My Kind Of Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 14
Capítulo XIV




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No dia seguinte, logo cedo Sherlock ouviu batidas na porta. Ao abri-la se surpreendeu ao ver Greg.

– O que faz ainda em Londres, não vão para a Lua de mel? – perguntou enquanto mostrava a poltrona para este se sentar.

– Não, vamos hoje depois do almoço. Sherlock vim apenas para...

– Eu sei. Eu sei. Não agi de maneira adequada. Ou melhor, eu agi de maneira adequada, porém o local não era o ideal. Diga a Molly que sinto muito, não foi minha intenção chamar a atenção mais do que ela.

– Me comove sua sensibilidade. Não, ela está bem...não quer te ver por enquanto, o que é bem natural, mas está tudo bem. Não era isso o que eu ia falar...nossa, e o seu nariz?

– Ótimo. Não quebrou o que é ótimo.

– Perfeito. Bom, eu vim dizer que com o casamento eu pedi minhas férias, você sabe...para a lua de mel. Nesse meio tempo virá outro inspetor, você sabe...para me cobrir e para acompanha-lo.

– Eu não preciso de ajuda, Lestrade. Você sabe muito bem disso. – Sherlock respondeu enquanto pegava seu violino cuidadosamente.

– É, eu sei. Mas eles não querem vê-lo resolvendo tudo sozinho, e ninguém além de mim consegue trabalhar com você, já que ofendeu a todos. Então, seja menos você e faça um esforço para trabalhar bem com ele. Se chama Adam, deve ser só dez anos mais velho que você e apesar dele ser americano os últimos anos viveu na Holanda. É um cara sério e altamente recomendado.

– Fascinante. - Sherlock declarou de maneira irônica enquanto começava a tocar.

– Tá...bom, é isso. Vou indo. Até mais...se cuida. – ele se despediu enquanto saia, mas Sherlock não respondeu. A única coisa que lhe interessava era saber agora era quando John o procuraria de novo e daquela vez, não iria deixar a oportunidade escapar.




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Três semanas seguidas se passaram e John não o procurou. Sherlock pensou em ligar e em procura-lo, mas desistiu. Sentiu a insegurança toma-lo. John talvez não imaginasse os dois juntos no final das contas.

Em uma tarde sábado qualquer, porém, alguém bateu à porta e Sherlock que fazia alguns testes na pia da cozinha foi atender com avental e luvas. Surpreendeu ao ver o loiro sorrindo de maneira confiante.

– Desculpe por não ter avisado que viria. Tem sido uma correria essas últimas semanas...espero não estar incomodando. – este disse entrando e se sentando perto da mesa.

– Não, eu estou terminando um estudo. – Sherlock respondeu tirando as luvas e o avental.

– Oh, que interessante. Sobre o que é?

– Sobre tipos diferentes de granito. Na realidade é para um caso que eu estou cuidando. O de Oxford, não sei se ouviu falar.

– Oh, das crianças que desapareceram? Claro que sim, tem repercutido em todo o país...uau, não sabia que era você que estava cuidando!

– Sim, na realidade a polícia achou melhor assim e não haveria motivos para ser diferente. E por falar em policia, eu consegui marcar um encontro com os motoristas suspeitos de terem te atropelado para o início do próximo mês, está tudo certo.

– Próximo mês, uh? Oh...eu não acho que vou poder...é exatamente por isso que eu vim. - John respondeu de maneira incerta.

– A memória é um recurso incrível de fato. Ontem nós faríamos cinco anos, sabia? – Sherlock deu um meio sorriso enquanto lavava cuidadosamente suas mãos, sentando-se agora perto do médico.

– Ok, bem...eu ocupado com algumas coisas e com decisões que tomei sabe...eu vim lhe contar. - confessou ainda tomando coragem.

– Estou ouvindo.

– Eu...eu vou para o Afeganistão. É um programa de trabalho voluntário que surgiu no hospital...e eu vou aceitei. Vai ser bom para mim! Irei próximo final de semana. - sorriu, mas neste momento Holmes se levantou apreensivo.

