Be Your Everything escrita por Rainy


Capítulo 12
Capítulo 11 - Fique longe dela


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu particularmente adorei esse capítulo. Principalmente o final -v-
Espero que gostem *o*



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– Katherine, está tudo bem? – Puxei a coberta o suficiente para encarar Ania encostada no batente da porta. Sua boca estava tensa e ela me olhava numa mistura de preocupação e pena.

– Estou bem, Ania. – Dei um longo suspiro e me acolhi ainda mais nas cobertas. Estava na cara que eu não estava nada bem. Bem era uma das ultimas palavras que poderiam caracterizar o meu humor.

– Tem certeza? – Arqueou a sobrancelha e foi se aproximando com leves passos, indo em direção à cortina e a abrindo, fazendo um enorme clarão adentrar o quarto. Puxei a coberta e cobri meu corpo por completo, só sentindo Ania se sentar na cama. – Você não saiu desse quarto desde ontem, nem mesmo para comer. Alguma coisa aconteceu quando você saiu?

Sim. Nathaniel Champoudry aconteceu. A dor da minha existência. A parte ruim da minha vida. O fungo da minha manga. O tal do ex-namorado.

Mas é óbvio que não ia contar isso pra ela então as únicas coisas que saíram da minha boca foram:

– Vou tomar banho.

E assim sai muito relutante da cama e fui em direção ao banheiro. Fiquei me encarando no espelho por pelo menos vinte minutos, pensando na merda que iria fazer.

Depois que fui expulsa da cafeteria por ter jogado chocolate quente na cabeça de Nate e voltei pra casa, acabei recebendo uma mensagem do idiota em plenas duas da madrugada da qual dizia que queria me encontrar no sábado. Fiquei o dia de sexta feira inteiro trancada no quarto com um estoque de Coca-Cola – da qual eu roubei do Niko. –, Pringles, jujubas e chocolate. Vou virar uma gorda? Sim, mas isso não importa dada a crise da situação. Da trágica situação. Da merda de situação!

Desculpa, vou retomar ao que realmente importa.

Despi-me e entrei na banheira com água gelada que tem o estranho poder de me acalmar quando eu estou à beira de um ataque de nervos. A qualquer momento eu poderia ter um pire-paque, AVC ou qualquer coisa do gênero. Eu não quero ver ele, não quero falar com ele, não quero nem olhar pra ele ou sentir seu doce perfume que antes me fazia ir para o céu e voltar. Eu o odeio. O odeio muito e é só pela minha curiosidade que supera esse ódio que é o motivo de eu ter topado me encontrar com ele.

Sai do banho e escolhi uma roupa. O dia estava quente e mais uma vez teria que me despedir das minhas maravilhosas calças jeans. Passei um corretivo pra tirar aquelas olheiras malditas que eu adquiri por uma péssima noite de sono e depois só penteei o cabelo. Voilá. Estou pronta para encontrar o demônio.

– Posso saber aonde a mocinha vai? – Niko se colocou na minha frente assim que sai do quarto. Ele estava com os cabelos molhados e presumi que tinha acabado de sair do banho. Usava aquela sua calça larga que deixava aquelas ''entradinhas'' bem visíveis e seu peito escultural estava à mostra. Oh, tentação...

– Não! – Passei ao seu lado e esbarrei no seu ombro, dando um leve sorriso triunfante quando notei que ele estava me seguindo. – O que você quer? – Me virei para encará-lo.

– De você? Nada. Agora com a Ashley o papo é outro... Vou me encontrar com ela agora. – Piscou o olho e sorriu petulante, cruzando os braços em seguida e retomando aquela pose de bad boy que ele tinha logo que eu cheguei ao país. O idiota estava me provocando, cutucando a onça com a vara curta como dizem e o pior é que ele conseguiu, mas é ÓBVIO que eu não ia demonstrar a minha insatisfação por ele estar indo encontrar aquela vaca retardada.

– Que bom pra você. Também vou encontrar uma pessoa, sabe, um amigo bem próximo. Muito próximo. – Não sei da onde eu tirei a ideia de chamar o Nathaniel de amigo já que eu tinha aversão aquele palhaço, mas ver a cara de pateta que Niko fez quando eu disse aquilo foi impagável! Ah, vingança...

