Caçadora De Vingança escrita por A Granger


Capítulo 20
Bônus POV Amélia




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Por algum motivo as notas ñ estão aparecendo no cap qnd eu salvo a história então vou deixá-las aki =]

Primeiro d td; esse cap ñ existia na história original (q ta na minha cabeça por enquanto) mas eu tinha prometido algo especial para certas pessoas. Por motivos d força maior eu ainda ñ tinha feito nada, mas há algum tempo um comentário me deu a ideia desse cap

Então dedico esse bônus as minhas leitoras lindas, Molly e Aluap, que foram as primeiras a favoritarem a fic e ao meu amigo fofo, Eric que deu a ideia desse cap msm sem saber ;)

Espero q gostem =]

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Eu não tinha visto nada do caminho até a tal cidadezinha em que Tom, o agente do serviço social designado para cuidar do meu caso, disse que iria me levar. Afinal, pra que prestar atenção? Se eles não me aceitassem eu voltaria pro mesmo lugar pelo mesmo caminho e se me aceitarem não vou voltar praquele orfanato nunca mais mesmo. Por isso vinha com os fones de ouvido do celular escutando uma rádio local de Rock Clássico do Texas desde que tínhamos entrado no estado. Mas como uma garota órfã tem um celular?

Essa sim foi uma coisa legal. Tom cuidava do meu caso desde que eu tinha 10 anos; três anos depois de eu ter me tornado orfã. Quando fiz 14 ele aparece dizendo que tinha achado parentes distantes meus. Beleza, eu falo pra ele, como se alguém fosse querer uma adolescente com 14 anos e antecedentes nada legais. Tom insistiu que os acharia logo, só que da ultima vez que ouvi que procurariam parentes meus levou mais de 4 anos para acharem alguma coisa. Por isso não sei por que ele ficou irritado quando eu comecei a rir disso. Foi quando eu propus a aposta. Se ele conseguisse achar esses tais parentes antes de eu ter idade pra dirigir quando ele me levasse até eles eu seria a melhor e mais boazinha garota órfã do mundo todo, mas se eu ganhasse ele ia ter que me dar o ultimo lançamento em celulares. Bem, é meio óbvio quem venceu.

De toda forma, só vi em que fim de mundo eu estava quando o carro parou. A primeira coisa que eu notei foi a quantidade de pessoas na rua, ou melhor, a falta de pessoas na rua. Vi um pequeno grupo de adolescentes, provavelmente da minha idade, a alguns quarteirões e ninguém mais. Nem me importei e nem tive tempo, Tom já estava me chamando para entrar na pequena casa a nossa frente. Era um lugar bonito, um sobrado no que parecia ser o centro da cidade. Arquitetura antiga, do tempo em que o Oeste foi colonizado eu diria, mas ok, tudo parecia inteiro e bem resistente.

Os Stevens eram boas pessoas; traduzindo: apesar do meu jeito doido e, eu admito, meio delinquente, eles disseram que não se importariam de tomar conta de mim. Como eles mesmos disseram: eu era uma moça crescida e uma presença jovem animaria a casa. Confesso que quis perguntar se eles eram doidos, mas Tom me deu uma cotovelada de leve e eu fiquei quieta. Depois de um tempo de convivência eu vi que eles eram muito mais divertidos do que eu tinha pensado a principio. Viver com eles foi uma das melhores coisas que me aconteceu; os dois cuidaram de mim até que eu me toquei de que eram eles que precisavam de cuidados, o dia em que eles morreram foi tão difícil pra mim quanto a morte dos meus pais.

Duas semanas depois do dia em que cheguei foi meu primeiro dia de aula na minúscula escola da cidade. Quase não sai de casa para arrumar todas as minhas coisas durante esse tempo. Mesmo elas sendo poucas eu tive que ajudar os Stevens a desocupar um quarto antigo para que eu pudesse ficar com ele e, serio, nunca tinha visto tanta poeira num lugar só. O fato era que eu não conhecia ninguém, e, pela primeira vez em muito tempo, eu não teria que me sentir deslocada por chegar numa escola com um bando de órfãos que eu odiava, e que me odiavam também, mas isso não vem ao caso.

