Learning To Love escrita por Maniper


Capítulo 6
Capítulo O6. Ele me ama


Notas iniciais do capítulo

Pois é, em pleno domingo, estou aqui, enfim.. Muito obrigada a todos que estão comentando! Eu fico muito, muito feliz *-*
~ fantasmas apareçam, senão vou jogar praga u.u brincadeirinha aheioaheoa mas eu não mordo ~

Boa leitura!



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Depois daquele dia em que vi os dois discutindo no corredor, eu evitei o Neitan ao máximo mas com o passar de 3 semanas já não fazia tanto sentido, e ele parecia cada vez menos inofensivo. Nick estava mais calmo quando notou que não iria acontecer nada e já se passaram 2 meses.

Naquele mesmo dia, minha mãe me levou para almoçar com o Jonny e oficializaram o namoro, estão juntos desde então, estou até gostando de ter um padrasto.

Hoje é sábado e está tendo simulado na escola. Na verdade, só quem está interessado que vai, os vestibulares estavam chegando e a pressão só aumentando.

— Festa hoje, hein? - Neitan disse aparecendo do meu lado.

— Que mania que você tem de aparecer do nada - eu disse e ele riu.

— Não é mania, é dom - se gabou, empurrei ele pro lado.

— Nick não está muito afim de ir - comentei - parece cansado.

— Não é pra menos, ontem eles treinaram muito, exagero, mas não é por causa disso que não quer ir - ignorei o comentário, fiquei super curiosa mas não perguntei o porquê.

— Não é exagero pra você quando é luta - observei a boca dele formar um "O".

— Nem pra você quando é estudo - brincou.

— Você também se importa - ele levantou a mão fazendo eu parar.

— Não disse que não me importo - cantarolou e nós rimos.

Por mais que eu estivesse evitando-o, nós parecíamos cada vez mais próximos um do outro e eu sentia isso toda vez que conversávamos longe do Nick.

— Foi bem? - perguntei me referindo ao simulado. Ele entendeu.

— Peço que não se decepcione quando o meu nome estiver em primeiro lugar na classificação - fiz cara de tédio e ele sorria tranquilamente.

— Você se acha demais, cade a humildade?

— Opa, estou brincando - disse sério - eu não gosto quando fala assim, me sinto um nada.

— Talvez seja - sorri e ele arqueou a sobrancelha esquerda - brincadeira, pugilista.

— Linda - disse de repente e eu corei violentamente. Neitan abriu um sorriso de lado, tinha gostado.

— Até mais tarde - disse meio desnorteada e andando rapidamente.

— A saída é do outro lado - Neitan gritou para mim, assenti e me virei andando na outra direção - adoro o efeito que tenho sobre você.

Podia ouvir a risada dele nas minhas costas. Que ódio. Ele era um filho da mãe, eu ficava realmente perdida perto dele. Pensei no Nick e andei até o meu carro.

Durante o caminho escolhi mentalmente uma roupa para ir na tal festa. Olhei no meu celular para ver a hora, 13h21 e tinha uma ligação perdida do meu namorado, liguei para ele quando cheguei em casa.

— Chegou agora? - notei que a voz dele estava um pouco alterada.

— Foi, aconteceu alguma coisa? - perguntei e pude ouvir a risada dele.

— O Neitan me irrita.

— Ele me ama! - Neitan gritou no telefone. Eu ri.

— Sai daqui, babaca - ouvi Nick bater a porta, provavelmente do quarto.

— Você me pega as 20h?

— Sim, acho que vou até chegar um pouco mais cedo, senão eu vou matar o meu irmão - estava realmente irritado.

— Tudo bem então, até daqui a pouco - disse e desliguei.

Mamãe estava trabalhando, então esquentei o resto da janta do dia anterior, comi e fui para o meu quarto. Deitei na cama e acabei acordando as 17h, eu tinha dormido muito. Corri para o banheiro, tomei banho, lavei o cabelo e me depilei, queria aproveitar a noite com o Nick, andava tão desanimado nos últimos dias, as vezes até parecia me evitar e eu torci para que isso fosse coisa da minha cabeça. Já estamos juntos há 4 meses e o meu sentimento por ele não mudou muita coisa, por mais que eu tente, dizer um "eu te amo" é mais difícil do que pensei. Acho que ele está percebendo que não vai conseguir e talvez queira desistir de nós. Eu gosto dele, de estar com ele, tão carinhoso, peça rara mas ainda não é a minha hora, ele não é a minha alma gêmea.