– Afeganistão? Que ideia é essa de Afeganistão, John?

– Eu também achei uma loucura no começo...o programa não tem data de término, você sabe...por lá tem muito trabalho a se fazer e eu acho que será bom para eu me encontrar realmente, sabe...

– Não. Não vai ser bom! Você não pode fazer um trabalho desta magnitude e importância apenas por querer se encontrar! Isso é estupidez. Quer se encontrar? Faça um mochilão na Austrália por duas semanas ou medite! Mas não se jogue em um país em guerra completamente desmemoriado! Quem te deu essa ideia? Paul?

– É Peter! E não...nós não nos falamos mais desde o incidente no casamento do Greg e da Molly. Tem um pessoal que vai e eu resolvi tentar. Eu vim te contar, achei que fosse querer saber e me respeitar. Por consideração. Eu já me decidi...eu sei o que é melhor para mim...- John respondeu enquanto os dois se olhavam.

– Não. Não sabe! Isso é burrice e você sabe muito bem disso. Eu odiei que tenha vindo só para isso. – o moreno respondeu de maneira ríspida e sincera.

– Não, não é burrice. Não é porque você não sabe o quanto eu estou desesperado. E quer saber? Eu já me convenci que a minha memória não voltará mais!

– Você não tem como saber disso!

– Muito menos você, Sherlock! Eu não quero ficar preso pelo o que eu era antes...pelo o que eu fui, por decisões que eu sequer me lembro de querer ter tomado! Eu nem sei se eu quero continuar sendo médico para sempre ou...ou se eu quero isso realmente! – revelou mostrando o apartamento e neste momento Sherlock se aproximou, ficando centímetros de distância.

– Você está indeciso. Ainda. Há algo que eu possa fazer por nós? Por você? Apenas me diga de uma vez por todas. – Holmes perguntou.

– Honestamente? Eu não acredito nisso. Não neste momento.

– Então, não há nada que você possa fazer também nesta casa...- respondeu saindo e pegando alguns livros e pertences de Watson ainda na prateleira e jogando-o na mesa – Eu me cansei disso. E se você não quer realmente, não há nada que eu possa fazer. Quando você se decide, John, quando a ideia se petrificou em sua mente, não há nada ou ninguém que possa convencê-lo do contrário e isso está me deixando exausto. Vá. Pegue suas coisas. E vá embora. De uma vez e definitivamente.

Os dois se olharam, ambos alterados e ainda assim muito conscientes de tudo o que estava acontecendo.

– Eu sinto muito por isso. Eu realmente sinto. – John disse por fim saindo e não pegando nada que era seu.




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A sra. Hudson abriu a porta e Molly apareceu dizendo de maneira preocupada:

– Oh, ele ainda está do mesmo jeito? Eu demorei?

– Não querida...entre e por favor, não conte eu lhe chamei ou ele ficará furioso. Ele ficou atirando nas paredes. Disse que está entediado, mas isso aconteceu depois que John veio esta tarde aqui! Os dois discutiram e ele também saiu bem alterado...será que eles nunca vão se entender? Minhas paredes poderão não suportar se continuar assim! – a senhora explicou enquanto as duas subiam as escadas.

– Sim...tentarei falar com ele! – a jovem respondeu batendo na porta de Sherlock que respondeu do lado de dentro que não havia ninguém – Vamos, Sherlock!

Após alguns minutos a porta se abriu e ela entrou, vendo que tudo estava fora do lugar e a parede estava perfurada com inúmeros buracos de tiros. Sherlock se estirou no sofá com o cinzeiro sobre seu abdômen e parecia anestesiado.

– Oh. Sra. Hooper Lestrade. Em que posso ajuda-la? – ele perguntou sorrindo forçadamente.

– Vim ver se você quer jantar conosco hoje...ei o que houve aqui, Sherlock?

– Oh, por favor. Não finja que a sra. Hudson não te ligou porque estava preocupada com as paredes dela.

