Prostituta Do Governo escrita por Peregrino das Palavras


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Aqui vamos nós com Velentina...Quero dizer Caroline Luz.



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Cara, acordei pensando no Carlos no dia seguinte. Na verdade acordei com uma dor de cabeça. Era como se um tornado de acontecimentos tivesse passado pela minha cabeça com tudo que vem acontecendo, Caroline Litch, beijos, salão, Carlos, câncer, anéis, vôlei, encontros. Tudo veio atona, TUDO. Mal consegui levantar a cabeça do travesseiro - nota: o travesseiro não é nada confortável. 
Duas horas depois a dor de cabeça só piorou. Não aguentaria o dia, quero dizer o meu dia. Tentei me arrumar mas não consegui e desisti da ação, apenas fiquei com meu pijama de bolinhas e minha meia calça que nem tiro mais. Liguei para o Pru para explicar minha condição.
-Sério Bed? - ele disse - Val...bem...
-Que foi Pru? - disse com um enorme esforço.
-Você já perdeu...- estava contando nos dedos - acho que três dias de trabalho. Não posso ficar na recepção todos os dias - eu estava sentada e encostrada na parede. - Bed...eu sei que você precisa do dinheiro...mas não está dando...Bed?
-Sim Pru, eu entendo...me...me desculpa - desliguei o telefone
Fudida, eu estava fudida. Sem o dinheiro do salão teria que, no mínimo, ter dois programas em uma noite.
Tentei não pensar nisso. Mas não, eu devia pensar, se não o fizesse ficaria igual como antigamente na minha outra casa paga pelo meu pai, e não conseguiria comprar nem um pão. Pensei em fazer um currículo em alguma lan house, e mandar para alguma agência, ainda sei desenhar, na verdade minhas paredes do meu quarto eram todas cobertas por desenhos feitos por mim, rostos e corpos, feitos a carvão a maioria ( com a assinatura a caneta azul claro ).
Cheguei a conclusão, ou faria meu currículo e mandaria para alguém, ou começaria a vender morangos e rosas para sobreviver nesse mundo de loucos.  
Não consegui fazer nada neste dia, apenas colhi algumas flores e os morangos mais suculentos da minha orta para entregar ou a Carol por ser uma garota tão...tão...pura, poderia dizer? Ou a Carlos por ser tão diferente dos outros, ou a Pru por ter sido, finalmente, real com alguém, ou a Rose por estar tão destabilizada, ou a Arnold por estar sendo um ótimo pai protetor. 
Quando era quase quatro horas, horário que termino meu expediente no salão, quero dizer, que terminava, a dor de cabeça amenizou. Então resolvi levantar do balcão da cozinha, desligar meu rádio, o qual estava tocando Foster the People, e  colocar um vestido preto que cobria meus ombros, que possuíauma fita branca na cintura e tinha detalhes brilhantes, e foi só por esse detalhes que o comprei, eles me lembravam as gotas das chuvas quando elas passam bem na nossa frente. Recolhi todas as rosas e morangos que tinha colhido mais cedo e os coloquei em uma cesta, calcei uma sapatilha preta, peguei meu óculos escuro redondo e sai de casa.
Paradeiro? Bem... o lugar que eu mais detestava...o cemitério. Antes de passar pelo portão, grande, preto e com pontas afiadas em cada grade eu suspirei, aquele lugar só me trazia péssimas lembranças, mas cedo ou tarde teria que enfrentá-lo, afinal as pessoas vem e vão, principalmente as boas. 
Caminhei, e caminhei entre as lápides até chegar perto de uma árvore que dava lindas flores amarelas. Na lápide mais próxima estava escrito Alice Garcez Bed. Minha mãe. 

