Just Happened escrita por miss little nothing


Capítulo 7
I'm on pursuit of happines


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas! Vou começar dizendo que eu modifiquei umas coisas, principalmente nas notas, dos outros capítulos. Deem uma olhada! Agora, espero que gostem do capítulo e desculpem pelos errinhos e pá.
Boa leitura, vejo vcs lá em baixo. :*



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O dia Lima, Ohio começou com o Sol bem forte. Teríamos ensaio da peça. Teríamos hoje, amanhã, depois, o resto da semana, nas outras semanas e assim seria até chegar o dia da peça. Não falava com ninguém, nem mesmo com Marley depois do meu grande segredo ser espalhado pela escola inteira. Depois disso fiquei dois dias em casa. Consegui enganar meus pais dizendo que peguei alguma virose e que não poderia ir para a escola.

Marley, Quinn, Wade, Finn, Sam e até mesmo Santana tentaram falar comigo. Mandaram mensagens de voz, ligaram sms, whatsapp, facebook, twitter, qualquer coisa que fizessem com que eles se comunicassem comigo. Os ignorei. Não queria falar com absolutamente ninguém. Depois de passar dois dias trancado em meu quarto, decidi na Quinta-feira que deveria seguir em frente. Tudo bem, Kitty e Jake destruíram minha vida. Mesmo sem saber como, eu tinha que me vigar, mas nunca fui vingativo. Sempre escolhi o lado “a vida te dá o troco mais tarde” por que realmente dava, mas eu não estava com paciência para esperar a vida se vigar de Kitty e Jake.

Fui para o McKinley normalmente. Algumas pessoas me encaravam, mas eu consegui ignora-las. Cheguei ao meu armário, abri rapidamente e peguei alguns livros.

– Olha quem está de volta a zona. – Bobby falou rindo como uma hiena – o senhor não mais virgem.

– Você ainda não nos falou se ela era safadinha, Ryder. – Phil disse com gozação. Fechei a porta do armário com força e me virei para ele com raiva.

– Sim, era – Ele cruzou os braços e fechou a cara, esperando minha resposta – só que sua mãe era pior.

Senti minhas costas batendo violentamente contra o armário e vi a mão de Phil vindo em direção ao meu rosto. Em um movimento rápido esquivei para a esquerda, vendo Phil socar a porta do armário com tanta força que a amassou. Ele gemeu de dor e se afastou. Quando Bobby chegou para brigar, vi o Sr. Schue chegando e ficando à minha frente.

– Posso saber o que está acontecendo aqui? – Revirei os olhos, pegando minha mochila no chão e colocando nas costas. Assim que Phil e Bobby saíram, Schue virou-se para mim – Ryder. Querem você no auditório. Agora,

Andei em direção ao auditório. Chegando lá, avistei todos que estavam na peça do Grease. Parecia o call-back.

– Antes tarde do que nunca, senhor Lynn. – Artie Adams falou alto me observando descer as escadas. – Queira se juntar a nós.

Vi que todos me encaravam. Suspirei, jogando a mochila no chão e subi no palco. Marley andou até mim e deu para perceber como ela estava irritada.

– Onde você esteve Ryder? – Ela sussurrou batendo no meu braço.

– Fugindo. Graças ao seu namorado, eu sou um dos garotos mais zuados aqui – falei no mesmo tom.

– Isso não tem nada haver com...

– Sandy e Danny – Artie disse, interrompendo minha breve discursão com Marley - ao centro do palco, por favor, os demais ao fundo.

Assim que todos obedeceram, Tina Cohen-Chang apareceu com um casaco para mim. Ela me entregou e voltou para os bastidores do Auditório.

– Vamos treinar a cena agora “You’re The One That I Want”, ok? – Dessa vez foi Finn que falou, sorrindo para mim. Ele estava animado com a peça.

– Espero que senhor Lynn tenha estudado suas falas. –Artie falou secamente.

Ele parecia irritado comigo. Claro que estava eu tinha faltado dois ensaios. Ele deveria estar achando que eu queria destruir sua peça, sei lá. Para minha sorte, na terça-feira à tarde, Marley tinha passado na minha casa, a minha procura. Ela tinha deixado o script com minha mãe e depois, recebi os papéis.

Confirmei com a cabeça enquanto Artie esperava minha resposta.

