A Estrangeira escrita por Paola_B_B


Capítulo 19
Capítulo 18. Revelando Poderes


Notas iniciais do capítulo

Olhá só mais um cap na mesma semana :D Espero que gostem ;)



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Capítulo 18. Revelando poderes

POV Edward

Bella praticamente escondeu-se atrás de mim quando avistou Aro. Segurei o rosnado para o olhar curioso do vampiro.

- Oh! Então essa é sua companheira jovem Edward? - sorriu tentando parecer amistoso.

- Tudo bem Bella. - murmurei puxando-a pela mão.

Ela tremia agarrada a mim. Eu entendia que seu temor não só vinha das histórias que contei sobre o Volturi, mas também pelos olhos rubi que assustavam até mesmo vampiros experientes. Minha estrangeira já tinha um histórico negativo com olhos vermelhos, seu medo não era supérfluo.

- É um prazer conhecê-la jovem Isabella. - Aro estendeu sua mão para um cumprimento.

Minha namorada ignorou o cumprimento e o desapontamento de Aro me fez segurar o riso.

- Perdoe minha filha Aro, ela ainda está se acostumando com nosso mundo. - Charlie se aproximou apertando com firmeza a mão ainda estendida.

Aro tinha um poder muito parecido com o meu. Ele também podia ler mentes, porém ele precisava de contato. Apesar desta pequena desvantagem seu poder era mais poderoso, se ele conseguisse ficar em contato com uma pessoa por alguns minutos ele podia se infiltrar em seus mais obscuros pensamentos e lembranças. Alguns vampiros conseguiam lutar contra Aro despistando a mente invasora daquilo que mais lhes importava.

Charlie tinha consciência do poder de Aro e ao cumprimentá-lo sem ressalvas mostrava-se ou muito poderoso ou muito tolo. Prefiro acreditar na primeira opção.

- Como vai Charlie? Já faz anos... - sorriu o Volturi amistosamente.

Meu sogro deu um sorriso duro antes de largar a mão do vampiro e voltar para o lado da filha.

- Confesso que não imaginei que fosse você o vampiro do qual Edward e Carlisle falaram... Mas deveria ter passado pela minha mente, sempre foi obstinado. Não me surpreende ter deixado sua filha a mercê de humanos para caçar o assassino de sua companheira.

Minha boca se abriu com o veneno entornado. Senti Bella apertar com força a minha mão ao ser atingida em cheio com o desagradável comentário.

- Todos temos defeitos. - respondeu Charlie secamente. - Foi um erro deixar minha filha. Eu deveria ter ido até você ou um de seus irmãos pedir justiça... Afinal aquele vampiro estava completamente descontrolado e ameaçando nos expor. Não é porque ele estava em um país de terceiro mundo que as notícias não correriam. Você sabe que são nesses lugares que a repercussão é ainda maior.

- Ainda estou disponível meu amigo. Basta apontar o tal infrator.

Charlie estendeu sua mão novamente.

- O que está acontecendo? - perguntou Bella em um cochicho ao ver novamente Aro segurar a mão de seu pai.

- Aro pode ler pensamentos ao tocar em alguém. - expliquei.

Bella arregalou seus olhos.

- Ainda bem que não o cumprimentei. - murmurou sobre a respiração me fazendo rir.

- Vem. - puxei-a em direção ao meu pai que jogava xadrez junto ao sentinela de Alice.

Papai adorava esse jogo. Então adorou a ideia de mamãe de colocar uma mesa de xadrez esculpida em pedra bem ao lado do jardim. Era um espaço maravilhoso.

- Veja Edward! Estou levando uma surra! - exclamou papai risonho.

O sentinela deu um sorriso contido. Eu começava a entender a visão de Alice. Eu podia facilmente imaginar a convivência com o silencioso vampiro.

- Aposto que eu consigo vencer. - desafiei.

- É claro... - murmurou papai fazendo cara feia e então sorriu para Jasper. - Não deixe ele roubar.

O sentinela franziu o cenho assentindo. Puxei Bella para o meu colo e logo começamos o jogo.

Tudo não passava de uma grande encenação. Ontem após a saída de minha namorada e de meu sogro decidimos que estava na hora de Aro saber sobre o meu poder. Decidimos por algo sutil, como se tivesse escapado. E nada melhor do que o boca aberta do meu tio que acabara de sentar sobre as flores de minha mãe para contar nosso segredo.

Jasper começava a se incomodar com as minhas jogadas. Era fácil jogar sabendo exatamente o que o oponente pretendia.

- Emmett saia já de cima das minhas flores! - brigou mamãe.

Bella soltou um risinho se divertindo com a bronca.

- Foi mal.

Voltei minha atenção ao jogo e sorri.

- Cheque. - o vampiro me olhou incrédulo.

Tio Emm gargalhou.

- Roubando assim fica fácil.

- Mas ele não roubou. - defendeu-me Bella.

