It Will Rain escrita por Queen


Capítulo 19
Nineteen.


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE, MEU CAPS LOCK TÁ LIGADO E HOJE DEU A LOUCA EM MIM. OI GENTE! SLDJKS
O capitulo já tava pronto e ia ser muita injustiça da minha parte não postar. Ele não tá muiiittoo bom, nem muito emocionante. Ele tá aqueles capitulos que nós chamamos de "nescessario" entendem? Não entendem? Só lamento skldjks.
Boa leitura e AWN EU TO FELIZ, AWWNNT. VEJO VOCÊS NAS NOTAS FINAIS. AWNT



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P.O.V Annabeth

Assim que sai da casa da Rachel, não tive coragem de ir para casa. Então, fui ao central Park e sentei-me em um banco, prestando atenção em tudo ao redor com uma dor no peito.

E se Percy tivesse ouvido a minha conversa com a Rachel? O que ele teria achado? Como ele estava se sentindo agora? Ele iria contar para alguém? Ele iria me julgar? Ele iria... ele iria se afastar de mim?

Reprimi um soluço, com medo das lagrimas descerem. Percy nos últimos tempos tinha sido a única pessoa ao qual eu realmente estava sempre perto, depois de Thalia, e ele sempre parecia entender... e ultimamente eu sentia tantas coisas por ele... passando de amizade...

Olhei para o céu e me escorei mais no banco. O céu estava nublado e não tinha nenhuma nuvem, parecia que iria chover. Ótimo, eu ficaria ali, na chuva. Melhor do que voltar para casa.

Peguei meu celular e olhei as chamadas: Tinha duas do Percy e uma do meu pai. A última do Percy estava como atendida, o que significava, que ele havia ouvido tudo. Meu coração falhou uma batida.

Respirei fundo três vezes e retornei a chamada para o Papai, ele atendeu no quarto toque.

– Alô?

– Papai? – perguntei meio chorosa.

– Annabeth? Annabeth minha filha, está tudo bem?

– Sim. – fechei os olhos e respirei fundo – E ai?

– Também. Annabeth minha filha, escute, eu preciso falar com você.

– Tudo bem, pode falar.

– Annie, eu sei que você está gostando de morar em Manhattan, mas... você precisa voltar para casa nas férias de verão.

–Por que?

– Você tem que passar pelo menos o verão aqui... Ai você volta quando as aulas começarem... ou não.

– Como assim “ou não”?

– Ela está atrás de você Annabeth, ela me encontrou.

– Ela quem Papai?

–Escute Annabeth, se ela aparecer, você deve fugir, deve vir para casa, eu não vou suportar ver você com ela.

– Do que você tá falando pai?

Annabeth querida, ela te achou, eu tenho certeza.

– Papai...

– Olha, se ela chamar você e você resolver ir, saiba que eu... eu apesar de tudo... fiz por amor tá? Tudo o que eu fiz foi por amor a você, para te manter perto..

– Pai? Pai? Eu não estou entendendo nada, quem é ela pai?

– Ela voltou Annabeth. Ela veio te buscar, te encontrou, todos os meus reforços para te manter longe dela..

– DELA QUEM PAI? – Gritei em desespero.

– Da sua...

A ligação caiu.

– Pai? Pai? Alô?

Disquei o numero novamente.

Essa é a caixa de mensagens do Sr. Frederick Chase. Deixe seu recado após o sinal.

Desliguei o telefone, ele nunca checava as mensagens.

Alevantei do banco e vi que minhas mãos tremiam, quem seria ela?

Ouvi sons de trovões distantes e como eu previa, começou a chover. Corri até o taxi mais próximo e lhe passei meu endereço, pedindo a todos os Deus que eu conseguisse chegar lá e não encontrar ninguém em casa.

[...]

Parei na porta do apartamento rodando as chaves nos meus dedos. Estava tentada em dormir fora de casa, não ver ninguém e ficar em recluso ou sumida por dois dias. Não ir para o internato, sumir e só voltar depois. Mas eu sabia que deveria enfrentar o que estava por vir, enfrentar de cabeça erguida.

Abri a porta lentamente com a esperança de não ter ninguém em casa. Mas ao fechar e me virar para o sofá, encontrei quem eu menos queria ver. Ele estava sentado no sofá, me observando com uma mão no queixo. Ele me estudou e olhou-me de cima a baixo. O corpo rígido e seus olhos verdes profundos causavam-me arrepio.

– Oi. – Percy disse friamente.

– C-como você e-e-ntrou aqui? – gaguejei perto da porta, pronta para fugir se necessário.

– Eu tenho as chaves. – Ele rodou o bolo nas mãos.

– Ah...