“Ótimo, então façamos o seguinte: Marley vai para o lado direito, atrás das cortinas. Isso, obrigado, querida. Ryder vá para o outro lado. Agora: Joe, Sam e Jake vão para o centro do palco.” Assim que todos estavam em suas marcações, Artie sorrio animado e gritou “AÇÃO” como em uma gravação de filme. “Ryder vem andando despreocupado” fiz o que ele mandou “Garotos chamam ele” eles chamaram “isso, ai agora, vocês se aproximam e começam a falar da roupa dele” e assim foi feito “isso, agora as falas sobre o time, Ryder” feito novamente. Artie ali estava pra narrar à história toda “agora que falou sobre a Sandy, Sam olha para aonde a Marley está e da uma batida em Joe, que bate em Jake” feito “Marley, pode entrar” Marley não tinha trocado de roupa, continuava com a mesma. Todos os garotos olharam para ela impressionados.

– Sandy! – Disse frustado, tentando imitar Danny Zuko, mas saiu sem animação.

– Fala ai, gostosão. – Marley disse fazendo a pose da Sandy. Eu até riria se não estivesse tão puto.

– PRONTO! – Artie gritou subindo ao palco – até aqui tudo certo, mas Ryder... Tente ser mais animado, até parece que está fazendo isso forçadamente.

Jake soltou uma risada. Ignorei-o. Quando desci meus olhos para plateia enquanto Artie falava com Marley, vi Kitty ali, sentada, me encarando. Ela tinha seu semblante culpado. Desviei o olhar para Artie, eu ainda estava com muita raiva dela.

“OK, Pianista, faça seu trabalho. Ryder, já sabe o que fazer.”

Coloquei a mão no casaco e o fechei, começando a cantar:

I got chills.

They're multiplyin'.

And I'm losin' control.

Comecei a tirar o casaco quando escutei:

– Ryder! O que você está fazendo? – Artie gritou – isso está horrível. De novo.

Coloquei o casaco novamente e comecei

I got chills.

They're multiplyin'.

And I'm losin' control.

Quando ia tirando o casaco, Artie novamente pediu para parar.

– Que porra você está fazendo?

– Ryder – Finn veio andando até mim - você está legal? Se solte mais cara!

– Isso – Jake falou cruzando os braços – vamos parar com todo o ensaio para o senhor “adiantadinho” aqui treinar.

– Jake, cala a sua boca, imbecil – falei apontando para ele com raiva.

Quando ele ia andando em minha direção para provavelmente outra briga, Finn falou parado na nossa frente:

– Ryder, saia daqui, depois você volta.

– Urgh! – Bufei de raiva e sai andei para os bastidores.

– Todos, fora do palco, Unique, vamos treinar agora sua música, ok? – Artie começou a falar enquanto eu me afastava, sua voz diminuía. Ainda deu tempo de escutar – Marley vai atrás de seu namorado e acalme ele.

Parei enfrente ao bebedouro e bebi agua, tentando me acalmar, lembrando as próprias palavras de Santana “Acalme-se, não estoure”. Mesmo estando de costas, pude sentir o olhar agastado de Marley sobre mim. Ela cruzou os braços e esperou. Aquilo estava começando a me irritar.

– O que você quer? – Falei ainda sem olhar para ela.

– O que eu quero Ryder Lynn? Respostas. Onde você esteve? Você faz ideia de como eu fiquei preocupada com você? Passei na sua casa inúmeras vezes, até ligar para o Wally eu liguei para saber como você estava. Sei que está com raiva, mas não precisa me excluir de sua vida. Eu só quero o seu bem Ryder, e você sabe disso e... – Ela suspirou, derrotada. Ela andou até um puff que tinha ali e sentou-se – Olha, você tem toda razão de estar com raiva do Jake. Eu também estou por você e por mim.

Continuamos em silêncio. Eu me sentia no momento horrivelmente estúpido por fazer o que eu fiz com Marley. Ela nunca mereceu o lado obscuro que eu tenho. Andei calmamente até ela, estava apoiando a cabeça nas mãos. Ela sempre fazia essa posição quando estava sem ações. Rendida.

– O que faremos? – Perguntei calmamente levando minha mão a sua nuca, afastando seus cabelos que hoje estavam completamente lisos e acariciando sua pele.

– Podemos fugir. – Ela sorriu virando o rosto para mim. O sorriso de Marley poderia me fazer feliz pelo resto do dia, porém não hoje.- Ir para um lugar onde não tenha Jake e nem Kitty.

– Iria deixar sua mãe por causa de um garoto que quebrou seu coração?

Marley pareceu triste ao pensar na ideia de deixar Millie Rose sozinha.

– Não. – Respondeu abaixando a cabeça. Ela relaxou o corpo quando o carinho tornou-se uma massagem em seu pescoço.

– Mais ideias?

– Bem, ainda somos um “casal”- ela fez as aspas com os dedos – podemos nos vingar da melhor maneira.

– Como?

Marley olhou para o lado, próximo ao palco e segui o seu olhar. Kitty e Jake nos observavam. Assim que perceberam que nós os “flagramos” eles desviaram o olhar.