– É mesmo? E posso saber quem é esse seu amiguinho? O nome dele? Idade? Já ficou com ele por acaso? – Foi despejando as perguntas de uma forma tão rápida que demorei um tempo para entender. Aquilo por acaso era...

– Niko... Você está com ciúmes de mim? – Arqueei a sobrancelha e cruzei os braços.

– O quê?! Nunca vou ter ciúmes de você, algodão doce. Poupe-me dos seus delírios. Agora sai da minha frente que eu vou encontrar a...

– A Ashley! – O interrompi. – Já sei que vai encontrar ela, merda, não precisa ficar repetindo isso. – Falei indignada com a tamanha burrice dele de colocar a língua dentro da boca cheia de germes daquela cara de kibi.

– Oh, senhorita Moore, isso por acaso é ciúmes? – Agarrou uma camisa que estava em cima do sofá e a vestiu. Ai, como eu queria ser essa camisa... OI? NÃO, NÃO QUERIA SER ESSA CAMISA!

– Claro que não.

– Ótimo.

– Ótimo.

– Beleza.

– Beleza.

– Ah, foda-se isso. To caindo fora.

Revirei os olhos e bufei, enquanto o acompanhava até fora de casa. Entrei dentro do elevador e ele entrou logo em seguida. Um clima pesado se instalou enquanto o tempo parecia passar na maior lentidão enquanto íamos passando pelos andares. Eu queria muito falar pra ele que meu ''encontro'' na verdade eu era assassinando um ex-namorado e que eu só queria voltar ao tempo que ficamos sozinhos naquele carro, mas meu orgulho ferido é maior e, como sempre, não vou dar o braço a torcer. Tenho minha dignidade, pelo amor de Deus.

– Oi... Ashley! – Ele atendeu ao telefone todo alegre e eu tive que me controlar muito pra não pegar aquele celular e pisar nele. Idiota. – Eu to bem sim... Amor. To louco pra te encontrar, sabe? ... Também estou com saudades. SIM, MUITAS SAUDADES!

– Dá pra parar de falar alto?! Não vê que isso incomoda as pessoas? – O encarei de relance e um sorriso vitorioso estava em seus lábios, o que só me fez bufar de raiva.

A porta do elevador se abriu e assim que sai acabei esbarrando com o Fred, que falava ao telefone e nos olhava confusos.

– Cara... Por que tu tava me chamando de Ashley? – Aquilo me fez arregalar os olhos e olhar para Niko, que bateu com a mão na testa. Não acredito que ele fingiu estar falando com aquela lombriga anoréxica só porque eu estava ouvindo. – E disse que tava com saudades... Ai bro, não sou gay não.

– FRED, SEU BURRO! – Niko gritou, chamando a atenção de todos no hall. – INÚTIL!

– E VOCÊ É UM VIADO ENRUSTIDO! – Fred gritou de volta e olhou emburrado para Niko. O mesmo nos olhava espantados e eu já estava no chão de tanto dar risada. As lágrimas já saiam dos meus olhos e minha barriga começou a doer.

– Vamos embora. – Niko colocou as mãos no ombro de Fred, o virando para a saída.

– Tu é meu amigo, mas nem vem me dar dedada não. Já disse que não sou gay. – Foi a ultima coisa que ouvi Fred dizer antes que Niko o esbofeteasse na cabeça e falasse que também não era gay. Os perdi de visão e finalmente consegui levantar do chão com a ajuda de um senhor que passava. O agradeci e sai do prédio, indo ao local que Nathaniel combinou para que nos encontrássemos.

Droga. Ainda tinha esse encosto... Se eu sou azarada? Ah, magina...

O local marcado foi em uma praça bem fácil de ser localizada. Cheguei uns minutos antes do horário marcado e me sentei na borda de uma fonte muito bonita que tinha ali. A estátua da fonte era um cupido que apontava sua flecha o grande relógio da cidade. Voltei minha atenção para a praça e a mesma era decorava com várias flores vermelhas, roxas e amarelas. A grama era bem verde, parecendo daqueles filmes de cinema e algumas crianças brincavam com seus pais e era possível ver casais se paquerando. Continuei a olhar em volta e vi uma senhora passar próxima a fonte. Era Carminia, a mulher que eu encontrei naquele luau maluco. Ela nem percebeu a minha presença, jogou uma moeda na fonte dizendo algumas palavras que não pude distinguir e logo foi embora.

