(Ouça!)

“HOJE É DOMINGO, DIA 4 DE AGOSTO. Seu período está VINTE E TRÊS DIAS atrasado”.

Quando pegou o celular, Rosalie despertou imediatamente ao ler a mensagem do aplicativo. Chegou a sentar-se na cama quase que em um pulo, ignorando que Amelia dormia pesadamente ao seu lado. Sabia o que aquilo podia significar. Na verdade, tinha quase certeza do que significava, mas gostaria muito de estar errada.

Foi até o banheiro, abriu a gaveta da pia e procurou dentre algumas pomadas para assaduras infantis, antissépticos, cotonetes e bandaids o que precisava: um teste de gravidez. Haviam três caixas de testes de gravidez de farmácia que havia comprado da última vez que havia suspeitado do atraso de 15 dias. Mas dessa vez, 23 dias, era demais. Bebeu quase um litro de água na hora e fez o máximo de xixi possível para utilizar a maior parte dos testes que tinha em casa. Agora era só esperar.

Desceu as escadas, preparou o café da manhã das crianças, colocou comida para os cães e apesar de saber que o resultado já podia ser visto, preferiu lavar a roupa antes de ver o resultado.

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Nesse mesmo momento, Alice cruzava a cidade em seu carro. Silenciosa, ela passava a mão pelo cateter quase como um tique nervoso. A blusa cobria o pequeno alto sob a pele, mas ela podia senti-lo muito bem. Estacionou em frente ao hospital, deu os dados na recepção e logo foi chamada pela médica.

—Está na hora. – ela disse para Alice, que suspirou em um misto de ansiedade e medo.

—Não vem ninguém para lhe acompanhar? - a médica questionou, mas Alice apenas balançou a cabeça.

—Eu prefiro fazer isso sozinha.- e dito isso, caminho atrás da médica até a sala de quimioterapia onde foi preparada para começar a receber o tratamento.

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Bella estava limpando o escritório de Edward enquanto o mesmo dormia com Nessie. Aquele lugar estava cheio de poeira. Entulhado de papeis bagunçados, e a maioria deles, do advogado que tentava a todo custo trazer Jane para casa. Ela podia deixar aquele trabalho para a ajudante que tinha, mas queria ocupar a mente. Precisava. Ouvia algumas músicas agitadas dos anos 70, como Bon Jovi ou Roxxete, mas sua mente não parava de processar tudo que estava acontecendo em sua vida.

De um dia para o outro, tudo estava de pernas para cima e ela nem sabia mais se confiava no esposo. A prova disso era que ela não parava de encarar o celular do esposo em cima da mesa. Ela sabia a senha, mas nunca usava. Não precisava. Ou não queria precisar, mas ela mesma não tinha certeza daquilo.

—Tudo bem, vamos lá. – ela disse ao sentar-se na cadeira do esposo. Pegou o aparelho e digitou a senha do bloqueio: a data do aniversário de Renesmee. Na caixa de e-mails estava tudo bem. Apenas trabalho. Mas ela queria checar as mensagens instantâneas. Abriu o aplicativo e começou a ver as conversas abertas: “Bella”, “Alice”, “Emmett”, “Jeff”, “Aro”, “Felix” e uma série de nomes conhecidos de familiares, colegas do trabalho e alguns contatos profissionais. Mas havia uma pasta de conversas arquivadas e quando Bella abriu a mesma, havia uma única conversa, para sua surpresa. “Jenny”.

A conversa era longa. Haviam muitas risadas e papos sobre assuntos diversos. Haviam até mesmo fotos dos dois em um “social” que havia ocorrido na empresa.

Sem nem perceber, as lágrimas começaram a cair de seus olhos. Edward conversava com aquela mulher o tempo todo. Em horários de serviço as conversas eram mais curtas e se resumiam a comentários engraçados sobre pessoas do ambiente de trabalho, mas fora do horário, eles conversavam sobre seus dias, filmes, o que estavam fazendo e as vezes, apenas conversavam sobre nada em específico. Pareciam um casalzinho de jovens na escola sem coragem de dar o primeiro passo.

—Mãe! A Tia Chelsea chegou. Estou indo, está bem?- Interrompendo a leitura, Renesmee entrou no escritório correndo e beijou a mãe, despedindo-se dela sem notar que a mãe estava pálida. A mulher despediu-se da filha e permaneceu em silêncio por alguns minutos, sem saber ao certo o que fazer.

Até que ela arremessou o celular de Edward longe, sem se importar se havia quebrado ou não. Em passos firmes, dirigiu-se até a janela da sala, onde viu Renesmee entrando no carro com Chelsea, Felix e Annie. Os quatro iriam passar o dia fora num piquenique. Quando teve certeza que a filha estava longe, ela subiu até o quarto onde o esposo dormia e abriu as cortinas, fazendo com que o mesmo despertasse.

—Ou! Bella! Você tá louca? Eu estou dormindo!-ele gemeu enquanto escondia o rosto nos travesseiros, só tirando ele de lá quando sentiu o peso das roupas sendo arremessadas em cima de sí. – O que está acontecendo?

—O que está acontecendo?-ela gritou, extremamente irada, enquanto arrancava todas as roupas do esposo do closet e jogava em cima da cama.- Eu cansei de ser idiota, de ser enganada... Você jurou, Edward. Jurou que não teríamos mais segredos, que não me magoaria mais.... Mas agora eu descubro que você passa o dia de papinho com aquela mulher!- ela cuspiu as palavras e diante do silêncio dele, ela ficou mais furiosa ainda. –Já chega! Quero você fora daqui JÁ!

—O que?- foi só então que ele se manifestou.

—Eu vou sair agora e retorno com a Renesmee as 9 da noite. Se você ainda estiver aqui, eu mesma vou colocar você pra fora e ainda vou contar pra sua filha que além de trair a primeira esposa, mãe das irmãs dela, você me fez de idiota.- Bella pegou a bolsa em cima da cômoda e jogou as chaves do carro e o celular dentro, batendo a porta do quarto atrás de sí. Desceu as escadas chorando e quando entrou no carro, saiu sem rumo pelas ruas movimentadas de New York.

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Já eram quase 12h quando Rosalie subiu até a suíte e olhou os resultados. Todos os exames deram positivo.

—Ai meu Deus!- ela exclamou enquanto deixava o corpo escorrer pela porta e ir até o chão. Por alguns momentos, ela ficou parada. Não sabia o que fazer, como reagir. Estava grávida. E com certeza já amava aquele bebê, mas também estava apavorada. 5 filhos? Como seria sua vida com mais uma criança? E seu casamento? E Emmett? Por que ele não usara camisinha se ela já havia avisado que o anticoncepcional estava lhe dando efeitos colaterais? Como ele reagiria? O que ela faria?

As perguntas eram as mais diversas e ela não tinha nenhuma resposta naquele momento.