Eu me sentei num banco mais afastado das outras pessoas com meus fones nos ouvidos e fiquei olhando ao redor. As primeiras pessoas que me chamaram a atenção foi um grupo de garotas, eram três e entraram na escola juntas, rindo e brincando umas com as outras. Uma era loira; a outra tinha cabelos castanhos e a terceira era ruiva e dava pra notar as sardas em seu rosto de longe. Elas me parecia contentes, o que achei estranho para uma segunda-feira de manhã. As três andaram até um grupo de rapazes puxadas pela de cabelos castanhos. A ruiva não parecia ligar para o fato dos dois garotos que se afastaram do grupo irem falar com elas, já a loira me pareceu entediada quando o mais alto de cabelos castanhos começou a falar.

Eu estava com meu casaco de moletom e com o capuz e o cabelo caindo por cima dos olhos, o que me deixava olhar pra eles sem que notassem isso. Foi por estar encarando os cinco que eu notei o outro cara, mais baixo, com cabelos castanhos um pouco mais claros me encarar descaradamente. Ele estava ignorando todos os outros só pra olhar pra mim. Continuei fingindo que não era comigo e que não tinha visto o olhar dele e, pra não correr o risco deles verem que eu tinha estado olhando eu fechei meus olhos e só curti a musica. Quando abri os olhos de novo, um minuto depois mais ou menos, o menor estava só a dois passos de mim.

–-Oi – ele fala me cumprimentando, eu só ignoro – Sou Karl McClean e...

–-Tá, já se apresento, pode me deixar sozinha agora? – eu corto ele sem erguer o olhar enquanto mudava a musica.

–-Você é bem mal educada garota – ele fala irritado e eu quase rio na cara dele, mas decido não causar problemas antes mesmo das aulas começarem e me levanto.

Estou passando por ele para evitar que o jeito do idiota me irrite e eu acabe fazendo besteira. Pude ver que ele arregalou os olhos quando entendeu que eu o estava claramente o ignorando, e sendo bem grossa, mas quem disse que eu ligo pra isso? Dou dois passos depois de passar por ele esbarrando em seu ombro, o que me fez entender que o filho da mãe era grande e forte pra caramba, quando ouço ele falar:

–-Hey, quem você pensa que é, garota? – ele fala e eu sinto uma mão segurar a manga do meu casaco e me puxar pra trás.

Sinceramente eu não pretendia fazer aquilo, mas viver anos entre garotos mais velhos (eu era uma das poucas meninas do orfanato e a única que não aceitava o que os caras mais velhos achavam que eu deveria fazer) me deu alguns reflexos difíceis de controlar. Quando senti meu corpo sendo virado com tanta força eu girei rápido e soltei uma joelhada na direção do tal McClean. A sorte dele é ele ser mais alto que eu (o que não era nenhuma novidade) e ter bons reflexos, graças a isso ele conseguiu escapar do pior e eu só acertei a parte interna da coxa dele, o que também dói pra caralho, mas ele escapou de uma joelhada nas partes baixas; lembrar disso ainda me faz sorrir. Ele não chegou a cair, mas se abaixou com a mão na perna e me encarou com uma expressão irritada. Eu não esperei ele se recuperar e começar a falar besteira, dei as costas a ele e aos amigos que vinham chegando e entrei na escola segundos antes do sino tocar.

Para minha total infelicidade eu tinha 4 aulas com o idiota durante a semana. Mas também tinha quase todas as aulas com a garota loira que descobri se chamar Jessica, ou Jes como ela me pediu pra chamá-la. Acabamos por nos tornar amigas, e por causa dela eu conheci Lucia, a de cabelos castanhos e olhos da mesma cor, e Katerine, a ruiva de olhos azuis com sardas no rosto. Acabamos nos tornando grades amigas.

Por todo aquele ano eu ignorei o Karl e até fugi dele às vezes, eu admito. Mas não fui a única. Jes estava sempre comigo para não ficar muito tempo com Will. Acho que foi por isso que eles tiraram tanto sarro de mim quando, no final do ano, em uma festa, Will e Jes ficaram e não se largaram mais. Bem, eu já imaginava que isso ia acontecer, afinal, por estar sempre com ela eu notava o quão incomodada ela ficava quando outras garotas chegavam no Will. Claro que o jeito meio desligado e arrogante do Karl me irritava quando as garotas pareciam se derreter pra ele, só que eu era muito mais discreta e uma atriz muito melhor que a Jes.

