“Kitty!! Preciso de você, tipo assim, urgentemente! No refeitório.” - Artie.

Tinha acabado de ler a mensagem super histérica do Artie. Ele queria conversar comigo sobre alguma outra garota que ele estava afim. Tinha certeza. Artie só falava desesperadamente comigo para dicas de como atrair alguma garota. Será que ele não poderia arrumar um alguém sozinho? Bufei com raiva caminhando rapidamente pelo corredor. Quando fiz a curva para entrar no refeitório esbarrei-me com a filha do Mike e Molly.

– Desculpe... – Ela sussurrou se abaixando para pegar seus livros que tinham caído no chão. Ela não tinha percebido que tinha esbarado em mim.

– Olha por onde anda “Boobless” – Era divertido criar apelidos para Marley Rose. Ela se sentia tão indefesa toda vez que eu a insultava que isso me incentivava a continuar. Ela se levantou assustada, pressionando os livros contra seus seios – Marley, eu sei que você fez audição para Sandy Dee no Grease. Fique sabendo que ele esse papel é meu.

– Co-como sabe que eu fiz a audição? – Marley perguntou com tom baixo. Cruzei os braços sob os seios e sorri falsamente.

– Como se eu não soubesse de tudo que se acontesse nessa escola, querida. – Soltei uma risada maléfica passando a mão pelo seu ombro e caminhando ao seu lado pelo corredor – então, é bom não ficar tão esperançosa. Apresentar “Blow Me One Last Kiss” foi até uma ideia inteligente e ainda usar a nossa terceira diva, Unique? Melhor ainda, mas fique sabendo que Artie é o diretor da peça e nós... – Deixei a frase solta no ar com um sorriso pervertido no rosto – ... Bem você sabe. Jake e eu vamos fazer os testes e vamos ganhar. Eu deixo você assistir nossa apresentação. Vai ser super divertida. – Disse sorrindo animadamente e apertei suas bochechas – Tenho que ir pobretona. Não se esqueça! Quatro e meia no auditório. Quero muito que assista.

Entrei no refeitório deixando Marley para trás. Não estava blefando em relação à Artie. Somos só amigos desde crianças, mas eu poderia usa-lo às vezes, certo? Alguns garotos são tão bobinhos.

Eu odiava peças de escola, mas ganhando o papel da Sandy Dee ia ajudar na minha popularidade e Jake ia continuar comigo – mesmo sendo por status na escola.

Eu estava perdendo Jake, eu sabia disso. Eu precisava de Jake ao meu lado. Precisava de alguém para ilustrar meu novo trono de rainha do colégio já que minha diva / inspiração / perfeição Quinn Fabray estava se formando. Eu poderia usar Artie, mas mesmo de mentirinha eu não me via namorando com ele. Os outros jogadores eram horríveis e Jake era o único para mim. Eu necessitava daquele papel. Ele ia ajudar minha vida.

Artie estava sentado na mesinha do New Directions refeitório. Ele se arriscava até demais sentando naquele lugar. Ele gostava tanto assim de levar raspadinha na cara? Sam Evans - outro jogador - estava se engolindo com Brittany Pierce, uma das líderes de torcida. Tina Cohen-Chang estava conversando com Artie. Assim que ele me avistou ele se despediu de Tina e veio correndo até mim.

– O que foi dessa vez? – Perguntei sem paciência.

–Eu preciso de sua ajuda. Com uma garota.

– E eu preciso de novidade, ok? – Respondi cruzando os braços. Artie era um dos melhores jogadores do time de futebol americano da nossa escola. Depois da minha mudança de pessoa sociável para vadia sarcástica, Artie é o um dos únicos que aguenta meus ”surtos”.

– Você conhece a Sugar Motta? – Ele perguntou segurando meus braços e olhando em meus olhos. Artie parecia muito desesperado.

– A rica metida? – Retruquei com desdém, revirando os olhos.

– Sim, ela mesma. Quero convida-la pra festa da Rachel Berry, mas...

– Tem medo que ela não aceite? – o interrompi desviando o olhar para um garoto com o cabelo de “Justin Bieber” e com o casaco do time de futebol. Ele estava conversando com a mãe da Marley, Millie Rose, a cozinheira enorme. Eu tinha uma impressão que eu conhecia ele. Voltei meu olhar para os olhos claros de Artie – bem, ela gosta de dinheiro e de ser mimada. Acho que a parte de mima-la você consegue direitinho. – Respondi com um sorriso malicioso no rosto. Artie viva para mimar uma pessoa.

