Bella Volturi escrita por Carol Swan


Capítulo 17
(3ª Fase) Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Eu estive ausente da fanfic por muito tempo, se algo estiver desconexo já sabem porq '-' Me mandem reviews ok!?



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Reencontro

 

*Alice PDV*

 

As nuvens começavam a ficar escuras e densas sobre a floresta. O aglomerado de pinheiros ao lado da pista parecia agora um sólido muro enquanto eu dirigia em alta velocidade.

 

Tirei meu óculo e o coloquei no banco do carona.

 

Fazia dez minutos que eu havia deixado Edward, e faltavam dez para chegarmos em casa.

 

Bella permanecia em silencio, pelas batidas freqüentes de seu coração e pela sua respiração constante, conclui que ela tinha caído no sono.

 

O futuro de Edward estava diretamente ligado ao desta garota. Todas as visões que eu tinha nesses últimos tempos diziam a respeito disso, mas Edward não conseguia ouvir. Era como se qualquer pensamento sobre Bella fosse vedado a ele.

 

A chuva caiu, batendo com força nos vidros do carro. Olhei pelo retrovisor, para o rosto recém desperto e sobressaltado de Bella.

Seus olhos vermelhos brilharam para o retrovisor, encontrando o meu olhar.

Eu não sabia o que ela era e nem sabia da sua história. Tudo o que eu sabia era seu nome e que eu tinha que ajudá-la, para a felicidade de Edward.

 

Seus olhar não era ameaçador apesar do tom, pelo contrário, neles haviam um pedido de socorro.

 

– Para onde está me levando? – sussurrou.

 

Desviei meus olhos do retrovisor e os fixei na estrada.

 

– Onde eu e minha família moramos.

 

Um riso artificial saiu de seus lábios.

 

– Vocês não têm família – disse amargurada.

 

Estava explícito que ela se referia aos vampiros em geral. Ela sabia o que nós éramos e acreditava que éramos como os outros.

 

– Antes de nos julgar, eu aconselho olhar para o seu reflexo no vidro do carro. Lembre-se que você é de algum meio o que eu sou.

 

Aquilo bastou para que ela abaixa-se a cabeça e se mantivesse quieta pelo resto do caminho.

 

Fui obrigada a fazer isso. Se não, ela não iria parar de falar e cogitaria pular do carro.

 

Assim que entramos na estrada da casa, o som das pedras de cascalho sendo esmagadas pelo peso do carro quebrou o silêncio.

 

Entrei na garagem e estacionei o carro ao lado do conversível vermelho de Rosalie.

 

Desci do carro e esperei por Bella.

 

Andei em direção á porta da casa, e ela me seguiu sem fazer objeções.

 

Assim que coloquei a mão na maçaneta, seu coração bateu hesitante em seu peito.

 

Me virei para olhá-la.

 

Meu Deus ela estava péssima!

 

– Não se preocupe, nós não mordemos – disse brincalhona.

 

Sua cara empalideceu mais ainda, o arrependimento de ter vindo até aqui estava visível em seus olhos.

Mas já era tarde demais, já não tinha mais volta. Ela ficaria em nossas vidas.

 

Estiquei meu braço para trás e segurei a mão quente de Bella, ela hesitou, mas aceitou a minha mão.

 

Com a outra mão abri a porta da casa.

Quando entramos, Carlisle e Esme estavam sentados no sofá casualmente.

Paramos diante deles, e esperei por suas reações.

 

Primeiro Carlisle ficou receoso, mas depois suas feições foram se transformando para confusão, e depois da confusão veio o fascínio.

Esme mantinha os olhos arregalados como se tivesse visto um fantasma.

 

– Isabela! – disse surpresa, se levantando em um átimo do sofá.

 

 

 

*Bella PDV*

 

Parecia que todos já sabiam meu nome.

 

A mulher se aproximou de mim e me deu um forte abraço. Apesar do meu ânimo, eu não pude recusá-la.

 

Ao me envolver, parecia que todo o amor que ela tinha dentro de si, veio para dentro de mim, procurar por mais algum espaço.

Ela me abraçou por um bom tempo e com intensidade.

 

Ela se afastou devagar e olhou para o meu rosto. E naquela proximidade, não tive como não reconhecê-la.

 

Há muito tempo atrás, aquele mesmo rosto de coração, aqueles mesmos olhos dourados me olharam daquela mesma maneira.