– É.. – ele me olhou com um olhar estranho e semicerrado – Preciso falar com você.

– Acontece Percy, que eu estou muito cansada sabe? Eu estava... Eu estava... Eu estava na livraria próxima ao centro, e ai eu...

– Não minta para mim – ele retrucou, com a voz rouca – Eu sei aonde você estava.

– Hum, er... – Pensa Annabeth, Pensa. – Pois é...

– Sente aqui Annabeth – ele bateu a mão no sofá ao seu lado – Tenho que falar com você.

– Percy, eu preciso mesmo dormir, estou cansada...

– Annabeth, senta.

Engoli em seco e caminhei meio hesitante até ele e sentei-me no sofá.

– Então... – comecei

– Por que você não me contou? – Sempre direto hein Percy.

– Contei sobre o que? – Me fiz de desentendida.

– Você sabe muito bem.

– Não sei não. – suspirei – Percy, eu quero ir dormir...

– Annabeth, por que você não me contou sobre os cortes?

– Que cortes? – Perguntei fingindo estar entendida.

– Esses. – Percy tocou meu pulso com as mãos frias e afastou minhas pulseiras, analisando os cortes.

– Percy, eu juro que..

– Por que você não me contou? – Ele me encarou com um olhar ressentido.

– Percy...

– Annabeth, você é uma garota tão...

– Tão o que Percy? – Perguntei sentindo uma lagrima descer pelo canto do meu olho.

– Tão fantástica – ele esticou a mão e limpou as outras lagrimas que começaram a descer – Você não merece isso, se cortar, chorar, você merece...

– Percy... para com isso.. eu não sou esse tipo de pessoa que você pensa.

– É sim Annabeth.

– Não sou...

– Annabeth – ele segurou meu rosto nas suas mãos – Eu não irei te julgar por que isso não é coisa que se faça. Eu não irei te apoiar dizendo que é normal e para você continuar porque isso não é certo. Sabe o que eu você fazer?

– Não. – Respondi meio chorosa.

– Eu vou cuidar de você – ele me abraçou e eu enterrei meu rosto na curva do seu pescoço – Prometa não fazer mais isso.

– Percy...

– Prometa Annabeth.

Respirei fundo e passei meus braços ao redor do seu pescoço, sentindo seu cheiro de maresia.

–Tudo bem, eu prometo.

Ele me apertou contra o seu peito e me abraçou forte, massageando meus cabelos.

– Agora, o primeiro passo é: – ele sussurrou em meu ouvido –se livrar das suas laminas.

– Como você sabe que eu tenho laminas? – Perguntei me afastando delicadamente.

– Por que eu conheço você. – Ele respondeu convencido.

– Idiota. – Dei um tapa em seu braço e ele riu.

– Vamos lá Annie. – Ele me puxou do sofá

– Então. Por onde começamos? – Perguntei.

– Jogando suas laminas foras, aonde elas estão?

– É sério isso?

–O que? – ele perguntou com as sobrancelhas juntas.

– Que você se importa?

– É claro que sim.

– Por que você se importa?

Ele hesitou.

– Por que eu... eu... eu te... – ele fechou os olhos e respirou fundo – Porque você é minha amiga.

“Amiga” Senti um desconforto como se estivesse levado uma facada. O que eu esperava? Que ele também gostasse de mim?

– Aah tá.. – Comentei seca, obrigando meu coração a se acalmar – As laminas estão debaixo da minha cama.

– Vamos lá então.

Caminhamos de mãos dadas até as escadas e subimos silenciosamente. Entramos no quarto de Thalia e fomos até a minha cama. Retirei a minha mão da sua, me acoquei e puxei o caixinha debaixo da cama, em um canto.

– Aqui – dei a caixinha para ele, e ele abriu.

– Nossa, tem muitas – ele remexeu a caixa e fez uma cara azeda – Tem duas usadas aqui, estão até meladas de... sangue.

– Pois é...

Ele pegou a lamina e a encarou. Colocou na palma da mão e ficou olhando-a.

– Eu ainda não acredito nisso.

– E eu que você está... me ajudando.

Ele deu um sorriso mínimo.

– É ainda menos do que eu posso fazer por você.

– Como assim? – Perguntei confusa.

– Eu posso fazer mais por você Annie – ele acariciou o meu rosto. – Você sabe.

– É, eu sei. – Respondi com os olhos fechados sentindo aquela sensação turbulenta no meu estomago.

– Vamos agora jogar no lixo. Tem mais alguma coisa que você usava pra...

– Não, só as laminas, eu juro.

– Okay. – Ele caminhou até a janela do quarto de jogou para o nada. – Não vou jogar no banheiro porque você pode muito bem ter uma recaída.