Flashback ON:

Quando eu quebrei o pé em um dos ensaios das Cheerios ele comprou quatro ursos de pelúcia para mim.

– Você precisa de alguma coisa para ficar abraçada quando não estiver ninguém aqui no hospital – ele dizia com um sorriso no rosto.

– Mas eu vou sair em trinta minutos, idiota! – Disse elevando o meu tom de voz.

–Não precisa gritar! – Gritou ele de volta jogando um dos ursinhos em mim.

Flashback OFF

Artie me soltou colocando a mão nos bolsos. O All-Star surrado dele estava desamarrado. Ele jogou a franja "emo" dele para o lado e revirou os olhos.

– Ok, posso até mima-la, mas, eu não sou rico, lembra?

E a oportunidade de ser a mais nova Sandy Dee surgiu em minha mente.

– Posso te ajudar com isso, mas eu terei que ganhar algo em troca. – Ele me encarou em silêncio esperando meu acréscimo. Sorri me divertindo com o momento e coloquei as mãos na minha cintura – hoje à tarde vou fazer a audição para Grease com Jake. E eu preciso desse papel. – Frisei o “preciso” recebendo um olhar de reprovação vindo de Artie. – Entendeu? – Indaguei severamente. Ele balançou a cabeça positivamente. Dei um sorriso vitorioso e beijei sua bochecha me afastando dele. Avistei Jake sentado na mesa com os outros garotos do time.

– Olá querido. – Disse sorrindo, sentando-me ao seu lado.

– Oi. – Ele me respondeu levando sua mão até minha nuca me puxando para um beijo.

– Vai para um quarto. – Escutei o irmão mais velho de Jake, Noah Puckerman, falando.

– Calado, Puck. – Ele respondeu passando a mão em minha coxa e beijando meu pescoço. Lancei um olhar vitorioso para Puck e malicioso. Ele hesitou e desviou o olhar.

Puck e eu tínhamos uma “história”. Quem no McKinley não tinha um caso com Puck? Mas isso foi antes de “Jitty” acontecer, claro. Posso ser a pior vadia de todas, mas nunca teria coragem de trair alguém dessa forma. Eu ainda fazia brincadeiras salientes com Puck, ele gostava, mas tentava disfarçar por causa de Jake.

O garoto com o cabelo de Justin Bieber passou por perto da mesa e Finn Hudson o chamou para sentar-se à mesa. Por míseros segundos meu olhar se encontrou com o dele. Ele sorriu lentamente, sorri de volta para ele. Não creio... Espera... Eu estava quase flertando com o namoradinho da Marley?

– E ai Ryder – Finn cumprimentou o garoto que sentou ao seu lado, desviando seu olhar do meu. – Galera, esse aqui é o novo Running Back do time: Ryder Lynn. – Todos os demais da mesa o cumprimentaram. Jake levantou a cabeça, o encarou e encostou novamente a cabeça no meu ombro. Ele estava quieto, passando a mão sob minha coxa, lascivamente.

– Jake, você está bem? – Perguntei colocando minha mão em seu rosto, afagando-o. Jake estar quieto era uma das coisas mais impossível de acontecer.

– Sim. Só estou pensando como você vai ficar gostosa quando cantarmos “You’re The One That I Want It” – Ele respondeu com um sorriso no rosto. Dei uma risada e encostei meus lábios nos dele. Jake e eu muitas vezes parecíamos que éramos apaixonados um pelo outro. Não que eu esteja. Depois do que eu passei por causa de um amor, nunca mais irei me permitir a fazer algo tão inútil.

No começo eu e Jake andávamos de mãos dadas no corredor, tínhamos brincadeiras bobas um com outro. Era uma coisa simples, boba e inocente. Eu, com o tempo, aprendi pelo menos me importar com ele. Separei-me dele com um sorriso nos lábios. Ryder parecia desconfortável com a nossa interação.

–Então, Ryder – Phil Lipoff falou limpando a garganta – é verdade? Os boatos?

–O que? – ele perguntou distraído – Que boatos?

– Que você está pegando a filha da cozinheira!– Falou Bobby Surette de uma forma animada como se aquilo fosse uma coisa espetacular. Jake ficou um tenso quando escutou.

–A Marley Rose? – Jake perguntou se ajeitando no banco e tirando as mãos de mim.

– Ela mesma! – Phil disse – Eu me pergunto como ela saiu daquilo – ele apontou para Millie, a cozinheira – Tenho certeza que a irmã gêmea dela ainda vive ali dentro – revirei os olhos com aquele comentário imbecil. Como aquele garoto conseguia ser tão irritante? Ryder em um impulso se levantou da mesa e puxou a camiseta do Phil encarando-o com ódio.

