Spilled Blood escrita por Bella Croswell Mikaelson


Capítulo 8
Capítulo 7 - Hope


Notas iniciais do capítulo

E aí amores como vcs vão? Tá aí mais um capítulo todinho revisado pela linda da Izzy Ramos Cullen, super obrigada a ti *---*



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POV Bella

Respirei aliviada quando os investigadores Benson e Thompson me falaram que eu já podia ir para casa, assinei o documento por pura formalidade e dei um breve olhar para o meu pai, ele olhava fixamente para mim indicando que teríamos uma longa conversa ao chegarmos em casa, eu não discutiria com ele já que estava certo. Eu havia mentido para ele, eu disse que Edward tinha terminado comigo e me deixado perto de casa, na trilha para voltar e num ato de desesperado eu o quis seguir e acabei me perdendo, mas fui obrigada a contar a verdade, Edward tinha me abandonado na clareira e longe de qualquer trilha, pensar nisso me fazia se sentir mal, ele sempre presou minha segurança e na primeira oportunidade me largou sozinha na floresta a mercê de vários riscos. Doía demais e isso era contra tudo que ele sempre me falava, ele devia ter cansado de me salvar, enxuguei uma lágrima que insistia em cair.

Saí da sala deixando os três homens verificando a câmera e alguns documentos quando vi Klaus, ele estava sentado com um jornal cobrindo o seu rosto, assim que ouviu o barulho da porta ele largou o jornal e se levantou vindo em minha direção.

—Como foi? – Klaus me perguntou preocupado, reparei que ele um sotaque carregado, não era algo que o deixava engraçado, mas sim mais charmoso, combinava com ele.

— Horrível, nunca passei nada parecido. – Disparei não muito sincera, eu já havia passado por coisas piores, mas é claro que eu ia comentar. –Nós podemos conversar?

E mais uma vez naquela tarde fui interrompida por Benson, que chamou Klaus para entrar e o mesmo assentiu e o primeiro entrou para a sala que eu havia saído a pouco.

—Vou te esperar lá fora. – Percebi que isso o surpreendeu um pouco, mas ele não disse nada e só afirmou com a cabeça e entrando na sala.

O fiquei olhando até ele desaparecer do meu campo de visão, ele era bonito, não tinha como negar, ele era de certo modo tão parecido com Edward e ao mesmo tempo tão diferente.

Fui até o estacionamento da delegacia tentando evitar o máximo possível o meu pai, procurei o carro de Klaus e não foi muito difícil achá-lo era o carro mais caro dali uma Mercedes-Benz S55 AMG na cor preta.

Fiquei ali o esperando e pensando nas respostas que daria a Charlie mais tarde, eu não queria mais mentir para o meu pai e no entanto também não podia dizer a verdade.

Suspirei e olhei a cicatriz que se encontrava no meu pulso ela era uma prova de tudo que eu havia passado, de tudo que eu havia vencido e superado. Ainda me lembrava do dia que viajei a Phoenix acompanhada de Jasper e Alice, eu caindo direitinho na armadilha de James e Victoria, o Studio de ballet e a sua luta com Edward e depois ele me mordendo e a dor excruciante.

Finalmente eu havia entendido o porquê de Edward não ter deixado o veneno se espalhar por meu organismo, ele não queria ficar preso a mim por toda a eternidade. Se ele me amasse iria querer passar todos os dias junto comigo e não insistir para que eu pudesse ter uma longa vida humana, ele sabia pelo meu histórico de “ímã para perigos” pelo qual ele mesmo me apelidou, que eu não sobreviveria muito tempo e mesmo assim ele havia insistido. Mas e se o veneno tivesse se espalhado e eu fosse uma vampira? Onde eu estaria agora? Matando dezenas com uma sede incontrolável de sangue? Estaria longe de Charlie e Renée, os evitando ao máximo? O que eu diria? Forjaria minha morte para não me procurarem mais? Eu teria conhecido Klaus? A última pergunta me fez pensar que não e me senti levemente desconfortável por isso e sem saber explicar o porquê.

—Já acabei - Ouvi o inconfundível sotaque inglês de Klaus e me assustei.

—Foi difícil? - Perguntei franzindo o cenho, por mais estranho que parecesse, até o presente momento Klaus não tinha se mostrado abalado com nada do que tinha visto e ouvido, meu pai havia mencionado que ele teria visto mais corpos naquela floresta do que eu e, no entanto, ali estava ele na minha frente inabalável.

—Um pouco, lembrar sobre aqueles corpos- Ele disse, mas não senti muita confiança em suas palavras.