Antes que pudéssemos concluir nosso plano Alice soltou um grito agoniado e começou a chorar.

Por um segundo completo todos ficamos paralisados com o susto e então corremos em sua direção. Minha irmã estava sentada sobre uma grande manta e até então brincava com tia Rose e com mamãe com suas bonecas.

- Alice o que foi?

- Porque está chorando querida?

- O que aconteceu?

Nenhuma pergunta foi respondida ela apenas chorava como se seu coraçãozinho tivesse sido dilacerado. Ela agarrou-se em mamãe que tentava acalmá-la sem obter resultado.

- Edward? - pediu papai.

Concentrei-me na mente de minha irmã e verifiquei sua visão.

Conforme as imagens apareciam em minha mente eu fui perdendo a força nas pernas. Ofeguei aterrorizado.

- Chega! - o grito de Bella me trouxe de volta.

Só então reparei que eu estava sentado ao chão com lágrimas nos olhos.

- Edward o que foi? - perguntou Bella desesperada.

Olhando em seus profundos olhos chocolate eu respirei fundo tentando me acalmar. Eu ainda podia escutar o choro baixo de minha irmã.

- Têm muitos vindo para cá. - murmurei perdido.

- Muitos o que?

- Recém-criados.

- Uma guerra? - perguntou Charlie.

Olhando diretamente para ele eu apenas assenti. Bella me puxou para os seus braços. Ela estava abalada com minhas palavras, porém ela não fazia ideia do que aquilo significava. Já os vampiros ali presentes entenderam tudo. Bem, quase todos.

- O que exatamente aconteceu aqui? - perguntou Aro sem nenhum pingo de abalo.

Seu interesse era unicamente em mim e Alice. Os seguranças estavam apreensivos, mas continuaram no silencio sepulcral.

- Alice teve uma visão com uma guerra. - explicou papai, sua voz estava perdida pelo choque do momento.

- E como Edward sabe exatamente o que a pequenina viu?

- Porque ele pode ler mentes.

Apertei o corpo pequeno de minha estrangeira contra mim. Eu sentia todo o meu corpo tremer. Eu estava apavorado, não com o Volturi, mas com o que eu tinha visto. Tinha medo de fechar meus olhos e tudo começar a passar novamente em minha mente.

- Sem contato?! - soou como uma pergunta, mas Aro sabia exatamente a resposta.

O vampiro abriu um sorriso invejoso e ao mesmo tempo admirado em minha direção. Entretanto os seus olhos denunciavam o verdadeiro sentimento que assolava o seu peito. Ganância. Pura e destrutiva. E por um momento a visão se esvaiu da minha cabeça e eu temi os olhos vermelhos.

- Esplendido! - exultou.

- Edward? - Bella chamou-me baixinho.

Sua voz estava preocupada e seus braços estavam firmes a minha volta. Ela sentia o meu tremor.

- O que exatamente você viu... O que está te deixando tão abalado? - o tom desesperado fazia sombra a minha agonia.

- São muitos... Não teremos quaisquer chances. - minha voz estava morta.

O silêncio mais uma vez se fez presente. Senti as lágrimas quentes de minha Bella caírem em minhas costas e tentei engolir o meu próprio medo. Eu precisava ter esperança, precisava consola-la, precisava acreditar que ainda tínhamos uma chance.

- Não entrem em desespero antes da hora. - me surpreendi por minha mãe ter soado tão tranquila. - As visões de Alice são subjetivas, o futuro não é escrito em pedra.

- Eu concordo minha querida... Por acaso eu estava nesta visão jovem Edward?

Arregalei meus olhos para Aro e neguei silenciosamente. Ele abriu um sorriso que fez minha espinha gelar.

- Estou disposto a ajudá-los. - proferiu. - Tenho certeza que nada acontecerá com sua amada família. - e lá estava o tom de chantagem.

- O que você quer?

Minha garganta estava estranhamente seca.

- Você.

- Não! - o coro soou a minha volta.

Minha família protestava enquanto Bella me lançava um olhar desesperado. Que escolha eu tinha? Recusar a proposta de Aro e ver com os meus próprios olhos a visão de Alice se concretizar? Ou me submeter aos seus comandos com a certeza de que aqueles que amo estão vivos?

Levantei do chão puxando Bella junto comigo. Desta vez era eu quem a abraçava firmemente tentando-a consolar.

- Ok. - disse o mais firme que consegui.

Minha estrangeira desabou em meus braços em um choro desesperado.

- Não precisa ficar assim minha cara. Não seria um monstro em separá-la de seu companheiro, poderá se juntar a nós se esse for seu desejo.

Ah! É claro! Aro era um anjo! Ele não só me afastaria de minha família, como me obrigaria a seguir suas ordens e me submeteria a ver minha companheira fazendo o mesmo! Ele era praticamente um santo!

Minha família tentou protestar, mas a decisão estava tomada.