– Okay. Foi exatamente isso, agora me fale o que houve por aqui...

– Sua lua de mel foi boa, mas não exatamente excelente. Choveu nas duas semanas de três que vocês ficaram lá e olha que essa época no Havaí quase não chove! Greg se esforçou, mas não conseguiu se livrar completamente do trabalho e então você passou a maior parte do tempo em manicures, lojas, câmeras de bronzeamento apenas para chegar uma boa impressão, não foi isso?

Molly o encarou furiosamente e respirando fundo respondeu:

– Você não deveria fazer esse tipo de coisa, sabia? Pelo menos não com as poucas pessoas que te aturam. Agora diga logo o que houve antes que eu pegue essa arma de você.

– Eu achava que John estava menos relutante, mas me enganei. Como isso pode acontecer? Estava tudo tão claro! – revelou.

– Porque John é um ser humano. É imprevisível. O que houve exatamente? – ela questionou.

– Depois do episódio do seu casamento, aliás desculpe por chamar mais atenção que o seu vestido, nós dois nos beijamos aqui em casa. – Sherlock respondeu.

– Oh, é mesmo?

– Sim. É mesmo. E eu achei que estávamos começando a nos reaproximar de novo, mas John veio com aquela mesma historiazinha de “Estou confuso” e “você não poderia entender o que tenho passado” e ficamos alguns dias afastados. Fui paciente e me comportei. Quando ele me procurou hoje fui compreensivo como tenho sido nesses últimos meses de uma maneira que nunca tinha sido em minha vida! E o que ele me diz com todo aquele ar caridoso e teimoso? “Sherlock, preciso me encontrar...e oh, consegui um trabalho voluntário no Afeganistão! Adeus”! – ele explicou de maneira caricata enquanto imitava o loiro e Molly teve se esforçar para não rir.

– Tá...e aí?

– “E aí?” E aí que a gente discutiu. De novo. Ele não aceitou a minha ajuda com o caso dele e ainda por cima não levou seus pertences.

– Mas você não se move né? Meu Deus! – ela respondeu se levantando impacientemente.

– Como assim me mover? Qual parte do teimoso você não entendeu?!

– E daí que ele é teimoso? Você também é! Seja ainda mais! Sherlock você disse que o amava? Você o agarrou repentinamente? Você fez as coisas que ele gosta e que só você sabe? Você pediu para ele ficar...com todas as letras? Você precisa lutar por vocês, não percebeu ainda? – ela respondeu.

– E o que você acha que eu tenho feito esse tempo todo?

– Fumando e reclamando! Ok. Isso pode ser difícil. Ainda mais para você...mas você precisa insistir, ainda mais. Se quer ele de volta você tem que passar os seus próprios limites. Só você pode fazer isso, ninguém mais! Vá! Agora!

– Quando? Agora? – ele perguntou desacreditado – São onze e meia da noite!

– Saia da área de conforto. Se arrisque. Viva...você não o ama? Você me disse isso, da maneira mais bela...diga agora para ele, da melhor maneira que conseguir!

– E se ele não se lembrar nunca mais de mim?

– Então conquiste-o de novo. E quantas vezes precisar. Todos os dias e a todos os momentos. Você não fez isso da primeira vez? Deixe a tolice e o orgulho de lado...relacionamentos são assim: exposição...em todos os sentidos da palavra. É você querer o outro em qualquer circunstância. John precisa de você agora, mais do que nunca!

Holmes se levantou rapidamente, mas não conseguiu responder nada. Vestindo seu casaco e colocando seu sapato, arrumou seus cabelos de maneira desajeitada.

– Espera, para onde você vai? Certo...você pode fazer isso amanhã! Foi um modo de me expressar...Sherlock!

– Não! Vou agora...tchau Molly. Encoste a porta assim que for embora. E ah, obrigado pela ajuda! – ele respondeu já descendo as escadas.

– Você sabe onde ele está? Porque eu não sei...- ela perguntou.

– Não sei, mas eu descubro no caminho! – respondeu já saindo.












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