A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 20
Capítulo 19. O Nômade


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Espero que gostem do cap ^^ Muitas das perguntas que vocês estão me fazendo nos comentários serão respondidas na história, então paciência ;)



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Capítulo 19. O nômade

POV Edward

Com a eminente batalha a privacidade em minha casa acabou completamente. Se antes era ruim agora era pior ainda. Porém eu não reclamava, pois eu sabia que o que estava por vir seria ainda pior. Foram longos meses em expectativa de uma batalha. Na primeira vez que Alice teve sua visão não pude identificar quando aconteceria, mas ela andou prevendo o futuro ao longo da semana de modo que finalmente obtive a resposta que procurava.

A luta seria no dia da minha formatura do ensino médio já que minha família inteira estava vestida formalmente. Mais precisamente, hoje.

Durante todo o tempo de espera minha família se dedicou a treinamentos e boa alimentação. Papai achou melhor que eu e Bella nos alimentássemos de sangue humano para que nossa força fosse total, então roubou do hospital uma boa quantidade.

Dediquei-me a ajudar minha namorada a aprender a lutar. Por mais que eu odiasse vê-la como um oponente eu não podia deixá-la a mercê da sorte em não se machucar em meio a uma guerra. Minha estrangeira era forte e destemida. Foi uma ótima aluna não demorando a pegar o jeito da coisa. Não posso dizer que ela milagrosamente virou uma exímia lutadora, mas ela aprendeu o suficiente para defender-se. No dia em que ela pela primeira vez me derrubou no chão e deu o bote, Aro soltou uma altíssima gargalhada.

Ele estava me incomodando com a sua animação e ao proferir que ela ficaria ainda melhor com o treinamento da guarda eu me senti um lixo por colocá-la nesta situação.

- Partiremos em poucos minutos. – avisou mamãe me tirando de meus devaneios.

Apenas assenti respirando fundo e me sentando no sofá.

- A senhora está linda. – elogiei tentando me distrair.

Ela sorriu de um jeito engraçado e lembrou-me.

- Você diz isso em todas as suas formaturas.

- Porque é a mais pura verdade querida. – confirmou papai se colocando ao lado de sua companheira.

Permiti-me sorrir para eles e por alguns segundos esquecer-me de tudo o que estava para acontecer.

Respirei fundo bagunçando ainda mais meus cabelos enquanto aguardava minha Bella descer as escadas. Eu não tinha dúvidas de que ela ficaria linda, mas meu nervosismo se devia aos próximos acontecimentos. Não me refiro à batalha, mas a mudança para Volterra.

Andei conversando com Jasper a respeito da guarda. Ele contou alguns fatos interessantes sobre como os membros são invejosos entre si. Lá nada funciona em equipe. O lema é cada um por si e todos por Aro. Ridículos. Eu ainda não acredito que terei que me submeter a essa palhaçada. Sem contar nas missões absurdas e nas caças a novas aquisições, vulgos, vampiros com poderes.

- Você está me preocupando, Alice não havia visto que tudo terminaria bem? – o sotaque acentuado de minha estrangeira fez-me sorrir e olhá-la admirado.

Eu não havia me enganado, ela ficara maravilhosa em seu vestido azul escuro. O contraste em sua pele clara em conjunto com seus cabelos e olhos chocolates deixavam-na ainda mais bonita.

- Não tenho nem palavras para descrevê-la. – salientei encantado por sua presença.

Ela esboçou um pequeno sorriso, mas sua expressão ainda era preocupada. Bella caminhou até mim e sentou-se em meu colo. Notei que a sala estava vazia e pelo som baixo das conversas todos já estavam do lado de fora apenas nos esperando para seguir para o colégio.

- Não mude de assunto. – pediu chateada. – O que tanto te incomoda?

- Não quero que se submeta a guarda de Aro. Quero que fique com minha família e com seu pai. Não quero vê-la no meio de tanta sujeira.