Um carinho enorme foi despertando junto com aquela lembrança.

 

– Eu a conheço...

 

Ela abriu um grande sorriso e assentiu.

 

Os outros olharam confusos para nós duas, alheios á situação.

 

A garota baixinha pulou graciosa para o sofá, se sentando ao lado do homem loiro bonito.

 

– Bom, pelo visto existem muitas coisas que eu e Carlisle não sabemos. Por favor, se aprecem, eu adoro histórias! – disse ela empolgada.

 

– Antes Alice, eu prefiro contar á Isabella a nossa história – respondeu a mulher ainda olhando para mim.

 

– Esme tem razão, ela se sentirá mais confortável dessa maneira – completou o homem loiro, Carlisle.

 

Esme me puxou pelas mãos e me levou até o sofá menor, onde me sentei a pedido dela.

 

Ela se sentou no sofá á minha frente, ao lado dos outros.

Senti-me um pouco mais segura com a presença familiar de Esme, mas ainda tinha receios. Fiquei quieta, enquanto eles compartilhavam comigo suas historias.

 

Eles contaram tudo.

Não falaram só sobre eles, mas me explicaram tudo aquilo o que eu não sabia sobre vampiros. Contaram que se negavam a beber sangue humano á séculos e que se alimentavam apenas de animais. Explicaram a diferença dos olhos dos vampiros normais para os vegetarianos. Contaram sobre os dons que os vampiros tinham, e quais membros de sua família possuíam.

Um arrepio percorreu as minhas costas quando mencionaram os Volturis.

 

No final das contas, eles realmente conseguiram me deixar à vontade. A conversa foi ficando cada vez mais solta, me fazendo ficar curiosa e perguntar por mais.

 

Alice contou sobre suas visões, como funcionavam e como eram relativas. Carlisle sobre como viviam de mudança por causa da eterna juventude.

Eles eram tão diferentes dos Volturis.

Eu estava enganada sobre eles, eu estava enganada sobre tudo.

 

– Esme, você ainda nos deve contar como conheceu Bella – lembrou-lhe Alice

 

Esme sorriu e assentiu.

 

– Há muito tempo atrás, eu estava na Itália, fazendo um favor para um velho amigo – começou Esme - Eu trabalhei na restauração de uma das igrejas mais antigas do país, em uma vila distante da capital - Ela falava olhando o chão perdida nas lembranças.

 

– Até que sua mãe... – Ela levantou os olhos para mim – Entrou na igreja grávida.

 

 

– Renée era uma mulher forte. Ela suportou coisas que nenhuma outra humana suportaria. – disse carinhosa

 

Senti um nó na minha garganta se formar.

 

– Nós acabamos nos aproximando e ela me contou tudo sobre sua gravidez incomum...

 

Podia sentir meus olhos enchendo de lágrimas.

A imagem de minha mãe, exausta, me olhando com aqueles olhos... Estava gravada dentro da minha mente com uma nitidez sobrenatural.

 

Segurei o choro enquanto ela continuava seu relato.

 

– Bella é mestiça. Metade humana, metade vampira – continuou ela.

 

Carlisle arregalou os olhos surpreso.

 

– Mas como isso pode ser possível? – questionou – A relação entre humanos e vampiros é extremamente restrita.

 

Esme soltou uma risada.

 

– Digamos que o pai de Bella era experiente e sabia controlar seus instintos.

 

Ela se virou para mim e me olhou com intensidade.

 

– Ajudei Renée a passar pela gravidez. Você crescia rapidamente em seu útero e cada dia ficava mais forte. Mas no final das contas, minha ajuda não foi de fato significativa... – ela abaixou seu olhar, como se envergonhasse.

 

Carlisle estava pensativo, refletindo sobre toda a questão.

 

– Então você me ligou pedindo por ajuda... – disse ele, encaixando as peças do quebra-cabeça – Mas quando cheguei à cidade, não havia mais mulher grávida nenhuma.

 

– Exatamente – confirmou Esme – Você chegou no dia seguinte, quando eu já tinha entregado Bella á sua família e arrumado o enterro para Renée.

 

Depois disso, se seguiu um silêncio profundo. Cada um imerso em seus pensamentos.

 

O ponto de vista de Esme. Eu não conhecia aquela versão da história.