Um sorriso pervertido brotou no rosto de Marley.

– Fazendo eles sentirem duas coisas incríveis que revoltam as pessoas. – Ela colocou a mão sob meu peito me fez deitar no puff. Marley subiu em cima de mim e me encarou com o mesmo sorriso no rosto parecendo se divertir com a cena – fazer eles sentirem inveja por não serem como a gente e... O melhor de todos... – Marley aproximou-se de mim quase tocando meus lábios – fazer eles sentirem ciúmes – sussurrou lentamente e deixou com que seus lábios tocassem os meus.

Aquela não tinha sido a primeira vez que nos beijamos. Quando tínhamos 12 ou 13 anos, tivemos nosso primeiro beijo. Deixei com que minha mão subisse até sua nuca enquanto ela colocava as mãos no meu ombro. Não houve nada saliente no beijo, apenas um selinho prolongado. Marley afastou-se de mim com um sorriso no rosto e um tanto corada e pela primeira vez, sorri naquele dia, beijando-a novamente. Fechei os olhos e ela sussurrou lentamente para mim:

Funcionou...

Abri os olhos e olhei para onde Jake estava com Kitty. Jake tinha uma feição engraçada, um misto de raiva e desapontamento. Já Kitty estava com a cara amarrada e com os braços cruzados. Aquilo indicava que: Kitty estava revoltada.

– Agora, em relação a sua reputação, você tem duas formas de recupera-las. – Ela passou a mão no meu rosto, enquanto falava em um tom baixo. Envolvi minhas mãos em sua cintura e apertei contra mim. – A peça e o jogo de sexta.

Claro, o jogo. Tinha esquecido que jogaríamos conta o St. Jones High School na sexta. Se eu fizesse com que o time ganhasse, com certeza todos iram esquecer-se de toda a história da Stacy.

– Já falei que você é uma gênia? – Disse beijando-a. Marley sorriu contra meus lábios e se separou.

– Obrigada. Agora vamos que você tem que fazer Artie te adorar.

Ela se levantou e estendeu a mão para mim, me ajudando a levantar. Esperamos próximo à cortina Wade terminar sua apresentação como “Rizzo”. Envolvi meus braços ao redor do corpo de Marley e a apertei contra mim. Ela segurou minhas mãos e encostou a cabeça em meu peito.

Pela minha visão periférica, vi que Jake tinha saído dali e Kitty continuava nos encarando, com ódio. Até que não seria ruim vê-la daquele jeito. Assim, começara uma vingança.

Quando Wade terminara com a apresentação, todos aplaudiram. Soltei Marley e aplaudi-o. Wade começara a andar onde nós estávamos e ele sorria animado. Marley o abraçou com força enquanto eu ainda o aplaudia.

– Ryder? – Artie me chamou. Andei até o centro do palco me apresentando dessa vez com um sorriso – está melhor? Quer tentar novamente?

– Pode ser. – Disse olhando para Marley. Ela sorriu e atravessou o palco, indo para o outro lado da cortina.

– Tudo bem, quando quiser...

...

“O número 19 Ryder Lynn está no chão. Howell derrubou o Running Back do McKinley Titans. Ainda não sabemos se Lynn está bem, ele continua deitado no chão.”

“Também né, Ross, olhe o tamanho do Howell! Parece uma parede inteira.”

– Cara, você tá bem? – Escutei a voz de Puck bem longe.

– Ryder, responde – Finn disse batendo levemente em meu capacete.

– Ganhamos? – Perguntei exausto, sentindo a vertigem em meu corpo.

– Ainda não – Puck estendeu a mão e eu a segurei, levantando-me.

“Lynn está de volta no jogo”

“Ótimo para os Titans Peter, se Lynn saísse, eles só poderiam contar com Mike Chang, o único que poderia substituí-lo.”

Andamos até os bancos no campo. Assim que sentei, a treinadora Beiste colocou a mão em meu ombro e disse, com uma expressão de desespero:

– Garoto, você PRECISA fazer um Touchdown. Ao contrário, estaremos todos ferrados. Se você não marcar agora, perdemos a taça.

– Só quero que me protejam dessa vez. O resto eu faço.

– Ótimo. PALERMAS, PRESTEM ATENÇÃO. – todo o time se reuniu ao redor da treinadora Beiste – quero que dessa vez, escutou Bobby? Dessa vez protejam o Lynn. Ele é o único que vai nos ajudar a ganhar isso. Orgulhem-me do time que eu treino a 3 anos. Agora vão lá e quebrem a cara deles! – O time comemorou.