- Não vou discutir esse assunto com você. Minha decisão já está tomada e nada do que você diga vai mudá-la.

Suspirei resignado e a abracei com força beijando seu pescoço.

- Eu amo você Bella. – sussurrei.

- Eu também te amo Edward. – beijou o topo de minha cabeça. – Agora acho que devemos ir.

Assenti em silêncio e levantei-me segurando sua mão. Seguimos para o colégio em silêncio. A festividade fora completamente esquecida pelo prelúdio de uma desgraça. Tentamos disfarçar para nossos amigos que demonstravam empolgação com as novidades da vida universitária.

Eu estava feliz por eles. Na verdade sempre ficava feliz pelas amizades que fazia nos colégios. O frescor adolescente misturado com a ansiedade pela vida adulta. Era revigorante. E por alguns minutos esqueci-me dos problemas e apenas desejei que todas aquelas crianças fossem felizes em suas vidas.

- Então vocês dois vão mesmo para a Califórnia? – Bella perguntou sorrindo para Ângela e Ben que engataram em um namoro sério há alguns meses.

- Sim! Será maravilhoso! Dividiremos um apartamento perto da faculdade, sei que será difícil, mas não posso evitar sorrir em nos imaginar morando juntos.

As palavras de Angie quase fizeram Ben desmaiar de emoção. Meu amigo era há muito apaixonado por ela e ainda não acreditava que era correspondido.

- Vocês serão muito felizes. – profetizei com uma piscadela para meu amigo que sorriu largamente.

- E vocês vão mesmo para a Europa? Ficarão tão longe de nós... – lamentou minha amiga.

- Manteremos contato. – sorriu Bella.

Nossa conversa foi atrapalhada pelos organizadores da formatura que nos chamavam para cumprir a cerimônia. Tudo então passou-se rápido demais. Desde as entregas dos nossos certificados de conclusão até as despedidas chorosas entre nossos amigos e as fotos que mostravam todo o brilho de expectativa dos jovens.

Quando percebi estava novamente dentro do meu carro sentado no banco de trás com Alice quase dormindo em meu colo enquanto Bella acariciava seus cabelos com carinho. Papai dirigia em silêncio enquanto mamãe tentava disfarças as lágrimas traiçoeiras.

Ao descer do carro em frente a nossa casa notei que havia ali muitos outros vampiros que não estavam até sairmos de casa. Eram todos pertencentes a guarda Volturi. Charlie estava sentado na escada da varanda e olhava para nós com tensão. Ao seu lado o sentinela de Alice tinha a postura perfeitamente reta e as mãos às suas costas como se fosse um militar.

Meu coração acelerou juntamente com a minha respiração. Estava chegando a hora e não tinha como fugir. O grito de Alice confirmou minhas suspeitas.

Minha irmã largou minha mão e correu chorosa até Jasper que a pegou no colo e a lançou em suas costas a deixando protegida. Eu até poderia dizer que observei com curiosidade a cena, porém o olhar de pura animosidade de Aro para os dois me chamou mais atenção.

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Engoli em seco quando o som da corrida iniciou-se. Instintivamente puxei Bella para perto de mim e a coloquei as minhas costas. Eram muitos e se aproximavam rapidamente.

A guarda Volturi começou a se mexer. Ergueram-se lentamente de seus postos e começaram a caminhar em direção a mata fechada. Pouco a pouco eles começaram a correr em direção ao ataque de recém-criados. Então finalmente começou.

Os estrondos vindos de dentro da floresta eram ensurdecedores.

- Edward... – choramingou Bella.

Ela nunca havia presenciado uma luta de verdade, não podia julgar o seu medo. Por Deus! Eu mesmo estava apavorado.

Olhei rapidamente para minha família e juntei toda a coragem que me restava. A luta pesada acontecia dentro da mata fechada. Não era difícil achar sua localização. Apesar dos estrondos ecoarem por toda a região muitas árvores caíam pelo caminho.