''Fique alerta com os fantasmas do passado! Eles podem te assombrar da pior forma possível.''

O que ela disse naquele dia acabou ecoando em minha cabeça. Não é que ela estava certa... De uma maneira meio cafona e assustadora, mas estava certa.

– Sentiu minha falta? – Uma voz conhecida soou bem atrás de mim e quando virei acabei dando de cara com Nathaniel. Suas vestimentas eram uma bermuda preta, camisa de gola v branca e um vans azul. Seu cabelo estava perfeitamente cortado e seus olhos estavam bem expressivos olhando na minha direção.

– Claro. – Levantei e o olhei de cima a baixo. – Que não. O que você veio fazer aqui?!

– Vamos dar uma volta. – Ignorou minha pergunta e apontou para uma direção da praça que tinha grandes árvores e consequentemente muita sombra. Ele começou a andar e eu fui caminhando logo atrás dele, mantendo certa distância para garantir minha sanidade mental.

Chegamos até um local mais afastado e coberto pelas árvores. Nathaniel se sentou e bateu as mãos no banco, convidando-me para sentar. Fui até lá com certo receio e preferi manter a distancia entre nós, que logo foi rompida por ele. Aproximou-se e passou seu braço ao redor de mim, apoiando-o no encosto do banco.

– Então, Nathaniel...

– Prefiro Nate. – Me interrompeu.

– Não dou a mínima para o que você prefere. – Um riso seco saiu da sua boca assim que terminei minha fala e ele me encarou, como se seus olhos queimassem os meus, mas não de um jeito bom como era com o Niko. Era um desconforto horrível e eu não via a hora de sair dali.

– Sempre tão difícil, não é belle? – Levou sua mão até minha bochecha e eu recuei no mesmo instante. Suspirou e voltou a me olhar. – Respondendo a sua pergunta, eu vim até aqui por você. Quero uma chance de consertar o que eu fiz.

– O que você fez não tem conserto. Se veio até aqui pra ter o meu perdão, sinto muito, mas não vai tê-lo. Seria melhor pra ambos que você tivesse permanecido na França, a quilômetros de distância de mim. Agora, se foi só isso que você queria me dizer...

– Não, não foi. Eu... – Abaixou seu olhar e abriu a boca várias vezes, não sabendo ao certo se devia dizer ou não. Pra minha infelicidade ele disse o que eu definitivamente não queria ouvir. – Eu te amo, Katherine.

– Quê?! – Levantei do banco e o encarei incrédula. – Você só pode estar brincando comigo.

– Não, Kath, não estou. Eu realmente te amo e me arrependo do que fiz. Você tem que acreditar em mim. – Se levantou e segurou meus braços, olhando-me suplicante.

Balancei a cabeça negativamente e tentei me soltar, mas isso só foi que Nathaniel me apertasse ainda mais.

– Você tá me machucando. – Falei entre os dentes.

– Por favor... Me perdoa. Eu quero que você seja minha de novo, ma belle. Só minha. – Ele foi se aproximando bem devagar e eu não sabia o que fazer. Fechei os olhos o mais forte que pude e contraí os lábios. Eu não queria beijar ele. Eu não quero beijar ele!

– EPA, EPA, EPA, O QUE TÁ ACONTECENDO AI? – Só tive tempo de abrir os olhos e ver Niko me afastado de Nate.

Como é que ele sabia que eu estava ali?

Ah, quer saber, isso não interessa. O importante é que ele estava ali.

– Nada... Eu só... Eu me chamo Nathaniel. – Estendeu a mão para Niko, mas ele por sua vez não retribuiu o ato, deixando Nate com cara de tacho.

– E daí? – Niko disse, fazendo pouco caso.

– E daí que eu sou o ex-namorado dela. E você, quem é?

– Meu nome é Niko e rela a mão na minha Katherine mais uma vez e eu quebro a tua cara. Entendeu?


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Notas finais do capítulo

Gostaraaaaaam?
Não se esqueçam de comentar ;)
Até o próximo, leitoras lindas ♥