Terminei de me arrumar as 18h23. Tinha colocado uma saia jeans branca curta, camisa pólo preta e all star preto no pé. Não me produzi muito por falta de vontade mas sabia que só isso já iria provocar o meu namorado. Trança embutida jogada para o lado direito.

Desci para comer alguma coisa, estava com fome. Acabei comendo um pouco de salada de frutas que tinha na geladeira. Subi para escovar os dentes e quando estava saindo do banheiro, pude ouvir alguém tocando a campainha, deduzi que era o Nick, já que ele sabia que eu não gostava que usasse a buzina.

Peguei a minha carteira de mão branca, em cima da cama e desci.

— Que linda - ele sorriu quando abri a porta. Não parecia nada animado, pelo contrário, seus olhos mostravam angustia e eu fingi não perceber.

Vestia camisa gola V cinza, calça jeans clara e supra verde, um pouco chamativo.

— Você - sorri e dei passagem para que ele entrasse. Ainda era 19h e a festa só começaria as 20h.

Fomos até o sofá em silêncio, liguei a TV que estava no canal de esportes, escondi um sorriso ao ver que Neitan estava dando uma entrevista, eu já tinha visto na noite anterior, ele mesmo mandou uma mensagem se gabando pedindo para eu assistir, por isso estava naquele canal mas Nick pareceu surpreso, aumentou um pouco o volume e ficou atento a tudo que o irmão dizia.

— Além de bom lutador, soube que também faz sucesso com as garotas, Neitan - disse uma repórter e dava para perceber que estava dando em cima dele. Ele ignorou essa parte.

— Quem me dera - sorriu tímido - está mais para elas fazerem sucesso comigo.

Eu e o Nick rimos, assim como o pessoal da TV.

— Como assim? O melhor lutador da liga está solteiro? - a moça insistiu.

— Sim - ele respondeu como se fosso óbvio e pegou o iPhone no bolso, viu alguma coisa e sorriu - quero aproveitar para mandar um beijo pra minha cunhada Kamilla que está me assistindo.

— Cunhada? Seu irmão gêmeo namora então? - outra moça perguntou. Só tinha mulher naquele programa, incrível.

— Namora, e ela é linda - sorriu maliciosamente e eu senti o meu ego ficar do tamanho do mundo. Todos do programa ficaram meio confusos, elogiar a cunhada assim não era muito normal.

Senti que Nick ia surtar a qualquer momento ao meu lado, desligou rapidamente a TV. Eu tinha esquecido dessa parte da entrevista, que droga, te mato, Neitan!

— Babaca - ele disse indo tomar água. Ele estava tremendo e eu não entendia nada.

— O que foi? - perguntei seguindo-o.

— O que foi? Como consegue me perguntar uma coisa dessas? - Nick levantou a mão pra mim e eu afastei, um pouco assustada - ele sabe, ele sabe de tudo, fica me provocando.

Percebi que mais falava sozinho do que comigo. Fiquei confusa e ele arregalou os olhos quando percebeu que tinha dito aquilo em voz alta.

— Ele sabe de tudo? Do que está falando? - franzi o cenho e parecia que a veia no pescoço dele ia saltar para fora.

— Nada, Kamilla - disse irritado e virando as costas pra mim. Bufei.

— Ótimo - tirei o tênis - pode ir a droga dessa festa sozinho, acho que está precisando.

— Quer saber? - pegou as chaves do carro em cima da mesa de centro - eu vou mesmo.

Fiquei boquiaberta e quis dar um soco nele, bem como o Neitan havia me dito para fazer se Nick me estressasse. Não deu tempo de dizer nada, ele já tinha saído porta a fora e me deixou plantada.

Respirei fundo e subi para o meu quarto, iria trocar de roupa. Foda-se o papo de não magoá-lo, quem pensa que é? Não sou qualquer uma para falar daquele jeito comigo. E eu estava tão confusa, já estava agindo estranho comigo, depois esse surto repentino, ai tinha coisa.