Sim; eu era apaixonada pelo idiota do Karl, e é claro que Jes desconfiava, mas eu nunca deixei muitas pistas. Bem, o jeito como nós dois brigávamos era a única coisa que me fazia perder um pouco o controle e isso deixava todo mundo ainda mais desconfiado, só que nós dois negávamos qualquer possível sentimento. Foi quando, no ano em que deveríamos nos formar o Sr. Stevens ou Mike, como eu gostava de chamar ele, faleceu. Foi um susto porque ele sempre teve um probleminha de saúde ou outro, mas nada muito grave. Só que um dia ele deitou de tarde para um cochilo e não levantou mais. Marie, a Sra. Stevens, ficou inconsolável. Naquela hora eu agradeci ao Tom por ter encontrado esses dois e colocado eles na minha vida. Nunca antes tinha me sentido tão importante, e impotente também, mas isso não importa. Acho que só foi por minha causa que ela resistiu tanto sem o Mike, já que os dois nunca tiveram filhos.

Eu só descobri o quanto tinha me tornado importante pra eles depois quando, três meses depois da morte do Mike e um mês e meio antes da minha formatura, ela também faleceu e o velho Xerife Peterson apareceu me entregando um testamento que ela havia feito algumas semanas antes. Não era muito, mas eles me deixaram tudo e, alguns dias antes de eu completar 18 anos me vi órfã de novo.

No funeral todos apareceram; Will e Jes que já estavam quase de casamento marcado, Lucia e Bob que eram praticamente casados mais ninguém sabia e Katerine também veio com o Xerife Peterson. Todos chegaram juntos e eu estava em pé ao lado do caixão séria e triste, mas não chorando. Jes, Lucia e Kat me olharam naquele estado e não souberam o que fazer, acho que posso dizer que estava em choque. Elas me abraçaram e eu retribui o abraço sem forças, mas nenhuma das três conseguiu me fazer reagir. Eu não queria comer nem beber nada e já estava nessa desde a noite anterior, a noite da morte de Marie.

Fazia mais de 24h que eu estava em pé, acordada e sem colocar nada na boca quando ele chegou. Me lembro de ver Karl aparecer na porta da pequena capela porque, na hora, eu estava olhando para fora para confirmar que já havia escurecido. Dei de cara com os olhos azuis dele junto a uma expressão séria que eu nunca tinha visto no rosto em seu rosto. Depois Will e Jes me contaram que o jeito que nós dois nos encaramos fez eles ficarem com medo de que brigássemos bem ali, ao lado do caixão. Só que não foi o que aconteceu.

Karl andou na minha direção enquanto nos encarávamos, Will até tentou parar ele para ver o que ele pretendia, mas não conseguiu. Em segundos o McClean estava a minha frente, comigo tendo que erguer o rosto para encarar ele. Eu ainda não tinha derramado uma única lagrima e isso era obvio pelo estado do meu rosto. Ele me analisou antes de voltar a me encarar e, pela primeira vez tive medo do que ele iria falar. Medo de que ele dissesse algo e eu não tivesse forças pra provar que era errado. Quando entendi o que estava acontecendo meu rosto já estava enterrado no peito dele e eu podia sentir seus braços ao meu redor e seu queixo apoiado no topo da minha cabeça.

–-Está tudo bem. Você não esta sozinha – ele falou e me apertou em seus braços logo depois sussurrando para que só eu ouvisse – Você nunca mais vai estar sozinha. Eu não vou deixar. Eu nunca vou te deixar.

Não sei se foram as palavras, ou a voz rouca dele como se ele também quisesse chorar, ou os braços firmes ao meu redor, ou ainda o cheiro daquela camisa velha e desbotada; juro que até hoje não sei. Mas logo depois disso eu comecei a chorar e chorar muito como não me lembrava de ter chorado antes. Até tentei afastar ele de mim para que eu não molhasse a roupa dele com minhas lágrimas, mas os braços fortes dele não me deixaram empurrá-lo. E aquela altura eu disse pra mim mesma: foda-se tudo. O abracei de volta e chorei sem me segurar nem me importar com o que estariam pensando ou vendo.