Revirei os olhos.

– Idiota, quando eu prometo algo, eu cumpro ok?

–Ok. – Ele riu e segurou a minha mão, puxando-me para fora do quarto escada abaixo.

– Vamos fazer o que agora? – Perguntei quando chegamos a sala.

– Estava pensando em nós irmos...

Ele não concluiu, pois a campainha tocou.

– Quem será? – Percy perguntou.

– Eu não estou esperando ninguém...

– Vai atender, afinal, você também é um pouco dona da casa.

Ri e abri a porta.

Quando abri, uma linda mulher de olhos cinzentos em um elegante vestido branco tinha um sorriso de orelha a orelha. Não sei porque, mas senti um choque ao vê-la. Olhando-a parecia que eu via a mim mesma em um futuro distante.

Me recompus e abri mais a porta.

– Pois não? – Indaguei.

– Olá – Sua voz era firme e seu olhar um pouco frio – Aqui ainda continua sendo o apartamento da família Grace?

– Sim. O que deseja?

– Eu preciso de uma informação, coisa rápida, e falar com alguém. – Ela me olhou de cima a baixo com um olhar analítico – Desculpe, qual o seu nome?

– Ahn, meu nome é Ann...

– O nome dela é Angelina – Percy me interrompeu. Eu não estava entendendo porra nenhuma – Mas conhecida como Angie.

– Angie? – A mulher me olhou supressa – Nossa, você está diferente da última vez que a vi.

– Desculpe mas...

– Não quer entrar? – Percy me interrompeu de novo. Lancei lhe um olhar o repreendendo.

A mulher assentiu, ainda com o sorriso e entrou. Sentou-se no sofá tão a vontade que eu reprimi a vontade de perguntar se ela já havia vindo aqui antes.

– Então... – Comecei mas Percy me interrompeu novamente.

– O que traz a senhora aqui, Tia?

Tia? What?

– Tia? – Ela olhou o Percy tentando reconhece-lo .

– Sou eu, o Percy... o Filho de Poseidon...

– Ah, sim – ela deu um sorrisinho – O lerdo.

Percy fez uma cara azeda e eu me segurei para não rir.

– Eu estou procurando a minha filha.

Percy olhou pra mim e eu apenas continuei com a minha cara de interrogação. Olhei para a mulher novamente e senti um arrepio por todo o meu corpo. Ela me parecia tão familiar...

– Ahn, Tia, a sua filha não está com o seu ex-marido? – Percy tinha as sobrancelhas arqueadas.

– Aquele filho de uma mãe me afastou dela por anos. – A mulher tinha uma voz sofredora – Tenho certeza que ele inventou barbaridades sobre mim para ela. Eu voltei a procura-lo na data certa e ele não estava mais lá, havia mudado de cidade. Então eu continuei procurando-o. Mas cada vez que eu conseguia chegar perto... Ele se mudava novamente.

A mulher fez um muxoxo e eu olhei para Percy, que olhava para mim e para a mulher.

– Eu esqueci o seu nome – Comentei como se não quisesse nada – Como ele é mesmo...?

– Se esqueceu do meu nome Angie? – Ela tinha os olhos semicerrados –Você tem uma ótima memoria. Bem, meu nome é Ate...

– ANGIE EU PRECISO FALAR COM VOCÊ. – Percy gritou do nada, fazendo a mulher calar e eu ficar sem entender mais nada ainda. – Vamos para a cozinha, agora.

– Com licença tia.

Foi a última coisa que ele disse antes de me arrastar.

– Perseu, que diabos é que está acontecendo? – Quase gritei com os braços para cima – Quem é aquela mulher? Por que ela acha que eu sou a Angie? A Angelina foi embora a séculos!

– Annabeth, pense. – Ele segurou meus braços e olhou no fundo dos meus olhos – Ela não te lembra alguém?

– Sim, mas...

– Os olhos cinzas. A forma de falar. O nariz arrebitado e empinado. A postura. Nada te lembra a alguém?

– Tá, ela me lembra a mim mesma mais velha. Só que isso não vem em questão, quem é ela? Sua Tia? Que Tia?

– Annabeth, você não é lerda como eu! – Ele me sacudiu de leve – Ela veio buscar a filha que estava morando com o Ex Marido dela, que vive mudando de lugar...

Meu cérebro fez um “trac” e eu me afastei de Percy com uma cara de horror.

– Não pode ser... A mulher da sala não pode ser ela..

– É ela Annabeth.

– Mas o que ela quer fazendo aqui? Por que ela voltou logo agora?

– Annabeth...

– Eu não vou voltar para lá, não mesmo.

– Annabeth, ela é sua mãe, entenda que....