Ignorei os meus pensamentos e coloquei uma calça jeans surrada, blusa de frio cinza da GAP(ficava enorme em mim), mas voltei a colocar o all star.

Deitei na cama e senti o meu celular vibrar. Era uma mensagem do Nick.

"Me perdoa, anjo, perdi a cabeça. Você é tudo pra mim, venha até a festa, preciso de você."

Que filho da mãe. Acha mesmo que depois daquilo tudo acabaria bem? Não o respondi e quando deu 22h senti a minha consciência pesar, não podia fazer isso com o meu melhor amigo.

Nem troquei de roupa e peguei a chave do meu carro. Dirigi rapidamente até a tal festa e estacionei um pouco longe, quase não tinha vaga. Estava lotado, a casa era enorme, um sobrado que pegava praticamente metade do quarteirão. Não tinha muita gente fora da casa e pude ver Neitan sentado na beira da piscina, algumas meninas conversavam e ficavam olhando para ele, mas o mesmo estava sozinho. Usava um boné vermelho e preto para trás, parecia um skatista, um oakley marrom claro, blusa xadrez, azul e verde, calça jeans preta.

As garotas me encararam curiosamente quando me viram chegar perto dele, uma delas sorriu como se dissesse: cuidado com a patada. Ri por dentro e toquei o ombro dele, fazendo-o olhar pra mim. Neitan parecia surpreso ao me ver e logo levantou.

— Não parece vestida para uma festa - comentou olhando para minha roupa. Reprovei o que ele disse com o olhar.

— Estou procurando o seu irmão - disse e ele balançou a cabeça.

— Devia voltar pra casa - os olhos dele pareciam mais escuros agora, nunca os vi daquele jeito e a voz era autoritária.

— Ah, me desculpe, pai - fechei a cara e ele pegou a minha mão me puxando para fora da casa.

— É sério, vai embora - pediu e olhou para baixo.

— Por que?

— Sem perguntas - Neitan estava me deixando nervosa. Não tinha me ajudado em nada, eu queria falar com o Nick, esclarecer tudo.

— Se não quer me ajudar, pelo menos não atrapalha, Neitan - disse entre dentes e ele enfim soltou a minha mão.

— Depois não diga que não avisei - virou as costas e foi em direção a piscina.

— Onde ele está? - perguntei e ele parou, ficando de frente pra mim.

— Não sei - estava sendo sincero - procure no andar de cima, é mais provável.

— Obrigada, Neit.

— Não vai me agradecer depois - parecia frustrado.

— Está tudo bem? - perguntei e ele virou as costas. Bufei.

— Estou ótimo - eu podia jurar que a voz dele era de choro. Não aguentei e fui atras. Não sei porquê mas abracei-o por trás, foi automático e pude sentir o corpo dele ficar estático, me arrependi rapidamente quando soltei-o e ele me olhou nos olhos. Eu estava certa, ele estava mesmo chorando.

— Ei, não confia em mim? - disse e ele soltou um sorriso de lado.

— O que faria para não ver quem você ama sofrer? - perguntou de repente. Fiquei surpresa com a pergunta. Eu não era a pessoa certa para responder, nunca tinha amado alguém, mas tentei responder o óbvio.

— Fugiria com ela - sorri e ele deu uma risada abafada - sinceramente? Não sei. Mas tentaria protegê-la de qualquer forma.

— Você quer dar uma volta? - Neit tirou as chaves da moto do bolso e os meus olhos brilharam, mas logo lembrei o que tinha que fazer.

— Não posso, preciso falar com o Nick - respondi. O sorriso dele desapareceu e voltou aquela expressão de dor ao rosto dele. Eu estava começando a ficar preocupada.

— Por favor, a gente volta antes da festa terminar - fez cara de cachorro abandonado - isso aqui vai longe, tem bebida demais.

— Está bem - me rendi e ele colocou o braço sobre o meu ombro esquerdo - espera! Você não está com cheiro de álcool.

Imitei um animal quando cheira o outro, Neitan riu alto.

— Eu não bebo, bobinha - fiquei boquiaberta.

— Me engana que eu gosto - brinquei.

— Irônico é ver você dizer isso - percebeu que tinha falado merda e corrigiu - quer dizer, eu não posso por causa das minhas dietas e também não faz muita diferença.

