Caçadora De Vingança escrita por A Granger


Capítulo 17
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oi =]
Antes de td saibam q eu ñ pretendia fazer essa parte pela perspectiva do Ford, mas qnd comecei a escrever tive a ideia de colocar ele narrando e acabou ficando bem legal.
Bem, acho q as minhas leitoras q aprovam o Ford vão gostar do cap pq ele mostra um pouco mais da personalidade do Ford q eu ainda ñ tinha conseguido passar nas narrações da Julia
Espero q gostem =]



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POV Ford

Há muito tempo eu não me divertia fazendo aquele serviço diário, na verdade acho que nunca cheguei a me divertir com ele. Mas naquela manhã foi diferente. Ver as reações dela a cada informação nova que eu dava sobre os animais e o manejo era incrível. A forma com que ela interagia com os cavalos também era algo que eu não conseguia não olhar. Dava pra ver que ela estava se divertindo e que gostava de verdade de estar perto dos cavalos. Tentei passar coisas uteis sobre eles a ela, não que eu saiba muito sobre cavalos como minha mãe e Norton, mas fui criado em meio a esses animais então ao menos um pouco eu posso dizer que conheço.

Logo antes do almoço fomos mexer com o feno. Quando o dia começou eu achei que sentiria falta do Norton nessa hora, mas, além de ser melhor companhia, Julia também se mostrou muito forte e eu não achei que pudéssemos ter problemas em descer os fardos. Me lembrei que Norton tinha avisado ontem que um dos degraus estava quebrando então disse pra ela.

--Só deixa eu buscar outra escada – falei me virando e tirando as luvas porque teria que encontrar a chave do pavilhão em que estava a outra escada.

--Por quê? Essa me parece muito boa – estava de costas pra ela quando a ouvi.

--Só espera, tá bom – eu respondi – Um dos últimos degraus não está...

Eu iria dizer que um dos últimos degraus não estava bem firme, mas ouvi um “Oww” e me virei. Dei de cara com Julia caindo. Sinceramente, eu devo ser muito burro pra ter feito o que eu fiz. É, eu admito isso, entrar em baixo de alguém que esta caindo não foi a minha ideia do ano, mas é que quando a vi cair tudo em que pensei foi que não podia deixar que ela se machucasse. Quando vi o que tinha feito eu estava caído no chão com ela por cima de mim e minha cabeça doía como se eu tivesse levado vários socos no mesmo lugar. A primeira coisa com que me preocupei foi se ela estava bem, mas ela foi mais rápida.

--Ai – foi o que a ouvi dizer – Você tá bem?

--Acho que sim – eu respondi e ergui a cabeça para olhar pra ela.

Nunca tinha visto os olhos dela tão de perto. Eram mais lindos do que eu achava. Olhando tão de perto pude notar que o verde tinha pequenos pontinhos dourados, talvez por causa deles os olhos dela parecessem tão brilhantes. Ela me encarava também e só depois de um tempo notei a posição em que estávamos: ela sobre mim, nossos rostos próximos e minhas mãos em sua cintura. Foi quando deixei de estar só preocupado com a queda dela e fiquei envergonhado, não achei que depois da noite de ontem eu e ela fossemos ficar tão perto de novo. Tentei me acalmar, afinal, mesmo perto eu sabia eu nada iria acontecer, afinal, o máximo que ela faria seria tirar sarro da minha cara de novo.

--Sua cabeça – ela falou e eu devo ter feito uma expressão confusa porque ela continuou – Você bateu a cabeça no chão, não bateu?

--A...acho que sim, não..não tá doendo – eu respondi mais distraído do que devia com os olhos dela.

--Que bom – ela disse e sorriu.

E o sorriso dela era lindo, tão lindo que tudo o que consegui fazer foi sorrir de volta. Então a sinto se mover e no instante seguinte os lábios dela estão sobre os meus. Honestamente, eu fiquei fora da realidade por alguns segundos antes de lembrar que tinha que corresponder ao beijo. E foi o que eu fiz. E em meio aquilo eu tentava me manter realista e pensar que era só um beijo e que eu não podia me deixar levar. Relaxei sim, aproveitando aquele contado e o gosto dos lábios dela, mas não movi um músculo com medo dela se afastar por minha culpa, por uma ação minha.

Quando acabou eu não consegui me lembrar da ultima vez em que me senti tão bem. Tinha sido tão bom beijá-la que não pude conter um suspiro, mas não abri os olhos, queria aproveitar aquela sensação boa por mais tempo. Só que não foi por tanto tempo assim. Logo depois de eu suspirar senti ela se mover, mais precisamente se levantar de um jeito apressado.

--Melhor deixarmos para terminar isso depois do almoço – ela falou e eu abri os olhos a encarando confuso – Vou ver se a Tia Jes precisa de ajuda – ela terminou de falar e foi saindo me deixando ali no chão.

Não respondi coisa alguma, sabia que ela não queria uma resposta. Quando ela saiu eu me sentei. Era como se pra ela não tivesse acontecido nada. Se fosse pra fingir que não aconteceu então porque me beijou?

Eu não pedi por isso. Em momento algum eu sequer dei indícios de que queria isso, então por quê??