Por um momento uma voz interior dizia que eu realmente era muito indecisa, numa hora reclamava por ele não estar se importando e no outro reclamava por ele estar se importando!

—Sim, eu entendo. Bem, eu só queria te agradecer por ter me ajudado e cuidado de mim – Disse olhando para seus olhos e me perdendo neles por um momento.

—Não foi nada, eu faria de novo - Respondeu me devolvendo o olhar penetrante.

—Mesmo assim. - Olhei para o estacionamento vazio e comecei a enumerar mentalmente quantas vezes já tive que pedir socorro a alguém

—Você não gosta muito dessa situação, não é? – Ele me perguntou de repente

— Estou cansada de ser sempre a mocinha indefesa, eu sempre me meto em maus lençóis e sempre alguém tem que me resgatar – O respondi sem muita paciência

— Ouvi dizer que terminou com seu namorado e isso não te fez bem.

Ele me olhava me analisando minuciosamente, eu não esperava que ele fosse tão direto e também não imagina quem podia ter contado... há! Meu pai!

—É de se esperar, a cidade toda sabe, mas pode me falar a verdade foi Charlie não é?

O encarei desafiadoramente e quando ele abaixou a cabeça as minhas suspeitas confirmaram-se serem positivas, eu continuei explicando:

—Ele sempre fala de mim para todo mundo.

—Talvez ele só estivesse pedindo ajuda, ele não sabe o que fazer para sua filha melhorar. – Fiquei momentaneamente sem expressão e o vi sentar no capô do carro, repeti sua ação.

— Eu não tinha pensado por esse lado, eu só não consigo fazer parar essa dor – Falei francamente para ele, sentido os olhos ficarem mais úmidos.

Então, ele virou seu corpo para mim e me olhava fixamente com aquele par de olhos que me davam segurança.

— Você não vai mais sofrer por ele, continuará sua vida plena e feliz. – Ele disse com convicção

— Não sei se um dia eu conseguirei me reconstruir, dói demais – Ele me confuso e fiquei pensando no que eu havia dito para deixá-lo assim. – Eu vou te ajudar, pode ter certeza que sou uma ótima companhia.

Eu o olhei e pela primeira vez em semanas senti esperança, eu queria esquecer tudo que me fizesse sofrer e não conseguiria sozinha. Dei um enorme sorriso e agradeci aos céus por ter encontrado uma pessoa assim, ele me ajudaria e eu voltaria a ser o que era antes: Feliz.

—Nós temos um acordo? – Ele me perguntou com um sorriso estendendo sua mão a mim

—Temos, precisará ser paciente comigo. –O avisei pegando sua mão.

—Eu sei ser paciente, agora que tal irmos embora daqui? –Acenei com a cabeça –Vou falar com o seu pai para te levar.

—Não tenho muita certeza se ele irá deixar –Eu lhe disse insegura, mas ele me olhou e deu um sorriso irônico

—Eu consigo tudo o que quero

O observei entrar dentro da delegacia, ele era tão seguro de si e me inspirava tanta segurança que fiquei perdida em pensamentos imaginando que Klaus poderia me ensinar a ser forte e mais decidida, e não uma garota indefesa dependente das pessoas ao seu redor.

POV Klaus

A olhei dando um sorriso irônico, se o xerife Swan não me desse autorização eu não teria problemas nenhum em usar o meu poder de hipnose, entrei na delegacia o procurando e o avistei no telefone murmurando e depois colocando-o no gancho com extrema brutalidade.

—Problemas? Algo que eu possa ajudar? – Perguntei o mais inocente e educado possível

—Jornalistas são uns urubus, ainda mais quando se trata de um caso como esse. Eles já estão na cidade e só agora me avisam, vou mandar Richard levar Bella embora antes que descubram que ela é uma das testemunhas, não que a expor a isso – Ele disse um pouco furioso passando a mão pelos cabelos e vi que esse era o momento perfeito.

—Se o senhor quiser posso levá-la, eu já estou indo embora mesmo – Eu sugeri já tendo certeza que ele aceitaria.

—Bem, eu não quero te incomodar com essa situação toda, você é novo na cidade e não quero que fique com uma má impressão. – Ele me respondeu sem jeito

—Não será incômodo algum, e como o senhor mesmo disse sou novo na cidade e não conheço ninguém, Bella poderia se tornar uma amiga.

—Eu não acho que no estado que ela está alguém iria querer a companhia dela. –Ele disse se sentando, mas o policial estava totalmente enganado eu queria a companhia da moça por perto.