— Você não existe - fingi estar me abanando e ele apertou minha bochecha.

— Para de ser linda - pediu e eu fiz cara de tédio. Por dentro eu pulava de alegria.

Subimos na moto e nem perguntei aonde iríamos. Neitan dirigia rapidamente e o ronco da moto me fazia arrepiar. Parou em um posto e dois caras vieram cumprimentá-lo.

— Trouxe a sua garota hoje - disse um cara que devia ter lá os seus 27 anos, loiro, olhos castanhos.

— Ah não - Neitan ficou sem graça e eu ri - ela é minha cunhada.

— Você não presta, cara - um moreno comentou e eu arqueei a sobrancelha.

— Como assim?- perguntei curiosamente. Logo nos sentamos em umas mesinhas da conveniência.

— Neit sai todo dia com uma garota diferente, disse que só iria trazer uma aqui se fosse a garota dele, e que engraçado, temos a sensação de que você é a garota - o moreno continuou. Tenho certeza que corei violentamente e Neitan ficou vermelho de raiva. Que conversa era aquela? Eu era a garota dele?

— Me leva de volta - eu disse levantando. Neitan suspirou mas não se levantou - agora, Neitan.

Ele levantou sem vontade e abaixou a cabeça. Olhei para os dois caras e o moreno parecia arrependido de ter dito aquilo. Fomos em direção a moto em silêncio. Ele dirigiu ainda mais rápido e dessa vez eu senti medo. Chegamos na casa e eu desci da moto sem esperá-lo.

— Eu sinto muito - disse chegando ao meu lado. Como ele conseguia andar tão rápido? Olhei-o e a expressão dele era indecifrável.

Andei até a entrada da enorme casa e já corri em direção as escadas. Percebi que as pessoas me olhavam, provavelmente pela minha roupa mas ignorei. Não precisei procurar muito e vi Nick, só que não como esperava vê-lo, tinha uma garota agarrada ao pescoço dele e eu senti o meu sangue ferver. Sim, eu não o amava mas isso era muita sacanagem. Eu ia chegar perto deles mas ouvi a garota dizer:

— Neitan está triste - a voz dela era irritante.

— Foda-se, ninguém mandou ele ser curioso - Nick respondeu, não parecia abalado com o que aconteceu mais cedo.

— Eu tenho nojo da sua namorada - ela disse e eu quis fazê-la engolir cada palavra. Nick riu e quando ia dizer alguma coisa. Cheguei perto.

— E eu tenho nojo dele - olhei para Nick e ele estava surpreso ao me ver ali. Empurrou rapidamente a garota para longe dele - não adianta disfarçar, eu já vi.

— Deixa eu falar - pediu, estava cheirando a vodka.

— Era isso que o Neitan sabia, não é? - perguntei já sacando tudo.

— Não sei do que está falando - tentou fugir da conversa.

— Não me importa mais - virei as costas e comecei a correr quando vi ele me seguir.

Não sei como não cai naquela escada. Empurrei tanta gente e ouvi muitos xingarem por eu correr entre eles. Ainda corria quando vi Neitan conversando com uma garota. Eu não podia perder aquela oportunidade.

— Você sabia! Sabia de tudo! - eu gritei e Neitan apenas assentiu - e não me contou nada, Neit?

— Eu pedi pra você ir embora - a voz dele estava embargada, estava frustrado e pude ver algumas lágrimas escorrerem pelo rosto dele, também senti elas me invadirem quando vi aquela cena. Eu não senti nada além de raiva quando vi Nick com outra garota, mas senti uma dor imensa em saber que ele tinha omitido aquilo de mim.

— Kamilla! - era Nick e quando me virei, ele estava perto demais para que eu pudesse fugir. Fui atras do Neitan e ele não se importou, parecia esperar por aquele momento - deixa ela, babaca.

Nick estava chorando muito e eu queria sumir.

— Me perdoa - pediu e ele balancei a cabeça - por favor, amor, eu te amo.

— Amor? - fiquei de frente para ele - depois do que vi, como ousa dizer que me ama?

— E o que você queria? - Nick estava inconformado - você não me ama, quando a Julie disse que me amava eu fiquei maravilhado, mas você, nunca se importou.

