My Kind Of Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 11
Capítulo XI




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John se virou de maneira furiosa para ele que ainda o encarava muito calmo, pelo menos era o que sua aparência externa dizia.

- Por quê? Por quê não me contou? Que tínhamos terminado, no dia que tudo isso aconteceu?!

- Por favor. Sente-se...

- Eu não quero me sentar! Eu quero que fale tudo agora! Quem você pensa que eu sou para mentir desse jeito?!

- Pare de gritar, por favor.

- Não! Eu não pararei de gritar...você tem a noção do quanto é uma merda tudo isso que eu tenho vivido?! Oh, não...eu me esqueci, você é muito ocupado para isso...o que eu sou para você afinal? Um namorado que você tem nos momentos que está entediado? Você faz ideia do quanto é ruim se esquecer de quem é? Hoje eu me perdi ao tentar voltar para aqui! Eu me perdi! Sabe o quão humilhante foi ver que eu estava perdido?! E ainda por cima ter comprado dois discos que eu já tinha com um dinheiro que você me deu?! Porque nem trabalhar eu posso mais! Não enquanto eu estiver desse jeito!

Vendo que parte daquilo era devido ao estresse da situação e não porque John queria realmente brigar, Sherlock disse pacientemente:

- Naquela noite nós tivemos uma discussão. Completamente desnecessária. Mas tivemos...e nela dissemos coisas que não queríamos e você já estava estranho há algum tempo, bem nós estávamos.

- Mas...mas você disse que nós estávamos bem! Melhores do que nunca!

- Não. Há cerca de seis meses que estávamos distantes, mas tudo por causa da rotina e dos nossos trabalhos. Apenas por isso.

- E então nós brigamos? Por que exatamente?!

- Não houve uma causa só, mas muito dela foi porque eu cheguei de viagem e descobri que você havia saído com alguns amigos de trabalho. Você beijou o que lhe trouxe em casa.

John encarou Sherlock ainda muito transtornado, como se não acreditasse no que havia feito.

- Eu..eu traí você? Eu nunca...

- Não foi intencional. Mas você ao chegar em casa estava completamente diferente, fora de si.

- Eu te contei? Você que disse que descobriu que eu havia saído com alguns amigos...

- Não, você não me contou. Apenas deixou passar, como se achasse que isso poderia ser possível, logo comigo...que sei ler exatamente todos os sinais do seu corpo. – Sherlock desabafou com um sorriso triste – Mesmo assim você me procurou, mas eu não quis. Estava muito cansado naquele dia, por conta de tudo e pelo fato de você me querer após tais circunstâncias, isso me deixou ainda mais nervoso, disposto para brigar, que era exatamente o que você queria. Você ansiava por respostas sobre nós.

- Tá, mas se foi uma briga qualquer por que nós terminamos? – John questionou sentando-se de novo.

- Porque você dizia que eu estava me afastando, mas eu estava apenas sendo o mesmo de sempre. Ultimamente você dizia coisas...queria coisas, mas John, eu estava apenas sendo eu. Na além disso.

- Quem terminou?

- Eu. Eu terminei. Mas isso não importa, porque eu não queria. – Sherlock revelou.

John sorriu em tom de desaprovação e se levantando foi até a janela novamente, ficando em silêncio até dizer:

- Por que não me contou a verdade, Sherlock? Desde o início? Eu iria ter descoberto algum dia.

- Eu errei. Eu sei disso. Mas quando vi, já tinha mentido. – Holmes respondeu suspirando.

John se virou e Sherlock viu que algo havia mudado nele após tal descoberta. A atmosfera do ar estava pesada e todas as cores pareciam estranhamente mais fortes, marcantes como se anunciassem o que viria a seguir. Olhando para Holmes, como se quisesse se certificar de dizer as palavras da maneira certa, continuou:

- Eu fui atropelado...eu perdi minha memória porque nós brigamos e terminamos.

- Não. Você foi atropelado porque foi atravessar uma avenida e neste momento houve a fatalidade de estar passando um motorista embriagado que não conseguiu frear a tempo, atingindo-o e por conta disso, fazendo-o perder a memória devido ao trauma. – Holmes respondeu calmamente, mas isso irritou John.

