Just Happened escrita por miss little nothing


Capítulo 5
And now a piece of me is a piece of the beach


Notas iniciais do capítulo

Demorei novamente para atualizar por dois motivos: 1 o nootbook que eu escrevo a fic estava bem longe de mim, então eu não tinha como escrever (até mesmo por que já tinha metade do capítulo e não ia escrever novamente) e segundo: tava cheia de provas e trabalhos. Agora que consegui uma relaxada na escola terminei. Desculpem pela demora e pelo final medíocre, mas espero que gostem. c:



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A claridade da luz do Sol invadia o quarto. Assim que abri os olhos, percebi que o quarto era branco e tinha posters de bandas e de filmes clássicos. Vi a janela, a mesa de escritório bege, o computador com um plano de fundo de alguma garota ruiva de algum filme de ação, a televisão no alto da parede. Tirando a mesa, com os objetos e uma camiseta amassada em cima dela, o quarto estava em total ordem. Eu estava definitivamente no quarto de Jake. Mas por que eu estaria ali? Tínhamos brigado noite passada na festa da Rachel, certo? Senti Jake me apertando contra seu corpo. Nossas mãos estavam entrelaçadas repousando em minha barriga. OK, que realmente não me lembrava de como eu vim parar aqui.

Vi minha foto com Jake em cima da mesa. Estávamos em um baile. Meu vestido era azul-claro e combinava com a gravata de Jake. Ele estava me abraçando por trás sorridente, assim como eu. Há muito tempo não sorriamos assim. Gentilmente, tirei a mão de Jake de minha barriga e sentei-me na cama. Eu estava nua. Perfeito, eu tinha transado com meu quase ex-namorado e nem lembrava.

Fragmentos na noite passada apareciam lentamente. Jake e eu discutindo, eu e Tina conversando. Artie fazendo uma brincadeira comigo, Jake e eu discutindo novamente, Marley na festa com Ryder. Quinn rindo loucamente por causa de uma piada do Artie, mais uma briga, um beijo. Mas que beijo? Com certeza não era de Jake. Nunca senti nada quando eu beijava Jake. Esse tinha sido diferente. Definitivamente.

Levantei lentamente e me senti tonta. Minha cabeça estava a mil, parecia que ia explodir. Jake deitou-se de costas levando os braços para trás da cabeça. Levantei lentamente andando até o armário. Peguei uma camiseta branca de Jake e vesti. Não queria procurar minhas roupas, só precisava de um balde d’água e aspirina. Muita aspirina. Andei até a mesa e peguei meu celular. Tinha 7 mensagens. Uma de Tina perguntando se eu iria para casa dela mais tarde. 2 de Artie falando que conseguiu finalmente ficar com Sugar e as outras 4 eram de Ryder? Por que ele me mandaria mensagens?

“Kitty me desculpe por ontem, não tive a intensão de te assustar. Juro! Mas, se você nunca mais falar comigo eu entendo. Mas, por favor, não faça isso. – Ryder”

Mas que diabos aquele garoto estava falando?

“Kitty, sério. Eu não devia ter te beijado de volta. Você estava confusa. E eu aproveitei disso, me responde, por favor. – Ryder.”

As outras não se diferenciavam. Todas desesperadas falando de um beijo. Por que Ryder Lynn iria me mandar mensagens desse tipo? Outro fragmento dos olhos castanhos de Ryder bem próximos dos meus e ele sussurrando lascivamente “você é linda" brotaram em minha mente. Ryder era um dos poucos garotos que não davam em cima de mim, mas por que agora? Eu necessitava de respostas.

Procurei em silêncio minhas roupas. Assim que eu terminei de vesti-las, sai do quarto. Puck estava na cozinha, fazendo café. Ele me observou, suspirou demonstrando-se vencido e balançou a cabeça negativamente.

– O que quer que eu diga a ele? – Ele perguntou com a voz meio rouca. Puck nunca esteve de ressaca, pois sempre estava bêbado.

– Tina me chamou. - Respondi calmamente. Andei o balcão da cozinha colocando as mãos sobre ele, observando-o.

– Kitty, você deveria parar de brincar com os sentimentos do Jake. – ele disse tirando a água do fogo – pode não parecer, mas nós, Puckerman, temos sentimentos.

Ele que começou com a Marley. – respondi involuntariamente.

– Marley? A Marley do Ryder?

Por um segundo senti uma onda de raiva pairar sobre meu corpo.

