O Cinto De Afrodite escrita por nuzzo


Capítulo 2
A viagem


Notas iniciais do capítulo

:D



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Fui enterrompida de meus pensamentos com uma batida na porta. A abri e me deparei com Malcon.
- Annabeth, Quíron quer falar com você agora.
- Certo já estou indo.
  Fui até a casa grande e entrei. Na sala estavam Quíron em sua cadeira de rodas e Percy sentado no sofá.
- Ainda bem que chegou. Eu tenho uma notícia aos dois.
Percy fez sinal para que eu me sentásse ao seu lado e assim eu fiz.
- Eu sei que acabaram de vencer a guerra e querem um descanso mas, Afrodite me pediu para lhes dar uma missão. Ela quer que vocês busquem um cinto dela que está em uma montanha.
- O que? Afrodite quer que achemos um cinto que ela perdeu?- Percy perguntou.
- Não é um cinto qualquer, é um cinto mágico, ele é um dos simbolos dela. Tem um grande poder. E ela não o perdeu ele foi roubado.
- Por quem?- perguntei já curiosa.
- Afrodite acha que Hermes a roubou, para uma pegadinha, e o escondeu no monte Gélidus.
- Monte o quê?- Percy perguntou, eu adoro a cara de dúvida que ele faz quando não sabe de nada, é tão fofo! Mas me concentrei e logo expliquei:
- O monte Gélidus é um dos poucos lugares que não pertencem a nenhum deus, é como um território neutro. É um dos lugares mais frios do mundo. Por ser neutro ele é usado muitas vezes para testar os seguidores mortais ou filhos de algum deus. Afrodite quer que vamos até lá, porque ela não pode.
- Então como Hermes deixou o cinto lá?
- Com ajuda de algum filho ou servo.
Mas Quíron, quem irá conosco?
- Esse é o estranho. Ela especificou que apenas vocês dois irão.
- Mas só dois semideuses? Isso é contra as regras!
- Eu sei isso mais que todos. Mas foi o pedido de uma deusa e vocês não podem recusar. Vocês partem amanhã cedo. Podem voltar aos seus chalés.
- Ok.- eu e Percy respondemos juntos. E logo saímos da casa grande. - A gente não tem descanso mesmo, né sabidinha?
- Ainda mais, temos que arriscar nossas vidas por um cinto!
- Ok, o que será que ele faz?- Percy perguntou.
- Não sei ao certo. Mas com certeza tem haver com amor. E deve ser bem perigoso.-respondi , acho que nunca li sobre ele. Já havíamos chegado ao meu chalé.- Então até amanhã cabeça de alga.- disse e lhe dei um beijo na bochecha.
- Boa noite.- Ele também me deu um beijo na bochecha, mas bem mais demorado, aquilo me deixou desconsertada. Ele olhou para mim e corou e logo saiu em direção ao seu chalé. Eu entrei fechei a porta e suspirei involuntariamente. Será que ele gosta de mim? Com esse pensamento adormeci pensando na missão de amanhã.
  Eu estava caindo de um penhasco. Olhei para cima e vi Percy gritando meu nome e pulando em minha direção. Eu fechei rapidamente os olhos, senti mãos ao redor de minha cintura. Quando abri meus olhos estava já em meu chalé suando frio. Olhei para o relógio ao meu lado. Seis da manhã, melhor eu já me levantar e me preparar pra a missão, pensei.
Tomei um longo banho. Me troquei e arrumei minha mochila. Caminhei até a colina certa de que teria que esperar Percy por uma eternidade, mas eu me enganei. Cheguei lá as sete em ponto, e Percy já estava lá!
- Você chegou na hora! Quem é você e o que fez com o cabeça de alga?
- Muito engraçado. Eu posso chegar na hora também, ok?- ele disse tentando parecer bravo. Mas seu sorriso o desmoralizava.
- Pronto?- perguntei para ele apontando para Argos que nos esperava.
-Sempre.- ele respondeu, mas não me pareceu muito confiante.
Nós descemos a colina e entramos na van do acampamento. Argos nos deixou na estação de Long Island, era o máximo que ele podia fazer.
- E então, algum plano?- Percy me perguntou.
- Bom a montanha fica no Chile, não podemos pegar avião.- ele assentiu- Então podemos pegar um trem ou...- disse e sorri, ele iria adorar.- ou um barco.
- Voto pelo barco.- ele disse sorrindo.
