Prostituta Do Governo escrita por Peregrino das Palavras


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

E aqui vamos nós com mais outro Capitulo. Obrigado por quem está lendo, 10 leitores, nunca pensei que isso iria tão longe, sério, muito obrigado. Espero que continuem lendo e que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/377070/chapter/14

Acordei, novamente, mais um dia pela frente, será que esse eu aguentaria? Foi ai que lembrei da noite passada, mas não das coisas ruins, e sim das boas, que fora a visita de Carlos, porque na noite de anterior foi um pesadelo. 
E sem ser surpresa eu estava despida apenas com um lençol me cobrindo o corpo. Depois de algum tempo reparei que Carlos não estava comigo, nem sua roupa estava onde ele tinha colocado. Devia ter ido embora, eu teria ido. Mas não, ele não poderia fazer isso comigo, não depois de tudo o que ele falou. Seria muita falta de caráter. Eu então levantei e enrolei o lençol no meu corpo, estava com preguiça demais de colocar a roupa, e afinal, hoje eu não iria trabalhar mesmo. Me preparei para o pior e fui para a sala/cozinha, e para minha surpresa o Carlos estava lá, usando o fogão que eu pensei que estava quebrado, ou eu que nunca usei ele, e só usava o micro-ondas. O rapaz estava fazendo o café da manhã.
-Bom dia Val
-Bom dia...Ca...Caca...Carlos, não existe apelidos bons para Carlos. - disse
Ele riu
-É, não deve. Vamos tomar café.
-Vamos, - disse animada e sonolenta ao mesmo tempo - mas onde você encontrou tudo isso? Não faço compras a século, nem vou fazer. 
-Fui no mercado hoje de manhã.
-Caraca, que horas você acordou?
-Acho que umas oito horas. - eram nove e meia vi pelo relógio do lado do sofá.
-Por que não me acordou?
-Você fica bonita dormindo, não seria capaz.
-Não venha com essa Caca.
Ele mostrou seu sorriso.
-Vem, vamos comer - ele disse trazendo pratos com pães e xícaras vazias.
Na mesa já havia leite, uma caixa de suco de uva e um bule com café preto. Sentamos um na frente do outro e começamos o café da manhã. Até que eu quebrei o silêncio com:
-Nós temos algo?
Ele quase se engasgou com o leite.
-Bem, você queria ter algo?
Não sei
-Acho que sim.
-Bem, então temos algo. - ele respondeu me penetrando nos olhos.
-Que legal, eu e você temos algo. Tipo, você e eu. - disse sorrindo e olhando para meu pai com manteiga, bem simples - Mas você quer ter algo com uma prostituta? - acrescentei 
Ele demorou para responder, mas eu precisava saber disso.
-Não é algo que alguém queira, mas você é diferente. Eu sinto isso. Você até pode...você sabe, com outros caras. Mas eu saberei que você vai me amar. Não que você me ame, mas eu farei amar.
-Carlos, eu já te amo. - eu achava
Ele sorriu
-Você não sabe como estou feliz
Sorri, estava muito bobo esta cena, mesmo que o Carlos fosse, tipo, O CARA PERFEITO, eu não sabia se era isso mesmo que eu queria. Ele se mostrou ser muito atencioso, legal, gentil e bacana comigo, mas tinha algo que eu não sabia dele, e isso ficou na minha cabeça por minutos até que ele perguntou:
-Estava me perguntando por que você disse que não ia mais fazer compras?
Dei um gole no café e respondi
-O Pru me despediu...
Carlos pareceu assustado
-Sério? Por que? Você fez algo?
-Sim, eu só faltei ou atrasei muitos dias seguidos. Afinal essa semana tá muito foda pra mim.
-Puts Val, mas por que está tão foda assim?
-Você, o salão, meus programas, ta tudo muito errado e difícil, não que só para mim esteja difícil, quando digo coisas assim me sinto egoísta. E ainda tem a Carol, eu nem vi ela ontem.
-Carol? Quem é ela?
-É outra que entrou na minha vida. - abaixei o rosto para não demostrar interesse no assunto, e ele percebeu isso e não fez mais perguntas.
-E você Carlos? Me diz sobre você, sobre sua semana
-O que você quer saber dela?
-Bem... Por que um cara como você foi procurar uma prostituta?
-Caraca de todas as perguntas você escolheu bem essa? - ele riu
-Ah, desculpa, se você não quiser falar tudo bem.
-Não, está tudo bem, você deve ficar sabendo. Vamos lá, alguns dias antes de te encontrar eu tive uma briga com minha ex-namorada - tinha outra, sabia. - uma briga das bens feias, e eu sempre te via pela janela do meu carro quando eu passava pela rua onde você trabalha. Sei lá, você era diferente, seus dreads, seu estilo, não sei, algo me chamou atenção em você. Então no dia em que briguei de novo, com a Sara eu fui atrás de alguém. Para conversar, ter uma papo bom. Então lembrei de você. E você já sabe o resto.
Eu sorri e coloquei minha mãe sobre a dele, do lado do suco de uva. Me senti confortada.
O dia foi passando, e eu fiquei de bobeira com o Carlos ouvindo música e beijando ele. Carlos não reparava na casa nem na minha condição financeira, era um dos poucos, como Prudence. quando era quatro horas disse para o Carlos:
-Tenho que ir para o hospital Central, visitar Carol.
-Eu vou com você.
-Não, melhor não, os pais não têm tanta confiança em mim, e irão te estranhar.
-Está bem, enquanto isso vou para a casa ver algumas coisas lá.