Essa vagabunda... – Disse suspirando. – Eu realmente tenho que ir. – Falei andando até Puck e beijando sua bochecha.

Assim que sai, peguei meu celular e mandei uma sms para Ryder.

“Me encontra agora no Biscoitos & Bolos. – Kitty”

Ele era o único que ia me responder o que realmente aconteceu noite passada. Assim que cheguei à cafeteria - onde eu tomava a maioria dos meus cafés-da-manhã, sentei-me em uma mesa mais afastada. Não demorou nem 5 minutos e Ryder já estava ali, aproximando-se de mim com um sorriso bobo nos lábios. Ryder estava com uma camiseta verde-escura – que ficava folgada em seu tronco - e uma calça jeans. Ele sempre se vestia assim.

– Bom dia – ele disse calmamente, beijando minha bochecha. Ele se sentou na cadeira da frente e chamou o garçom.– Acho que ainda não tomou café da manhã, certo? Então duas panquecas, mas uma sem canela e dois cafés. Um deles com gotas de limão, por favor.

Como ele sabia que eu aquele era o meu pedido de sempre? OK, Ryder está me assustando. Ele sabia das minhas preferencias, que meu nome era Katherine e que eu era alérgica a canela. Ele passou a mão no rosto e coçou a nuca. Eu já tinha reparado que ele fazia isso sempre que ficava nervoso, só não tinha reparado o tanto que ele ficava fofo. Tá, desde quando Kitty Wilde acha alguém fofo?

– Ryder... – O chamei. Ele olhou para mim com um brilho nos olhos e um sorriso de canto que me fazendo sorrir também. ... Te chamei aqui para conversar.

– Eu... Temia isso. Ele respondeu e cruzou os braços, como se estivesse esperando para se decepcionar.

– O que exatamente aconteceu com a gente noite passada? – Perguntei diretamente entrelaçando meus dedos sobre a mesa. Ryder suspirou e descruzou os braços.

– Bem, você tinha terminado com o Jake por algum motivo e eu estava tentando te animar. Então nos beijamos. Mas você disse que não poderia fazer isso com a Marley e me largou lá na praia.

No momento que ele me falou, a cena rolou em minha cabeça. Todas as coisas da noite passada estavam voltando como uma avalanche. Lembrei que eu tinha brigado com Jake pelo mesmo motivo de sempre.

Flashback on:

– Kitty, eu não quero mentir para você. – Jake falava calmamente. Estávamos um pouco afastados de todos na praia.

– Mentir? Como assim? – perguntei aflita, eu sabia que Jake estava escondendo algo de mim.

– Eu... Eu fiquei com a Marley novamente.

Ele não tinha feito aquilo. Ri involuntariamente sem acreditar no que ele havia dito.

– Você está brincando?

– Não. Foi quando brigamos pela ultima vez. Eu achei que era definitivo e aconteceu. Me desculpa.

– Sabe que você pode fazer com sua desculpa? Enfia ela na sua bunda, idiota.

Flashback off

– Ele me traiu com a Marley. – Disse em um tom monótono sem querer que Ryder respondesse. Aquilo era a gota d’água.Por isso eu te beijei para me vingar do Jake.

– Você... Me usou... – Ryder disse. Seu tom de voz era cheio de desapontamento e tristeza. Assim que abri a boca para falar Ryder completou – claro, é sempre assim. Eu conheço uma garota legal e ela me usa, mas quer saber? Eu não me importo. – Ele riu incredulamente – claro que não, por que mesmo sendo usado, eu tenho ainda gosto disso. De ter a garota.

Ryder estava chapado ou alguma coisa assim? Quando o garçom deixou nosso pedido na mesa, um silêncio desconfortável reinou o local. Depois de alguns minutos assim falei:

– Ryder me desculpa, eu não sei o que deu em mim.

– Te perdoo se você for minha hoje. Ele respondeu com um sorriso no canto dos lábios, ajeitando-se na cadeira. O que ele quis exatamente dizer com isso?

Ryder passou o resto da refeição quieto. Assim que terminamos, ele disse que iriamos para um lugar legal o que me deixou frustrada. Surpresas me deixavam nervosa. Ryder me levou até seu carro. Um Jeep. Nunca imaginaria que Ryder dirigia um Jeep. Assim que ele começou a dirigir, eu estava feliz. Por algum motivo sobrenatural a presença de Ryder me fazia feliz. Fazia com que eu me sentisse normal e não a Kitty Wilde que todos conheciam, a Kitty que há muito tempo eu não era.