- Então pegamos um ônibus até o porto. Depois vamos de barco até o Chile e pegamos um ônibus até a montanha. Teremos que escala-la sozinhos.
- Nossa! Essa missão vai ser a mais longe que já fomos.
- É, e vai demorar portanto vamos logo.
- Sim senhora!- ele disse batendo continencia. Um bobo, um bobo muito fofo!
Nós compramos as passagens e subimos no ônibus. O ônibus estava praticamente vazio, haviam apenas um casal na frente, um pai e seu filho mais atrás e um senhor na janela. Eu e Percy sentamos no fundo, um ao lado do outro,eu na janela e ele a minha esquerda. Acho que acabei cochilando, aquele sonho me tirou a desposição, e Percy também não parecia melhor, olheiras rodeavam seus profundos olhos verdes.
Depois de um tempo senti frio e me encolhi em algo quente, abri meus olhos e vi que estava deitada sobre o peito de Percy e ele tinha sua mão sobre meu corpo, de um modo protetor. Sua cabeça estava apoiada no meu ombro e ele suspirava, dormindo calmamente. Me deu uma vontade de fechar os olhos e voltar ao aconchego de segundos atrás, mas eu já avistava o porto. Aproveitei para o olhar mais uma vez. Ele parecia senero e calmo, o contrário de sua expressão em uma luta quando seu rosto assumia uma expressão selvagem e intimidadora. Suspirei e o acordei, ele abriu os olhos lentamente e bocejou.
- Bom dia.- ele pronunciou sonolento.
- Boa tarde.- disse e sorri involuntariamente ao ver um sorriso em seus sábios.- Nós chegamos ao porto, agora é seu trabalho capitão.
- Ótimo.
Nos levantamos e caminhamos até o porto.
- Mas e o barco? Temos algum?- ele perguntou olhando o horizonte. Eu peguei meu cartão do bolso o mostrando infantilmente.
- Quíron me deu um cartão platinado, já que a viagem será longa e não temos transporte.
- Então podemos comprar o que quizermos?
- Não! Há limites, não podemos simplismente sair comprando um iate. Um barco simples talvez. Lembre-se que nas missões somos testados.
- Mas então por que nenhum monstro nos atacou ainda?
- Acho que é porque essa missão é inútil.- um raio cortou o céu.- Quer dizer, não tem um propósito que vá afetar os outros deuses, como uma guerra ou rebelião. O máximo que vai nos atacar, serão monstros guiados pelo nosso...- Percy me virou e apontou pra dois cães infernais correndo em nossa direção.- cheiro.- sussurei antes de ir em encontro dos bichos.
- Um ou dois?- le me perguntou já com contracorrente em mãos.
- Dois.- respondi. Vocês devem estar pensando por que um ou dois. É simples, eu e Percy lutamos juntos a anos e conhecemos os movimentos um do outro em uma luta. No verão passado eu tive a idéia de termos "códigos", por assim dizer. Basicamente ele perguntou:
Eu ataco um e você outro ou atacamos juntos um de cada vez. E eu respondi a segunda opção. Os cães eram grandes, não sei se daríamos conta separados. Mas a vantagem é que estamos perto do porto e eu tenho um filho de Poseidon ao meu lado.
- Prenda o primeiro em um remoinho e destraia o segundo.- disse antes de desaparecer com meu boné. E assim Percy fez, sei que um redoinho o cansa, mas vai ser o modo mais seguro de prende-lo. Enquando Percy lutava com o primeiro eu pulei sobre o redemoinho e acertei minha adaga na espinha do cão, ele não se desfez na hora então tive que esfaqueá-lo mais três vezes, até que ele se desfez e eu cai. Cai sobre meu tornozelo, a dor foi intensa mas eu ainda consegui ficar de pé. Vi Percy lutando com o outro cão eu não consegui ir até ele, minha perna parecia chumbo. Depois de uns segundos vi o cão virando pó. Ele veio correndo até mim:
- Annie! Você está bem?
- Tô, eu só virei o pé e - tentei andar- Arg!- Eu iria cair, mas ele me pegou em seus braços fortes.
- Não está nada.- ele observou meu pé.- acho que não está quebrado, mas deve ter sido uma torção entanto em? Fique sentada nesse banquinho. Eu vou alugar um barco e já volto.
Eu bufei em reprovação e ele sorriu.
- Só não saia daqui, ok?
- Vou tentar.- disse tediosa.
Ele saiu e em cinco minutos estava de volta balançando uma chave na mão. Eu tentei me levantar, mas ele me puxou para baixo.
