My Kind Of Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 12
Capítulo XII




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No dia seguinte...




A campainha tocou nervosamente fazendo Sherlock acordar alterado. Havia adormecido na poltrona, mas não lembrava exatamente como isso tinha acontecido isso.

Pensou em gritar para a senhora Hudson, mas como já estava acordado mesmo desceu as escadas, abrindo a porta para a Molly que sorriu de maneira animada, já entrando e falando muito enquanto os dois subiam para o apartamento.

– Nossa...você está péssimo! – ela comentou enquanto se sentava no pequeno sofá.

– Obrigado. O que quer? – ele respondeu fechando a porta e acendendo um cigarro, enquanto ia para a janela.

– Oh, eu vim trazer o convite da festa do meu casamento! Decidimos fazer algo pequeno, sabe? Para cerca de 50 pessoas, entre a minha família e a do Greg e nossos amigos. Será daqui dois meses!

– Parabéns. – Sherlock respondeu sem emoção.

– Ei, espera...cadê o John? São só 10h da manhã....

– Ele foi embora, Molly. Voltou para Bournemouth. Para a casa dos pais.

– O quê?! Quando? Por quê? – a jovem respondeu esquecendo completamente do assunto que havia a levado ali.

De costas, olhando para a rua, Sherlock deu uma longa tragada. A fumaça encheu seus pulmões e a tristeza da noite anterior encheu seu coração.

– Isso mesmo o que ouviu. Ontem à noite. Porque ele não me ama.

– Mas...mas ele veio aqui para se recuperar, Sherlock...você não poderia ter deixado ele partir!

– Eu não poderia pedir para ele ficar, não depois do que eu fiz. Eu menti, Molly, eu havia dito que estávamos bem, juntos...sendo que não é a verdade. Não estávamos bem. Não estávamos nada bem.

– Por que você omitiu esse detalhe, Sherlock? Poderia ter sido diferente se...

– Você acha que eu não sei disso?! Eu menti porque eu não queria perde-lo! Não de novo, pelo mesmo erro idiota! E ao fazer isso, eu o perdi mesmo assim, eu perdi minha segunda oportunidade com ele.

– Mas...bem, ele só foi embora, vocês ainda podem conversar. – ela respondeu.

– E para quê? Eu perdi o John que eu conhecia. E esse de agora eu não teria ao menos uma chance. Este John sequer me entende.

– Sherlock, pare agora mesmo! John nunca faria isso! Se fosse ao contrário ele moveria céus por você, para reconquistá-lo...com essa sua mania de racionalizar tudo, você errou. Ok. Hoje é um novo dia. Reconquiste-o. Não pule etapas, não acelere as coisas!

– Foi isso que eu tentei fazer, não consegue perceber? Nesse último mês foi só o que eu fiz...dia após dia, mas não adianta, ele estava certo no final das contas...- refletiu.

– Certo? No quê?

– Que eu era o cérebro dele e ele era o meu coração. – Sherlock disse sorrindo, mas lágrimas escorriam sem ele poder ter controle. Molly se levantou e o abraçou.

– Vai ficar tudo bem....- ela disse baixinho.

– Ele era o coração, Molly. E agora, o que eu posso fazer? Eu o perdi...mas para ele sempre foi fácil. Já para mim...o que eu vou fazer agora? – ele repetiu fechando os olhos.

Encostando-se na janela, ela segurou suas mãos e viu que estas estavas geladas e trêmulas. Nunca havia visto Sherlock Holmes daquele jeito, e jamais poderia ter imaginado que um dia veria.

– Eu não acho. Pelo contrário, eu vejo que você tem muito coração. John é uma boa parte dele, isso é bem verdade...e é por isso que eu sei que vai conseguir trazê-lo de volta, de uma maneira ou de outra. Ele é louco por você...só precisa de espaço, de tempo para pensar e assimilar. Tenho certeza que vai perceber o lugar que pertence realmente e que o que fez não foi por mal. E você precisa dizer o que sente, tudo o que disse para mim, para ele quando tiver a oportunidade.

Sherlock concordou e agradeceu mesmo sabendo que parte daquilo era apenas para ajuda-lo a se sentir melhor.

– De nada. Agora, vamos...vou preparar um café para você bem forte. – ela tentou sorrir se distanciando e indo para cozinha, enquanto ele repassava os detalhes da noite anterior em sua mente.





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Dois meses depois...





Sherlock chegou com a senhora Hudson de táxi naquele salão pequeno, porém de luxo localizado em um bairro tradicional. Havia pessoas do lado de fora, mas eles entraram direto. Entregar o presente e ir embora, era isso que ele havia decidido fazer mesmo com todos os protestos dela.

Logo avistou Mike e Greg conversando enquanto Molly ria ao seu lado, acompanhada de Sally e Anderson e isso o fez se virar e voltar rapidamente.

Avistou o local para colocarem os presentes e então se aproximou, deixando o seu. Neste momento ouviu uma risada vindo do corredor ao lado que dava para o salão. Sim, era a de John.

Caminhando até lá então o viu, ele usava um terno azul marinho e tinha os cabelos maiores deixando-o penteado para trás. Sua pele também estava levemente mais bronzeada e aparentemente estava muito feliz. Conversava com uma mulher ruiva de vestido verde e um rapaz de pele morena e olhos muito verdes que o encarava sem ao menos piscar e vestia trajes de cor preta, bem como ele.

