(Ouçam ou não )Despertei de meu devaneio da lembrança da declaração de Spencer:

    - Freddie, você ainda gosta da Carly?  - Questionei voltando de meu torpor de memórias. Depois que conversamos o moreno não tocou mais no assunto “nós” que fiquei muito grata.

    Vi o moreno morder os lábios e colocar os óculos de sol antes de ficar de costas para o céu deitado em sua toalha.

    - Por que isso?

    - Às vezes te pego olhando para ela com admiração.

    - Posso te contar um segredo da Carly?

    - Sim, mas seja o que for tenho certeza que já sei – falei com presunção.

    - Carly perdeu um filho...quando vejo com Stelly penso sobre isso. – meu coração palpitou tão rápido que senti a vertigem me atingindo – perdeu um filho – ressoou na minha cabeça. Virei-me na esteira de praia para lado contrário onde Freddie estava. Deixe-me colocar a dor para fora. Vomitei e Freddie segurou meu cabelo com rapidez.

    - Nossa que está aconteceu? – Ouvi Carly e novamente meu estômago embrulhou, novamente vomitei.  Olhei para cima, Carly segurando Stellyan no colo me observando com olhar preocupado.

    - Sei lá – Freddie me mostrou uma garrafa de água que peguei.

    ­- Foi o lanche daquele posto no caminho...

    - Quer voltar para a cidade?

    - Sim se não tiver problema – Olhei para Freddie o garoto tinha o olhar coberto pelos óculos de sol. Mas minha amiga revirou os olhos e concordou. A morena ainda agarrada ao bebê.

    Aquilo não foi um tremendo choque, Carly já tinha dito algo a respeito, a verdade que quando ela tentou dizer foi  depois de quase 3 meses da morte de Spencer e não estava com cabeça para ouvi-la. Fui completamente egoísta, para assimilar aquela informação.

    Quando isso aconteceu? Quem? Como?

    Sentia-me terrível. Mas sequestraria Freddie logo que retornássemos.

    |- -|

Aquela semana passou lentamente. Meu amigo Freddie estava ocupado com seu estagio na universidade e Carly se empenhando em um trabalho voluntário com crianças no hospital Estadual.

    Como antes, no fim de noite éramos Pam, Stellyan e a tevê.

    Agora a culpa, as mentiras e o descaso.

    – Podemos conversar mamãe? – me vi pedindo quando colocamos Stelly no quarto já adormecido

Freddie:

 Evitei Sam durante toda a semana, havia me precipitado. Contei algo que não me pertenciam. Quebrei a promessa que fiz a Carly e estava prestes a quebrar a promessa mais importante... Tentar fazer Sam feliz e jamais deixar Carly.

    Estacionei o carro olhei as luzes da casa das Puckett acessa. Meu novo lar com luzes apagadas; O carro de Carly estacionado. Também a estava evitando, no máximo tinha conversas perturbadoras com Capitão quando dava carona para seu emprego.

    Agora ele bebia durante a noite e no dia seguinte ia trabalhar de ressaca e por enquanto aquilo estava funcionado.

    Li a última mensagem da minha mãe que estava em um cruzeiro de solteironas. Mas durante o dia me mandava torpedos de todos os instantes do seu dia e questionando-me e me aconselhando coisas sem sentido.

    |- -| A porta do quarto da minha amiga estava aberta e uma luz azul fraca penetrava para o corredor escuro, como um ima caminhei para o local.

    – Carly? – chamei batendo em sua porta, a garota estava deitada na cama concentrada no computador. – ainda acordada?

    – Sim, eu estou investigando algumas pistas.

    – Achei que já tinha desistido...- Apertei os olhos para olha-la.

    – Vim para L.A com essa intenção, não vou parar agora que estou tão perto. – obstinação de Carly fez-me sentir doente.

    – Não sei o que dizer. – Suspirei entrando no quarto. A doença do capitão a estava afetando. – Não ouça seu pai...ele é um bêbado.

    – Não Freddie ele ficou assim  depois que veio de L.A , lembrasse?

    – Ele voltou um bêbado daqui, isso sim, chamando Spencer dizendo que o filho dele não havia morrido. Carly seu pai endoidou porque foi culpa dele a morte do Spencer! – Disparei a verdade engasgada.