Ryder me trouxe até uma espécie de mansão. Podia ler em um letreiro “Mansão Adamatti.” O que diabos estávamos fazendo ali? Ryder desceu do carro e abriu a minha porta. Assim que desci do carro ele segurou minha mão docemente.

– Aqui era a mansão de Alfred Adamatti. Ele montou esse orfanato na casa dele quando achou um bebê na rua mesmo. Eu venho aqui sempre que dá. As crianças daqui são incríveis.

– Mas o que eu estou fazendo aqui? – Perguntei parando de andar e encarando-o. Ryder sorriu de canto e me encarou.

– Noite passada, disse a você que ia te ajudar a ser uma Kitty melhor. Vou começar amolecendo esse seu coração de pedra com as crianças daqui. – Ele sorriu abertamente apertando meu nariz. Segurei um riso – E não existe jeito melhor para isso. – Ele segurou minha mão novamente e me puxou para dentro da mansão.

Assim que entramos eu vi como o lugar era bem cuidado. Tinha uma total ordem. Eu poderia imaginar que Jake estava vivendo aqui. Ryder me levou até o balcão e uma mulher gorda com os peitos quase pulando para fora da blusa sorriu para ele.

– Oi querido, tudo bem?

– Sim – Ryder respondeu soltando minha mão e apertando a dela. Senti uma outra onda de raiva em meu corpo. – Minha mãe já chegou?

– Sim, ela esta com o Calvin.

– Obrigado. – Ryder sorriu e segurou minha mão e me puxou para um corredor. – Tem um garotinho que quero que conheça ele. Ele é uma graça e adora desafios. Acho que você vai se dar bem com ele.

Entramos em um quarto azul claro. Uma mulher estava sentada em uma cama ao lado de um garotinho ruivo. Ele abriu um sorriso assim que viu Ryder.

RYDER! – Ele gritou e pulou da cama, se jogando em Ryder. Ele soltou uma risada e abraçou o garoto.

– Calvin! – ele sorriu e soltou o garoto no chão. – e ai garotão, como vai? - Sorri ao escutar o "garotão". Era o apelido que eu tinha dado para Ryder.

– Eu estou feliz, Deborah disse que eu vou ser adotado. – Ryder sorriu e abraçou-o novamente. Depois de um tempo Ryder soltou ele e sussurrou algo ao garoto. O garotinho ruivo afirmou com a cabeça, marchou até mim e cutucou minhas pernas. Ajoelhei perto dele e cutuquei seu braço.

– Quem é você? – Ele indagou tentando parecer sério. Segurei um riso. Ele tinha olhos azuis. Pude perceber que Ryder tinha se juntado a outra mulher no quarto.

– Kitty. – Respondi calmamente.

– Pois bem, sou Calvin. – Ele cruzou os braços e me olhou – e eu que mando aqui. Sou capitão do time de futebol.

Gargalhei.

– A tá, você é o manda chuva? – Perguntei cruzando os braços e cerrando os olhos.

– Sim, eu mesmo. - Era com certeza esse garoto que Ryder me falara.

– Eu te desafio então – respondi calmamente me levantando.

– Desafio aceito. Você fica com os outros jogadores e eu, com os meus. – Ele respondeu estralando os dedos.

– Feito, tampinha. – Era claro que eu estava brincando. Ryder tinha um sorriso divertido nos lábios. Calvin segurou na barrinha do meu short e me puxou para fora do quarto, provavelmente me levando para o campo.

...

Depois de uma partida de Futebol, meu time – que eram outras crianças – tinha ganhado por apenas um gol de diferença. Ryder tinha feito questão que seria o juiz. “Não vou jogar contra Calvin e nem contra Kitty.” Ele falava fielmente.

– Ganhou só por que eu sou gentil e eu deixei. Mas vai ter revanche. – Calvin falava sorrindo.

– Eu aceito só se você tomar um sorvete comigo. – Uma sombra de tristeza passou no rosto do garotinho.

– Kitty, Calvin não pode sair daqui. – Ryder disse tocando levemente meu braço.

Tinha me esquecido que estávamos em um orfanato.

– Certo. Posso comprar e trazer para você. – Disse me curvando na direção de Calvin que sorriu animado. Tive a impressão que Ryder olhava para minha bunda.

– Gostei dessa ideia. Ai você poderia trazer um trenzinho para mim! – Ele disse pulando animado.

– Calvin! – Ryder chamou-o severamente – não abuse da boa vontade dela.

Ele abaixou a cabeça triste sussurrando “desculpe”.