Já que se arrependeu do que fez porque simplesmente não me disse isso? Ou dissesse que não devia ter acontecido, ou dissesse...sei lá...que foi um erro. Qualquer coisa seria melhor do que o que ela fez saindo como se estivéssemos apenas conversando banalidades antes.

Não fiquei magoado com o que ela fez porque não tinha esse direito, ao menos achei que não tinha. Mas fiquei revoltado porque ELA não tinha o direito de me tratar daquele jeito e ignorar o que havia acontecido quando a maior parte da culpa era dela mesma. Talvez seja hipocrisia da minha parte, mas eu não a teria beijado, independente de qualquer coisa eu nunca teria tomado essa iniciativa. E, já que ELA o fez, deveria ter assumido o próprio erro e não o ignorado.

Depois daquilo ela não falou mais comigo, sequer se aproximava de mim, chegando a me evitar. Isso se seguiu por todo o fim de semana, onde eu estava ela evitava, onde eu chegava ela saia.

Como posso dizer que não era apenas coincidência? Simples, fora o fato de sempre acontecer e eu ver ela se afastar por minha causa, era só comigo que ela agia assim. Ela não tinha problema algum e ficar conversando com o Norton, mas só falava comigo se não tivesse outra escolha. Então, é, tenho certeza de que estive sendo evitado.

Era segunda. Julia tinha acabado de voltar da cidade aparentemente sem encontrar nada do que queria. Minha mãe estava preparando o almoço e Norton tinha acabado de sair para comprar algumas coisas e voltar antes do meio-dia. Julia e eu estávamos no corredor do pavilhão ativo tratando alguns cavalos que Norton e eu tínhamos exercitado de manhã. Eram três potros de 2 anos e meio e uma égua mais velha de 6 anos. Eu terminei o segundo potro ao mesmo tempo em que ela terminava o primeiro e nós dois acabamos nos aproximando da égua ao mesmo tempo.

--Deixa que eu faço – ela falou pra mim sem me encarar.

--Não – eu respondi, sei que fui um pouco grosso, mas ela estava merecendo.

Minha resposta fez ela me olhar irritada. Ela não gosta que a desafie, novidade, como se eu já não esperasse por isso. Ela me encara por mais algum tempo, vi que ela iria falar mais alguma coisa e disse antes:

--Cuidar dos animais é meu trabalho, você só esta ajudando, não precisa dividir o trabalho todo comigo.

--Eu faço o que eu quiser, e não estou ajudando você. Estou pagando pela hospedagem e pela comida que a tia Jes esta me dando.

--Faz o que quiser, é? – perguntei irritado – Por isso me beija depois se arrepende e começa a me ignorar sem explicação nenhuma?

Por um instante ela ficou sem reação e eu comecei meu trabalho com a égua enquanto ela me seguia com o olhar surpreso. Demorou um pouco para ela me responder.

--Olha Ford, desculpe se te deixei magoado. Só achei que era a melhor forma daquilo não ser interpretado da forma errada e...

--Interpretado da forma errada?? – eu a interrompi deixando a pobre égua de lado, confesso que se não fosse o pobre animal eu já teria gritado tamanha minha irritação – Dizer só um: “Hey, foi mal, mas me arrependi de ter te beijado” seria melhor do que ignorar o que aconteceu. Eu teria aceitado até um: “Você beija mal pra caramba”, mas não. Você tinha que simplesmente ignorar. Mas se quer mesmo saber – nessa hora eu comecei a me acalmar, mas já que tinha começado resolvi terminar o que tinha pra dizer – Não estou magoado, não pelo que você fez e sim por ter pensado, por um instante, que aquilo era o que você também queria. Mas eu sou mesmo uma besta por me enganar tantas vezes numa mesma situação. Só que dessa vez vai ser diferente, porque se o que você queria era brincar comigo ou me usar então entenda que eu já passei por isso antes e que, mesmo me enganando com os seus motivos no começo, eu não vou permitir que mais ninguém brinque com os meus sentimentos desse jeito.

Depois disso eu me virei, peguei a guia da égua e a puxei para sua baia, terminaria de limpá-la lá dentro. Foi só ai que notei que minha expressão, que eu queria que estivesse irritada, estava, na verdade, triste. Parte de mim queria que ela viesse tentar se explicar ou só viesse discutir comigo. Ela não veio e, no fim, pode ter sido até melhor.

Terminei de cuidar da égua, ela até parecia me entender que eu estava triste porque ficava me olhando e encostava a cabeça em mim sempre que podia. Quando terminei tirei a guia, fiz um carinho na testa dela e sai fechando a baia. Assim que passei o trinco na porta ouvi o som de uma moto, como o pavilhão ficava perto da casa e da estrada dava pra ouvir quando alguém chegava. Só que aquele som não era de uma moto qualquer. Era o tipo de motocicleta que ninguém naquela região teria, uma moto de alta cilindrada do tipo que só víamos no bar da Eli quando um motoqueiro se perdia e parava para pedir informação. Sai do pavilhão rápido pra ver quem era. Mal tinha dado a vota na casa e pude ouvir uma voz desconhecida falando com a Julia. Me dei conta tarde demais que teria sido melhor eu não ter ido.


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Notas finais do capítulo

E então ??????????
Oq acharam?? Contem-me q estou curiosa kkkkk =]
Bjs p vcs pessoas e ñ se esqueçam d comentar =D