– Seguinte – Finn disse quando todos se abraçaram e escutavam atentamente as ordens do Finn – Lynn, você vai correr pelo lado esquerdo e pegar a bola, depois disso, vai cortar na minha frente e correr até o outro lado do campo, entendido? – Concordei com a cabeça – e vocês, Guards, digo isso principalmente você Surette, protejam o Lynn. É tudo ou nada. Vocês vão abrir o caminho para o Lynn, vão empurrar todos para os cantos, entenderam? O meio tem que ficar livre para o Lynn. VAMOS TIME!

Todos colocaram a mão no centro e gritaram “GO TITANS” e foram se posicionar.

“Todos agora estão aguardando o apito do juiz. Ele apitou. A bola está com o número 5, Hudson.”

Assim que vi Finn livre corri pela esquerda e vi ele jogar a bola para mim. Segurei ela e corri pela frente do Finn desviando de alguns jogadores.

“Ele a passa para Lynn que entra no meio da confusão. Todos estão atrás do Lynn mas os Titans o protegem lealmente.“

Consegui atravessar metade do campo desviando de alguns jogadores quando vi Howell novamente atrás de mim.

“Ele está próximo da ultima área, essa não Howell está atrás dele. OW! Número 17, Karofsky dos Titans derruba Howell.”

Assim que vi Dave Karofsky derrubando Howell no chão, corri com mais precisão para a linha final, faltava 3 segundos. Quando estava próximo, outro jogador do St. Jones estava próximo de mim e quando menos esperei, Surette apareceu e o derrubou no chão.

“Surette derruba o ultimo adversário de Lynn, ele vai marcar, vai ser um” e o juiz apita “TOUCHDOWN! VITÓRIA DO MCKINLEY TITANS!!”

Consegui chegar à linha final inteiro vivo. Vi todos na plateia vibrando e comemorando. Joguei a bola no chão, arranquei o capacete, joguei-o no chão e comecei a fazer a minha dança da vitória.

– CONSEGUIMOS! VOCÊ É FODA DEMAIS LYNN! – Gritou Puck correndo e pulando em cima de mim.

Dos alto-falantes a música “23” de Mike Will Made-It tocou. Finn correu até mim e me abraçou sorrindo. Fazia quase 2 anos que a escola não ganhava um jogo, como Finn disse: é tudo ou nada. Bobby tocou meu ombro e me encarou.

– Você salvou o time, tem meu respeito. Meu e do Phil. – E apertou minha mão.

Ah milagres... Marley estava certa, hoje eu não só recuperei meu status como também, melhorei-o. Todo o time tinha corrido para me abraçar, todo. Beiste sorria alegremente para mim, orgulhosa. Assim que consegui sair de perto do time, vi Quinn vestida com o uniforme das Cheerios.

– Ganhamos! – Ela disse animada me abraçando. Peguei Quinn no colo e a levantei rodando-a. O seu cheiro artificial de morango invadiu meu olfato.

– Ganhamos a taça! – Disse animadamente. Assim que soltei Quinn, senti Santana tocando levemente meu ombro.

– Parabéns garotão. – Kitty na primeira semana de aula tinha arrumado esse apelido para mim e agora todas as garotas da escola me chamavam assim.

– Ah Santana, que formalidade escrota! – Reclamei abraçando-a. Ela revirou os olhos sorrindo e me abraçou.

As pessoas na arquibancada invadiram o campo, todo o McKinley estava ali. Vi Marley se aproximando de mim. Assim que a vi, abracei-a com força. Marley soltou uma risada gostosa. Kitty estava ali, próxima de Tina Cohen-Chang, abraçando seu namorado, Mike Chang. Kitty sorriu para mim, mas não se aproximou, ela sabia que eu não queria falar com ela. Depois, chamaram todo o time para o centro do campo para entrega a taça. Quando eu cheguei ali, me entregaram a taça. Ela era bem pesada. Levei a taça aos lábios e beijei-a, passando para Finn, o capitão do time.

Depois da foto tradicional, todos puderam sair. Ia ter uma festa de comemoração na casa do Josh Coleman. Marley queria ir nessa festa mais que tudo e eu não estava muito afim. Kitty e Jake estariam lá. Entrei no vestiário com uma pequena dificuldade causada pelas pessoas que estavam me parabenizando. Assim que entrei e passei por um dor corredores, vi uma garota loira sentada de costas para mim. Mesmo de costas, pude perceber que ela estava mexendo em um celular. Ela usava um vestido azul-claro com pequenas listras brancas e estava com o casaco do time de football. Tentei não reparar suas coxas perfeitas a mostra e passei direto, como se estivesse ignorando-a.

O corredor do meu armário era do lado do corredor que ela estava. Coloquei o capacete do time em cima do banco e abri meu armário silenciosamente. Infelizmente, quando tirei a camiseta toda suada do corpo, acabei esbarrando no capacete fazendo-o cair, resultando em um barulho estrondoso.