– Posso até tentar achar esse trenzinho para você, mas já vou falando, eu não prometo nada. – Endireitei meu corpo cruzando os braços.

Calvin sorriu animadamente.

– Tudo bem.

Passamos amanhã tranquilamente. Próximo à hora do almoço, Ryder me puxou para o balcão na entrada da mansão. A mesma mulher no quarto de Calvin estava ali.

Agora sem o Calvin gritando, mãe, esta é Kitty, uma amiga minha da escola. – Ryder disse parando diante dela. Ele puxou meu braço e me fez ficar parada diante da mulher – Kitty, essa é minha mãe, Deborah.

– É um prazer em conhecê-la senhora Lynn. – Disse sorrindo levemente levantando minha mão para cumprimenta-la.

– O prazer é minha querida. - Ela tinha a mesma cor de cabelo que Ryder. Ela era alguns centímetros mais alta que eu e tinha um dos sorrisos mais sinceros e acolhedores que já vira na vida. Agora sei da onde Ryder tinha esse sorriso encantador. – Ryder, meu bem – ela soltou minha mão e se virou para Ryder tocando seu rosto – tenho que trabalhar agora, por que não leva Kitty para almoçar conosco na semana que vem?

– Tudo bem pra você? – Ryder perguntou para mim.

– Sim, acho. – Respondi colocando as mãos na cintura.

– Ok então, vejo vocês depois. – Ela sorriu gentilmente deu meia volta e sumiu no corredor.

Depois disso foi normal o dia. Nos despedimos das crianças e fomos almoçar em um restaurante próximo a praia. Depois do almoço, caminhei com Ryder na praia, procurando um lugar para ficarmos. Estava um pouco nublado, porém não parecia que ia chover tão cedo. Ryder tinha trago tudo: protetor, toalhas, roupa de banho, comida – caso se demorássemos – tudo. Como se ele tivesse planejado. Ele estendeu a toalha no chão e deitou-se em cima. Como não tinha ido ainda para casa noite passada, ainda estava com meu biquíni. Tirei a blusa e joguei-a próximo as nossas coisas. Me sentei ao lado de Ryder e ficamos um pouco em silêncio.

– Praias deveriam ser a oitava maravilha do mundo – Ryder soltou com um suspiro.

– Sim – concordei deitando-me ao seu lado – e são melhores ainda quando estamos com as pessoas que significam algo importante para nós.

Ryder olhou para mim esperançosamente, o que me fez rir.

– Não tão rápido, garanhão – falei olhando para o mar e suspirando sinto falta as vezes de ser uma adolescente normal.

– Você não se sente normal? Ryder perguntou olhando em meus olhos. Era incrível como eu podia ver como ele que era dócil, cuidadoso e gentil somente olhando em seus olhos, que possuíam um brilho diferente.

Defina normal. – Disse aproximando nossos corpos. Percebi que Ryder hesitou por um segundo com meu ato.

Pessoas aceitas na sociedade. – Ele respondeu descendo o olhar aos meus lábios.

– Essas pessoas são riquinhas e metidas a ingleses? – Perguntei seriamente.

– Quase. Podemos dizer, não com toda certeza, que sim.

– Meus pais se identificam à essas pessoas.

– Sério? Meu pai e seus pais dariam certinho juntos.

– Talvez não só nossos pais. sussurrei lascivamente.

Ryder fechou os olhos, soltou uma risada fraca e, corando violentamente desviou seu olhar do meu saindo completamente do controle de sedução que eu estava lançando sobre ele.

– Kitty, você voltou com Jake noite passada e ... sua voz falhou por um segundo – eu ainda estou com a Marley.

Algo me dizia que ele não estava feliz com aquela afirmação. Levei minha mão ao seu rosto. Passei preguiçosamente as pontas dos meus dedos em sua mandíbula sentindo sua barba recém-feita. Desci minha mão até seu queixo, puxando-o levemente para que ele olhasse para mim. Senti meu coração batendo descompassadamente. De repente, minha garganta fechou, não estava entendendo o porquê de eu estar tão nervosa, o porquê de estar desejando sentir os lábios de Ryder nos meus. Seu olhar era calmo. Ele era fácil de ler assim como Jake, o que me dava vantagem por saber exatamente o que queriam. Ryder queria o mesmo tanto que eu queria por aquele momento. Seu olhar era cheio de amor e ternura. Era quase como se ele pudesse ver a Kitty antiga e desejasse que a tivesse. Só para ele. Desci lentamente meu olhar para seus lábios e novamente senti uma vontade insuportável de beijá-los.