– Fala assim de novo dela... E eu...

– Você o que, muleque? – Phil provocou se levantando e empurrando Ryder. Naquele momento, todos no refeitório olhavam para eles.

– Experimente. – Ryder não parecia estar blefando. Dava para notar como ele estava realmente irritado. Ele se virou pronto para sair do local.

– Millie Rose é um Jumbo. – Ele disse recebendo a risada de alguns dos outros jogadores retardados. Sério que seria esse o "argumento" dele? Ryder parou no momento em que ele disse aquilo. –Vai fazer o que muleque?

Em uma jogada rápida, Ryder se virou e acertou o queixo do garoto o fazendo cair no chão. Ryder andou até ele e o chutou com força na barriga. Gritos começaram a preencher o silêncio “Briga! Briga! Briga! Briga!” Bobby se levantou rapidamente e atacou Ryder. Ele foi mais rápido e desviou. Ryder segurou o pulso Bobby e a colocou nas costas dele. Ele o empurrou contra a mesa que estávamos sentados. Todos da mesa se levantaram.

– Ela não é daquele jeito por que ela quer, entenderam? – Ele disse encarando os dois e batendo a cabeça de Bobby contra a mesa novamente. Era possível já ver o sangue na testa dele – Ela tem uma doença e eu espero que essa mesma doença que ela tem um dia alguém especial na vida de vocês tenha também, para vocês verem o tanto que é divertido ser assim. Para vocês ficarem fazendo gracinha com essa pessoa. – Ele jogou Bobby contra o chão e deu um passo para trás -Espero que eu tenha sido claro. Se eu ver vocês fazendo gracinha com ela ou com a Marley, eu quebro a cara de vocês. – e encarou todos no refeitório, mudando sua expressão.

Finn puxou uma salva de palmas, sendo acompanhado por Artie e assim, todos o aplaudiram, até Jake. Todos naquele lugar odiavam Phil e Bobby. Eles faziam bullying com todos e ninguém teve coragem de fazer alguma coisa para impedir, até hoje. Todos estavam impressionados. Ryder sorriu e novamente seu olhar cruzou com o meu. Sorri atrevidamente para Ryder. Lentamente levantei os braços e segui os aplausos sorrindo ainda para ele. Ele sorri timidamente e deixa o local, envergonhado. Todos pareciam felizes com o ato de Ryder. Seria Ryder Lynn nosso novo super-herói?

...

Senti os lábios de Jake em meu pescoço enquanto ele passava suas mãos em minhas costas em uma velocidade significativa. Pulei em seu colo passando meus braços pelo seu pescoço, beijando-o com voracidade. Ele me prendeu contra a parede. Sua mão desceu para minha coxa enquanto sua língua explorava minha boca com urgência. Jake parecia desesperado por aquilo. Até parecia que fazia meses que não fazíamos sexo.

– Ja... Jake... Ja... Jake... – Tentei me comunicar com ele. Minha cintura estava pressionada com a sua. Ele me apertava contra a parede. Eu conseguia o sentir ficando excitado a cada movimento que fazíamos – Jake! – Consegui falar ofegantemente.

– O que foi? – Ele perguntou descendo os lábios para meu pescoço novamente. Jake sabia que aquele era meu ponto fraco. Senti a outra mão de Jake que estava em minha bunda subindo até achar meu zíper da minha roupa das Cheerios.

– Não podemos transar no vestiário. – Respondi com dificuldade colocando a mão em seu peitoral com a intenção de afasta-lo de mim.

– Como se você se importasse. – Ele respondeu com um sorriso malicioso. Ele abaixou a cabeça e beijou meu pescoço. Estava começando a me render aos seus toques. Assim que ele puxou o zíper do meu uniforme, eu senti a roupa folgando em meu corpo. Coloquei minhas mãos em seu rosto, empurrando-o.

– Jake, pare... É sério, se a Beiste vir estamos ferrados. - Jake parecia não me escutar, ele continuou beijando meu pescoço – Jake, você está muito carinhoso. Carinhoso até demais... – Disse apertando minhas pernas em sua cintura para não cair.

– Não consigo te entender. – Ele segurou minhas coxas e caminhou até o banco de madeira que ficava no vestiário – Quando eu não faço nada, sou grosso, quando sou carinhoso, você reclama. Kitty pare com essa bipolaridade, ok? – Ele sorriu abertamente e sentou-se no banco me sentando em seu colo.

