Após fecharem a porta, eles trocaram um olhar seguido de um sorriso e então John pegou sua mala que estava perto da porta, subindo atrás de Sherlock quando a Sra. Hudson apareceu no corredor vindo da cozinha dizendo:

– Oh, Sherlock! Não sabia que estava de volta! Querido!

– Oh. Olá. Acabei de voltar. Peguei o primeiro voo que consegui em Moscou assim que falei com a Molly. – Holmes respondeu enquanto ele o médico ainda se encaravam.

– Vocês devem estar com fome. Vou preparar algo! Que bom que o John voltou, fiquei tão feliz...hoje mesmo eu estava comentando com o Richard. O Richard, vocês sabem? O da confeitaria e ele...

– Ok..a gente precisa ir, Sra. Hudson. – John disse educadamente puxando Sherlock pela manga do casaco.

– Mas vocês não vão comer nada? O John emagreceu...e você, Sherlock! Tão pálido e..

– Tchau, Sra. Hudson...- Sherlock respondeu fechando a porta do apartamento enquanto John ria.

Deixando a mala no chão ele puxou Sherlock em um beijo tirando o sobretudo com rapidez enquanto este o envolvia com um abraço apertado.

– Deus, como senti sua falta...do seu gosto, do seu corpo...- Watson sussurrou beijando seu pescoço, o velho e conhecido choque passando por seus corpos.

Holmes o beijou em resposta enquanto os dois agora iam pelo corredor, tropeçando em suas próprias pernas e desejos, em direção ao quarto.

Ao chegarem, John deitou com tudo na cama fazendo o moreno rir enquanto fechava a porta. Deitando-se por cima, seus lábios se encontraram mais algumas vezes.

– Eu te amo tanto. – John declarou segurando o pescoço de Sherlock enquanto os dois se olhavam, se tocavam mais uma vez, reconhecendo cada detalhe, cada centímetro do outro.

– E eu te amo, John. – respondeu emocionado e isso o fez sorrir – Esses seis meses separados foram uma tortura para mim. E só me fizeram reafirmar o que já era muito óbvio antes.

– E para mim também, Sherlock. Além de tudo...eu estive confuso. Por nós dois...aquele nosso beijo na piscina...por aquela nossa primeira vez. Por tudo que você fez...

– Tudo o que fiz não o fez ficar comigo.

– Mas eu voltaria para você. Mais cedo ou mais tarde, seria questão de tempo. Com ou sem memória. Não vê? Eu sou seu... – o médico declarou beijando-o carinhosamente – Eu achei que estivesse na Rússia. Quase enlouqueci quando a Sra. Hudson me disse...

– E eu estava. Por motivos de segurança não levei meu celular, usei o do Mycroft e a Molly insistiu que eu deixasse o número com ela, o que foi útil porque assim que vocês se falaram ela me ligou.

– Eu vim assim que tudo voltou. É estranho explicar, mas é como se eu estivesse assistindo a um filme muito antigo que eu não lembrava ter assistido...até agora eu tenho esses flashes. A minha terapeuta disse que as memórias retornarem durante o sono é raro, mas acontece. E foi assim que comigo...

– Sim. Devido ao estresse e emoção, o sono te deixa mais vulnerável e relaxado também. Ainda que inusitado, é compreensível. – Holmes explicou.

– É, sim...quero dizer, claro. Mas eu acredito em coisas maiores, sabe? Ultimamente estive pensando muito sobre você, sobre nós...e eu fiquei muito frustrado por tudo, principalmente porque eu queria que desse certo. Na noite em que tudo aconteceu e as minhas memórias voltaram eu pensava em você sem parar antes de dormir, sabia?

Sherlock deu um meio sorriso convencido e beijou John enquanto seus corpos se ajeitavam. As mãos do médico subiram por sua coxa, puxando-o enquanto Sherlock acariciava seus cabelos.

Os dois trocaram mais um sorriso cheio de malicia e então em um movimento rápido, John trocou de lugar com Sherlock, puxando os quadris do moreno em sua cintura enquanto este se livrava de sua camisa. Tirando sua camisa também, as mãos ágeis do loiro entraram na calça do moreno, provocando-o enquanto os dois se beijavam, em um abraço agitado.

– Oh...John... – gemeu quando este mordeu seu pescoço com força.

Entre mais beijos urgentes, promessas, gemidos, sorrisos e olhares cúmplices trocados, Sherlock o envolveu em um abraço, cravando as unhas em suas costas ao senti-lo penetrá-lo.

Ambos completamente sem ar agora se olhavam, e nada precisava ser dito. Absolutamente nada. Tudo havia sido compreendido e de certa forma consertado.

