Carly

Foi estranho entrar na nova casa. Olhei as caixas nos espaços vazios.

– Capitão está dormindo – Freddie falou vindo do andar superior com uma coberta. Arquei a sobrancelha. – Pensei em dormi aqui embaixo, tenho alergia e o meu novo quarto, esta inabitável.

– Claro, amanhã a empresa de mudanças arrumara as coisas – lembrei indo para a sala de tevê onde já tinha o velho sofá e a poltrona negra.

Tudo não se encaixava, a combinação de uma casa era gritante em comparação ao duplex do Bushewell.

Sentei-me e Freddie acompanhou estendendo a coberta sobre nossos colos. Sorri em agradecimento e o vi ficar sem jeito.

– Bem, Sam parece tão...

– Fora de órbita? – completei. Ainda que sentisse como minha melhor amiga, reparei em sua seriedade nada costumeira.

– Acho que isso que acontece quando crescemos...

– Não, eu discordo, Spencer nunca deixou isso acontecer – disparei, sentindo minhas narinas arderem.

– Desculpe, mas é a verdade, estamos diferentes – Freddie me puxou fazendo deitar a cabeça em seu ombro. Simplesmente deixei-me ser confortada, segurando o choro em meus pulmões, ate conseguir adormecer.

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A tempestade se aproximava. E as notícias não eram boas.

– Deveríamos voltar à baia – Meu grito que flutuou de encontro ao som de um trovão.

Tentava segurar a capa ao meu corpo, o vento tentando destruir tudo em seu caminho. Segurei no arrimo próximo, quando infiltramos uma onda. O gosto da água salgado invadindo minha boca. Tossi para fora. Meu corpo encharcado, senti meus ossos trêmulos.

– Não seja covarde – Foi capitão que invadiu o deque com sua forma imponente piscando quando a água atingia seu rosto petrificado em coragem. Içamos as velas.

O vi desequilibrar e tentei alcança-lo. Mas Capitão era poderoso e se ajeitou e voltou para cabine, dando uma piscadela.

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Sam |°°°|

– Você disse que me encontraria – Choraminguei em seus braços. O sorriso largo dele me inundou e os nós de meus dedos ficando branco pela força ao segurar sua camisa o trazendo junta a mim.

– Vou te encontrar – ele falou tirando minhas mãos de sua roupa. O observei ser levado por uma grande onda marítima, e meus pulmões ficarem cheios de água ao ser atingida. O grito sufocado. A dor do meu corpo se partindo.

Água nos separando o levando para longe o redemoinho dificultando minha reação.

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HAh... – O grito soltou-se dos meus pulmões, acordei, com corpo dolorido e suor pegajoso em meu pijama.

Olhei ao redor. Um pesadelo. Mais um de tantos. Tentei acalmar meu coração. Então um choro fino invadiu meus ouvidos. Tentei recompor meu corpo trêmulo do susto da dor. Antes de ir acudir Stelly que provavelmente acordou com meu grito.

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O vesti, e entreguei a mamadeira o deitando no sofá. O bebê segurava uma mecha loira do próprio cabelo que ficava no topo de sua cabeça, um sinal de nascença entre os muitos cachos castanhos. Garoto já sorvia seu leite com olhar atento no desenho bobo para criança. Na tevê. O rosto redondo com bochechas vermelhas, apertados olhos azuis. Traços que se confundiam aos meus e alguns desconhecidos.

– Bom dia – Pam disse beijando Stelly e me olhando rápido. – como dormiu?

– Bem – menti. Saindo para tomar meu café a deixando adorar o bebê.

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– Ouvi seu grito – Pam disparou enquanto programava a cafeteira. Encarei a carranca de mamãe e senti meu rosto corar.

– Um pesadelo, normal.

– Não, sei que não anda dormindo.

– Não vou ter essa discussão. – suspirei. Sempre a mesma coisa.

– Poderia pedir ajuda a Carly.

– Quê saco não tem insônia alguma e, pesadelos é normal – menti para mim. Mais uma vez. Mentindo.