– Ai meu Deus! – A garota disse assustada.

– Está tudo bem? – Escutei outra voz masculina meia abafada que eu não pude reconhecer.

– Tudo! – Ela disse calmamente. Ela parecia começar a se movimentar. – Só... Assustei com alguma coisa... – Ela disse com um sussurro quando seus olhos se encontraram com os meus.

Como tinha reparado, ela estava com um vestido azul-claro com pequenas listras brancas e usando um casaco do time. Ela estava com um salto alto marrom. Ela estava com um celular em suas mãos. Seus cabelos tinham um louro mais brilhante que os de Quinn, e chegava a ser mais dourado que os de Kitty. Eles eram lisos e estavam levemente enrolados nas pontas. Ela tinha uma pele branca um tanto bronzeada. Mesmo de longe, eu via a intensidade dos olhos azuis que ela tinha. Eram claros como os de Marley. Ela levemente sorriu. Puta merda, que sorriso maravilhoso aquela garota tinha. Ela me encarava da mesma forma que eu encarava ela. Avaliando. Pena que a visão dela era um cara alto, suado, com um Shouder Pad apertado sobre uma blusa cinza do time da escola em seu tronco e de meia calça branca toda suja.

– Me... Me desculpe por ter te assustado. – Falei docemente pegando o capacete do chão.

– Ah, não... Não assustou – ela disse sorrindo. Ela parecia animada. – Na verdade, assustou sim, mas não tem problema – ela riu. Aquele tinha se tornado o meu som preferido. A risada daquela garota era a melhor melodia que eu pude escutar. Ela cruzou as pernas, movendo-se preguiçosamente para trás do armário falando – vou deixar você se trocar por que... – e riu novamente, corando.

Sorri para ela, vendo ela sumir do meu campo de visão. Talvez eu estivesse sonhando, ela parecia um anjo. Quando tentei soltar o encaixe do Shouder Pad, ela apareceu novamente, mas só sua cabeça. Ela tinha se inclinado para poder me ver.

Ri corando um pouco por estar perdendo para um encaixe e ainda ter plateia para ver minha vergonha.

– Você é o Ryder Lynn, não é? O “garotão”? - Ela perguntou timidamente. Valeu Kitty, obrigado pelo apelido.

– Sim, sou eu.

Ela soltou um grunhido animado, andando um pouco em minha direção. Ela estava com um lindo e perfeito sorriso no rosto.

– Você é incrível – ela mordeu o lábio inferior ainda sorrindo. – Quero dizer, suas danças de comemoração são incríveis. Você é incrível. – Ela falou animadamente arrependendo-se internamente. Seu semblante alegre foi trocado por uma coloração avermelhada. Ela pigarreou e continuo, tentando amenizar o clima tenso – hm... parabéns pela vitória.

– Valeu – disse sorrindo abobado para ela. Eu ainda tentava, sem sucesso algum, tirar o encaixe.

– Você mereceu, trabalhou tanto por isso. – Ela viu meu rosto com um enorme ponto de interrogação nele e prosseguiu sorrindo timidamente – hmm... Meu irmão joga também – ela pegou na gola do casaco do time que ela estava usando e me mostrou – ai eu tenho que esperar ele pra ir embora e assisto o treino. Você é muito dedicado, Ryder.

Eu nunca gostei muito do meu nome, mas o jeito que ela o pronunciava me fazia vibrar internamente.

– Bem tenho que ser, minhas notas depende disso... - Ela fez uma expressão como “Ah, entendi” observando minha luta com o encaixe. Ela depois olhou em meus olhos pedindo silenciosamente para me ajudar. Ela andou até mim lentamente, mordendo o lábio inferior. Me virei um pouco deixando ela pegar no encaixe para tira-lo. Em 2 segundos ela tinha feito. Ela colocou as mãos em meus ombros e me rodou para tirar os do outro lado. Olhei em seus olhos sorrindo abobado e disse – como foi que eu nunca vi você nas arquibancadas antes?

Ela levantou o olhar sem expressão. Segundos depois, seu sorriso perfeito apareceu.

– Bem, deve ser por que não era eu que você procurava.

Ela estava certa. Desde que conheci Kitty, nunca tinha reparado em outra garota sequer. E com essa nova loira na minha frente, ela funcionava como kriptonita para o meu sistema. Eu nem pensava em Kitty quando olhava em seus olhos azuis.

Ela continuou sorrindo e me virou para frente dela, desamarrando as cordinhas do Shoulder Pad e segurando nas laterais para me ajudar a tira-lo.

– Bem, é isso ai. – Ela estendeu o equipamento para mim sorrindo. Peguei ele sem tirar os olhos dela. – Agora eu realmente – ela riu – vou deixar você se trocar.