– Em primeiro lugar: Não estou reclamando. – Disse passando a mão pelo seu rosto em um gesto de carinho – estou estranhando. Você nunca foi tão... Carente. – Ele sorri novamente e encostou nossos lábios rapidamente –Segundo: Ser bipolar é divertido, assim as pessoas não cansam de mim tão fácil. – Respondi com um sorriso vitorioso no rosto.

Jake deslizou a roupa das Cheerios pelos meus ombros revelando meu sutiã vermelho. Novamente, ele estava me ignorando. Ele beijou meu colo enquanto suas mãos passeavam pelas minhas costas. Tombei minha cabeça para trás fechando os olhos quando senti um chupão forte em meu pescoço – isso ia fazer uma marca, com certeza. Passei minhas mãos pela nuca de Jake, arranhando-a levemente. Senti Jake beijando entre meus seios. Segurei seu queixo delicadamente forçando-o a me fitar.

– Jake. – Falei em um tom sério encarando sua feição pidona e maliciosa, implorando internamente para que eu o deixasse continuar. – Depois você pode brincar com os dois. – Disse com um sorriso malicioso – Eu te conheço. O que foi? – Disse em um tom doce. Um tom que eu que não usava há muito tempo.

– Estou nervoso... E isso me relaxa. – Ele respondeu monotonamente envolvendo seus braços em minha cintura, mordendo levemente meu queixo.

Soltei uma risada um pouco cruel.

– Nervoso? Com o que? – Senti ele puxando-me para próximo dele.

– Com a apresentação – Jake era fácil para desvendar. Ele estava mentindo. Tinha certeza. Ele olhava nervosamente para os cantos toda vez que mentia. O que estava acontecendo com ele?

– Tudo bem então. – Disse saindo de seu colo e voltando a colocar a parte de cima do uniforme.

– O que foi agora? – Ele perguntou puxando a saia do meu uniforme.

– Você tem que jogar. E eu tenho que aquecer antes da apresentação. – Disse com desdém. Andei até um espelho que tinha grudado na parede. Levei minhas mãos aos meus cabelos louros e comecei a amarra-lo.

– Kitty... – Escutei a voz de Jake me chamando. Ele andou até mim e me abraçou por trás. – O que eu fiz agora? Você queria saber o que estava acontecendo, eu falei. – A voz de Jake era calma. Ele passava a ponta de seu nariz em meu pescoço sentindo o meu perfume, que eu sabia que o deixava louco.

– Eu queria a verdade. Se você vai ficar inventando coisas eu nem quero escutar.– Assim que terminei de amarrar o cabelo, encarei seu reflexo no espelho. Jake me encarou e beijou meu pescoço.

– Você é especial para mim Kitty, só isso. Eu... – Ele pausou e desceu seus dedos para minha mão, entrelaçando nossos dedos. – Eu só quero achar um jeito de fazer isso que nós temos dar certo.

Assim ele trocou de assunto. Jake parecia falar com culpa, com ressentimento de algo. Soltei seus dedos e rodei meu corpo ficando de frente para ele, vencida pelo seu charme e o modo carinhoso de falar comigo.

–Jake, você vai terminar comigo? De novo? – Indaguei olhando em seus olhos, temendo sua resposta. – Seja sincero.

– Claro que não... – Ele respondeu baixinho e rindo como se aquilo fosse uma ideia ridícula o que me causou contentamento. Ele se curvou tocando levemente meus lábios – as outras loiras gostosas já têm namorados, só me resta você. – Ele disse em tom de brincadeira.

Bati contra seu peitoral rindo. Eu não o amava, só tinha uma consideração por ele. Jake nunca me tratou como uma qualquer, pelo contrário, ele sempre me fazia me sentir como uma rainha. Ainda sendo uma vadia com ele às vezes, ele estava ali. Assim como Artie.

Jake tinha terminado comigo três meses atrás por causa da minha “crueldade”. Assim ele ficou com Marley. Custou, mas eu consegui recupera-lo. Eu tinha certeza que ele ainda nutria sentimentos pela Boobless.

Depois que me despedi de Jake fui até a arquibancada. Hoje eu não teria reunião das Cheerios de tarde. Avistei quase no topo da arquibancada Ryder. Ele estava sentado, encolhido como uma criança de castigo. Aquilo me deu uma angústia. Caminhei até ele lentamente.

– Ryder Lynn, certo? – Falei com um sorrindo abertamente. Ele levantou a cabeça e pude perceber que ele estava chorando. Ele rapidamente passou a mão no rosto se recompondo.

– Sim... – Ele disse com a voz rouca e tímida. Para que timidez com uma beleza dessas?

– Oi... Eu sou K...

