Hitler E Sua Escova escrita por Harpia


Capítulo 8
Acht


Notas iniciais do capítulo

Continuando...



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Hitler escondeu o segredo de Eva da escova durante duas semanas. Foram duas semanas cheias de transas sobrenaturais. Na sexta-feira da segunda semana, avisou que iriam viajar para o campo onde poderiam relaxar antes do próximo plano anti-semita do Partido. Eles estavam muito animados para se deslocarem da cidade. Paul Von Hindenburg (presidente da Alemanha) também iria fazer parte da viagem, era um convidado especial, por isso Eva também iria porque Hitler queria impressioná-lo. Ás nove horas da noite, juntaram as malas e botaram o pé na estrada escura com alguns soldados disfarçados. A escova estava em seu bolso todo o tempo, é óbvio, ela jamais desgrudaria de seu amado. Chegando em Basdorf aproximadamente ás onze horas da manhã, Adolf mal havia descido do veículo e já estava sentindo o odor do mato impregnando em suas narinas.

– Que lugar perfeito para passarmos um tempo juntos, não é meu amor?– A escova sussurrou fininho em seu bolso.

As delicadas urzes e majestosos rochedos nos pés das colinas arborizadas que os cercavam era como uma paisagem pintada se desdobrando diante de seus olhos em milhões de tons de amarelo, verde, lilás e azul. A grama fazia cócegas em seus calcanhares e o som da água do riacho do outro lado da floresta era como uma melodia divina que ricocheteava o vale e fazia as ovelhas barregarem. De repente, o silêncio cordial foi quebrado pela voz de um velho ranzinza, bigodudo e de pança grandiosa que geralmente sempre tragava um grosso e marrom charuto irlandês e soprava a fumaça no rosto de seus empregados. Suas bochechas costumavam ser tão volumosas quando ele era mais jovem que agora eram meras pelancas.

Paul Hindenburg murmurou com o charuto entre os lábios carnudos e segurando o próprio cinto da calça como uma autoridade suprema. –Muito bem, muito bem Adolf. Onde está nossa casa?

– No topo da colina, senhor presidente– Adolf simpaticamente apontou com o dedo indicador; o mesmo que usava para enfiar na escova para dá-la prazer. – Sei que esse lugar pode não ser bom o bastante para hospedar uma autoridade como o senhor, mas...

– Esqueça a modéstia, esse lugar é fantástico meu jovem.

– Desculpe me intrometer, mas... Não trouxe ninguém de sua família?

– Não, meu escrivão teve que resolver uns assuntos na capital e virá mais tarde. Ele será minha única companhia durante essa semana de folga. Mulheres e crianças são despesas que eu dispenso – explicou, piscando centenas de vezes.

Incomodado com o TOC, Hitler sentiu uma vocifera vontade de arrancar seu nervo óptico e enforcá-lo com ele.

Eva desceu do carro se envolvendo num cachecol rosa e se aproximou do círculo que os cinco soldados haviam formado ao redor dos dois. – Deseja algo mais, querido presidente?

– Peça aos soldados para carregar nossas malas! – Hindenburg incitou à Eva e em seguida seguiu contando passos com sua bengala na direção da colina.

Se afastando no horizonte, Paul parecia um barril com tampa graças á seu chapéu, pois sem o chapéu pareceria apenas um barril comum. A escova espiou pela borda do bolso, gargalhou tão violentamente que acabou caindo, pois Hitler havia começado a caminhar. Com medo de ser pisoteada, tentou se agarrar ás calças de seu futuro marido, porém suas mãos eram lisas e por fim, ela foi abandonada no gramado junto com formigas e lama. Os humanos caminhavam celeremente demais para que ela pudesse alcançá-los. Num piscar de olhos o grupo inteiro já estava no topo da colina e não havia sobrado ninguém que pudesse ajudá-la. Ela ficou sentada numa pedra, arrancando flores do chão e cortando-as em mil pedaços. De repente, uma sombra humana de projetou no chão à sua frente. Berrando de susto, a escova virou-se para se certificar de que era seu amado.

– Hitler?

Ao olhar para cima se deparou com um corpo masculino albino cujo músculos se moldavam à roupa formal. De olhos cinzas e ossos ressaltados, seu rosto havia sido desenhado e moldado por anjos provavelmente, pois Deus criou todas as criaturas semelhantes à sua imagem. O suor escorrendo em sua testa franzida e sua língua umedecendo seus lábios secos a excitou de uma forma que Hitler nunca conseguiu. O desejo a invadiu e a paixão a explodiu.

Ele começou a se explicar enquanto passava a mão no cabelo tão loiro que chegava a ser branco. – Não! Sou Stefan, o escrivão do presi...! Espere, você é uma escova e você fala!

A escova lembrou-se de que humanos não estavam acostumados a ver coisas incomuns e botou-se à correr através do vale. – Você está tendo uma alucinação!

Stefan correu atrás dela, esboçando um sorriso sapeca típico de quem adorava caçar um rabo.


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Notas finais do capítulo

Oh não