Concentrei-me em rastrear a mente do líder e logo a encontrei. Era o único que não pensava em apenas atacar quem quer que estivesse em sua frente. Ele tinha um alvo em mente e um prêmio a sua espera... Nunca li uma mente tão perturbada.

- Charlie. – chamei. – O líder está atrás de você. Se prepare. Ele vem pelo leste.

Meu sogro assentiu e correu em direção ao psicopata. Eu pretendia ir junto para ajudá-lo, porém muitos vampiros não foram contidos pelos peões de Aro e os recém-criados chegavam à nossa casa.

Rosnei me preparando para atacar assim como minha família e todos os outros vampiros que ainda não haviam se mexido.

- Tudo bem, eu ficarei bem. Concentre-se em proteger a si mesmo.

Só então percebi que eu me colocava defensivamente em frente a minha namorada. Meu extinto era protegê-la, porém ela estava certa. Se ficássemos nos preocupando um com o outro acabaríamos os dois mortos.

Troquei um olhar rápido com Bella e então corri ao ataque. Saltei sobre o primeiro vampiro que apareceu em minha frente e arranquei-lhe a cabeça. Meu dom alertou-me para um ataque que vinha pelas minhas costas então no momento certo eu desviei para atacar em seguida.

Nesses últimos meses eu amaldiçoei meu dom por me fazer ficar longe de minha família, entretanto tenho que admitir que ele era muito útil em situações de combate como essas.

Não demorou para que os olhos vermelhos fossem diminuindo gradativamente. Logo eu parava no meio da clareira em frente a nossa casa e observava a minha volta. A guarda Volturi destruía os últimos sobreviventes. Era claro para mim que aquilo não era mais uma luta, apenas aniquilação, pois havia mais de cinco vampiros em cima de apenas um recém-criado para então eles se afastarem de uma fogueira gritante.

Engolindo em seco com aquela crueldade continuei averiguando tudo. Havia várias fogueiras destruindo a antiga bonita paisagem da frente de nossa casa. Encontrei meus pais junto com o sentinela que ainda estava atento segurando Alice as suas costas. Os três tinham suas roupas destruídas pela batalha e isso fez com que eu olhasse para as minhas próprias.

Definitivamente eu teria que me trocar antes de seguir viagem.

Mais uma vez eu engoli em seco com o rumo dos meus pensamentos. Aliviei-me ao encontrar tio Emm e tia Rose de mãos dadas. Os dois estavam bem.

Meus olhos correram para finalmente encontrar minha Bella. Suspirei feliz. Ela parecia me procurar e quando me encontrou todo o seu corpo relaxou em alívio. Porém sua expressão voltou a ficar preocupada.

- Edward! Onde está o meu pai? – perguntou um tanto alto.

Só então percebi que eu não o tinha visto em minha inspeção pela propriedade. Por um momento fiquei confuso e preocupado. Mas antes de deixar minha imaginação pensar o pior eu fechei meus olhos e concentrei-me em achar sua mente.

Quando a encontrei o alívio não se fez presente. Charlie estava furioso e atacava o loiro com toda a sua ira. Paralisei ao perceber que o vampiro nada mais era do que o assassino das mães de Bella. Guiado pelo extinto de sobrevivência ele começou a fugir de meu sogro que começou a persegui-lo com todo seu afinco.

Minha respiração acelerou dominada pela mente de Charlie. Nunca estive tão fundo em uma mente antes de modo que eu pudesse sentir o que ela sentia. Foi então que a paisagem de vegetação a volta começou a ficar mais escassa e os olhos de Charlie avistaram a casa. Não só a casa como a todos nós parados em frente a ela.

- NÃO! – meu grito fez voz aos meus pensamentos e de Charlie.