Este não deveria ter mais que vinte e três anos e tinha o porte atlético. Definitivamente era estudante de medicina, era óbvio perceber isso pela maneira como segurava o copo de champanhe e inclinava a cabeça. Era rico e fazia o tipo falso humilde.

Quando seus olhos procuraram de novo John, este também o avistou e num impulso, disse:

– Sherlock!

Holmes pensou em fugir, mas não conseguiu se mexer. O loiro se aproximou sorrindo, ainda muito surpreso.

– Pessoal, este é Sherlock Holmes...Sherlock, essa é Emma Carlton e este é Peter Brent. – John o apresentou, enquanto o arrastava pelo braço para perto dos outros dois.

Peter e Sherlock trocaram um olhar e o detetive soube que o rapaz era o que tinha beijado John naquela noite que eles haviam brigado. Isso era óbvio pela maneira como Peter havia ficado sem graça ao vê-lo e ainda assim tinha uma pose intimidadora.

– Prazer, Sherlock. – a mulher disse de maneira simpática enquanto o outro apenas acenou, observando-o de cima a baixo.

– Como vão? –Holmes respondeu de mau humor e isso constrangeu o médico que pediu licença e seguiu com ele até o final do corredor abrindo a porta e dando para a sacada do local que estava vazia.

Encararam o jardim à sua frente, que possuía as mesas ainda vazias e intactas, apenas esperando o almoço ser servido. Estava ventando bastante e o céu muito cinza anunciava a chuva que viria a cair horas depois. Eles se olharam no mesmo instante e isso os deixou sem graça. John finalmente disse após um tempo:

– Então, está tudo bem com você?

– Tudo muito bem. – Sherlock mentiu enquanto pegava um cigarro, acendendo-o.

– É bom te ver, você está bem...muito bem. – John sorriu de maneira simpática.

– Você também. Voltou para Londres a muito tempo?

– Na realidade não. Voltei na semana passada. Descobri que não suporto mais cidades pequenas...- riu de maneira nervosa e isso fez Sherlock encará-lo.

Um tempo se passou até que o moreno puxasse o assunto:

– Como tem sido a terapia?

– Oh, ótima...na realidade foi também por isso que eu voltei, sabe. A minha terapeuta disse que era bom eu voltar à minha rotina de trabalho antiga. Então eu conversei com o pessoal do Hospital, Emma é a minha supervisora...estou fazendo treinamentos de reciclagem e obviamente não estou atendendo aos pacientes, apenas acompanhando, mas só de ter uma real ocupação, tem sido bem importante para mim.

– Quem é o rapaz? Paul? – Holmes perguntou friamente.

– Oh, é o Peter. Ele é médico também e tem me ajudado na reciclagem...ele é ótimo.

– Eu aposto que é. Vocês estão saindo? – Sherlock questionou sem rodeios enquanto tragava com força seu cigarro.

– Não, quero dizer...Sherlock, eu...eu não estou pensando nisso agora.

– Eu tenho certeza que nosso amigo Paul está pensando nisso por vocês dois. Percebi isso quando ele tocou seu braço agora a pouco. – respondeu enquanto o ciúme escorria por sua voz. John, por sua vez sorriu sem graça e encarou a jardim mais uma vez.

– Você poderia ir até nossa casa, digo...até lá em casa. Para conversarmos. Se você quiser, obviamente. – o moreno tentou disfarçar o incômodo que havia causado.

– É, é...eu também acho. Eu tenho algumas coisas lá ainda. Se você não se importar, eu gostaria de pegar.

– De maneira alguma. – respondeu decepcionado.

John assistia o vento balançar as toalhas da mesa enquanto Sherlock o observava. Sabia que o loiro não queria magoá-lo, não queria criar falsas expectativas e era por isso que haviam se afastado daquele modo.

Suas mãos seguravam com força o muro e Sherlock podia sentir o seu perfume de onde estava. Aproximando-se, segurou no muro por um instante também deixando a sua mão perto da dele o suficiente apenas para sentir que estavam quase se tocando.

– Eu tenho que ir agora. Vim apenas deixar a sra. Hudson e o presente. Vou cumprimentar os noivos antes de ir. – declarou fazendo Watson despertar de seus devaneios.

– Oh, sim...claro. Você não ficará nem para o almoço?

– Não. Eu já almocei. Foi realmente muito bom te ver hoje, John. – disse enquanto os dois se olhavam de perto, um de frente para o outro.

– Foi bom te ver também, Sherlock. – este respondeu com um sorriso estendendo a mão. Os dois se cumprimentaram e o choque entre seus corpos se repetiu mais uma vez.

O mais novo fez uma breve reverência e se afastou. Neste momento ouviu a voz de Watson dizer:

– Eu te ligo...para combinarmos o dia. Para eu ir até a Rua Baker, pegar minhas coisas...

– Sim. Qualquer dia que você decidir para mim estará perfeito, John. Eu estou esperando por você. – Holmes o encarou, dizendo tais palavras em um tom que o fez perceber que ele não havia se referido apenas à visita.


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Notas finais do capítulo

Esses dois é sempre muito amor! T.T
Espero que tenham curtido!
Um beijo e até o próximo! ;D



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