensou por um breve instante até concordar ainda parecendo indeciso.

Sherlock então deu um meio sorriso enquanto o médico terminava de dar algumas instruções.

Holmes viu nesta oportunidade, uma forma de reconquistar John. E ele faria isso a partir de agora, de maneira incansável.













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Notas finais do capítulo

História da fic livremente inspirada no filme "Para Sempre"...
espero que tenham gostado!

Ver Sherlock tendo que conquistar o Jawn será fascinante! *_*


Beijinho e boa semana! ♥