Nova York, Nova casa

O que pensar quando seu ex-namorado, que você ainda ama, está morando na casa ao lado da sua? Alice está em misto de sentimentos, felicidade, indecisão, medo, ansiedade...

Ela deveria dar uma de desentendida e fingir que nem reparou sobre o refugio. Ou talvez, ela deveria dar uma de louca e bater na porta de Tomás. Sim, eras das ótimas ideias, mas qual delas seguir? Esse erra o maior problema.

– Alice, tá tudo bem? - Branca perguntou desempacotando alguns pratos e louças

– Aham - Alice respondeu

– Gostou da casa? - Branca novamente perguntou

– E como...Principalmente da localização - Alice ironizou rindo em pensamento

– O que tem a localização ? - Hannah se intrometeu no assunto

– Ah, nada. Quer dizer, ouvi dizer que tem uns restaurantes bem legais aqui - Alice desviou o assunto

– Você sabe onde fica algum? Podemos jantar fora hoje a noite. - Branca propôs

– Na verdade, não sei direito. - Alice indagou, pelo que Tomás lhe dissera o único estabelecimento de alimentação ali perto era uma pizzaria.

– Mãe, já conhece nosso vizinhos ? - Hannah perguntou, Alice engasgou-se com a própria saliva

– Alguns, mas esse da casa ao lado, nunca dá as caras. Me disseram que entra só com mulheres em casa - Branca respondeu revirando os olhos

– Mas, ele tem entrado com muitas garotas? - Alice perguntou matando Tomás em pensamento

– Não perguntei da intimidade do rapaz - Branca repreendeu Alice

– Mas então, vamos dar uma voltinha por ai Alice? - Hannah perguntou arrumando desculpa pra sair de casa

– Pode ser - Alice aceitou.

– Juízo, e cuidado com o cara ao lado! - Branca gritou em quanto as meninas fechavam a porta

Alice e Hannah saíram da casa, caminharam algumas quadras em silêncio, observando a nova rua. Mas se engana quem pensa que foi só pra isso que Hannah convidou Alice pra sair.

– O que me espanta é você achar que pode me esconder as coisas - Hannah disparou subitamente

– O que? - Alice perguntou confusa

– Eu sei quem é o cara da casa ao lado, Nick me disse - Hannah despejou, Alice arregalou os olhos

– Nick fala demais - Alice praguejou

– E o que você vai fazer ? - Hannah perguntou

– Nada - Alice respondeu dando os ombros

– Como assim nada? - Hannah repreendeu

– O que você espera que eu faça? Bata na porta do Tomás e diga: " Ah, oi, eu sou sua vizinha, vamos voltar por que eu ainda te amo" ? - Alice ironizou forçando a voz a ficar fina

– Isso até que não má ideia - Hannah pensou alto

– Poupe-me - Alice indagou

– Sério Alice? Mais uma vez você vai deixar ele ir embora? Deixa de ser orgulhosa - Hannah aconselhou

– Eu não consigo - Alice murmurou

– O que é mais forte, o seu orgulho ou o se amor? - Hannah perguntou

– O meu amor, é claro. E essa frase ficou muito clichê - Alice respondeu, as duas deram risada

– Mas enfim, fale com ele e se acerte com ele, essa é minha dica - Hannah indagou

– Muito fácil de ser executada essa sua dica em.. - Alice ironizou

– A vida não é fácil maninha - Hannah falou

– Nossa, você tá tão poética e amorosa hoje, o que aconteceu? - Alice perguntou

– Nick vai vir aqui hoje - Hannah respondeu com um sorriso de orelha a orelha

– Quem diria, a minha pirralha namorando - Alice falou escabelando Hannah...

As duas voltaram pra casa após mais algumas conversas. Sim, Hannah estava sendo um anjo na vida de Alice, a aconselhava em tudo, e estava sempre ao lado da irmã. Incrível como o amor tem o poder de mudar as pessoas.

Alice dera a desculpa para mãe que iria encontrar uma amiga a noite. Mas na verdade ele iria apenas a casa ao lado. O que ela iria dizer? O que ele iria fazer? Tinha evitado de pensar nisso, seria tudo ao natural, sem ensaios.

Alice arrumou-se. Short jeans, blusa, um all star, cabelos soltos (sem mechas), maquiagem leve. Pronto. Agora é só rezar, e pedir que tudo de certo. Pois ele estava enfrentando seu maior inimigo, o orgulho.

Alice despediu-se da família trocando olhares com Hannah. Esperou a porta ser fechada e seguiu até seu destino, que estava a menos de 1 kilômetro de distância. Respirou fundo e bateu na porta. Logo ouvia passos aproximarem-se da porta, seu coração saltou.

– Oi, Alice - Tomás recebeu-a com um sorriso

– Vim conversar, posso entrar? - Alice perguntou

– Claro, entra - Tomás concordou

Eles entraram, ambos envergonhados, sentaram-se no sofá - Ah, aquele sofá - e encararam um ao outro. Alice sorriu timidamente, logo depois Tomás sorriu de volta. O clima não estava lá essas coisas, mas pelo menos eles sorriram não é?

– Sei o que veio me falar - Tomás quebrou o silêncio

– Não sabe não - Alice falou

– Sei sim, vi você chegando, você e sua família. - Tomás indagou surpreendendo Alice.

– Ah, você viu - Alice falou suspirando fundo

– Era só isso? - Tomás perguntou

– Você quer que eu vá embora ? - Alice perguntou ofendida pelo tom em que Tomás falava

– Não é isso, só quero saber o verdadeiro motivo da sua vinda aqui - Tomás respondeu prontamente

– É que bom, eu, sabe, não te esqueci - Alice despejou com dificuldade

– Hum, era isso que você tinha pra me falar? - Tomás perguntou

– Como assim? Eu acabei de dizer que...Quer saber mesmo? Eu venho aqui, digo que não te esqueci e é assim que você me trata? - Alice disparou levantando-se violentamente do sofá

– Você não entende. Você acha que eu te esqueci? Eu fui atrás de você, e o que você fez? Me mandou embora. Eu pensei que depois daquele dia do jantar, nós iriamos nos entender, mas você foi embora e só me disse: "me liga se precisar" - Tomás disparou da mesma forma

– E por que você não foi atrás de mim? - Alice perguntou

– Por que é sempre eu que tenho que tomar uma atitude ? - Tomás perguntou no mesmo tom que Alice

Se Tomás queria uma atitude da loira, ele teve. Alice se jogou para cima de Tomás e o beijou. Quer atitude melhor que essa?

O beijo era cheio de desejo, magoa, e amor. Enfim, novamente as bocas podiam se tocar. Sentir o gosto de Tomás era maravilhoso, assim como ele, tinha a mesma opinião sobre Alice.

Aos poucos, eles foram deitando-se sobre o sofá, já não havia mais calmaria no beijo, um fogo parecia ter se acedido naquela sala. Em poucos minutos, peças de roupas já voavam pela sala.

Relaxa, a noite é uma criança....