Holmes amava o modo como John sempre havia o tocado e mais uma vez teve a certeza que só ele poderia deixa-lo daquele jeito: completamente entregue. John por sua vez via em Sherlock tudo o que ele sempre havia sonhado, de uma maneira inusitada, era certo, mas os dois juntos era muito bom e ele só queria poder dizer isso, demonstrar isso a Holmes todos os dias de sua vida.

– Oh...- suspirou alto enquanto seus movimentos aceleravam. Sherlock segurava com força no lençol, com o pescoço inclinado e seus lábios apertados em uma mordida enlouquecendo ainda mais o médico que via aquela cena bem de perto.

Era mais forte que os dois, que meras palavras, e ainda assim era perfeito, completamente certo e compreensível.

– Sherlock...olhe para mim...- John pediu carinhosa e o moreno obedeceu com um sorriso bobo. – Eu nunca mais vou a lugar nenhum.

Entre incontáveis carinhos e beijos, os dois permaneceram daquela maneira por muito, muito tempo.

–----------------------------------------------------------------------------------------------

Holmes abriu os olhos e tampou o rosto assim que percebeu a claridade vindo de sua janela. Despreguiçou gostosamente e ao sentir o cheiro de torrada abriu um sorriso, se cobrindo com apenas o lençol que estava no chão, indo até a cozinha.

– Bom dia! – John sorriu ao vê-lo chegando enquanto terminava de colocar o chá no bule.

– Bom dia. – este respondeu abraçando-o por trás, beijando seu pescoço.

– Dormiu bem? – o loiro perguntou lhe entregando uma xícara enquanto se sentavam à mesa.

– Obrigado. As últimas duas horas? Sim. Todas as outras estive fazendo algo muito melhor. – Holmes respondeu levantou a sobrancelha.

– Oh. Eu também...e sabe, eu acho que ainda não estou satisfeito?

– Nem eu...o que são oito horas juntos quando se passaram seis meses te desejando? Eu ainda não acredito que esteja aqui. – Sherlock respondeu inclinando seu rosto. John o acariciou inclinando-se de volta e beijando-o levemente seguido de um suspiro.

– Nem eu...terminar nunca foi uma opção. Nunca. Nunca mais eu vou sequer pensar nisso... – disse tomando um gole de sua xícara.

– Eu também. Eu nunca quis isso, quando brigamos, você sabe que boa parte era pelo Peter. - o moreno confessou.

– É, eu sei. E eu realmente sinto muito, eu deveria ter me expressado melhor. Conversado com você...Sherlock, ao dizer que você era o egoísta eu estava sendo ainda mais! A verdade é que eu estive tão estressado, alterado...não estávamos nos nossos melhores dias, mas Deus! Eu nunca pensaria em terminar com você.

– Nem eu, John.

Os dois trocaram um sorriso e então o médico continuou:

– E eu sinceramente adorei vendo você dando um soco no Peter. Foi sexy. Bem, você é sexy.

– Obrigado. Eu sei. Mas obrigado. – Holmes respondeu sério fazendo-o gargalhar.

– E quanto a onde nós paramos...e onde queremos chegar. Sherlock, eu...desta vez vamos tentar diferente. Eu sei, eu conheço você...e você vai saber de tudo o que eu quero...porque eu vou te dizer...

– Mesmo eu deduzindo tudo muito antes? – Holmes provocou.

– Sim! Mesmo assim...você diz o que quer e o que não quer de nós dois. Pois eu te direi agora com todas as letras...eu quero tudo com você. – John declarou encarando-o, deixando Sherlock com a garganta seca – Eu quero tudo. Porque nós merecemos e podemos isso. Você é tudo o que eu sonhei...eu quero passar o resto da minha com você. Quero ter uma família com você.

– John, eu não acho...- tentou interromper nervosamente.

– Então, Sherlock...- ele continuou com um sorriso confiante – então, Sherlock Holmes, já que estamos aqui...de volta, só nós dois...eu quero saber se você aceita.

O detetive o encarou com um olhar desconfiado ao ver que John pegava algo de seu bolso. Sim, ele faria mesmo aquilo que ele estava pensando.

– O que vai fazer? - perguntou retoricamente ao ver Watson agora lhe mostrar uma caixinha gasta de cor azul marinho.

– Eu vou convidá-lo para a nossa maior aventura juntos. Você quer? Por favor, Sherlock...se case comigo. E sim...esse anel eu já tenho há muito. Há exatamente quatro anos e meio e eu o comprei depois de nossa viagem de campo, quando você disse “eu te amo” pela primeira vez e eu soube que quando o assunto é nós dois...tudo vale a pena.

Holmes olhou as duas alianças na caixinha e encarou John que deixava algumas lágrimas surgirem em seus belos olhos castanhos. Piscando rapidamente ele respirou fundo e deu um meio sorriso antes de responder o que havia decidido responder.