– EU NÃO TENHO MÃE! – Gritei, pouco me importando se Atena ouviria ou não – ELA SE FOI! ELA MORREU PRA MIM! MANDE ESSA MULHER EMBORA!

– Annabeth...

– Ela me abandonou Percy – Minha garganta estava seca – Ela me deixou e agora aparece do nada...

– Você deve ouvi-la.

– Não mesmo!

– Annabeth! Vá! Continue com essa sua postura firme e encare-a, mostre a ela que o passado não te abala.

– Mas ele abala Percy – murmurei chegando perto e abrindo meus braços para um abraço. Ele entendeu e me envolveu com seus braços protetores.

– Calma, eu vou estar lá com você.

– Eu não quero ir Percy...

– Vamos lá Annie.

Ele segurou a minha mão e nós voltamos para a sala, como se nada estivesse acontecido.

– Então, Atena – Sente-me no outro sofá o mais longe possível – Que informações você quer? Com quem você quer falar?

– Eu preciso saber se a Marie está aqui.

– Nós não a vemos desde o começo do ano, como você sabe, ela viaja muito.

– Hum. – Ela tinha um olhar bem persuasivo – Eu preciso falar com a nova inquilina de vocês.

– Nova inquilina? – Me fiz de desentendida, eu era boa nisso.

– Angelina, eu sei que a Annabeth está aqui.

– Você conhece a Annabeth? – Perguntei com as sobrancelhas arqueadas.

– Ela é a minha filha.

“Filha” Aquele nome soou tão oco que eu me perguntei se ela sentia alguma coisa por mim.

– Ah, sim, vocês se parecem muito.

Atena sorriu.

– É, quando eu vi você quase que te chamei de Annabeth, com esse novo visual, essa lente e o cabelo loiro parece muito com ela.

– Oh, sério? – Sorri. Humor negro. – Então... porque você está procurando ela logo agora?

– Porque eu finalmente encontrei o babaca do pai dela – Ela tinha uma postura firme, como se deixasse claro que nada a abalaria – Aquele desgraçado me manteve longe dela por todos esses anos desde que nós nos separamos. A guarda da Annie é minha, não dele.

– Atena, diga-me, por que vocês se separaram?

– Eu queria ser e sou independente. – Ela colocou a mão no queixo. – O trato era que aquele imbecil ficasse com ela só por três anos até eu consegui um emprego bom em outro lugar, e eu consegui, mas quando fui buscar ela... eles não estavam mais lá.

Se ela insultasse meu pai novamente, mesmo com o que ele tenha feito, eu iria espanca-la, sinceramente.

– Oh, que triste não é mesmo? – Minha voz saiu tão ingênua. – Mas por que você não a procurou? Ela pode ter crescido sofrendo sabia? Digo, com a falta da mãe dela.

– Eu sei, eu sei – Ela suspirou – Eu me julgo todos os dias por não ter estado lá, com ele. Mas aquele infeliz me manteve longe dela, aquele desgraça...

– NAÕ OUSE FALAR ASSIM DELE – Gritei, já perdendo a paciência. – VOCÊ NÃO SABE PELO QUE ELE PASSOU! VOCÊ NÃO SABE SUA RIDICULA! IDEPENDENTE? INDEPENTE? CÉUS, EU ACHEI QUE VOCÊ PODERIA TER UMA DESCULPA MELHOR QUE ESSA!

– Mas o quê...

– EU ODEIO VOCÊ! – Caminhei em sua direção determinada a mata-la, mas Percy me segurou – ME LARGA PERCY, EU QUERO ACABAR COM ESSA CRETINA.

– Annabeth, ela é a sua mãe!

– EU NÃO TENHO MÃE! – Olhei para Atena, que estava em pé com um semblante impassível – EU TENHO NOJO DE VOCÊ, NOJO!

– Querida... – Ela começou.

– NÃO ME CHAME DE QUERIDA! VOCÊ É TÃO RIDICULA QUE ME CONFUNDIU COM A ANGELINA! VOCÊ NÃO RECONHECEU A PROPRIA FILHA!

– Eu reconheci, mas como você disse que era a Angie...

– ARGH, eu não quero ouvir a sua voz! Saia daqui, saia!

– NÃO! – Ela gritou pela primeira vez, o que fez meus pelos se enriçarem. – Você vai me ouvir. Eu tenho muito a te falar, muito.

– Você deve ouvi-la Annie – Percy sussurrou em meu ouvido – Eu vou soltar você, mas você vai ficar quieta...

– Tá.

Ele me levou até o sofá e me deixou lá, ainda me olhando como se eu pudesse fazer algum mal a Atena, e eu poderia.

– Vou ali na cozinha, já volto.

