Freddie:

– Olá – deparei com Pam arrumada como a piruá que lembrava. – Sam o Freddie! – A mulher sorriu, apenas retribui saindo suficiente da soleira para ela passar.

– Divirtam-se – Desejou passado por mim, apenas espirrei com cheiro agridoce de seu perfume.

Adentrei a porta e fechei as minhas costas, quando vi Sam engatinhando pelo corredor que levava a cozinha com Stellyan ao seu encalço o bebê ria daquela forma gostosa. Os segui para cozinha.

– Não vai me alcançar! – Sam fazia carretas e corria fazendo uma voz fingido desespero, quando bebê aumentou o seu arrastar.

Fiquei de quatro e interrompi a volta de Stellyan atrás de Sam.

– Buh! – o garoto arregalou os olhos e engatinhou de ré.

– Ah! – corria atrás dele até me deparar com Sam deitada recostada ao balcão. Stelyan correu para seu colo.

– É o homem feio Stelly? – ela gargalhou bagunçando os cachos do garoto.

Observei Stellyan com seus olhos pequenos arregalarem-se para mim.

– Sou eu ...- tentei o fazer lembrar usando um tom suave de voz, a reação foi o menino se agarrar a Sam.

– Oh! Meu bebê vai ter pesadelos com a cara feia do Freddie? – ela questionou começando a fazer cócegas no bebê.

– Deixe de falar que sou feio para ele. – reclamei levantando os lábios em desapontamento.

– Ok, Stelly tem medo do mostro da casa ao lado?Haha...

– Wo HÁ, HÁ, Ho – fiz uma gargalhada maléfica, Stelly gritou estridente e quando avancei começou a gargalhar com efeito das cócegas de Sam e agora às minhas.

Olhei o rosto de Sam deixando de partilhar aquele momento quando senti nossas mãos se tocarem. Senti arrepio pelo braço. Os olhos dela brilhavam, seu sorriso era grande, rosto vermelho, cabelo com cachos contornando seu semblante. Tratei de guardar o som de sua risada e Stellyan.

– Ammh – Stellyan fez, suspirando cansado e me estendendo as mãozinhas, o peguei do colo de Sam. Fiquei ali sentado no chão, com garoto no meu colo, rasgando tentativas de falar algo enquanto apontava para todos os lados.

– Quê ele está dizendo?

– Não faço ideia – Sam apenas concordava com a cabeça o fazendo sorrir satisfeito por ser “entendido”.

– Estou com fome – comentei.

– E as pizzas?

– Pensei em pedir.

– Tudo bem – Sam levantou e a segui segurando seu irmão em meu colo.

– Leva ele para sala vou ligar daqui para pedir à pizza – Sam usou aquele tom responsável, que desconhecia, meu coração deu um solavanco. Seguia para sala.

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– Então será que tenho chance com sua irmã? – Questionei Stellyan quando o ajudava colocar o brinquedo com formas especificas em seus respectivos lugares. Ele levantou os olhos pequenos de um azul céu, depois balançou os braços com força fazendo sons com letras que não formavam uma palavra.

– Vou aceitar isso como um sim – sorri bagunçando seu cabelo antes de fugir e ir para seu trenzinho.

– Uau gosta de trens?

– Ammm- ele gemeu sacudindo o brinquedo acima da cabeça.

– Também...- ele me sorriu como se entendesse. Conversar com um\\ pessoa do qual não tem ideia das respostas é insano e divertido. – ah obrigado, esse é meu? – Stellyan sacudiu a cabeça em um sim com força ao me dar um carrinho.

– Brrrruuuu – fiz com a boca e começamos a brincar.

– Sorria! – Sam pediu levantei o olhar. - Foto para mural dos fracassados! Wa!

– Wooou legal deveria ter tirado uma foto sua engatinhando pela casa perseguida por um garoto de um ano. – apontei chateado.

– Relaxa é para Carly – a loira sentou-se no sofá e levantei. Stellyan agora indo para o amontoado de brinquedos com formas de triângulos, círculos e estrelas e animais ao canto da sala.

– A fralda é sua!

– Então que tal um filme? – desviei do assunto sentando mais próximo do que necessário da loira no sofá.

– Deixe me ver – ela começou a passar os canais. – Pode ser desenho?

– Sério?

– É meu malvado favorito, até o Stelly dormir ok?

– Claro – Dei as mãos para Stelly o ajudando a se equilibrar em pé segurando um dos meus joelhos.