Ela cruzou as pernas e girou andando pelo corredor de armários e sumindo. Eu continuava com a mesma cara abobada observando ela sair. Quando sai do transe, tirei rapidamente o tênis, a meia calça, os protetores e coloquei minha calça jeans que estava no meu armário. Joguei as luvas e o protetor bucal dentro do capacete e joguei dentro do armário. Joguei também todos os outros equipamentos. Assim que guardei tudo em uma velocidade significativa, terminei de me vestir e andei até o corredor onde ela estava. Ela continuava sentada no banco, com as pernas cruzadas e digitando furiosamente em algum celular que identifiquei ser da Motorola. Ela reparou que eu a observava e abaixou o celular, sorrindo.

– Você vai pra festa de comemoração? Sabe... Da vitória do time? – Ela perguntou timidamente.

Parei um pouco para pensar na resposta.

– Talvez. Não estou muito no clima de festa. – Ela fez um breve “Ah sim...” e voltou sua atenção para o celular - Eu ainda não sei o seu nome. – disse rapidamente olhando-a esperançoso.

Ela abaixou o celular e me encarou com um sorriso travesso no rosto:

– Acho que você vai ter que ir a festa para descobrir.

E assim, voltou à atenção para o celular. Sorri com a atitude da garota e sai do vestiário.

...

Estava esperando por Marley do lado de fora de sua casa. Fazia quase 30 minutos que eu tinha deixado a escola. Deu tempo de ir para casa, demorar um tempão no banho, me arrumar (vesti um casaco de couro, um suéter azul escuro, por baixo, uma camiseta do Batman mesmo que ganhei quando fui assistir seu filme na estreia, uma calça jeans preta e um Sneaker preto da Adidas) e ainda ficar esperando pela Marley. Vi Marley sair pela porta e correu até o meu Jeep e entrar nele.

– Desculpe a demora. Wade ligou assim que saí do banho. Foi quase impossível desligar a ligação. – Ela disse sorrindo. Ela puxou o cinto, colocando-o no encaixe.

– Tudo bem – disse depois de suspirar.

Marley me encarou confusa.

– Você está bem Ryder? Parece distante.

E estava. Minha mente estava com aquela garota do vestiário. Desde que sai do vestiário, seu rosto e sua voz vagam meus pensamentos. Pelo menos alguma pista de quem ela seria me faria mais feliz.

– Conheci um anjo. – Falei. Não iria esconder nada de Marley como fiz em relação à Kitty.

– OK... – Ela disse calmamente – quem é? – e entramos em um jogo de perguntas e respostas rápidas.

– Eu não sei.

– Ela é de que ano?

– Não sei.

– Ela estuda com a gente?

– Não sei.

– Você sabe a idade dela?

– Não sei.

– Você sabe alguma coisa sobre ela?

– Ela é perfeita.

– Desisto. – Ela disse, batendo as mãos nas coxas levemente – você apaixonado é a pior coisa no mundo.

– Não estou apaixonado por ela... – Disse calmamente encostando a cabeça no volante – ela só é perfeita e ela vai estar na festa hoje.

– E...?

– Eu não sei se vou conseguir falar com ela agora. Ela pode não gostar de mim, sei lá.

– Ah Ryder para. – Marley disse revirando os olhos – me conta como conheceu essa garota.

Depois que liguei o carro, contei tudo para Marley de como nos conhecemos e ela chegou a conclusão que a garota era uma fã minha que teve sorte de ficar no vestiário com seu ídolo.

– Mas você nem perguntou quem era o irmão dela?

Só assim para eu lembrar que tinha mais uma pessoa dentro do banheiro.

– Não, estava ocupado sendo ofuscado pela beleza dela.

Marley riu e revirou os olhos, descendo do carro.

(http://imoveis.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/casas-de-luxo/casas_de_luxo-8.jpg)

Tínhamos chegado há poucos segundos. A casa era branca e não tinha andar, porém era enorme e tinha um quintal gigante, onde todos se encontravam. Já tinham vários carros ali. A maioria eram de pessoas que eu conhecia. Um Dubstep do Noisia estava tocando. Era quase impossível de se não escutar por que estava muito alto. Quando desci do carro, segurei a mão de Marley e andamos para dentro da casa.

Um tempo depois nos separamos. Marley encontrou Wade foi conversar com ele. Fiquei conversando com Finn e Puck. Depois de um tempo, vi Kitty em um canto da casa, conversando com Bobby. Mas não pareciam conversar, pareciam flertar um com o outro. Senti uma onda de raiva pairando sobre mim e quando ia interferir, vi a garota do vestiário passando um pouco a frente deles. Foi como se eu tivesse esquecido a cena da Kitty com o Bobby e todos ao redor e vesse apenas ela.