Fiz uma oração e joguei três rosas em cima da lápide, então me agachei.
-Oi mãe...-Não sabia o que fazer, nunca fiz isso antes - tudo bem? - silêncio - Aqui é um ótimo lugar para se deitar, ainda bem que você o pegou - estava quase chorando - Mãe você fica ai deitada e eu a invejo, a senhora não sabe como está aqui fora, um caos completo, não imagina como tudo está errado, como as pessoas estão. - Olhei pra baixo - sinto saudade da sua pureza, do seu aconchego... Olhe trouce morangos. - Coloquei os morangos em volta da lápide - Bem mãe, eu tenho uma amiga para visitar...-abracei a lápide por mais estranho que pareça, mas no momento não foi tão estranho, apenas o fiz - até mais mamãe, fique em paz.
Levantei e caminhei para mais distante da saída ainda, lá tinha outro tumulo, outra lápide, só que nessa estava escrito, Daniela Franco.
-Oi Dani, tudo bem? Desculpa a demora de anos, acho que só agora estava preparada para isso...ah olha isso - peguei meu celular da bolsa e coloquei Oasis para tocar, Wonderwall - Daora né? - Depois disso fiquei em silêncio até a música acabar, como nós fazíamos. - Bem Dani, olha aqui o que eu te trouce, morangos, sei que você gosta, e algumas rosas. - Peguei as rosas restantes e espalhei pelo túmulo, fiz o mesmo com os morangos. - Dani vou indo, até amanhã - me despedi como, também, fazíamos. 
Levantei olhei um pouco mais para a lápide, tirei os óculos e olhei para o céu, quando por acaso estava passando um bando de pássaros cantando. Foi o suficiente para eu me emocionar, pus o óculos e voltei, ao passar pelo o da minha mãe disse:
-Até amanhã mamãe. - esperei por um "Até minha querida" mas nada veio até meus ouvidos.
Quando eu estava quase chegando em casa, o carro de Carlos me abordou, fiquei surpreendida, ele saiu do carro com os olhos castanhos e barba mal feita, sempre me conquistava. 
-Oi Val, podemos conversar?
Não, fique longe de mim, não me deixe mais transtornada do que já estou, minha cabeça dói e agora só quero me deitar e pensar no dia de amanhã.
-Claro, estaciona o carro direito e entre.
-O.K
Ele o fez, enquanto eu entrava em casa, deixei a porta aberta. Estava no quarto tirando a sapatilha quando ouvi um:
-Licença!
-Toda! - respondi gritando - sinta-se a vontade já estou indo ai.
Quando voltei para a sala ele estava de pé na porta
Eu ri e falei
-Senta, por que está de pé?
-Porque sim - ele riu
-Está bem, mas agora sente - ele sentou no sofá - desculpa a bagunça - nem tinha bagunça, mas eu acho que é isso que as pessoas falam.
-Não, que isso.
Silêncio.
-E então? - perguntei curiosa
-Valentina - ele levantou, por que sentou então? -...Valentina Bed... Eu não sei porque mas você, me bagunçou...
Surpresa, é como eu fiquei novamente, como assim? Eu é que estou bagunçada.
-...eu penso em ti todas as noites antes de dormir, penso em uma vida com você no futuro - ele estava me assustando -...desculpa, estou me precipitando, mas quando te beijei tive certeza de que você...de que você...é a mulher com quem eu quero passar a vida.
Silêncio.
-Carlos...eu...eu não sei o que dizer. Mas olha pra mim, - estendi os braços como prova, - olha essa casa, eu não sou ninguém. Que vivem em lugar nenhum. Você definitivamente vai encontrar algo...melhor - não queria estar dizendo isso
-Não Val, nada disso importa, você é linda, é você, é com você que eu me vejo andando, é com você que eu me vejo feliz...
Nos olhamos intesamente.

-Carlos...cara...acho que estou te amando
Isso foi o bastante para ele me dar um beijo, e esse eu retribui, e não sai correndo. Uma coisa levou a outra, e uma coisa eu tinha certeza, estava apaixonada por Carlos.


 


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Notas finais do capítulo

Aiai, amanhã, tem mais, talvez ;)



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