- Oh. Obrigado por explicar, colocar nas palavras certas. – resmungou e então refletiu por mais algum tempo, enquanto Sherlock o encarava atentamente, até por fim responder - Eu acho...eu vou voltar para Bournemouth.

Muito surpreso com tais palavras, Holmes tentou encontrar algo para dizer ou fazer, que fizesse o médico a tirar aquela ideia da cabeça.

- Sua vida é aqui. Comigo, John. Por favor.

-Aparentemente não é não. Não estamos mais juntos mesmo e eu até beijei outra pessoa...eu jamais, eu nunca faria isso se eu amasse alguém. – refletiu.

- Você, você não quis...John. Você nunca faria algo assim, você me amava.

- E se eu não amasse mais? Uhm? Você parou para pensar? E se já não estivéssemos mais apaixonados? Sherlock, isso acontece...e...

- Não. Não comigo e você.

- Como tem tanta certeza? Você não disse? Eu estava estranho ultimamente...

Ambos se olharam e Sherlock percebeu que John estava apenas tentando encontrar razões, motivos para o que estava passando, sentindo.

- É, mas acredite em mim quando eu digo que nós nos dávamos bem. Apesar de tudo.

John então discordou enquanto seus olhos ficavam marejados.

- Isso ficou muito difícil agora. Você já pensou que talvez minha memória nunca mais volte?

- Ela vai voltar.  – Holmes respondeu.

- Como você pode saber? Você não poderia saber disso...

- Não, mas eu espero. Tanto quanto você.

- Enquanto isso eu...não posso viver algo que eu não sinto. Que não faz sentido nenhum. Sherlock, isso que nós temos...esse lugar...não faz sentido nenhum para quem eu sou hoje.

- Não diga isso. – Sherlock se levantou se aproximando de John que agora chorava silenciosamente.

- Eu estou tão cansado disso tudo. - John desabafou limpando o rosto, envergonhado pelas lágrimas.

- Eu sei. – Holmes respondeu, querendo desesperadamente abraça-lo. Sem querer forçar nada então continuou no mesmo lugar que estava.

- É isso. Eu vou ligar em casa...vou voltar, Sherlock. Eu preciso disso, da minha família, de um tempo. Eu sinto muito. Você é realmente um cara muito bacana, mas...

- Você não me ama. – Sherlock completou.

- Não, eu não sinto nada. Me desculpe. Mas eu não posso fingir isso.

- Oh, não. Você jamais faria algo assim. – Sherlock se afastou sentindo seus olhos arderem agora.

- Eu...não me vejo apaixonado por você, como diz que eu sou. Não interprete isso de forma errada, mas...você e eu somos completamente diferentes e...talvez tenha sido para melhor o que aconteceu...

- Pare. Por favor. Não faça isso. – Sherlock respondeu em lágrimas.

John saiu da sala em direção ao quarto que eles dividiam antes, para pegar suas roupas.

Sherlock respirou fundo e o seguiu, parando na porta em silêncio já que sabia que nada o faria mudar de ideia.

Olhando o loiro guardar calmamente suas roupas em uma mala, Sherlock se lembrou da briga que haviam tido e ele sabia que se tivesse uma forma de voltar no tempo, teria feito tudo diferente.

A verdade era que John agora não o amava. Sequer o conhecia, não haveria motivos reais para continuarem juntos de fato. Isso era natural.

- Por favor, me avise quando chegar.- foi o que conseguiu dizer assim que o mais velho saiu do quarto e foi para a sala novamente pegando o restante do dinheiro que tinha e o celular.

- Eu realmente sinto muito por isso, e espero que...de certa forma, algum dia a gente possa ser amigos, Sherlock. – John desejou enquanto os dois se olhavam, este já de saída.

- Não. Eu espero que você se lembre de tudo assim que sair por aquela porta e que volte para mim. Eu jamais poderia ser só seu amigo, John. – o moreno respondeu, sua voz entregando sua fragilidade, enquanto as lágrimas corriam pelo seu rosto.

John pensou em abraça-lo, mas desistiu e saiu fechando a porta, enquanto Sherlock apenas assistia a cena se repetir.


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Notas finais do capítulo

Awnn, Jawn! Como assim? Se apaixonar pelo Sherlock é como fazer miojo: três minutos e pronto! :3