Observei Percy ir e Atena me analisando.

– Você cresceu. – Ela comentou.

– Imagina, eu ia continuar a pirralha de sempre.

– Mas que bela educação...

– Eu tenho a melhor possível – Cuspi as palavras – Meu pai me deu a melhor educação, coisa que você não fez!

– Seu pai, ai ai, seu pai... – Ela tinha um olhar distante – Você realmente não quer saber o que aconteceu?

–Não. – Falei rápido de mais e ela percebeu.

–Você não sabe mentir.

– Foda-se.

Ela ajeitou os lindos cabelos e respirou fundo, cansada.

– Eu me casei muito nova, muito nova mesmo. Não sabia direito o que era ter um marido, e ai veio você. Eu fiquei muito feliz por ter uma filha, mas ai meu casamento foi por água abaixo, e eu não estava preparada para ter uma filha, aguentei aquilo tudo até você ter sete anos... Então, eu resolvi me separar.

Continuei ouvindo, esperando ela continuar.

–O Juiz decretou que a sua guarda poderia ser minha e que eu poderia ficar com a casa de Frederick, mas eu não tinha coragem de fazer isso com ele. Por isso, eu dei você a ele e disse que voltaria para busca-la em breve, quando eu conseguisse um emprego. Ele estava desolado, talvez achou que poderia ficar com a sua guarda. Nós amávamos muito você, e então eu dei um prazo de três anos para ele. E assim foi feito, eu sai pelo mundo, me formei em arquitetura e consegui um ótimo emprego. Mas, quando voltei para Chicago, que era onde morávamos quando éramos casados, você haviam se mudado.

Não, o meu pai não faria isso, não mesmo.

– Você está mentindo.

Ela ignorou o que eu disse e continuou.

– Eu procurei por vocês, procurei a mobiliária para ter informações. E quanto mais eu chegava perto de encontrar vocês... mais vocês se distanciavam. 27 mudanças Annabeth! Vocês fizeram 27 mudanças! Eu demorei anos para poder chegar na 20! Anos! Eu nunca liguei para a policia, pois se não Frederick seria preso. E ai, eu finalmente encontrei o Frederick, em São Francisco, por um acaso. Nós conversamos e ele falou que dependeria de você escolher com quem iria ficar. Eu não o julguei, pois, eu teria feito o mesmo que ele se fosse eu, eu não aguentaria ficar longe de você, não mesmo. E ai, ele apenas disse “Ela não está morando comigo, está em um apartamento de Manhattan.” Juntei todas as peças e obviamente você só poderia estar na casa de Marie, e não é que eu encontrei você?

Fechei os olhos, tentando achar força para encara-la. Quantos vezes eu não a havia xingado? Discriminado? Julgado? Meu pai não poderia ter feito isso comigo, não foi certo.

– Você sabe o quanto eu sofri sem você? Sabe o quanto eu sofri bullying? – Minhas mãos tremiam, minhas pernas estavam bambas – Você pode até estar falando a verdade, mas, meu pai fez até certo em me deixar longe de você! Oras, que mãe deixaria uma filha de 7 anos para ser independente? E voltar com um “prazo” de 3 anos? Como se eu fosse um brinquedo? Um objeto?

– Annabeth você precisa entender que...

– Não tem como entender, não dá, não dá pra engolir. Eu engoli muitas utopias por sua culpa. Eu perdi noites de sono. Eu me machuquei por sua culpa!

– Annabeth, não foi minha culpa, eu... eu não tinha a cabeça que eu tenho hoje. Eu não era madura...

– É, dá pra perceber, porque abandonar uma filha é muita maturidade, né? – Respirei fundo, tentando achar folego para aquilo tudo. – Então, você me encontrou, o que você quer?

– O que toda mãe quer quando reencontra um filho. Abraçar, beijar, dar carinho, e quero que você vá morar comigo

– O que? Não mesmo, eu vou continuar aqui! Aqui!

– Eu tenho a sua guarda mocinha, você não pode me impedir! – Ela disse grossa – Você vai ir comigo, para a minha casa. Ou você quer que eu ligue para a policia, fale sobre o seu pai e diga que você e Thalia estão morando sozinhas? Porque a Marie, como sempre, tá andando pelo mundo.

– Você não é muito diferente dela. E não ouse me ameaçar, e muito menos denunciar o meu pai.

– Você vai morar comigo Annabeth, está decidido.

Respirei fundo, como eu poderia fugir daquilo?

–Você vai hoje mesmo.

– Não. – Me alevantei do sofá – Eu tenho uma vida aqui. Tenho que ir para o internato amanhã, tenho que..

– Internato? Aquele idiota te trancou em um internato?!