Algumas das minhas idéias preconcebidas sobre minha mãe se desfizeram naquele momento.

A imagem da mulher infiel que eu tinha em minha cabeça, já não existia mais.

Só existia a Renée que tinha morrido pela filha, por culpa de um monstro.

Ela sempre fora inocente.

 

– Bom – quebrei o silêncio, com a voz trêmula – Obrigada por terem compartilhado tudo isso comigo. E Esme, sua ajuda foi sim muito significativa. Só de pensar que minha mãe teve alguém como você ao lado dela em seus últimos momentos, já me deixa muito mais tranqüila.

 

Esme me deu um largo sorriso, iluminando seu rosto e dando um ar materno.

 

Retribui o sorriso, mas logo o fechei.

 

Respirei fundo e suspirei.

Era a minha vez.

 

Eu contei a minha história. Da minha infância acelerada, sobre ter estudado em casa até os 15 anos.

 

Naquela onda de segurança e amor que me invadia, contei cada mínimo detalhe da minha vida.

 

Relatei sobre o presente encontrado no meu aniversário e sobre a excursão, quando me encontrei com o meu pai.

 

Alice e Carlisle arregalados chocados por saberem que eu era a filha de Aro.

 

– Era você... – disse Alice ainda chocada – Eu tive a visão de seu nascimento e ainda revelei para os Volturis...  – sua expressão doce de fada foi se torcendo em arrependimento.

 

– Oh, Bella me perdoe! – implorou angustiada.

 

– Que isso Alice – disse meio sem jeito – você não teve culpa. Suas visões eram incompletas como você mesmo disse.

 

Ela assentiu

– Eram incompletas porque você me bloqueava – disse fazendo biquinho ainda se sentindo culpada.

 

– Eu? – perguntei confusa

 

Ela assentiu mais uma vez

 

Não sabia como poderia bloquear alguma coisa, ainda mais dentro da barriga da minha mãe.

 

– Bella – sussurrou Esme.

 

Sua expressão tinha ficado séria e preocupada.

 

 – Você se alimenta de humanos?

 

Alice e Carlisle se viraram para mim, me analisando.

 

– Mas é claro que não! – respondi enojada

 

– Seus olhos querida... Dizem que se alimentou recentemente – Esme disse tentando ser sutil.

 

As lembranças da noite passada voltaram á tona em minha mente.

Todo aquele sangue...

Os gritos...

O prazer que senti quando a minha fome era saciada...

 

As lágrimas correram pelo meu rosto.

 

– Aquilo foi um acidente! – gritei com a voz embargada.

 

 

 

*Flash Back Bella ON*

 

Eu já tinha perdido as contas dos dias. Devia haver semanas que eu fugira de Volterra. Tinha gastado a maior parte do meu dinheiro com a passagem de avião da Itália para os EUA.

 

Desembarquei no aeroporto internacional de Seattle no Estado de Washington. Depois continuei o meu caminho a pé. E os dias continuaram se passando...

 

Era noite, e o céu estava completamente negro e não havia nenhuma estrela.

 

Eu estava exausta e faminta.

A fome se misturava com a sede de uma maneira tão intensa que eu nunca tinha sentido antes.

 

Parei em um posto e comprei uma garrafinha de água com meus últimos trocados. Tomei em um gole só sem me satisfazer.

 

Olhei para a paisagem ao meu redor.

 

 Era tudo tão diferente da Itália.

 

Ao olhar a paisagem, ao longe avistei uma cabana de madeira descendo o vale.

 

 A luz estava acesa e um cheiro agradável de comida saía pelas janelas abertas.

Desci correndo até a porta da casa, uma ajuda viria a calhar.

Bati na porta da casa algumas vezes.

 

Uma mulher jovem e simples abriu.

 

Ao perceber o meu estado lastimável, rapidamente convidou-me para entrar.

 

Um homem estava sentado ao lado de um garotinho de oito anos na mesa de quatro lugares brincando com um baralho.

 

Ela pediu para que eu me sentasse, enquanto ela terminava de fazer a comida.

 

Sentei-me com sua família enquanto ela preparava a refeição.

 

Às vezes se parecer com uma mendiga pode ser útil – pensei e ri de mim mesma.

 

Mas em um momento de distração, a mulher se cortou.

