Caçadora De Vingança escrita por A Granger


Capítulo 16
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas.
Sei que demorei um bom tempo, mas me perdoem. E para mostrar o quanto me esforcei para escrever eu trouxe um cap bem grande =]
Espero q gostem =D



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POV: Narradora

Eram 5:55am quando Ford desceu a escada e entrou na cozinha logo vendo sua mãe perto do fogão terminando o café,  como em todas as manhãs. A cozinha dos Johnson’s era bem simples: uma mesa para 6 pessoas de um lado e do outro um fogão, uma pia, uma geladeira e vários armários; entre essas duas coisas havia um balcão de mármore comprido. A porta ficava bem em frente ao balcão e por esse motivo Ford não viu que já havia alguém sentado à mesa. Ela estava usando uma camisa preta de manga comprida e gola em “v” não muito aberta, o bastante para ver a corrente de ouro em volta do pescoço dela parcialmente escondida dentro da blusa; a calça era um jeans azul escuro sem nenhum detalhe, um cinto de couro preto simples e os coturnos pretos meio desamarrados e soltos.

--Bom dia, mãe – diz Ford se aproximando de Jessica e dando um beijo no rosto dela.

--Bom dia, querido – respondeu Jessica sorrindo – Sente-se e coma.

--Bom dia, dominhoco – falou Julia rindo, ela estava sentada na mesa de frente para a cozinha.

Ford se vira rápido e acerta uma vasilha vazia que estava sobre o balcão, se atrapalha, mas consegue segurar o objeto antes dele cair. Ele, então, encara Julia com uma expressão confusa.

--O que faz acordada tão cedo? – ele pergunta curioso.

--Bem, até onde eu sei estou tomando café – respondeu ela apontando para a caneca de café sobre a mesa a sua frente.

--Porque está de pé tão cedo? É isso o que quero saber – ele perguntou de novo revirando os olhos.

--Estamos em uma fazenda, certo? – falou ela e Ford concordou com a cabeça – Pois então, pelo que eu saiba as pessoas acordam cedo em fazendas – ela terminou rindo ao ver que ele tentava se controlar para que ela não conseguisse irritá-lo.

--Garotas da cidade não acordam cedo em lugar algum – ele replicou também tentando irritá-la.

--E quem foi que te disse que eu sou uma garota da cidade? – ela perguntou sorrindo divertida.

Ford a encarou irritado e Julia riu antes de dizer:

--Sempre acordo cedo, Ford. Independente de onde estou. Mas pra te deixar menos irritado, mesmo eu achando engraçado você assim, não sou uma garota da cidade. Viajo muito, quem viaja não pode perder tempo dormindo de manhã, assim como alguém numa fazenda, temos que aproveitar as horas de sol, Cowboy.

--Me chama assim porque sabe que me irrita, não é? – ele perguntou e a viu rir.

Ford suspirou e andou até a mesa se sentando de frente para ela. Já haviam muitas coisas ali; pães, presunto, queijo, um bolo, leite, biscoitos e panquecas quentinhas. Ele se serviu e começou a comer, só então percebeu que Julia só tinha a caneca de café a sua frente.

--Não vai comer? – ele pergunta curioso.

--Já comi o bastante – ela responde dando outro gole no café.

--Pela quantidade de comida que ainda tem aqui nem parece que você comeu alguma coisa.

--Não como muito de manhã – ela falou pousando a caneca de volta a mesa – Ford, você sabe dizer onde eu encontro arquivos de jornais e noticiários antigos, ou talvez os registros dos acontecimentos da cidade?

--Biblioteca pública – ele respondeu servindo leite num copo, bebeu um gole e continuou – Mas vai ter que esperar até segunda de manhã para ir lá. A biblioteca, os arquivos municipais e a prefeitura ficam no mesmo prédio e eles só abrem durante a semana.

--Sério isso? – perguntou ela desanimada.