– Ammme – Stellyan reclamou e o peguei, o garoto pulou para o colo de Sam. Observei a minha amiga antes tão bruta e que pouco mostrava ter sentimentos, acariciar os cachos, beijar da bochecha a cabeça do bebê, tirando sorrisos de Stellyan e depois deixar seu polegar ser laçado pelo garoto e por fim o vi colocar o dedo na boca e voltar atenção para Tevê.

Era tão doce e, apaixonante queria Sam ao meu lado, afetuosa daquela forma. Mas apenas os segui prestando atenção a tv. Quando Stelly dormisse teria chance de conversar.

Após algumas risadas, o : Ding Dong.

– Eu atendo – espreguicei, caminhei para o hall atender a porta. Peguei a entrega e paguei.

Levei direto para balcão da cozinha após pagar as três pizzas. Que queria dizer que o apetite de Sam não havia mudado.

Abri as portas do armário até achar pratos, gavetas com talheres.

– Humm que cheiro delicioso – Sam entrou farejando as pizzas.

– Boa pedida.

– Mama aqui entende de pizza – Ela sorriu e avançou para pizza com as mãos ignorando que havia arrumado o balcão com talheres e pratos. Dei de ombros e a segui.

– Humm – gememos juntos, deliciando com a mozarela quente e o sabor marcante.

– Hehe, mais um – Sam avançou na pizza pepperoni.

– Para beber? – pedi.

– Aah! Sim – Sam saiu da cozinha me deixando com cara de interrogação e finalmente voltou para minha surpresa com garrafa de vinho.

– Que tal? – Sam fez pose de Sommelier*.

– Bom perfeito – peguei a garrafa e me coloquei abrir enquanto Sam apenas engolia mais um pedaço de pizza.

– Sabe muito estranho...- a garota começou entre barulhos de sua mastigação.

– O quê?

– Você aqui parece um intruso...- ela falava com boca cheia. Mas já era acostumado com sons formando uma frase.

– Obrigado, fico feliz em saber que sou um intruso.

– Nem parecemos nós mesmos – apenas concordei com a cabeça. O fato que naquele momento não existia ofensas, objetos voando, sabotagens ou só sarcasmo. Sam ainda comia de boca aberta, ainda era gulosa, bonita e uma delicia comendo.

– Taças?

– Pode ser copo?

– Aih...vai pode – peguei copos e servi sem dó.

– Ei temos uma criança para vigiar e trocar fraldas, estando bêbados não será legal.

– Como? – questionei sorvendo rapidamente meu copo e servindo outro.

– Merda para todo lado, se me entende – ela riu, bebericando o copo de vinho tinto, contudo se detendo em comer a pizza. - Bem, ele precisa de cuidados não só pela fralda.

– Claro – consegui rir com seus olhos azuis girando na orbitas.

|-|

Bebi dois copos cheios e a loira ainda atacava a caixa da pizza de 4 queijos agora.

– Queria saber umas coisas? – ronronei as palavras com efeito do álcool me alcançando.

– Fala...

– É sobre nós – a loira engoliu com força o que tinha na boca.

– Claro – ela pigarreou.

– Tenho chances?

– Pergunto-te se sou mesmo quem você quer ou isso só uma ilusão que sustentou esse tempo todo?

– C-Como? – esganicei surpreso.

– Concorda que muita coisa mudou em pouco tempo?

– S-Sim, eu ...e-é mudou.

– Esse não é o momento vamos nos adaptar a essa situação...

– Só pensei que poderíamos começar esclarecendo as coisas.

– Passado tá morto, quero ver daqui pra frente – Me servi do resto do vinho até a última gota. As palavras de Sam eram tão brutais de tão sinceras e reais.

– Esse recomeço para você, Carly...e bem acho que isso me inclui.

– Entendo...

Consegui encara-la. A garota tinha pedaço de pizza seguro no ar a caminho de sua boca, mas sustentou meu olhar.

– Não minta para você Freddie, sei que esconde algo por trás desse “QUERO A SAM”, acredite no passado você não ágil errado.

Engasguei-me. Sam. Essa garota que amei, sabia cada parte que tentava esconder. Melhor quando eu falhei esse foi meu erro, um segredo que não era só meu, porém trágico demais para conseguir conviver, a cortina negra fechada que não poderia ser aberta. Como o covarde que sou procurei meu antigo amor por Sam. Decide recorrer aquele sentimento guardado, mascarando outras emoções incluindo de perda.

– Você está certa – admiti baixando a cabeça.

– Relaxa, tá tudo a salvo comigo – ela piscou e começou a morder sua pizza a acompanhei me servindo novo pedaço.