O vampiro loiro pulou sobre Bella que estava distante demais de mim para que eu pudesse salvá-la. Porém Charlie estava perto o suficiente e o tirou de cima de minha amada.

Não parei para olhar a cabeça do vampiro ser arrancada muito menos para vê-lo em chamas, apenas corri em direção a minha estrangeira.

- Bella?! – ajoelhei-me ao seu lado.

Suas mãos estavam grudadas em seu pescoço ensanguentado.

- Estou bem. Só fui pega de surpresa. – murmurou.

Peguei-a no colo e corri para dentro de casa já que eu podia ouvir alguns rosnados desejosos pelo sangue de Bella.

- Ninguém irá atacá-la! – a ordem de Aro cessou os rosnados.

Levei-a diretamente a sala de papai que vinha atrás de nós. Sentei-a sobre uma poltrona e comecei a correr atrás de algo para fechar sua ferida.

- Edward! Calma. Seu pai já vai cuidar dela. – mamãe segurou meus braços e me fez parar.

Respirei fundo tentando me acalmar. Por um momento eu pensei que tudo estaria perdido. Observei papai fazer apenas um curativo já que se fossem colocados pontos a cicatrização poderia ser mais lenta.

- Procure não coçar. – orientou papai. – O veneno de um vampiro pode ser bem incômodo até que a ferida feche completamente.

- Mas quando Edward me morde ela se fecha em poucos minutos. – disse ela timidamente.

- Eu sou híbrido, meu veneno não é tão forte quanto de um vampiro completo. – expliquei ajoelhando-me a sua frente e beijando suas mãos.

POV Bella

Retribuí o carinho de Edward beijando-lhe as mãos também. Seus olhos estavam desesperados em minha direção e eu precisava acalmá-lo de algum jeito.

- Podemos descansar um pouco? – pedi.

- Claro! Levará algumas horas para que a ferida se feche.

- Eu avisarei Aro para que ele controle a ansiedade da guarda. – murmurou Carlisle se retirando da saleta.

Levantei-me com Edward ao meu lado e seguimos para o seu quarto. Porém meu objetivo não foi cumprido quando Charlie apareceu no corredor. Seu olhar preocupado fez meu coração se apertar.

Joguei-me em seus braços e me permiti acalmar meu coração preocupado. Pois quando eu não o vi entre os sobreviventes quase tive uma síncope.

- Tudo bem querida. Agora descanse. Vocês partem em três horas.

Meus olhos encheram-se d’água. Eu não queria me afastar de Charlie ou dos Cullen. Eles eram minha família.

- Shii... Tudo bem. – Charlie limpou as lágrimas que escaparam e beijou minha testa. – Eu amo você querida, estarei esperando seu retorno, não importa tempo.

- Eu também te amo papai.

Charlie abraçou-me com força antes de me largar e me deixar a sós com meu namorado.

Edward segurou minha mão e puxou-me para dentro do seu quarto. Deitamo-nos em sua cama um de frente para o outro.

- Eu sinto muito. Não queria que você se separasse de seu pai.

- E eu não queria que você se separasse da sua família. Mas as coisas são assim Edward. – suspirei resignada.

Ele puxou-me para mais perto e ficamos abraçados pelas próximas três horas. Nossa pequena bagagem já estava pronta, bastava colocá-las nas costas e seguir com os Volturi.

Eu odiava Aro por nos obrigar a fazer isso. Meu medo pelos seus olhos vermelhos e maldosos já não existia mais. Eu só tinha uma raiva crescendo em meu coração. Eu não permitiria que virássemos escravos de seus desejos. Eu encontraria uma forma de nos libertar dessas amarras invisíveis.

Aro não me conhecia. Não sabia do que eu era capaz. Não tinha ideia de que eu havia puxado toda a obstinação de meu pai. Ele se arrependeria amargamente por tentar nos escravizar.


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Notas finais do capítulo

Sentiram que a Bella não vai deixar essa história barata né? hahah xD

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