- Nada disso, você não pode andar nessas condições.
- Eu torci o tornozelo não estou paraplérgica.- ele pensa que eu não posso me virar sozinha?!
- Eu... apenas me preocupo com você.- ele disse mesmo isso? Mas antes que eu pudesse formular uma resposta ele me pegou no colo! Seus braços me suguravam firme e ele olhava fixamente para frente. Aquela sensação de proteção que senti no ônibus voltou. Sei que pode ser antiguado ou até dramático, mas quando estou em seus braços sinto-me segura, como se todos os problemas de minha mente evaporassem e existisse apenas eu e ele no universo. Arg! Estou parecendo uma filha de Afrodite!
  Ele me carregou até um barco pequeno. Era verde água com detalhes de ondas encrustadas nas laterais. Era pequeno, mais muito bonito. Ele me carregou até a poupa e desceu alguns degraus até um pequeno quarto com uma cama de casal e uma cômoda ao lado da vigília. Me colocou na cama e disse:
- Agora vamos ver...- ele levantou a barra da minha calça e tirou meu tênis. Eu gemi de dor por um momento.- Acho que me enganei, acho que quebrou. Mas em dois dias com ambrosia e néctar vai estar novinho. Nós chegaremos a costa do Chile em cerca de dois dias também. Então sua teimosa, descanse.- antes de eu reclamar ele saiu do quarto. Eu me sentei na cama e observei as paredes. Lindas decoradas com enfeites da vida marinha. Quando eu ia me levantar Percy abriu a porta com uma caixinha nas mãos.
- Eu disse para descansar não levantar.
- Eu não vou ficar deitada por dois dias cabeça de alga.
- Eu sei, só não force muito.
- Ok desisto. O que você tem aí?
- Ambrosia e néctar. Você vai ter que tomar um pouco e eu tenho que passar um pouco de néctar no seu tornozelo. Toma.- ele me estendeu um cubo de ambrosia e um copinho com néctar. A bebida divina desceu pelo meu pescoço me dando um alívio imediato. Tinha gosto de chocolate quente que eu costumo tomar no inverno. Minha perna parou de latejar na hora. Me deitei calmamente, já com o sono me tomando. Senti algo quente em meu tornozelo e mãos macias. Percy estava sentado a ponta da cama me fazendo uma massagem no tornozelo com o néctar. Seu toque era macio e leve e logo o sono me levou.
Acordei com o pôr do sol na minha face. Olhei ao redor e vi que estava coberta com um cobertor. Me levantei me sentindo bem melhor, vi que havia uma tala no meu tornozelo. Abri a porta e estava em um corredor, resolvi ir para a esquerda de onde vinha um cheiro delicioso. Me surpreendi ao chegar em uma espécie de mini cozinha. E no centro dela estava um Percy muito bonito com um avental escrito "Beije o chefe". Eu me sentei a pequena mesa de dois lugares, e o "chefe" Percy trouxe dois pratos com omelete. Nem sabia que estava com tanta fome, até praticamente devorar o omelete. Estava delicioso!
- Não sabia que cozinhava.
- Minha mãe me ensinou um pouco- ele sorriu timido.- e o tornozelo?
- Não precisa se preocupar, já estive pior. Mas... obrigada.
- O que foi?
- Eu disse... obrigada. E não vou repetir.
- Eu sei, é que achei que tinha ouvido errado.
- Me acha orgulhosa, eu sei. Esse é meu defeito mortal e sabe disso!- disse já irritada.
- Não é isso. Eu te acho linda.- nessa hora eu corei fortemente e ele também.- desculpe.
- Não foi nada... estava delicioso.- peguei o prato e coloquei na pia tentando mudar de assunto.
- Obrigado. Acho melhor eu ir pilotar o barco.
- Eu vou para o meu quarto.
- Ok.- ele já estava indo embora quando lembrei de um detalhe.
- Percy.
- Sim?
- Esse barco é pequeno... quantos quartos ele tem?
- Apenas um... mas não se preocupe.- ele disse reparando em minha expressão.- eu vou dormir na cabine.