– Kitty Wilde, mais precisamente Katherine Wilde. Capitã das Líderes de Torcidas, representante de turma, integrante do New Directions, líder do "Left Behind Club", modelo da Tina Cohen-Chang e namorada do Jake Puckerman. – Ele respondeu rapidamente me interrompendo. Sorri impressionada, mas assustada também –não que eu esteja te perseguindo nem nada é que... Ouvi falar muito de você.

– Assim fica difícil para termos um tipo de relação. – Disse sentando ao seu lado, olhando seu rosto. A coloração vermelha dominou sua face. Ryder era uma gracinha quando ficava envergonhado. Eu nem tinha começado ainda a flertar com dele. – E Ryder... Sou Vice-capitã. É a Quinn que manda manda.

Eu sentia Jake escapando pelas minhas mãos, para suportar essa insegurança de perdê-lo, eu precisava de alguém. Um rei. Um herói. Ryder era um candidato tão aplicado. Não ia usar Ryder como um segundo namorado, somente o iria prepara-lo como um cavaleiro exclusivo para mim.

"Me diga... Por que estava chorando?" Perguntei cruzando as pernas. Ele me encarou, perguntando silenciosamente como eu sabia. Continuei encarando-o esperando sua resposta. Ele revirou os olhos e suspirou.

– A treinadora não me deixou jogar hoje por causa da briga. Então o Sr. Figgins vai ligou para os meus pais. – Era isso mesmo o motivo do choro? Uma ligação? – Eu só queria que meus pais sentissem orgulho de mim. Eu só faço burrada e ainda os fiz mudarem de estado duas vezes. Eu... – Vi que Ryder poderia chorar novamente. Ele abaixou a cabeça e tentou segurar o choro. – só quero parar de magoa-los e ser como Wally.

– Quem?

– Wallace. Meu irmão mais velho – ele disse passando a mão no rosto, limpando as lágrimas – fazendo faculdade medicina, tem uma namorada perfeita e vão se casar. Você não faz ideia do tanto que minha mãe está feliz, ela... – Ryder parou por um momento e sorriu – Você não precisa ficar escutando essas idiotices. Sério, você deve ter coisa melhor para fazer.

– Na verdade, estou adorando. – Respondi seriamente. Chegava a ser confortante escutar a voz de Ryder. Ele sorriu e abaixou a cabeça deixando as lágrimas escorrendo pelo rosto. Levantei a mão lentamente e toquei seu ombro, apertando-o lentamente. Ryder sorriu ao ato e continuou em silêncio. Ficamos assim por alguns minutos. Não sabia exatamente o motivo, mas Ryder fez com que eu me sentisse... Eu. A minha primeira versão.

–Kitty. – Ryder me chamou quebrando o silêncio confortável que tinha se estabelecido – Se me deixa perguntar... Por que tem tanto ódio da Marley?

Um sorriso malicioso surgiu em meus lábios.

– Bem... Ryder... Ela ficou com meu namorado e eu creio que eu não deveria ser boazinha com ela depois disso, não acha? Tenho que deixa-la longe do Jake. A Marley é alvo fácil. Se é que me entende. – Soltei uma risada maléfica. Percebi que Ryder se encolheu do meu lado. – Mas eu vou parar, afinal... Vocês estão namorando então não tem mais motivo para implicar com ela.

– O que? Eu e Marley? – Ele pareceu surpreso em ouvir aquilo.

– Sim, não teria outra razão para você defender a mãe dela daquele jeito. Garoto, você virou meu herói depois de hoje – avistei Jake no gramado acenando para mim. Já estava na hora da apresentação.

– Como assim?

– Fazer o que você fez com Phil e Bobby? Tem que ter muita coragem... – Disse lentamente me inclinando em sua direção – Mas eles jogam baixo, lembre-se disso. Deixam a primeira passar mais sempre que eles tiverem oportunidade... Acabam com você – Aproximei-me de Ryder, levei minha mão até seu maxilar levantando-o lentamente e beijei sua bochecha. – Até mais... "Garotão". – Sussurrei lascivamente em sua orelha.

Dei meia volta e desci as escadas animadamente. Com Ryder eu poderia manter Marley longe do Jake e ainda conseguir mais um “aliado”.

– Tudo bem, gata? – Jake perguntou encarando Ryder enquanto eu o abraçava.

– Sim... Ele só estava meio... Triste. – Disse acenando para Ryder. Ele acenou de volta timidamente – Vamos sim? Temos uma apresentação para fazer. – Falei com um sorriso vitorioso no rosto. Finalmente, tudo estava se ajustando na ordem natural da vida.