—Tudo bem, pode levá-la se não for te incomodar. –Ele disse desistindo e eu sorri vitorioso. –Mas não fique muito esperançoso de se tornar amigo dela, ela se fechou para todos eles desde que aquele fedelho foi embora.

—Não se preocupe, eu farei ela voltar a ser o que era antes, Bella só precisa de um incentivo. – E uma segunda vez naquela tarde eu pude ver alguém me olhando com esperança e eu não iria desapontar, saí deixando Charlie sozinho com seus pensamentos.

Encontrei a garota me esperando próxima a porta me olhando com expectativa e tratei logo de confortá-la.

—Ele deixou. Vamos? – Ela me olhou abismada e me seguiu.

—Uau, está conseguindo dobrar o meu pai mesmo. –Ela disse admirada

—Não foi tão difícil ainda mais com a notícia que ele acabou de receber. –Ela me olhou tensa temendo o pior e logo tratei de a tranquilizar. –Jornalistas na cidade, irão revirar a cidade toda em busca de pistas e nós como testemunhas iremos ser os próximos alvos.

Ela assentiu e ficou pensativa, não queria que o clima ficasse pesado então mudei de assunto.

—Vamos senhorita Swan, embarcar para uma viagem até o castelo encantado com o seu fiel escudeiro! –Eu disse tentando me limitar a um sorriso e abrindo a porta do carro para ela entrar e ganhando uma leva gargalhada que me fez sentir-se satisfeito.

—Uhm, muito obrigada, fiel soldado. –Ela entrou na brincadeira ainda sorrindo, fechei a porta e fui ao meu assento ligando o carro e prometendo fazer a viagem mais divertida de nossas vidas.

POV Bella

Klaus era muito divertido e tinha boas histórias para contar, nossa viagem passou num piscar de olhos, avistei minha casa e a fiquei olhando ainda não querendo sair do carro, na verdade não queria ficar sozinha de novo.

— Devíamos fazer isso mais vezes. –Ele sugeriu me olhando com expectativa e me perguntei se ele tinha namorada ou algo do tipo, não queria ser vista com alguém comprometido eu já tinha problemas demais, olhei rapidamente sem ele perceber para suas mãos, sem nenhuma aliança.

—Devíamos mesmo, que tal agora, não quer entrar? – Eu perguntei meio incerta, mas o seu sorriso não vacilou

—Eu adoraria.

Nós saímos do carro e fomos até a varanda, ele esperou enquanto eu pegava as chaves.

—Por favor, entre –Dei espaço para ele entrar

—Obrigado, então o que vamos fazer hoje? – Ele me olhava e o encarei

—Eu não faço ideia, alguma sugestão? – Ele pensou um pouco e me respondeu calmante

—Me fale sobre você, a cidade, seu ex-namorado... – Gelei, não queria pensar em Edward e sentir toda dor novamente.

—Não pode superar o que não consegue enfrentar, Bella. –Ele disse me olhando calmamente e com certa compreensão talvez no olhar, fui até a sala e me sentei no sofá e ele sentou do meu lado perto de mais, senti meu corpo retrair.

—Já amou tanto alguém a ponto de doer? –Eu perguntei buscando ser compreendida

—Sim, há muito tempo e depois ela morreu, foi o meu primeiro grande amor. –O observei, ele tinha um olhar vago e demonstrava dor. –E passei a mesma coisa há pouco tempo atrás, foi um dos motivos para eu ter vindo para essa cidade.

Ele se perdeu em pensamentos, e eu o encarei, quem poderia tê-lo feito sofrer desse jeito? O que tanto ele passou? Será que foi rejeitado igual a mim? Não era possível, ele era um ótimo parceiro, muito educado e também bonito, quem não iria quere-lo?

—Quem é a maluca? –Ele me olhou com os olhos arregalados e eu continuei. – Você é uma boa companhia, é inteligente, legal e também bonito.

Eu disse corando e dando uma cotovelada de brincadeira nele, ele me deu um enorme sorriso que fez parar meu coração por um instante, então inesperadamente Klaus pousou seu braço direito nos meus ombros me abraçando, me olhou nos olhos e disse risonho:

—Você percebe que acabou de se descrever, não é?

E de repente a ficha caiu, perto de Edward eu sempre me achava inferior a ele, sem nenhum atrativo e sem personalidade nenhuma e isso sempre me magoou. No entanto, Klaus me fez enxergar que eu não era sem graça como eu pensava ser e que se Edward não me quis não era porque eu não merecia e sim ele que não merecia, agora eu tinha que me amar acima de tudo e sem pensar duas vezes me joguei em cima de Klaus o abraçando o mais apertado possível e sorri quando ele retribuiu.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo;)