– NÃO CHAME MEU PAI DE IDIOTA! – Gritei novamente – Você pode até ser a “vitima” da história, mas enquanto nesses “três anos” que você sumiu, ele foi melhor que você! E muito! Não me importo se ele fez o que fez comigo, me arrastando de lá para cá! Porque ele fez por amor!

– Tudo bem, tudo ótimo – Ela também alevantou – Você vai morar comigo, vai estudar em uma escola normal. Você não tem escolha.

Senti meu coração falhar uma batida. Eu não podia chorar ali, na frente dela, nunca.

– O que eu ganho indo morar com você?

– Os anos que você perdeu sem mim.

– Hum – minha garganta tinha um bile me sufocando – E... e se eu for com você? Eu nunca mais verei meu pai ou amigos novamente?

– Seu pai só nas férias de verão, como é combinado no acordo. E seus amigos, na hora que você quiser.

– Eu posso ir vê-lo nessas férias de verão? – Senti uma esperança na voz, estava com saudades dele e dos meus irmãos.

–Nessas não, pois ele passou nove anos com você.

– Ah... – minha voz falhou – Se eu for com você, eu posso continuar no internato?

– Não.

– Por favor.

– Não. Filha minha não estuda em internato.

– Lá é legal, é igual uma escola normal....

– Eu não vou mandar minha filha para longe de mim por uma semana inteira e te ver só nos fins de semana sendo que você pode muito bem estudar em uma escola normal.

– Mas eu tenho amigos lá!

– Amanhã tem aula lá, não é mesmo? Então, nessa última semana antes das férias, você usa para se despedir deles.

– Mas Atena...

– Sem mais.

Fechei os olhos. Ok, eu estava sendo legal com ela. Eu estava concordando em ir morar na casa dela. Eu estava dando uma chance a ela. Isso era o certo, não é mesmo?

– Tá. – Abri os olhos – Vou para a sua casa no sábado, okay?

– Maravilha! – ela caminhou em minha direção com os braços abertos. –Um abraço?

– Não. – Respondi friamente – Não chegue perto de mim, ainda não aceitei tudo isso na boa.

– Tudo bem. – Ela abaixou os braços com uma expressão triste. – Você... você cresceu, está bonita.

– Não acho isso.

– O que?

– Nada. – Olhei para os lados e vi Percy parado na porta, encarando-nos – Percy?

– Ahn?

– Desde quando você tá ai?

– Desde... da parte de ir morar com ela. – Ele disse com indiferença.

– Aaahh.... Vai ficar tudo bem, eu vou ver você nos fins de semana.

– É. –Ele disse amargo.

– Vocês são namorados? – Atena perguntou.

– Não. – Respondemos em uníssimo – Só amigos.

Nós dois nos entreolhemos.

– Entendi. – Atena sentou-se no sofá novamente – Onde estão as pessoas dessa casa?

– Angelina se mudou assim que eu vim morar aqui. Jason e Thalia estão na casa do Tio Zeus. Anastácia foi embora hoje cedo. Marie não pisa aqui desde o começo do ano. E eu estou aqui, falando com você.

– Você estava aqui sozinha?

– Eu estava com o Percy.

– E vocês dois ainda dizem ser só amigos...

– E somos – Apressei em dizer. – Atena, eu acho que você já poderia ir... eu ia sair com o Percy sabe...

Eu não estava expulsando ela, eu juro, mas eu queria ficar a sós com o Cabeça de Algas e pensar um pouco. E de qualquer forma, eu não sei se aguentaria tratar ela bem como eu estava tratando.

– Ah, tudo bem – Ela se alevantou, ajeitando o vestido. – Vou para casa agora. Vejo você no sábado.

– Tchau.

Ela assentiu e foi até a porta, Percy abriu e deixou ela passar. Assim que ele fechou, me joguei no sofá.

– Me diga que isso é um pesadelo – Choraminguei.

– Bem que eu queria. – Ele veio até mim e sentou ao meu lado, acariciando meus cabelos – Eu achei que você iria recusar, sabe, esse lance de ir morar com ela.

– Eu bem que queria. – Fechei os olhos com força, tentando raciocinar alguma coisa – Mas eu acho que devo dar uma chance a ela.

– É, mas você vai ficar longe de mim – Eu abri os olhos e o encarei, ele ficou nervoso – Quer dizer, do pessoal...

– Tudo bem Percy. E ela disse que eu posso ver vocês sempre que eu quiser. E tem as férias, que é daqui a uma semana até outubro.

– Isso mesmo. Vamos arrasar nesse verão.

– Ãham... ei, não íamos sair? – Lembrei-me do que estávamos falando antes de Atena aparecer e estragar todo o clima.