– Cara, cê tá bem? – Perguntou Puck colocando a mão no meu ombro.

– Sim, eu... Eu vou ali. – Falei andando na direção que a garota tinha saído.

Eu a encontrei sentada no parapeito da varanda. Ela estava com o mesmo vestido e com o mesmo sapato, só que dessa vez, sem o casaco. Ela estava com um copo vermelho na mão enquanto olhava para o seu celular.

Pensei em tentar algo.

– Olá moça, tudo bem? – Disse brincando estendendo minha mão como se fosse a primeira vez que nos conhecêssemos – meu nome é Ryder Lynn e o seu?

Ela abaixou o celular com um sorriso travesso no rosto.

– Sério que essa é sua abordagem?

– É a melhor maneira de descobrir o nome de alguém.

Ela sorriu e colocou o copo no parapeito. Ela levantou a mão e apertou a minha. Sua mão me causava calafrios. Era macia e leve.

– Marissa. – Ela enfim respondeu. – Marissa S...

Quando ela ia falar de sobrenome seu sobrenome, escutamos várias pessoas gritando pelo meu nome. Olhei para trás confuso e vi uma multidão andando em minha direção. Senti meu casaco sendo puxando e fui para dentro da casa novamente. Marissa seguiu as pessoas e ficou em um canto da casa. Fui puxado para perto do DJ aonde Finn (meio bêbado) falava algumas coisas sobre o jogo.

– Esse garoto que nos ajudou! Se não fosse por eles, a taça não era nossa!

– Não, se não fosse por vocês eu não teria conseguido nada.

E novamente começaram a gritar meu sobrenome. Não achava mais Kitty e Bobby no meio daquela bagunça e novamente, meus olhos encontraram Marissa. Ela gritava meu nome alegremente com os outros.

– Não pare a festa, DJ! – Finn gritou e uma musica da Rihanna começou a tocar nos alto-falantes. Andei até Marissa quando todos começaram a dançar. Ela abraçava seu próprio corpo.

– Está com frio? – Perguntei quase gritando.

– Um pouco! – Ela respondeu no mesmo tom se aproximando de mim. Pude sentir seu perfume perfeitamente, Carolina Herrera. Eu ficava completamente maluco com aquele perfume.

Segurei a sua mão levemente e a puxei para pista de dança. A batida de S&M tocava freneticamente enquanto todos ali mexiam seus corpos no ritmo. Comecei a dançar animadamente enquanto encarava a feição engraçada que Marissa fazia para mim. Ela começou a balançar no ritmo da musica. Em segundos estávamos nós dois dançando, colados um do outro. A batida da musica trocou bruscamente para Pursuit of Happiness. Senti as mãos de Puck em meu ombro cantando alegremente. Quando chegou no refrão todos na festa começaram a cantar:

“I'm on the pursuit of happiness and I know

everything that shine ain't always gonna be gold

I'll be fine once I get it, I'll be good.”

Quinn chegou e me abraçou também, seguido por Santana. No meu braço livre, abracei Marissa que cantava alegremente também. Depois de passa o refrão, todos se soltaram e fora dançar com seus pares. Senti as mãos de Marissa em meus ombros enquanto ela ainda dançava. Segurei sua cintura e aproximei um pouco nossos corpos enquanto dançávamos.

Passamos bem umas três musicas dançando juntos. Marissa parou de dançar e ficou na ponta dos pés e enlaçou meu pescoço, sussurrando em meu ouvido.

– Vamos pra outro lugar?

Uma chama dentro de mim acendeu rapidamente. Ela segurou minha mão e me puxou para fora da casa. Estávamos nos fundos, próximo à piscina. Marissa segurou em meus ombros e abaixou a cabeça, encarando o chão. Segurei seu rosto e fiz ela olhar para mim.

– Está bem? Quer... Quer que eu faça alguma coisa?

– Não eu... – Ela tombou a cabeça pra trás – Só quero ir pra casa... Estou tonta.

Ela estava meio bêbada.

– Tudo bem, eu te levo.

Ela abriu seu sorriso perfeito para mim. O sorriso dela chegava a ser radiante como o de Marley. Eu tinha me apaixonado pelo de sorriso Marissa. Ela abraçou seu próprio corpo e tremia levemente. Tirei meu casaco e estendi o casado para ela, sorrindo.

– Não, pode ficar não quero que você sinta frio.

– Não vou – respondi estendendo o casaco a ela – eu tenho um suéter.

Ela mostrou seu sorriso perfeito e vestiu o casaco.

– Eu só vou me despedir deles, ok?