– Eles não precisam saber – Sussurrei lascivamente ainda com o olhar fixo em seus lábios. Ryder sorriu e olhou em meus olhos por mais uma vez antes de encostar seus lábios aos meus.

Os lábios de Ryder Lynn me causavam formigamento. Um ótimo formigamento, coisa que nunca senti com Jake e provavelmente nunca sentirei. Tirei minha mão de seu queixo e envolvi meus braços em seu pescoço assim que ele me deitou na toalha e fico sobre meu corpo. Não era um beijo desesperado. Era um beijo calmo, suave e com desejo. Uma das mãos de Ryder desceu para minha cintura apertando-a levemente. Passei meus braços por debaixo dos de Ryder e segurei seus ombros, sentindo sua língua tocando a minha com ardor. Continuamos ali, no mundo em que eu e Ryder tínhamos entrado. Um mundo só nosso onde eu poderia mostrar a ele que eu poderia ser humana. Quando foi preciso, separamos para buscar ar. Ryder desceu seus lábios até meu pescoço, chupando com veemência próximo ao meu maxilar. Cravei minhas unhas em seu ombro. Ryder abafou uma risada na curva no meu pescoço e levantou a cabeça sorrindo.

– Descobri isso noite passada.

Revirei os olhos e selei meus lábios nos dele. Ele não tinha o direito de descobrir meu ponto fraco.

Um tempo depois, Ryder decidiu que queria ir para o mar. Recebi o convite, mas acabei recusando, deitando-me na toalha e fechando os olhos. Senti mãos em meus braços me puxando. Fui forçada a levantar e Ryder me pegou no colo, levando-me para a água do mar. Ria descontroladamente – um tanto quanto nervosamente – implorando para ele me deixar na areia mesmo. Assim que a onda bateu em seu pé, envolvi meus braços no pescoço de Ryder e apertei com força.

Tem medo de água é? – ele falou zombando de mim.

– De me afogar. Respondi tentando não soar tão desesperada e apavorada. Não funcionou. – Eu não sei nadar – falei com calmaria. Ryder me soltou e pediu para que eu pulasse em suas costas. Assim que fiz, senti as mãos de Ryder em minhas coxas segurando-me de uma forma protetora. Envolvi novamente meus braços no pescoço de Ryder e me aconcheguei em seu corpo.

Pouco tempo depois estávamos bem à frente da praia, um de frente para o outro. Eu beijava Ryder enquanto meus dedos brincavam com seus cabelos molhados. Prendi minhas pernas ao redor de sua cintura sentindo as mãos de Ryder envolvendo meu corpo. Pela primeira vez no ano, eu me sentia completamente feliz. Mesmo que o que estivéssemos fazendo era totalmente errado e que eu poderia ser punida mais tarde por isso, eu estava adorando ter Ryder para mim. Por poucas horas, mas estava. Não era como no começo: eu ia usa-lo para o caso que eu perca Jake. Eu estranhamente queria Ryder. Mais do que uma tarde não-tão-ensolarada de Domingo. Mais do que o garoto que eu pegava as respostas do dever de história. Mais do que um simples amigo.

Alguns minutos depois, Ryder e eu voltamos até nosso “acampamento”. Eu estava deitada na toalha e Ryder descansava a cabeça sobre minha barriga.

– Kitty – Ryder me chamou levantando a cabeça para me olhar – posso te fazer uma pergunta?

– Já fez. – Caçoei dele.

– Outra pergunta. – Ele respondeu com deboche.

Ri.

–Tá.

– Por que voltou com Jake novamente?

Era óbvio que ia perguntar isso, mais cedo ou mais tarde. Suspirei lentamente.

– Bem, toda rainha precisa de um rei. Depois da Quinn, eu mando naquela escola, e quando ela for embora eu vou assumir o lugar dela, entende? Não posso fazer isso sozinha. Preciso de alguém de confiança. Por isso eu tenho o Jake.

– Que coisa mais idiota.

– Minha vez de te perguntar – disse interrompendo-o. Eu também achava, mas o que eu poderia fazer? Para todos eu era Kitty Wilde, perfeita líder de torcida. Tinha que ter notas perfeitas, namorado perfeito, corpo perfeito, vida perfeita. Tudo perfeitamente exaustivo. – Desembucha. Qual é a sua com a Boobless?

– Com a Marley? – Ele hesitou por um momento olhando para o mar novamente.