A faca rasgou seu dedo indicador, provocando um corte profundo. O sangue começava a sair pela fenda e escorrer pela sua mão.

 

Senti meu corpo tremer compulsivamente e a minha garganta arder como fogo.

E de repente eu não conseguia mais pensar. Cai em um tipo de inconsciência, onde não tinha mais o controle do meu corpo.

 

 

 

 

 

Abri os olhos.

 

Acordei deitada de bruços em uma cama de casal, sentindo um cheiro doce. Me levantei lentamente até ficar sentada na cama.

 

Bocejei.

 

Eu devia ter dormido demais. Fazia um bom tempo que eu não descansava tão bem assim.

 

Observei o quarto ao meu redor.

 

Estava tudo tão lindo. Tudo estava cheio de vida, cor,e luz, muita luz.

Agora até a madeira velha das paredes me pareciam mais velhas, podia ver as suas minúcias falhas.

Os passarinhos cantavam fora da casa e o som dos carros na rodovia era alto como se passassem ao meu lado.

 

Levantei da cama revigorada. Aquele cochilo realmente me fizera bem.

 

Prendi meu cabelo fazendo um nó e fui até o banheiro da mini suíte.

 

Abri a água da pia e juntei a água com as mãos. Fechei bem os olhos e taquei no rosto.

 

Levantei a cabeça e olhei o meu reflexo no espelho enquanto juntava a segunda leva de água.

 

Arregalei os olhos de puro horror.

 

Meus olhos estavam vermelhos vivo, brilhantes como nunca. Minha boca estava toda melada e suja de sangue. O ia dos meus lábios até o meu pescoço.

 

Desesperada, voltei a tacar água no meu rosto.

 

Esfreguei a pele do meu rosto e pescoço sem nenhuma delicadeza.

Senti meus pés deslizarem, e notei que o chão também estava sujo.

 

Peguei uma toalha. Sequei meu rosto e os meus pés lutando contra as lágrimas.

 

O que estava acontecendo?

 

Saí correndo do banheiro para o quarto. Coloquei o meu tênis e peguei a minha mochila apressada.

 

Atravessei o corredor em um segundo e passei pelo portal que dividia a sala do corredor.

 

Estanquei.

 

Os tremores se espalharam por todo o meu corpo.

Senti minhas pernas cederem.

Encostei as costas na parede, meu corpo foi deslizando até chegar ao chão. As lagrimas antes contidas, agora já não encontravam resistência.

Desabei em choro, soluços e gritos. Enquanto as lembranças da noite passada voltaram á tona em minha mente ao ver aquela cena.

 

Poças de sangues encharcavam o chão vindo dos corpos jazidos sem vida.

O corpo da mulher, do marido e do filho estavam um sobre o outro no meio da sala.

 

Por toda a extensão do corpo deles, se seguiam varias mordidas, como se tivessem sido atacados por um animal selvagem.

                                                                                                             

Fiquei ali, parada, apenas olhando, em completo estado de choque.

 

O som de um carro entrando na estrada da casa me tirou do meu transe. Levantei-me e peguei a minha mochila rapidamente.

 

Pulei os cadáveres e saí correndo da casa antes que me vissem e fugi em prantos.

 

*Flash Back Bella OFF*

 


 

Esme veio me abraçar quando as lágrimas se transformavam em um choro compulsivo.

 

Eu a abracei chorei. Chorei como nunca tinha feito na minha vida.

Eu havia se transformado naquilo que eu mais odiava.

Tinha matado aquela família brutalmente. E não havia mais volta. Nada podia ser feito.

 

Como ardia em meu peito à vontade de poder voltar no tempo e poder mudar tudo.

 

As mãos gélidas de Esme acariciavam meus cabelos enquanto escondia o rosto em seu pescoço.

 

Esfreguei meus olhos com as costas da mão secando-os e ergui o rosto.

 

Alice e Carlisle ao contrário de me julgarem como esperava que fizessem, me lançavam olhares piedosos e ternos.

 

– Até que enfim! – disse Alice se levantando do sofá

 

Esme me afastou de seu abraço para olhar dentro dos meus olhos.

 

Ela secou as minhas lágrimas com a ponta dos dedos enquanto abria um belo sorriso.

 

– Não chore querida, o que passou , passou.  Agora nós somos a sua família e vamos cuidar de você.