Depois de um tempo assim o sono, o cansaço e a falta de comida fizeram seu efeito e minhas pernas falharam. Karl passou o braço por trás dos meus joelhos me erguendo no colo e me tirando da capela. Eu não discuti, nem tinha forças pra isso. A Pick-up dele estava bem perto. Ele me fez passar os braços por seu pescoço e eu não contrariei. Ele abriu a tampa traseira e, ainda me segurando, subiu na carroceria e se sentou comigo em seu colo no final, perto da janela que dava para a cabine. Ele passou o braço por ali e puxou uma manta que sempre carregava para estender na grama quando saísse com o pessoal para algum lugar e me envolveu nela.

Não me lembro muito mais do que aconteceu aquela noite. Sei que Jes e Kat trouxeram alguma comida que Karl me convenceu a engolir junto com um copo de café bem quente e doce do jeito que eu gostava. Sei também que em algum ponto da madrugada minhas lagrimas e forças acabaram e eu dormi nos braços do McClean. Foi ele quem me acordou de manhã quando deu a hora do enterro, foi ele também que ficou do meu lado enquanto baixavam o caixão. Foram os braços dele que me seguraram quando o cansaço e a tristeza me venceram enquanto jogavam a terra pra dentro da cova. Mas só sei disso por causa do cheiro que eu não deixei de sentir em nenhum momento até ele me deixar em casa com Jes e Lucia que prometeram cuidar de mim e me fazer comer nem que fosse a força.

Se aquilo me abalou? Sim, muito, mais do que eu admitia, mas alguma coisa me dizia que ele sabia disso, mesmo sem eu dizer. Eu voltei pra escola na semana seguinte e, contrariando o que nossos amigos achavam que aconteceria, eu e ele continuamos a nos tratar da mesma forma de antes. As brigas ficaram menos intensas, só que mais frequentes, de resto era tudo o mesmo. Mas quando eu sabia que não tinha ninguém olhando eu olhava pra ele. Olhava pra ele e lembrava do cheiro dele naquela noite e da sensação de segurança de ter os braços dele em volta de mim. E, mesmo que eu quisesse me impedir de pensar nisso, me lembrava também das palavras dele e não conseguia saber se eram reais ou não. Descobri que eram no dia da nossa formatura.

Lucia e Bob tinham fugido para se casarem em Vegas no dia anterior, mas eles sabiam do que aconteceria e, bem, Jes gravou a cena toda. Segundo me contaram depois alguns dias antes Will tinha conversado com Karl e dito a ele para deixar de ser um idiota orgulhoso porque não havia ninguém que conseguisse ser mais cabeça dura do que eu e que se ele gostava mesmo de mim ia ter que admitir isso antes de tentar entender se eu sentia o mesmo ou não. Sinceramente, depois de descobrir que Will tinha dito isso eu não sabia se o agradecia ou se o matava.

No dia da nossa formatura Kat era a Oradora e fazia se discurso como todo orador em todos os anos, eu estava sentada no meu lugar com os fones tentando não dormir com aquela quietude. Acabei não vendo Karl sair de seu lugar e andar até o palco do auditório. Kat falou algo sobre ter a coragem de correr atrás do que era importante e então disse que daria a chance de alguém fazer isso naquele momento. Foi só ai que olhei pra cima e vi ele ao lado dela pegando o maldito microfone.

–-Acho que apresentações são desnecessárias – ele falou rindo nervoso; as garotas da turma deram risinhos e praticamente babavam olhando pra ele – Um amigo me disse umas verdades há alguns dias e eu decidi pedir a ajuda da nossa Oradora e ela disse que sabia perfeitamente como me ajudar. Nem eu esperava que ela me fizesse subir aqui pra isso, mas acho que vai ser bom, assim não vai haver dúvidas quanto ao que eu vou dizer agora – nessa parte até eu fiquei curiosa e desliguei o celular tirando os fones – Um dia essa pessoa chegou aqui, era completamente diferente de qualquer um de nós e ainda é – foi ai que eu soube que ele estava falando de mim – Ela me ignorou mais do que eu achava possível, sempre se mostrando mais forte que qualquer um. Só que eu sei que ela não é tão forte assim, que mesmo demonstrando isso aos outros, e podendo ser isso em algumas situações, ela não é a mais forte do mundo. E eu sou só um idiota orgulhoso – nessa hora ele me encara e eu arregalo os olhos pensando em que besteira ele estaria pensando – Mas á alguns dias eu vi que ela também precisa de apoio às vezes e me senti o homem mais importante do mundo em poder ter sido eu a dar esse apoio a ela – ele soltou o microfone da bancada e começou a descer do palco e caminhar na minha direção, Will e Jes começaram a fazer todo mundo levantar e recolher as cadeiras enquanto eu ficava paralisada com o que estava vendo o McClean fazer – Falando com esse amigo eu entendi que se quiser ela não posso continuar a agir como um idiota orgulhoso – ele parou a um passo de mim e eu me levantei encarando-o.