Não sei o por que de estar nervosa. Eu e Percy já havíamos passado inúmeras noites juntos em missões. Mas acho que essa era diferente, pois não estavamos sendo perseguidos por nenhum monstro, nenhum de nós estava ferido( eu estava apenas com uma torsão, mesmo Percy surtando por isso), e estavamos em um lugar confortável! Mas logo me acalmei, era só Percy! Um Percy que mudou aos meus olhos, mas ele ainda era o mesmo. Fui tirada de meus pensamentos com um barulho de algo emergindo. Algo grande! Eu e Percy nos entreolhamos, ele tirou contracorrente do bolso e eu peguei meu boné e adaga que estavam pendurados em meu cinto. Corremos, eu com um pouco de dificuldade, até o deque. Da água surgiu uma criatura marinha. Parecia uma serpente marinha com escamas duras como uma armadura. Seus dentes praticamente saltavam de sua boca e seus olhos eram grandes órbitas negras.
- O que é isso ?- Percy me perguntou.
- Uma serpente marinha... mas elas só ficam nas profundezas dos oceanos.
- Parece que essa não. Eu não consigo falar com ela. Só escuto algo como:Eu vou destruir vocês e despedaça-los ou coisas do tipo.
- Acho que essa não liga de quem você é filho.
- Como eu mato isso?
- Apenas se acertar o coração.
- E onde fica?
- Em um ponto especifico na barriga, mas se você errar vai jorrar ácido do corte.
- Algum plano?
- Hum... já sei! Eu consigo acertar o ponto, mas eu teria que ir para debaixo da água, consegue criar uma bolha?- nesse momento a serpente nos avistou.
- Vamos descobrir. Vem!- ele me abraçou e nos jogamos no mar.
Eu sabia que Percy teria que se concentrar para manter uma bolha durante uma luta. Então eu teria que ser rápida. Eu me segurei em uma escama.
- O destraia !- Gritei para Percy.
  Ele assentiu e saiu em direção a cara do monstro. Eu teria que ser rápida, Percy estava longe de mim e devia ser difícil manter a bolha por muito tempo. Eu fui escalando o tronco da criatura até seu final. Olhei por cima do ombro e vi Percy com contracorrente em mãos tentando atingir o monstro. Eu encarei sua pele, o único lugar desprotegido, mirei e enfiei a adaga com força em sua pele. O monstro se virou para mim e ia me bater com sua calda, mas Percy foi mais rápido e se pôs a minha frente. Nós dois fomos lançados para um coral. Ao longe vi o monstro se encolhendo de dor e se diluindo, voltando para o tártaro. Minha batida no coral não foi tão forte, pois acho que foi amortecida pelo corpo de Percy! O que aquele idiota quis se colocando na minha frente?!
Lentamente começamos a subir e em segundos eu já estava na polpa do barco, o ajudando a subir, nós escorregamos e caimos na polpa, mesmo com aquela situação começamos a rir.
- Você está bem?- perguntei me levantando.
- Estou.- ele respondeu, mas sua voz me dizia o contrário. Eu me virei para ele e o que vi me assustou. Mesmo ele tendo a maldição de Aquiles ele tinha arranhões pelo corpo, sua camisa estava um trapo cheia de cortes e rasgos. Mas o que mais me preocupou foram dois cortes profundos, um em seu peito e um em suas costas.
- Annie- ele disse se aproximando- você precisa de nectar e ambrosia.- eu olhei para meu corpo e não estava muito melhor. Me arrastar naquela coisa fez com que eu ganhasse vários cortes e arranhões pelo meu corpo, a única coisa que realmente me encomodou foi um corte que eu tinha no abdomen que só agora, que o efeito da adrenalina passava, começava a doer.
- Nós precisamos de néctar e ambrosia.- disse enfatizando o nós e apontando para seu corpo. Ele se olhou e bufou. Eu apenas ri e fui entrando.
- Vou tomar um banho e depois você vai.
- Ok.- ele disse e se jogou no sofá.
Eu me despi e entrei no chuveiro, deixei a água gelada me relaxar. Lavei bem os cortes e sai. Me troquei colocando um shorts e uma blusa larga para não piorar os cortes. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e sai do banheiro. Percy entrou no mesmo e eu fui buscar a caixa de primeiro socorros. Peguei néctar e ambrosia e coloquei tudo em cima de uma mesinha. Ouvi a porta do banheiro se abrir e fechar logo em seguida. Olhei para trás e vi Percy de bermuda e s-sem camisa. Calma Annabeth, respire e aja normalmente, ele está apenas super lindo e... Foco!
Estendi uma cadeira e ele sentou. Coloquei dois copos com néctar e peguei dois cubos de ambrosia. Nós comemos e eu rapidamente senti meu corpo relaxar e a dor sumir, nossos machucados cicatrizaram na hora. Agora só restavam seu corte no peito e costas e o meu corte no abdômen. Eu peguei um algodão e molhei no néctar.