- Escutem! - exigi. - Vocês não viram o que eu vi. Acreditem, é melhor assim.

E para garantir minhas palavras Alice teve outra visão da suposta guerra com os Volturi nos ajudando. Nenhum de nós se machucaria e para mim aquilo bastava.

- Ótimo! Então já que está tudo decidido tomarei as providências em relação essa pequena batalha. Será que pode me mostrar os rostos dos agressores jovem Edward?

Trinquei meus dentes e estendi minha mão à Aro pela primeira vez. Ele sequer conteve o entusiasmo e a agarrou com força. Concentrei-me nas duas visões de Alice e assim que senti o vampiro se aprofundar em minha cabeça eu puxei com brusquidão a minha mão.

O sorriso de Aro era imenso e ele não demorou a juntar seus capangas e sumir de nossas vistas. O único que ficou foi o sentinela de Alice que estava abaixado ao lado de minha irmã acariciando seus cabelos com carinho. Ele tinha se apegado a ela. Seu carinho era tamanho que ele morreria tentando protegê-la.

- Eu não duvido que esse vampiro que está criando os recém-nascidos para atacá-los esteja sob ordens de Aro apenas para obrigá-lo a entrar em sua guarda. - comentou ele.

- Se ele é o responsável tenho que admitir que ele costurou muito bem todas as saídas para que eu ficasse apenas com aquela que ele seria o salvador. - bufei abraçando minha estrangeira.

Charlie se aproximou com o rosto contorcido em aflição.

- Bells...

Bella soltou-se do meu abraço e caminhou até seu pai.

- Eu sei que nos encontramos a pouco tempo, mas eu não posso ficar longe de Edward, eu vou com ele. - seus ombros estavam encolhidos e sua voz baixa e embargada.

Charlie apenas a puxou a abrigando em seus braços. Era a primeira vez que os dois tinham um contato maior e eu resolvi parar de espiar.

Caminhei até minha família. Tia Rose tinha Alice no colo e tio Emm tentava fazer a pequena sorrir. Papai tentava consolar mamãe que assim que me teve perto o suficiente me sufocou em um abraço.

- Não chore mãe. - pedi.

Meu coração era esmagado a cada novo soluço.

- Mamãe. - chamou Alice erguendo seus bracinhos em nossa direção.

Papai a pegou de tia Rose e a trouxe para perto.

- Não chora... - pediu minha irmã fazendo carinho nos cabelos de mamãe. - O Edinho e a Bellinha vão voltar... O homem malvado vai ficar com uma cara engraçada e vai deixar os dois voltar para a gente.

Franzi o cenho curioso e me infiltrei na mente de Alice. A cara engraçada era na verdade um misto de choque e medo. Então ele no dispensava com um chacoalhar de mãos desesperado. Tudo indicava um final feliz. Porém a visão era obviamente do castelo dos Volturi o que nos deixa sem previsão do tempo em que ficaremos nas mãos do vampiro.

Quando a noite chegou todos estávamos exaustos. Mamãe não demorou para colocar Alice para dormir e logo cada vampiro da casa arrumou uma atividade relaxante para se ocupar. Já eu e Bella estávamos em meu quarto deitados em minha cama.

Eu fazia carinhos em seu cabelo enquanto ela fazia círculos com seus dedos em meu peito. Tentei deixar minha mente focada apenas na presença de minha estrangeira e evitei quaisquer pensamentos futuros.

- Como foi a conversa com Charlie? - perguntei baixinho.

Ela e seu pai conversaram por horas após se abraçarem.

- Foi bom... Acho que com essa notícia de que eu ficarei longe por algum tempo nós quebramos qualquer barreira que impedia nossa aproximação. - sorriu envergonhada. - Ele me explicou porque me chama de Sinhinho.

- É uma palavra em português não é?

- Sim. É o mesmo que Bells.

- Acabou combinando com o apelido que eu te dei. - ela apenas sorriu e então explicou.

- Ele disse que enquanto corria atrás do nômade o que lhe dava forças era lembrar do meu choro que mesmo tão sofrido parecia o tilintar de um sino. Era como ele pensava em mim... Minha pequena Sininho.

Sorri beijando sua testa.

- É triste, mas e bonito.

- Eu sei...

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

- Vai ser difícil eu me afastar dele. - murmurou. - Eu já o amo.

- Será por pouco tempo.

- Você não tem como saber.

- Mas é o meu mais profundo desejo. E não se sinta mal como se nunca mais fossemos ver ninguém de nossa família. A verdade é que teremos liberdade de nos comunicar com eles. Pense como um intercâmbio.

- Um intercâmbio para um lugar que eu não quero ir onde seremos praticamente escravos de uma tirania pesada.

- Ficaremos bem.

- Assim eu espero.


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Notas finais do capítulo

Alguém esperava por isso? confesso que nem eu pensava nisso quando comecei a escrever a história xD Espero que estejam gostando ^^

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