-Você vai voltar? - Disse segurando suas duas mãos.
-Claro - ele me beijou. - Vamos eu te levo.
Eu me arrumei, pus um vestido bem simpático, que tampava os ombros e escondia meus joelhos, da cor verde bebê, e completei com uma sandália bege e vinho, afinal era um dia de sol, e sem nuvens no céu.
-Vamos? - chamei Carlos que estava vendo minha coleção de CD's.
-Vamos, que tal ouvirmos esse no carro? - ele me mostrou o CD do The Killers.
-Vamos sim, adoro esse som.
Fomos, a viagem inteira cantando as músicas do CD, e quando chegamos no hospital eu o beijei na bochecha agradeci a carona e fui para o hospital. A recepcionista liberou minha visita, deixando-me ir para o segundo andar, o lugar onde os pacientes recebem as visitas. Ao chegar no quarto de Carol parei e bati na porta três vezes e depois mais uma, como se fosse um código estabelecido antes. Os pais se viraram e foram até  mim. Nos cumprimentamos e eu fui até a Carol, lhe dei um beijo na testa e um abraço:
-Tudo bem, Valentina? - perguntei
-Tudo ótimo, menos com meu pâncreas, ele está ruim sabe? Me disse que está com uma extrema dor de cabeça. - isso me fez sorrir e sentir um aperto no coração - e com você? Fiquei, quero dizer, ficamos preocupados com você ontem.
-Eu tive uma dor de cabeça horrível - disse pra ela e para os pais. - igual a seu pâncreas. Fala para ele ficar feliz e relaxado que ele melhora rapidinho - disse só pra ela.
-Está bem, falarei.
Ficamos conversando durante uma hora e meia, sobre as mesmas coisas que do outro dia. E ela me revelou:
-Eu sempre quis ir no Jardim Girassol de Ouro, o comercial na tv - ela apontou para a tv do quarto - mostra como é bonito lá, e tem um lindo lago com água pura, onde os visitantes podem nadar. É tão lindo, e tem rosas, girassóis, margaridas, uma mais linda que a outra. Sem contar o café, não gosto de café, mas sentar em uma mesa que é banhada pelo sol me faz lembrar os antigos pique niques que fazíamos, lembra papai? Lembra mamãe?
-Claro que lembro, - afirmou o pai - e eu roubava seu nariz, e você roubava minha orelha - ele apertou o narizinho dela.
-É verdade, - ela riu - e você mamãe? Lembra quando me dizia para não ir muito longe?
-Claro que lembro, e você cismava em correr até o antigo pinheiro.
-Eu tive que colocar um balanço de pneu lá, para você poder brincar - o pai lembrou
-Era muito divertido, eu ia - ela abriu os braços - e vinha - ela escondeu os braços. - e ia de novo - reabriu os braços de deitou no travesseiro. - Eu ia bem alto, né papai?
-Ia sim filha.
-E você, Carol, gosta de balanços?
Eu encantada pela conversa respondi:
-Claro, sabe do que eu gosto? De fechar os olhos, parece que estou flutuando em um berço, indo e vindo, indo e vindo - representava o movimento com gestos dos braços.
-Vou tentar da pró...
-Desculpem, mas o horário de visita terminou. Temos que levar a Carol para a outra sala.
-Mas ela não está mal - Carol apontou para mim.
-Ela quis dizer Valentina - disse a mãe, piscando para a doutora
-Sim, quis dizer, Valentina deve ir para a outra sala - a doutora repetiu.
-Bem, está na hora - Carol suspirou
-O tempo passa tão rápido, não consegui falar com você direito. Bem, tenho que ir - disse por fim. Fui até Carol, lhe dei um beijo e um abraço - fale para seu pâncreas melhorar hein?
-Pode deixar.
Eu me retirei, para que os pais pudessem se despedir da filha. Depois eles se juntaram a mim
-Muito obrigado, Valentina, não conversávamos com nossa filha dessa maneira, há muito dias. - disse a mãe quase chorando
-Obrigado mesmo. - disse o pai.
-Não precisam agradecer, Carol é uma menina muito especial, o jeito que ela pensa, o que ela faz, é incrível como uma doença dessas, que são tão raras afetam crianças assim. - não devia dizer isso eu acho, pois a mãe escondeu o rosto no ombro de Arnold - Oh, me desculpem, eu não queria.... Eu não...
-Não Valentina, tudo bem. Ás vezes precisamos encarar os fatos e dificuldades que a vida nos traz. 
-E podemos aguentar isso com um ótimo abraço - e com isso os abracei e depois me distanciei - pelo menos era isso que minha mãe dizia. Bem Arnold e Rose, tenho que ir, desejo tudo de bom para vocês três. - disse já andando de costas.
Lembrei do seis que a Rose falou, espero que seja seis anos...

O resto do dia foi normal, cheguei em casa, e duas horas depois Carlos chegou, e então fomos assistir um filme, chamado Into the Wild, ou em português, Na Natureza Selvagem. Muito bom, poderia escrever muito sobre esse filme, mas não vou. Depois do filme fomos dormir. E esse dia, como outro qualquer, se foi.






 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

CARAMBA 1722 palavras. Recorde. Bem, gostaram? É isso leitores, espero que curtam o capítulo, pois a Fic está perto do fim =( . MTO OBRIGADO POR LEREM, se puderem deixem um review com conselhos, comentários e etc, isso ajuda muito. ATÉ MAIS GALERE



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prostituta Do Governo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.