- Esses cortes precisam de corativos.- disse apontando para seu peito. Ele assentiu.
- Primeiro vire de costas.- pedi, ele se virou e eu me vi fitando suas costas largas e bronzeadas. Agora prestando mais atenção vejo que o corte foi sério. Vinha desde o ombro até sua coluna, e estava com uma cor verde ao seu redor. Veneno, mais pelo menos as serpentes marinhas não tem veneno mortal. Mas se não cuidado iria fazer um estrago. Lentamente toquei o algodão no corte, ele suspirou e seu corpo de arrepiou, eu instantaneamente me arrepiei também. Passei o algodão pelo corte o limpando com cuidado. Aos poucos a cor foi voltando a sua pele. Depois cobri com gase e esparadrapo, agora faltava o corte da frente. Me virei de frente para ele e o mesmo tinha os olhos fechados de leve, peguei outro algodão e começei a limpar o corte, as vezes meus dedos tocavam seu abdômen definido, me deixando sem ar. Fiz o curativo devagar, não queria que aquilo acabasse tão cedo. Não simplesmente por ele estar ali sem camisa, mas eu me senti mais próxima dele, sei que pode ser apenas coisa da minha cabeça... mas pra mim aquilo foi especial. Afrodite! Por que eu estou assim perto dele?!
- Pronto.- disse e ele abriu os olhos. Seus olhos da altura dos meus. Ele foi se aproximando e estendeu a mão até a mesa atrás de mim por cima do meu ombro. Eu podia me jogar no mar que eram seus olhos. Ele se estendeu até mim, nossos narizes se roçaram de leve e ele se afastou com um algodão que ele devia ter pegado na mesa.
- Você também, vamos, eu vi seu corte na barriga. Levante a camiseta.- ele disse autoritário. Eu corei um pouco, mas levantei a camisa até o busto de fora que só minha barriga aparecesse. Aquele corte estava mesmo doendo.
Nós trocamos de lugar e eu me sentei no banquinho. Ele molhou o algodão e começou a passar no meu corte. Aquilo cessou a dor na hora, eu suspirei aliviada. Eu fechei meus olhos, mas não pelo alívio do néctar, e sim pelo toque de Percy. Sua mão, as vezes, tocava meu abdomen e ele parecia estranho aos meus olhos. Depois de um curativo, muito bem feito por ele por sinal, já era tarde.
- Que horas são?- perguntei abaixando minha camiseta. Percy fez uma cara de decepção após esse ato, mas respondeu:
- Dez horas.
- Nossa! Temos que descançar, amanhã com certeza o néctar já fez afeito. E chegamos amanhã, certo?
- Sim, mas será a tarde. Estou tentando chegar o mas rápido que posso, mas mesmo assim é meio longe.
- Tudo bem.- Eu disse já indo até o quarto. Arrumei minha cama e coloquei um pijama. O tempo já tinha mudado e estava muito, muito frio. Me deitei na cama e me encolhi no cobertor, logo comecei a pensar naqueles olhos verdes, até que alguém bateu na porta.
- Entra.- disse alto.
- Oi, eu só vim pegar um travesseiro e lençól.- Percy disse entrando e indo em direção a cômoda. Ele usava um moletom azul escuro e uma blusa de manga comprida, mas mesmo assim parecia estar com frio. Ele retirou de lá um travesseiro e um lençol fino e já ia sair quando perguntei:
- Não tem outro cobertor além do meu?- ele negou com a cabeça e ia em direção a porta, mas eu o chamei novamente:
- A cabine é pequena e fria. E eu não quero você doente então... se quizer pode dormir aqui comigo.
- Você não se importa?
- Não, você se importa?
- Não, estava mesmo com frio sabidinha.- ele se aproximou e eu fui para o lado direito da cama. Ele deitou e se cobriu.
- Boa noite sabidinha.
- Boa noite cabeça de alga.
Eu não tive sonhos de semideuses apenas lembranças daquela viagem no oceano Índico com Percy e o beijo.
Acordei no meio da madrugada tremendo de frio e Percy também estava tremendo, mas me encarava.
- Acordou também?- ele perguntou sem tirar os olhos dos meus.
- Sim, está frio.- disse batendo os dentes. Ele estenteu os braçou na minha direção e eu me aconcheguei em seu peito. Ele rapidamente colocou seu braço ao meu redor de um modo protetor. Eu me cobri novamente e adormeci em seus braços sentindo o seu cheiro inebriante e sua respiração compassada. Não tive sonhos.


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