 

Esme olhou para a porta, continuando seu sorriso.

 

Me virei rapidamente para olhar.

 

O resto da família tinha chegado, e estavam parados perto da porta.

Todos os novos integrantes da sala eram desconhecidos para mim, exceto um.

Pude reconhecer o menino que quase me atropelou naquela tarde.

 

– Que pena, chegaram tarde. Perderam toda a história – disse Alice brincalhona

 

A loira, de acordo com Alice, era Rosalie.

O mais alto e forte Emmett, marido de Rosalie.

O loiro leonino, Jasper, marido de Alice. O que tinha o dom de controlar as emoções.

E o menino de cabelos cor de bronze, Edward. Que podia ouvir os pensamentos.

 

Jasper rapidamente se colocou ao lado de Alice, segurando sua mão. Emmett abraçava Rosalie pela cintura. Edward se sentou ao lado de Carlisle, com um objeto escuro em seu colo.

 

Todos olhavam para mim.

 

– Isso lhe é familiar? – perguntou Edward quebrando a tensão dos olhares, levantando o objeto escuro de seu colo.

 

– Minha mochila! – exclamei.

 

Ele tacou em minhas mãos.

 

– Estava perto da estrada – Disse me encarando nos olhos com os seus olhos âmbares, mas logo os desviou.

 

– Bom, e qual história perdemos? – perguntou Emmett olhando de Alice para mim.

 

Ah, não...

Ter que contar tudo de novo seria perda total da minha sanidade. Eu queria deixar aquilo tudo para trás, esquecer completamente. Era para isso que eu tinha fugido! Como se faz para esquecer o passado se as pessoas não deixam!?

 

– Eu acho – começou Jasper - Que Esme e Carlisle podem nos contar a história, ela precisa um pouco de descanso – disse abrindo um sorriso para mim.

 

Suspirei aliviada e dei-lhe o olhar mais agradecido de todos.

Conviver com alguém que sempre sabe como você está se sentindo deve ser um bom negócio.

 

Esme se levantou e me estendeu a mão.

 

- Venha, querida.

 

Aceitei rapidamente a sua mão e me levantei. 

Ela segurou minha mão e me conduziu pela sala.

Alice deu um selinho em Jasper e nos seguiu.

 

Subimos a escada para o segundo andar.

 

– Você vai ficar no meu quarto, é o único lugar que tem uma cama– disse Alice saltitante.

 

A casa era linda.

 Tudo parecia ter luz naquele lugar. As cores combinavam perfeitamente, de um modo que realçava a decoração moderna dos ambientes. As janelas eram largas e de vidro. Dava para ver a floresta cercando o quintal da casa por todos os lados.

 

Atravessamos um corredor e subimos mais uma escada.

 

Esme parou em frente da porta do quarto e se virou para nós.

 

– Bom, deixo o resto com você Alice

 

Ela abriu seu sorriso materno

 

– Vou comprar alguma comida para Bella. Você não nos preveniu. – disse em falsa bronca á Alice.

 

Ela beijou minha testa e a de Alice e partiu.

 

Alice me arrastou para dentro de seu quarto.

 

Era tudo em tons de branco e lilás. O chão era de madeira e as paredes brancas.

Em uma parede havia uma estante com vários livros. Todos romances muito antigos. Havia também um aparelho de som potente e alguns CDs empilhados. Na outra parede havia um grande quadro. Ele era lotado de fotos. Algumas eram de cidades de diferentes países, outras de Alice e Jasper. As melhores eram os flagrantes, como a cara do Emmett enquanto comia a força um Big Mac.

 

Enquanto eu admirava seu quarto, ela pegou a mochila de minhas mãos e a colocou em cima da cama-monstro, que devia ser o triplo de uma king size.

 

Ela começou a tirar minhas roupas da mochila enquanto eu a observava.

 

– Para que uma cama se você nem dorme? – perguntei pensativa

 

Ela apontou para o teto.

 

Ao olhar para cima, vi a enorme clarabóia onde dava para ver o céu. Agora sem nuvens de chuva e em tons alaranjados por causa do por do sol.

 

– Ah sim... – suspirei fascinada pelo céu – Pensei que...  – interrompi as

palavras antes que dissesse aquela besteira.

 

Alice levantou os olhos para mim com uma sobrancelha erguida.