–Amigos não saem, dormem juntos, fazem coisas juntos, se beijam ou coisas parecidas, Annabeth. – Ele tinha rancor na voz.

– Nós somos diferente.

– Sabe, as vezes acho que nós dois poderíamos.... – Ele se calou rapidamente, mudando de ideia.

– Poderíamos o quê, Percy?

– Nada, foi só uma ideia repentina.

– Hum – Me fingi desinteressada – Vamos na sorveteria perto do Starbucks?

– Sem problemas.

[...]

Percy fazia palhaçada tentando me animar. Colocava tanto sorvete na boca que eu sentia pena dele quando o sorvete fazia efeito, parecendo que o seu cérebro estava congelando. Eu estava mal, muito mal mesmo. Não queria ir morar com Atena, não queria que ela tivesse voltado.

Mas, ao mesmo tempo, eu queria que ela estivesse ali comigo agora, porque apesar de tudo eu sentia falta dela. E então bum, ela aparece e diz toda a sua história, a verdadeira história, e eu fico sendo obrigada a ir morar com ela, como se nada tivesse acontecido.

Eu não tinha estomago para aquilo, sinceramente.

– Vamos lá Annabeth, sorria – Percy mostrou a língua, toda melada de sorvete.

– Não.

– Annabeth! Fique mais animada. – Ele tentou novamente, fazendo palhaçada.

– Não sinto animo para sorrir.

Ele revirou os olhos e continuou seu trabalho com o sorvete. Fez mais palhaçada e eu apenas o olhava com os olhos opacos. Eu ai sentir falta dele, ia sentir falta de poder dormir na casa dele. Ia sentir falta de sempre que eu ficasse mal poder abraçar ele. Eu ia sentir tanta falta.

“Calma Annabeth, não é como se você estivesse indo para o outro lado do mundo” Pensei.

Continuamos na sorveteria. As vezes batíamos um papo enquanto eu bebericava o sorvete. Que já estava derretido.

Percy estava falando sobre o baile que iria ter no internato na Sexta, quando eu vi um casal entrar na sorveteria rindo. Eu conhecia aqueles dois. Conhecia aquela punk e aquele gótico. Eles estavam de mãos dadas, rindo um do outro. Oh, shit.

– Percy. – sussurrei.

– Quê? Você quer aceita ir comigo no baile?

–Que mané baile, olhe ali, o casal fazendo pedido no balcão.

Ele seguiu meu olhar e abriu a boca em um perfeito “O”. Depois murmurou algo que eu não consegui ouvir.

– É, eles estão mesmo juntos.

– Mas eles não disseram isso pra gente. – Sussurrei. – Nós deveríamos ser os primeiros a saber.

–É, vamos lá falar com eles.

– Não, Percy, não acho que seja uma boa ideia...

Quando vi, ele já tinha alevantando. Com um sorriso á lá Percy. Aquele sorriso de que iria aprontar alguma coisa. Aquele sorriso zombeteiro. Aquele sorriso tão meu.

Alevantei e o segui, até o balcão. Nós dois ficamos lá, um do lado do outro, atrás de Nico e Thalia que riam. Eles ainda não haviam percebido a nossa presença, por isso pegamos um pouco da conversa.

– Então, Thalia, você aceita isso na boa, não é mesmo? – Nico perguntou.

– Relaxa. Nós dois tentamos, não é mesmo? – Quando Thalia respondia e depois perguntava, algo estava errado.

– Mas...

– Nico, a gente tentou um relacionamento e não deu certo não é mesmo? Sem problemas, nós somos diferentes. Talvez, aquilo que a gente sentia um pelo outro era só atração. E eu gosto de você, mas comecei a perceber que além de ser errado, nós somos amigos.

– E é atração. Eu ainda me sinto atraído por você.

–Eu também. Mas nós vimos que não dá certo, então vamos continuar como antes...

Nico iria contra argumentar algo, mas Percy interrompeu.

– Que amigos vocês são, hein, começou um “relacionamento” e estão terminando na boa. No entanto, eu acho que vocês deveriam ter tido a consideração de ter falado para a gente, que somos seus amigos, não é mesmo?

Nico e Thalia se separaram rapidamente com os olhos arregalados.

– Oh... – Thalia murmurou – Não é o que vocês estão pensando...

– Imagina – Ironizei – Eu sei que vocês estavam se pegando lá no Olimpo.

–Sabe? – Nico arregalou os olhos mais ainda – Vocês manterão isso em segredo, né?

–Nós deveríamos espalhar isso pra todo mundo. – Percy disse rindo.