    – Você acha isso uma perda de tempo? – a morena me olhava de soslaio ainda com atenção no notebook.

    – Sinceramente? – questionei sentando ao seu lado na cama.

    – Sim... – Carly mordeu os lábios. Não costumávamos conversar sobre aquele assunto. Era algo vedado.

    – Ele foi sugado pela tempestade direto para o mar, a chance de sobrevivência é zero.

    – Mas eles estavam perto do canal sul, papai falou que haveria chances da maré o ter jogado para essa região – me acheguei do computador para ver a carta náutica.

    – Legal, como a marinha não o achou? E depois de 18 meses qual a chance de achar alguém vivo no canal? Então como seu pai o viu em Los Angeles?

    – Sei lá, isso que tô tentando entender! – minha amiga retrucou histérica. Bufei de raiva, deitando na cama olhando o teto que havia colado um mapa do oceano pacífico para Carly.

    – Sinto falta dele, às vezes fico pensando que se tivesse embarcado poderia o ter ajudado. Mas isso não faz sentido.- desabafei a olhando de soslaio. – quando perdi tudo de uma vez. – apertei os olhos evitando uma lágrima.

    – Sabe que é enterrar um caixão vazio?

    – Sim Carly porque o amava também! - rebati -  Quer a verdade?– me sentei rapidamente e tirei o notebook da frente da morena. – Nessa loucura toda eu fiz meu melhor, mas ainda sou um perdedor – vi os olhos da morena se apertarem a face ficar rosada ela iria chorar.

    – Não quero falar sobre isso – minha amiga pegou notebook do meu colo.

    – Ótimo continuei fugindo da realidade! – cutuquei. Sem medo de causar dor aquele menina ao meu lado, cheia de segredos e se agarrando a algo estúpido.

    – Recebi uma mensagem de uma garota chamada Andy uma garota do México. – Carly falou com a voz fraca, querendo justificar o que para mim era insensato.

    – Quê tem?

    – Ela está passando um tempo aqui faz três meses, e disse que conhece um cara que é a cara do Spencer. – a voz de Carly tinha um tom animado.

    – É só mais uma fã icarly desesperada por atenção!

    –  AH! Sai daqui! Se não quer ajudar não atrapalha!- Carly me empurrou para fora da cama, mas me mantive feito pedra  sua investida inútil.

    –  Mas Carly o cara não é do México? Quantas pessoas existem que podem ser nossas sósias? – Usei minha razão a encarando a morena tinha sobrancelhas arqueadas e os lábios enrugados em frustração.

    –  Sim , mas some daqui! – novamente tentou me empurrar, mas era forte o suficiente, apenas segurei em cada um de seus pulsos e a joguei contra a cama e me levantei a encarando com olhos abertos em espanto por minha atitude, poderia ser medida como violenta.

    – As loucuras do seu pai só vão fazer essa dor aumentar! – Apontei com raiva.

    –  Você não sabe que diz, some FREDDIE! – foi o computador da morena que voou para parede. Observei ela pegar o travesseiro próximo e se afundar o choro tomando o silêncio e fazendo minha cabeça doer.

    – Eu tentei ficar do seu lado, mas agora tudo esta fora de questão! Não vou te apoiar nessa loucura! – Continuei meu coração batendo rápido, a respiração me faltando a cada palavra. – vou embora, quer saber tá tudo errado nessa merda. Você e Sam não fazem uma bosta de sentido para mim! Vão vocês para o inferno com esses segredos, mentiras e  loucura! – Berrei com pulmão quase explodindo, sai a passos fortes e bati a porta as minhas costas. Iria sair da vida daquelas pessoas, pois o problema parecia que iria aumentar, já sofria por não cumprir minhas promessas e meus segredos já estavam explodindo minha mente.

    Cuidar de Carly

      ∞

    Ser o homem que Sam amaria a fazendo feliz.

    Estava Fracassando ...perdendo o rumo.

    Eu estou preso na cama que você fez

    Sozinho com um sentimento de naufrágio

    Eu vi através das palavras que disse

    Para os segredos que você está mantendo

    Está escrito em seu rosto

    Todas as mentiras... - LP