Fiquei paralisada e chorei alto. Agora várias pessoas estavam em volta da gente, eu só queria ir pra bem longe. Senti a mão do Neitan no meu ombro.

— Eu não tenho culpa se não te amo - respondi olhando para o chão - você sabia disso, Nick, podia ter me falado que as coisas não estavam bem.

— Você nunca percebe nada quando é comigo - Nick disse e apontou para o Neitan - mas quando ele fala ou faz alguma coisa, você não esquece.

— O que quer dizer com isso? - perguntei com o cenho franzido.

— Assume que vocês tem um caso, Kamilla! - ele gritou e eu fiquei assustada - Assume!

Voltei a chorar e Neitan entrou na minha frente.

— Ela não é assim - disse me defendendo - nós não temos um caso.

Nick estava esperando que eu dissesse isso. Eu estava inconformada. Tirei a aliança do meu dedo e coloquei no bolsa da calça dele.

— Essa é a minha resposta - eu virei as costas para os dois, xinguei mentalmente pelo carro estar longe.

— Então é verdade - Nick ainda me seguia.

— Vai se ferrar! - gritei e pude ver nascer um sorriso nos lábios do Neitan - Eu não sou uma vadia que fere os sentimentos dos outros! Sou fiel! Diferente de você!

Meu ex-namorado ficou mudo e eu sabia que estava um bagaço, dei graças a Deus por não ter um espelho ali porque eu só me sentiria pior. Antes de entrar no carro, me virei novamente e disse:

— Ainda me diz que ele não é uma boa companhia? Sério? Neitan nunca passou dos limites comigo, ele te respeita. Agora você, duvidou de nós dois! E se ele fosse tão canalha como vive dizendo, por quê o mesmo não me contou que estava me traindo?

— Está brincando, não é? - Nick riu sem humor.

— Calado - Neitan ameaçou.

— Ou o que? Você sabe que não pode lutar fora da academia - soltou com um ar de vencedor e Neitan estava quase tendo um ataque de tanto que batia o pé no chão, ele tinha esse tique - o babaca fez uma aposta idiota com os amigos e o trato era que conseguisse um beijo seu e adivinha? Depois de tentar te conquistar, ele acabou se - Neitan o interrompeu:

— Fecha o bico! - Neit disse entre dentes, nunca o vi daquele jeito.

— O Neitan te ama - Nick zombou como se fosse algo distante da realidade do irmão.

Contive um sorriso. Neitan fitava o chão mas eu não podia resolver nada com ele naquele momento, era só com o Nick.

— E daí? - eu disse - isso não explica a sua atitude.

— E daí? - Neitan disse triste e se afastou de nós. Me odiei por ter dito aquilo e Nick ria.

— Parabéns, partiu o coração de duas pessoas na mesma noite - Nick também se afastou e eu entrei no carro chorando.

O caminho para minha casa foi torturoso. Quando cheguei as 23h40, minha mãe e o Jonny estavam na sala, sorriram ao me ver mas logo a expressão deles mudaram ao ver o meu estado. Não queria conversar com ninguém. Subi tropeçando na escada, bati a porta do quarto com força e me afundei na cama.

O meu melhor amigo havia me traído. Agora era meu ex-namorado. O irmão dele me amava e eu nunca percebi. Os dois choraram por minha causa porque sou uma insensível.

Chorei alto entre as batidas frenéticas na minha porta. Ignorei a minha mãe e acabei adormecendo. Acordei com uma dor de cabeça enorme e eu nem tinha bebido nada. Respirei pesadamente e fui tomar um banho. Olhei pela janela e o carro da minha mãe estava lá. Que ótimo, eu teria que conversar com ela.

A água caía e com ela vinha todas as lembranças da noite anterior. Como eu reagiria daqui pra frente? O pior de tudo, eu era culpada ou vítima? Me rendi saindo do quarto e minha mãe me olhava curiosamente.

— O que aconteceu? - perguntou. Sentei-me no sofá.

Depois daquela imensa confusão, meu fim de namoro, as desconfianças, depois de tudo, a única coisa que consegui dizer foi:

— Ele me ama - e um sorriso bobo nasceu nos meus lábios.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso.. Espero que gostem. DEIXA REVIEW PRA TIA? *O*

Beijos, leitores lindos!