O Cinto De Afrodite escrita por nuzzo


Capítulo 3
O monte Gélidus




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/378666/chapter/3

Acordei com os raios de sol batendo em minha face. Abri sonolenta os olhos e dei de cara com um par de olhos verdes me observando.
- Você ficou me vendo dormir?- perguntei envergonhada.
- Sim- ele disse em um suspiro. O silêncio preencheu o lugar.- Annie eu tenho que te falar uma coisa.- ele disse ficando vermelho.
- Eu... eu...
- Você?-disse o incentivando a continuar.
- Não é nada, eu... bem nós chegamos.- me desapontei, mas sorri tentando disfarçar.
- Eu vou tirar esse curativo e tomar um banho.
- Certo.- ele disse baixinho e olhando para baixo. O que ele queria me dizer?!
Eu me despi e retirei o esparadapro com a gase e para minha felicidade o corte já estava cicatrizado. Meu tornozelo, também estava novinho em folha. Tomei um banho relaxante e me lembrei que esqueci de pegar minha roupa. Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e fui até a porta.
- Percy! Percy!
- Annie, está tudo bem?
- Sim, é só que eu... bem eu esqueci minha mochila, poderia pegá-la para mim?
- Claro, só um minuto... Pronto. - Eu abri a porta e o que vi deixou sem palavras. Percy estava estendendo minha mochila para mim com uma mão e com a outra tapando os olhos. Que fofo! Ele parecia lutar para manter os olhos fechados, então para acabar com sua tortura eu peguei a mochila e fechei a porta. Coloquei uma calça jeans justa e uma bota preta, uma camisa de gola alta azul e um casaco azul escuro. Um cachecol e uma touca. Estava estremamente frio. Sai do banheiro e deixei Percy entrar. Fui até a cozinha e coloquei o café na mesa,  me sentei e o esperei , depois de alguns minutos ele entrou na cozinha. Estava usando uma calça jeans escura, um all star de cano alto, uma camiseta verde, um casaco preto e uma touca preta. Ele estava lindo!
- Obrigado por me esperar.- disse se sentando e atacando a comida.
- Não foi nada.- disse rindo de como ele era esfomeado.
Depois de comermos pegamos nossas coisas e saímos do barco. E caminhamos até o ponto de ônibus. Depois de uns dez minutos ele apareceu. O ônibus desta vez estava completamente cheio e eu e ele tivemos que nos espremer em um canto. Houve uma vez, durante a ida que o motorista freiou bruscamente e eu seria arremessada para a frente se Percy não tivesse segurado minha mão firmemente.
- Obrigada.
- Não foi nada.- ele respondeu. Como o ônibus balançava muito Percy continuou segurando minha mão. E eu não contestei.
Depois de uns vinte minutos, nosso ponto chegou e quase todo o ônibus desceu. Pelos uniformes, me pareceu que todos trabalhavam em uma fábrica lá perto. Nós saímos do ônibus e andamos por uma estradinha até chegar ao inicio do monte Gélidus. De onde estávamos não consegui ver o seu topo e o vento zunia a nossa volta. Lentamente começamos a subir. Depois de uns minutos fomos barrados por um portão. Ao seu lado estava um sujeito um tanto... exótico. Ele era alto, devia medir uns dois metros e meio. Tinha pele clara, praticamente branca. Seus olhos eram orbitas negras e seu cabelo foi o que mais me empressionou. Curto e... rosa, rosa choque, mas nem o cabelo o deixava menos intimidador.
- Em nome ou auxílio de qual deus vocês vieram?- ele perguntou com a voz rouca.
- Afrodite.- respondi.
- Aqueles que vieram a mando da senhora do amor só podem entrar com uma condição.
- Qual?- Percy perguntou já com a mão no bolso, pronto para sacar contracorrente.
O homem, ou sei lá o que, bufou com tédio. Deveria dizer aquilo a milênios.
- Só passam aqueles que estiverem apaixonados. E que realmente amarem esse alguém.
- O quê?!- Percy protestou.
- Essa foi a condição da deusa do amor.
- E como você pode saber isso?- perguntei.
- Tente passar pelo portão, se conseguir significa que tu amas, se for barrada significa que não... E não fação essa cara heróizinhos, sorte de vocês que está condição não é mortal e sim simples.
- Certo, podemos passar então?- perguntei dando um passo a frente. Ele não respondeu apenas deu um passo para o lado e fez sinal para  que seguissemos em frente.
Percy foi primeiro, fechou os olhos e deu um longo passo. Ele passou! Ótimo, ele estava apaixonado... O quê?! Por quem? E ele não me contou! Ok, calma, respira Annabeth é a sua vez. Eu fechei meus olhos e dei um passo.
- Annie pode abrir os olhos.- Percy me chamou. Eu os abri e ele estava super vermelho. Mas por quê?
- Você está bem?- perguntei.