– A verdade. – Disse severamente. Ele suspirou.

– Eu costumava ser um garoto excluído na primeira série. Ninguém falava comigo, até uma garota vinda de Iowa e falar uma simples frase “quer ser minha dupla para o trabalho de ciências?”. Foi mais ou menos assim que começou. – Ele riu. Sua risada me fazia sentir um arrepio. – minha vez.

– Não, você não contou o que eu realmente quero saber.

Ele ficou em silêncio por alguns minutos. Ele suspirou vencido e quando parecia falar, a introdução de Summit ecoou abafadamente dentro da minha bolsa. Ryder levantou, esticou o braço e me entregou a bolsa de mal-agrado. Por que tanta revolta? Tinha escapado de um interrogatório.

Na tela podia ler “Jake”. Senti meu coração bater três vezes lentamente e meu estomago dar um nó. Será que ele estava vendo o que a gente estava fazendo?

– Alô. – Disse calmamente.

–Kitty, onde você está? – Jake perguntava com um tom de preocupação e desespero.

– Na casa da Ti...

– Não, não está na casa da Tina – ele me cortou deixando a ira se instalar em seu tom – falei com ela minutos atrás, você nem passou na casa dela. Onde você está?

– Na praia, com... O Blaine – Menti. Eu sabia que Blaine não iria me desmenti, afinal já ajudei ele várias vezes com “problemas” que ele tinha na escola.

– Não estou te prendendo a mim, ok? Só... Não minta mais. Por favor. – Ele disse calmo. Sempre que ele usava esse tom, eu sentia um arrepio de medo em minha espinha.

– Desculpe.

Olhei para Ryder que permaneceu sentado na toalha olhando para o horizonte e que tinha uma feição de desapontado e tristonho.

– Eu quero... - pigarrei – Falar com você. Pode passar la em casa em uma hora?

– Sem problemas.

Assim ele desligou. Uma sombra de tensão passou por meu semblante sendo notada por Ryder. Olhei para ele compreensivamente. Ryder suspirou e se levantou, colocando a camiseta pronto para sair.

Passamos o trajeto para minha casa em silêncio que eram quebrados por mim indicando aonde ele deveria seguir. Pela primeira vez em duas semanas que eu não conseguia ler Ryder. Ele parecia irritado e ao mesmo tempo calmo, como se estivesse segurando as palavras para não estragar tudo. Quando ele estacionou na frente da minha casa ele olhou atentamente para a construção. Meus avós se inspiraram em castelos antigos para construí-la. Castelos ingleses. O que me fazia acreditar que depois que meu avô perdeu a sanidade de vez, se imaginava um rei naquele lugar imenso. Três hectares são grande coisa, até para mim. Ryder suspirou e encostou-se ao banco.

– Bem, boa sorte. – Ele finalmente disse. Inclinei-me em sua direção e toquei seus lábios lentamente. Senti que Ryder sorria. Assim que desci do carro, corri pelo gramado enorme e parei diante à porta. Eu poderia escutar o barulho de piano soando perfeitamente vindo da sala. Meu pai havia chegado mais cedo.

Assim que entrei, cumprimentei rapidamente meus pais – beijando a bochecha de cada um – e corri para meu quarto. Precisava de um banho urgentemente. Tinha que tomar um banho desinfetante de Ryder Lynn. Tirar o perfume maravilhoso daquele garoto do meu corpo. Enquanto a água quente caia sobre meu corpo, a tarde passava como um flashback em minha mente. Nunca tinha me sentido tão revigorada e viva como me sentia agora. Quando sai do banho e me vesti, esperei por Jake na sala. Assim que o barulho da campainha soou pela casa, senti meu ventre contorcer-se de nervosismo. Ryder tinha me enfraquecido, mas eu precisava ser forte. Eu precisava definitivamente botar um fim em meu relacionamento com Jake. Deixa-lo ser livre para fazer o que quisesse, mas como fazer isso com alguém que você olha e vê um irmão tão adorado?


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Notas finais do capítulo

Ai está. Devo dizer que eu acho que as coisas estão andando rápidas demais e que infelizmente vou retardar o namoro de Kyder, porém não me matem! Prometo que não vou desaponta-los. Aqui está o link da casa da Kitty: (http://www.imoveisdeluxo.com.br/immg/noticias/imagens/20081119a.jpg) Digam-me o que acharam por que estou simplesmente insegura com esse capítulo. Até mais c:Pitada de: Wake me Up, Ed Sheeran.