Ela concordou e eu voltei para casa. Andei até a Marley e expliquei para ela que tinha que ir mais cedo. Ela disse que poderia voltar com o Blaine. Despedi de todos rapidamente e sai da casa. Encontrei Marissa sentada em um balaço na árvore mexendo em seu celular.

– Você tem um grande vicio nisso, ein? – Falei sorrindo enquanto me aproximava dela.

– Você ficaria impressionado. – Quando estava perto o suficiente, vi que ela estava no Whatsapp conversando com alguma garota que não era da escola.

– Você bem que poderia me dar o seu número. Para, sei lá, conversamos. – Falei calmamente tirando o iPhone preto do bolso. Vi que sua expressão ficou séria e depois animada. Sorri com seu semblante. Assim que desbloqueei meu celular, entreguei a ela e ela me deu o seu. Era mesmo um Motorola. Tinha a opção de colocar uma foto de perfil. Levantei a câmera do celular para poder tirar a foto. Fiz um “joinha” com o polegar, depois pressionei os lábios fazendo uma expressão de duvida. Meu cabelo estava todo bagunçado. Assim que tirei a foto terminei de salvar meu numero nos contatos.

(Para desentendimento, foi mais ou menos assim a foto: http://www.polyvore.com/cgi/img-thing?.out=jpg&size=l&tid=57574003)

Marissa sorriu e decidiu fazer a mesma coisa, ela posicionou a câmera e fez um duckface. Depois que ela tirou a foto, soltou uma risada. Trocamos de celular novamente.

– Então, vamos?

Concordei e a levei até meu Jeep. Peguei as chaves e desativei o alarme. Assim que abri a porta, Marissa fez o mesmo e entrou rapidamente, se encolhendo no banco. Sentei-me no banco do motorista sorrindo com a expressão dela. Liguei o ar-condicionado e ajustei-o para quente. Marissa sussurrou um “obrigada” o que me fez rir. Seus olhos param em um batom porta-luvas do carro que estava aberto.

– Marley vive esquecendo essas bugigangas dentro do meu carro. – Disse revirando os olhos enquanto dava partida no carro.

– Marley... – Marissa disse lentamente – ela... ela é sua namorada, não é?

Senti minha garganta secar momentaneamente.

– É... – Respondi sem emoção.

– Ah sim... – Ela respondeu ainda encolhida no banco. Ela parecia desapontada com a minha resposta. Ver seu semblante triste tinha se tornado horrível para mim.

Depois de um tempo dirigindo, perguntei se ela queria passar em alguma lanchonete. Ela sorriu fracamente respondendo negativamente. Fomos direto para sua casa, ela me mostrou o caminho. Era estranhamente 6 quarteirões da minha. Sua casa era uma casa muito bonitinha. Do estilo que eu sempre quis, mas meus pais sempre gostaram de casas enormes e com uma única utilidade: Mostrar que tínhamos dinheiro.

(http://www.drummondhouseplans.com/fileadmin/_entemp_/L121207110853.jpg)

– Bem é aqui que eu fico. Obrigada, hm... Por tudo. – Ela sorriu novamente mostrando seu sorriso perfeito – pela dança, pela carona, pelas conversas, tudo.

– Quem sabe um dia não façamos de novo? – Ela sorriu mais ainda, corando violentamente. Ela se aproximou lentamente de mim e beijou minha bochecha calmamente, como se estivesse aproveitando aquilo.

– Tchau, babe. – Ela disse lascivamente. Marissa abriu a porta do carro e desceu, indo em direção a sua casa. Esperei ela entrar na casa. Quando ela entrou, dei partida no carro novamente e fui para minha casa. Entrei em silêncio por que eram quase três da manhã. Fui para meu quarto, tomei um banho rápido, vesti um samba-canção e peguei meu celular para ver as ultimas notificações. Tinha algumas coisas no facebook. Alguns amigos meus de Detroit mandando mensagem pelo Whatsapp e vi ali, escrito com uma nova mensagem “Marissa”. Assim que cliquei na mensagem a li, adormeci com um sorriso bobo no rosto, adorando o novo apelido que tinha ganhado.

“Tenha uma boa noite babe.”


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Notas finais do capítulo

É isso ai. Para quem não lembra da Marissa, ela participou do Glee no episódio "Shooting Star" onde ela era a suposta Katie. Pesquisem no Google "Ginny Gardner" para se lembrarem dela. Não tinha a intensão de coloca-la na fic, mas assistindo a performance de Ryder em "Your Song" me fez pensar que seria perfeito te-la aqui. Espero que tenham gostado, pois ela será fundamental para o desenvolvimento da fic.
Pergunto agora pra vocês: Quem vocês acham que é o irmão dela? Hmmmm Será polêmico! Hahaha Até o próximo!
Pitada de: Pursuit of Happiness, Kid Cudi (Steve Aoki Remix)



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