- Sim.- ele respondeu frio. Resolvi deixar pra lá. Andamos mais um pouco por um tipo de caminho que não possuia neve, apenas ao seu redor. Minhas pernas já doiam. Quando eu ia sugerir para parármos fui interrompido por um rugido.
- Ah não!- Percy bufou. Eu segui seu olhar e vi uma manticoura ao longe... ou melhor duas!
O que aconteceu a seguir sinceramente não interressa comparado ao próximo momento. Só posso dizer que entramos no automático: Atacar, esquivar, atacar, defender... O único momento que me revoltou foi quando momentos antes de virarem pó, as manticouras pegaram nossas mochilas e as rasgaram e jogaram montanha abaixo.
- Di Imortalles!- gritei enquanto pegava restos das mochilas no chão.
- O que conseguiu?- Percy me perguntou.
- Uma caixa de fósforos, uma garrafinha de néctar e uma com água. E você?
- Uma caixinha com ambrosia, alguns sanduiches e um ...spray contra aranhas?- ele riu na última parte.
- Nunca se sabe.- disse vermelha.
Nós juntamos nossas poucas coisas e eu analisei nossos estados, graças aos deuses apenas arranhões de leve, mas nada grave. O frio e o vento aumentaram e eu não via praticamente nada.
- A-acho-o melhor-r nós par-rarmos.- Percy disse trincando os dentes.
Eu apenas concordei com um aceno de cabeça. Procuramos por uns minutos até que acharmos uma caverna pequena e fria. Percy pegou alguns pedaços de lenha no lado de fora e colocou em um canto. Eu peguei um fósforo e assendi uma fogueira pequena. Graças aos deuses o vento batia na direção contrária a da caverna, mas mesmo assim o frio era extremo.
Percy se sentou ao meu lado na frente da fogueira, ele tremia assim como eu.
- A-cho q-que ter-remos que pass-sar a noite a-qui.- ele disse.
- É-É.- respondi apenas. Passaram-se minutos ou horas, não tinha noção de tempo ao seu lado. Depois de um tempo Percy se aproximou mim e me envolveu com seus braços. Ele disse baixo no meu ouvido sem gaguejar uma única vez:
- Annie eu tenho que lhe dizer uma coisa, mas quero que jure pelo Estinge que você não vai me matar ou parar de falar comigo.
- ... Eu juro.- disse curiosa. Ao longe um trovão cortou o céu.
- Ok, então escute até o fim:
- Annie eu te amo, amo seus olhos que parecem tempestades, amo o brilho deles quando você fala de arquitetura. Amo seu gênio, quando você fica brava comigo, quando estou perto de você me sinto o semideus mais feliz do mundo e meu coração pulsa mais rápido que tudo. Você me ajudou a achar o ladrão de raios, navegou ao meu lado no mar de monstros, quando você foi sequestrada perdi a vontade de viver, nós lutamos na batalha do labirinto e por você eu venci a guerra. Quando eu te beijei me senti no Elísio. Você é a garota mais incrivel de mundo e eu estou apaixonado por você.- ele disse em um suspiro só e com os olhos fechados como se estivesse com medo da minha reação. Meu coração deu um pulo e borboletas faziam a festa no meu estomago. Eu o puxei para um beijo. De inicio ele se surpreendeu mas logo retribuiu com muito amor. Nossas linguas travavam uma batalha deliciosa por espaço. Depois de um tempo nos separamos ofegantes.
- Eu também te amo cabeça de alga.- disse o abraçando.
- Mas você passou pelo portão e...
- Eu amo você- disse fitando seus olhos.
- Eu também.- disse me beijando novamente, mas de uma forma mais urgente. Só quebrei o beijo para sussurar algo em seu ouvido:
- Se eu te ver com qualquer filha de Afrodite por aí ou prometo que...- não terminei a ameaça apenas passei minha adaga lentamente em seu pescoço. Ele engoliu em seco, mas depois um sorriso travesso surgiu em seus lábios.
- O mesmo vale para os filhos de Apolo.- ele disse no meu ouvido me arrepiando. Pegou minha adaga da minha mão e a jogou em um canto, eu não aguentei e o beijei de novo. Por fim antes de dormimos ele sussurou quase que pra si mesmo.
- Devo ser o único semideus que desarma Annabeth Chase e recebe um beijo como resposta.
- Com certeza.- disse antes de adormecer.
Aquela noite, sem mantimentos e no frio, foi a melhor da minha vida. Porque o único conforto que me importava eu já tinha. Estar nos braços de quem eu amo.
Pra vocês que escutam meu relato. Digo que o resto da missão pouco me importou. Nós conseguimos pegar o cinto, diante de algumas lutas, mas conseguimos. E agora estou aqui novamente deitada na cama do pequeno barco voltando a Long Island. Mas a diferença é que agora posso sem medo algum estar abraçada a ele e dizer o quanto o amo.
  Essa missão sim foi a melhor de todas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Cinto De Afrodite" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.