 

– Bella, você acha mesmo que nós faríamos aqui, onde a boa audição da minha família reina?

 

Abaixei os olhos, sentindo minhas bochechas formigarem.

 

Ela voltou a tirar minhas roupas da bolsa, agora assumindo um ar crítico.

 

– O que foi? – perguntei.

 

Ela se virou para mim segurando uma de minhas blusas.

 

– O que afinal de contas você tem contra as cores? – perguntou com uma falsa irritação.

 

Ela começou a tirar as roupas da minha bolsa mais depressa, fazendo a contagem delas:

 

– Preto – atirou a peça para mim – Branco – Atirou novamente – Preto... Preto... Cinza... ROSA BÊBÊ! – bufou.

 

Soltei uma risada.

 

– Você precisa de ajuda e rápido – disse olhando sério as minhas roupas.

 

Ela atravessou o quarto e parou na frente do armário. Deslizou a porta para o lado, abrindo-o.

 

Se o guarda roupa de Nárnia existisse, este seria ele.

 

O armário dela era maior que o quarto, e mais bonito também.

As roupas eram organizadas por estações e ocasiões. Penduradas ainda com etiquetas. Tinha a parte especifica para acessórios, perfumes, sapatos.

A organização era perfeita.

 

Olhei para um dos casacos italianos de inverno e me lembrei de Roma. Era inicio de novembro, a cidade devia estar toda colorida e enfeitada para receber os turistas para seus grandes festivais de outono.

Já fazia um mês e meio dês da minha festa de aniversário.

Suspirei, sentindo a saudade de Charlie apertar no meu peito.

 

Alice ia escolhendo as peças para mim e tacando em minhas mãos.

 

– Para que tantas roupas de frio? – perguntei

 

– Pelo mesmo motivo que nós usamos – ela me respondia enquanto continuava a selecionar as roupas – As pessoas notariam você se saísse com uma regata em pleno inverno em Forks.

 

Ela ia me passando casacos impermeáveis, cachareis, calças jeans, blusas de calor, vestidos, etc.

 

Tudo com muito estilo e cor.

 

– Está sendo generosa demais...  – disse meio desconfortável.

Ela pegou a montoeira de roupas em minhas mãos e colocou em uma poltrona.

 

Ela colocou as mãos em meus ombros e olhou dentro dos meus olhos.

 

– Bella – ela disse olhando séria para mim – Agora, você faz parte da família. E eu conheço você a mais tempo do que imagina. Então não crie barreiras entre nós duas, certo?

 

Ela me deu um beijo na testa e se dirigiu para os sapatos.

 

Fiquei parada fitando-a, confusa.

 

– Me conhece?

 

Ela falou enquanto olhava o número de um par de salto alto.

 

– Eu tive algumas visões...

 

Ela pegou uma cesta em uma prateleira e começou a andar por todo o closet. Colocou os sapatos, as roupas e acessórios dentro como se fosse uma feira.

 

– E o que elas... Mostravam?

 

Ela me entregou a cesta.

 

– Hm... Não eram muito claras. – disse fudindo do assunto – Tem alguma coisa em você que me bloqueia dês da barriga de sua mãe.

 

Olhei para o interior da cesta lotada.

Sorri para ela.

 

– Obrigada

 

Ela abriu seu sorriso, iluminando suas feições de fada.

 

– Não há de que. Agora vá descansar antes que Esme chegue e me pique em pedacinhos.

 

 

 

Alice me deixou sozinha no quarto com ordens para descansar.

 

Me deitei na cama king size e fiquei olhando o céu pela clarabóia. O sol brilhava por seus últimos momentos antes da noite chegar.

Apesar de toda a paz e serenidade demonstrada por fora, uma dor em meu coração me consumia por dentro.

Uma terrível infelicidade tinha me tomado por inteira.

Será que algum dia essa dor passaria?

 

Agora que eu estava sozinha, dava para ouvir a minha consciência me acusando.

 

Levantei-me rapidamente e peguei meu velho e surrado livro das obras de Jane Austen, tentando calar aquela voz em minha mente.

Orgulho e preconceito não era exatamente uma novidade para mim, mas me ajudaria.

 

Li algumas páginas, mas a exaustão tomou conta do meu corpo.

Meu braço pendeu para o lado, deixando cair o livro quando meus olhos se fecharam.

 

 


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