--Sim, sério – ele respondeu pegando um pão.

--Droga – ela murmurou.

--Conversem menos e comam mais – falou Jessica colocando sobre a mesa uma garrafa térmica com mais café – A senhorita também, comeu muito pouco. E já que não vai poder fazer o que queria vai ajudar o Ford com algumas tarefas.

--Heim??? Porque eu tia?? – pergunta Julia triste e fazendo cara emburrada.

--Porque mandou meu outro empregado fazer alguma coisa e ele só chegou de madrugada e deve dormir por uma boa parte da manha – respondeu Jessica rindo da cara de Julia – Portanto a senhorita vai ajudar o Ford com algumas tarefas.

Julia fez uma cara desanimada e concordou com a cabeça. Depois resolveu ouvir os conselhos da tia e pegou um prato colocando um pão, fatias de presunto e queijo para fazer um sanduiche pra ela. Depois de quase meia-hora Julia e Ford saíram.  Ele a levou até um dos 5 pavilhões de baias que a fazenda tinha enquanto explicava a ela algumas coisas sobre todo o lugar.

--Nós sempre criamos cavalos aqui – dizia ele enquanto caminhavam – A fazenda já chegou a ter quase 500 animais nas baias e nos piquetes, mas hoje eles não passam de 50. A maioria são reprodutores quarto-de-milha e um ou outro cavalo de prova que a mãe compra em leilões, treina e depois vende. A maioria deles fica nesse pavilhão, os outros estão desativados.

O trabalho dos dois foi limpar algumas baias e organizar outras. Apesar do trabalho ser pesado, e um pouco sujo também, Julia não podia negar que trabalhar com aqueles animais era divertido. Ela sempre gostou de cavalos e aquela era a primeira vez que lidava com tantos tão de perto. Era quase hora do almoço e a ultima coisa que eles tinham que fazer era separar o feno. Os dois estavam no celeiro e tinham acabado de limpar o lugar em que iriam deixar os fardos de feno que seriam usados na parte da tarde e na manhã seguinte.

--O que fazemos agora? – perguntou Julia enxugando a testa e sorrindo animada.

--Você realmente não é uma garota da cidade, não é? – comentou Ford com um meio sorriso – Agora temos de descer 15 fardos de feno lá de cima.

O celeiro era enorme e tinha dois pisos, o superior tinha metade do tamanho do celeiro inteiro e ficava a pouco mais de 4 metros do chão.

--Certo. Como fazemos isso?

--Simples, um de nós sobe e joga pra baixo os fardos um por um.

--Beleza – disse Julia sorrindo – Eu subo.

--Só deixa eu buscar outra escada – fala Ford se virando e tirando as luvas.

POV: Julia        

--Por quê? Essa me parece muito boa – eu falei pra ele, não tinha visto nada de errado com aquela escada.

Ford estava de costas pra mim e, como eu não vi problema nenhum com a escada comecei a subir sem ele ver.

--Só espera, tá bom – ouvi ele falar, eu já estava na metade da escada – Um dos últimos degraus que não está...

Não está firme, acho que era isso que ele ia dizer. Porque acho e porque não pude ouvir ele falando? Simples. Cheguei num dos últimos degraus e quando fui puxar meu corpo pra cima, já sem o apoio em um dos pés, o bendito degrau se quebrou. Resumindo: eu cai.

Não vou mentir dizendo que eu não gritei, mas não foi nada exagerado. Foi mais de susto mesmo, mas foi o bastante para o Ford se virar pra ver o que estava acontecendo. Não sei se acho que isso foi uma coisa boa ou ruim.  Assim que me viu caindo ele simplesmente entrou em baixo como se fosse conseguir me segurar. Tá, admito que não sou assim tão grande, mas quem em sã consciência entra embaixo de alguém que esta caindo???? E se não bastasse isso, se ele não tivesse feito o que vez eu teria caído do jeito certo sem nem me machucar. Mas quando girei meu corpo no ar para tentar cair com os pés no chão ele estava na frente. Resultado: ele conseguiu me segurar (tenho que admitir que ele realmente conseguiu), mas em compensação fomos os dois para o chão. Senti meu joelho esquerdo acertar o chão sem muita força já que parte da minha perna estava sobre a dele, mas ouvi a cabeça de Ford batendo no chão e isso me deixou preocupada.