– Vocês não ousariam –Thalia disse – E, nós não temos mais nada, terminamos nosso estado de “Inimigo Colorido” hoje de manhã. Nós só somos amigos, e primos. Era só atração mesmo, coisa carnal.

–Só lamento. – Comentei seca.

– Nossa, o que foi que te mordeu hoje? –Nico perguntou.

– Minha mãe. – Nico e Thalia se entreolharam. Percy nos conduziu até a mesa onde estávamos sentados, e ai eu contei tudo para os dois.

– Você não vai me deixar sozinha! Não mesmo, ainda mais com Jason.

– Ué, antes de eu chegar aqui você não ficava sozinha lá? – Perguntei, rindo, era bom saber que eu poderia fazer falta.

–É, mas eu me apeguei a você – Thalia se segurou para não chorar – Oh, droga, meus olhos estão se lacrimejando.

–Ei durona como manteiga – Nico a balançou rindo – Relaxa, ela não vai embora para o fim do mundo, só vai se mudar de lugar, mas ainda vai continuar aqui em Manhattan.

– Mas ela vai fazer falta – Percy disse cabisbaixo – Muita falta.

– É, e eu apesar de tudo amo ela – Thali choramingou –amo mesmo.

–Parem de falar como se eu não estivesse aqui! – Reclamei, exasperada – Se acalmem, nós nos veremos todos os dias nas férias.

– Promete? – Os três perguntaram ao mesmo tempo. Eu ri.

– Prometo.

Os três relaxaram os ombros e eu senti uma aconchego. Eles eram meus verdadeiros amigos e eu os estava abandonando.

Tudo bem, não vou ser tão dramática assim, mas eu acho que talvez, só talvez, vai ser legal morar com Atena, porque eu poderia dar uma chance a ela. Ela me fez muito mal, mas ela também sofreu me procurando. Eu não julgo o meu pai, longe disso, ele fez o melhor que pode para mim.

Continuamos na sorveteria, rindo, conversando, e fazendo palhaçadas. Voltamos para casa quando achamos necessário. Eu precisava fazer minha mala, precisava me organizar para me mudar e ainda tinha o raio do baile do Internato.

– Com quem você vai pro baile? – Perguntei a Thalia, antes de capotarmos no sono.

– Com o Nico, como sempre, e você?

– O Percy me chamou, mas...

– Talvez mais pessoas chame você –Thalia murmurou em um bocejo – E ai você escolhe.

– É, mas quem iria me chamar? Só mesmo o Percy...

Ouvi Thalia roncar, ela amava dormir, por isso não atrapalhei seu sono. E, se alguém mais me chamasse para o baile, com quem eu iria?

E foi ai, que eu vi que estava em mais uma enrascada para não machucar quem eu amo.


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Notas finais do capítulo

Que capitulo grande, meu deus! Pessoal, não me matem pelo que eu fiz com o Nico e a Thalia, mas acontece que desde que eu estava PLANEJANDO criar a fic, quando nem tinha colocado minhas ideias em pratica, o destino deles dois eram ter um relacionamento e terminar. NÃO ME MATEM, CRY, CRY, CRY, CRY, please, não me matem.

GEEEEEENNNNTTTEEEE, EU GANHEI DUAS RECOMENDAÇÕES OMGOSHID, E MUITOS REVIEWS, OMGOSHID,AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH, EU TO MUITO ANIMADA.

Michele (Winter) Minha princesa que conheço a quase um ano, muito obrigado sua linda, muito obrigado mesmo, i love u mana ♥
JULYANNE! A recomendação da Jubs finalmente chegou e ela fez uma recomendação bem fofa,awn.

O proximo capitulo é destinado a elas, sem mais. O que acharam da Atena voltar? Foi necessário isso acontecer, i'm sorry, dont mim matem skjhs E o Percy mais a Annabeth? Eu tentei ao maximo possivel não deixar o capitulo muito dramatico e tenso, eu juro.

EU TALVEZ VOU PRO SHOW DA 1D, AAAAHHHHHH. OK, OK, OK, TO ESBANJANDO ALEGRIA. ZAAAYYYYYYNNNNN ♥. EU NÃO SOU DIRECTIONER MAS TALVEZ EU VÁ, AIN.

Bom, depois dessa enrolação toda, eu peço desculpas pelo capitulo clichê e tenho a cara de pau de pedir reviews de vocês dizendo o que achou, okay? 2bjs. E Cristal, minha linda, te amo. E Maria, coisa fofa, casa comigo. E Gê, tmb te amo. Eu amo todas vcs, minhas leitoras lindas, t-o-d-a-s, até os fantasminhas. 3 bjs sljds

Reviews? Favorits? Criticas? Elogios? Dicas? Enjoy!
Beijos, Queen.