–-Seja lá que loucura você esteja planejando McClean, pare agora – eu sussurro pra ele que me da um enorme sorriso antes de continuar.

–-Eu já sei e já admiti isso a um bom tempo, Grenst – ele fala e dá mais um passo na minha direção me encarando de perto – Eu me apaixonei por uma baixinha birrenta e não sabia como lidar com isso. Depois você pode me bater e me xingar se quiser; eu não me importo. Mas agora eu quero que você saiba que eu te amo. Estou completamente apaixonado por você desde o dia em que te vi. E, sinceramente, mesmo você sendo quase insuportável – ele fala com um sorriso travesso – Eu ainda quero passar o resto da minha vida com você. Eu não vou te deixar sozinha nunca mais.

Quando diz a ultima frase ele puxa do bolso uma caixinha e se ajoelha na minha frente e nessa hora eu queria mandar todo mundo sumir para não me verem totalmente envergonhada e vermelha.

–-Casa comigo, Amélia – ela fala sorrindo e tão vermelho quanto eu, o que me faz começar a rir deixando ele ainda mais nervoso – Hey – ele chama e começa a se levantar – Qual é, não tem graça, Grenst. Eu to aqui falando serio e você começa a rir da minha cara na frente de tod...

Eu não deixo ele terminar. Já estávamos os dois completamente envergonhados então qual o problema de fazer mais alguma coisa vergonhosa? Puxei ele pela gola daquela roupa preta de formando, que era igual a minha, e o beijei como nunca tinha beijado alguém antes. Gritos e assovios encheram o auditório e nós dois rimos ainda nos beijando, ele já tinha as mãos na minha cintura.

–-Isso quer dizer sim? – ele me pergunta se afastando só o bastante para encarar meus olhos.

Eu sorrio e depois rio antes de encará-lo de volta e dizer:

–-Isso quer dizer um talvez.

Nos casamos quase dois meses depois da nossa formatura. Jes e Will casaram logo depois e, alguns meses depois disso Lucia morreu no parto de Eliza. O pequeno Ford nasceu depois, antes mesmo de eu engravidar. Quando contei ao Karl que ele seria pai foi a maior festa e eu soube que ele seria o melhor pai do mundo. Não quisemos saber o sexo do bebê pelo ultrassom e meu médico ficou indignado quando nem ele mesmo conseguiu achar uma posição em que pudesse ter essa informação. E então começaram as ameaças dos Cloud’s. Eu e Karl decidimos não ceder e não cedemos. E então Julia nasceu e eu implorei ao Karl para não ir pra casa e ficar comigo, mas ele só riu dizendo que eu estava preocupada demais. Colocou aquele boné vermelho enorme na cabecinha de Julia e saiu fazendo graça; só que nunca mais voltou.

E, depois de tudo, agora eu estou presa aqui. Sem saber se Julia conseguiu entender minhas mensagens nem se isso é uma coisa boa ou ruim. Sem saber se quero que ela fique longe ou venha me procurar. Sem saber se ainda vou ver o sorriso da minha filha que lembra tanto o meu Karl.

POV Narradora

Naquele quarto escuro e mal ventilado, sentada no colchão fino encostado na parece oposta a porta, Amélia deixou cair uma única lagrima ao se lembrar do seu passado e pensar sobre o futuro. Mal sabia ela que a filha já estava mais perto do que ela poderia imaginar.

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Oq acharam????? Sou curiosa, gente, então COMENTEEEEEM!!!!!! quero saber a opinião d vcs =D


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