--Ai – foi a primeira coisa que eu disse, meu rosto estava no peito dele e eu pus as mãos no chão para me erguer e olhar pra ele – Você tá bem?

--Acho que sim – ele me respondeu baixinho e ergueu a cabeça para me olhar.

Foi só aí que eu notei as mãos dele em volta da minha cintura, o meu corpo quase todo sobre o dele e, principalmente, o quanto o rosto dele estava perto do meu. Acho que ele notou isso quase ao mesmo tempo que eu porque consegui ver aqueles olhos castanhos passarem de preocupados para constrangidos assim que me encarou.

Era estranho o efeito que os olhos dele tinham em mim. Por algum motivo me lembravam de coisas calmas, eles me deixavam calma de um jeito que eu não conhecia.

--Sua cabeça – eu falei, e só então notei o quão sem sentido aquilo tinha ficado – Você bateu a cabeça no chão, não bateu?

--A...acho que sim, não..não tá doendo – ele me respondeu e parecia meio distraído.

--Que bom – eu disse e sorri, ele sorriu de volta e, assim como na noite anterior no bar, senti uma vontade enorme beijá-lo.

Mas um motivo para eu não saber se ele ter conseguido me segurar ser uma coisa boa ou ruim: ele estava perto demais. Perto o bastante para não me dar tempo de raciocinar com o que eu estava fazendo. Isso mais o sorriso aliviado e inocente que ele me deu foram tudo o que minha consciência NÃO precisava para continuar me controlando. Minhas mãos ergueram meu corpo de leve me levando um pouco pra frente enquanto meu pescoço se esticava alguns centímetros e pronto; eu o estava beijando.

E foi completamente diferente de todos os outros beijos da minha vida, porque foi calmo e sem nenhuma indicação de que seria mais do que isso: um simples beijo. Assim que a surpresa dele pelo que eu havia acabado de fazer passou senti seus lábios retribuírem e Ford relaxar. Nos beijamos de uma forma quase inocente por alguns segundos e tenho de dizer que em nenhum momento as mãos dele deixaram seus lugares iniciais na minha cintura. Como se, por incrível que pareça, ele não estivesse interessado em mais do que aquele beijo, como se ele estivesse contente com o fato de ter ganhado pelo menos aquilo.

Me afastei dele abrindo os meus olhos e vi ele suspirar, ainda de olhos fechados, com um discreto sorriso. Então me dei conta do que tinha acabado de fazer e me perguntei: “Mas que infernos eu to fazendo? Não posso me apaixonar por ele e muito menos deixar que ele se interesse por mim”.

--Melhor deixarmos para terminar isso depois do almoço – falei me levantando e ele abriu os olhos me encarando confuso – Vou ver se a Tia Jes precisa de ajuda – eu terminei de falar e fui saindo.

Quando passei pelas portas do celeiro me escondi contra uma das paredes e respirei fundo. Antes de ir até a casa pude ver a expressão de Ford por uma fresta na madeira. Confusão e entendimento ao mesmo tempo; ele sabia que eu tinha me arrependido do que havíamos acabado de fazer e não conseguia ver o motivo disso. Não que eu pudesse culpá-lo; ele teria que saber muito mais sobre mim para entender o porquê disso.


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Notas finais do capítulo

E então???? Gostaram????
Comentem viu, adoro ler e responder os comentários d vcs ;)
Bjs, vo tentar ñ demorar tanto tempo para postar o proximo =]
tchau