Ponto de vista Caroline

   Meu único pensamento era "onde diabos se meteu ele". Caminhei tão depressa que vez ou outra acabava enroscando em meu pés. 

Havia um bocado de boatos e comentários a respeito dele, a maior parte a respeito de mulheres, mas ninguém nunca provava nada. Sabia que ele não era santo, uma vez que metade de minhas amigas já haviam saído com ele e a outra metade tentava desesperadamente conseguir o convite. Sempre achei ele muito atraente, entretanto, precisou de exatas três semana enfiados nós dois na biblioteca para que ele conseguisse me convencer a sair com ele. É logico que eu queria sair com ele, mas sabia que precisava ser mais difícil ou ele me descartaria. E a tês meses com muito contato e mimos eu já considerava que estávamos namorado. Ele não havia oficialmente me pedido, mas sempre foi tímido para conversar sobre sentimentos.

Dobrei o bebedouro e o encontrei o motivo da briga. Estava vestido de preto dos pés a cabeça, com um Ray-Ban pousado no topo da cabeça e um sorriso cativante nos lábios. Eu, por outro lado, estava vestida com roupa de ginastica, descabelada, muito corada e gotas de suor pintava da minha testa. Mas, acima de tudo, estava incrivelmente nervosa.

Agarrei seu braço e com um puxão ele estava bem a minha frente. Maldito olhos azuis.

— Gatinha!que susto! - disse ele com os olhos levemente arregalados.

—Forbes! - Klaus me cumprimentou.

Ele foi tão insignificante que nem havia reparado que Damon estava conversando com ele. Precisava me controlar ou passaria por descontrolada aos olhos dos amigos dele. Suspirei duas vezes até ganhar coragem e começar.

—Damon - comecei -  Hoje na aula aconteceu algo estranho......

Ponto de vista Elena

Em toda a minha vida fiquei de castigo duas vezes. A primeira foi no jardim quando me mudei pela primeira fez e resolvi fazer uma birra, acabei indo para um canto isolado para pensar sobre o que havia feito de errado. A segundo... bom, esta é a segunda.  Malditas sejam!

Encontrei cada uma delas no corredor. Não sem olhavam e nem trocavam palavras. Uma a uma elas foram entrando e se dirigindo a mesas opostas. Com uma rápida espiada a professora contou nossas cabeças e pediu silêncio absoluto entes de sair.

— Ele ficou com pena de vocês - Katherine foi a primeira a se manifestar - Conversei com ele hoje de manhã.

—Falou com quem? - Bonnie perguntou - Porque eu falei com o meu namorado e ele me disse que vocês só estão com inveja...- seu sorriso alcançava ambas orelhas.

Caroline agarrou a bolsa meio atordoada e retirou um celular. Batendo o dedo algumas vezes pela tela a voz inconfundível começou a sair. Era a voz dele. A maldita voz do Salvatore dizendo o mesmo discurso que Bonnie a pouco havia começado.

—Ele enganou nós três - desta vez foi Katherine quem se manifestou.

Foi impossível conter a serie de risos de saíram de mim. Não estava rindo por elas terem sido enganadas, mas por serem tão idiotas a ponto de negarem a enxergar a triste verdade. Ninguém havia gostado das minhas risadas.

—Desculpa, mas... - disse a elas - Os sinais estão aí, como por exemplo, ele chamar vocês por apelidos como: gatinha ou bebê? Sempre diz que vocês tem algo mais nunca um relacionamento? Depois de uma discussão pensam sempre que exageraram?- fui enumerando cada situação antes de concluir -Ele e um pula fora.

—Quem é você?- quis saber Katherine 

Um largo e amarelado sorriso surgiu iluminado o meu rosto, pela primeira vez na vida eu não estava sendo ignorada.

—Meu nome é...- a cabeça da professora surge na batente da porta.

—O que eu disse sobre conversa? - perguntou.

Uma a uma as cabeças foram voltadas para os livros e levaram junto a minha esperança.

❀❀❀❀

Mais tarde, naquele mesmo dia, senti um calafrio enquanto a professora fazia um cansativo discurso sobre biologia. Espiei pelo ombro, mas nenhum não avistei nenhum olhar para o meu lado.  Estava rabiscando um nome, aquele nome para ser mais exata, quando o sinal tocou. Juntei os cadernos e o punhado de canetas espalhados pela mesa e os enviei na mochila. Quando finalmente subi o olhar tive um sobressalto. As três me encaravam.

—Elena, não é? - Caroline perguntou apontando diretamente para mim.

Nem ao menos precisei confirmar nada a ela, em um segundo elas começaram a despejar tudo o que se passava em suas diabólicas cabeças.

—Espera..... vocês vão fazer o que? - perguntei chocada.

— VINGANÇA - Bonnie gritou, pela sexta vez.

Bonnie já deveria ter gasto metade da sola de seus lindos sapatos dourados, enquanto caminhava de um lado para o outro. As outras duas surtas estavam discutindo a respeito do terrível plano delas. Oh, Cristo!

— Espere um pouco - as interrompi um pouco confusa - Por que querem mais uma pessoa nisso? - a loira enfiou mais um pouco de barrinhas na minha boca.

Caroline havia enfiado um bocado de barrinhas na minha mão e cada vez que eu tentava interromper seu discurso ela me obrigava a comer uma ou duas. 

—Entenda, se fizermos isso só nós três vamos acabar nós matando - deu de ombros –Porém, se você nós ajudar...

Limpei as migalhas do meu rosto antes de organizar cada pensamento. Era absurdo? Um pouco. Era justo? Mais do que eu julgava ser. Ela me deixariam não aceitar? Duvido muito disso.

— Querem que eu ajude vocês a acabarem com a vida do homem que destruiu a de vocês?

—Exatamente - Caroline disse, sorrindo.

—Por favor, me tirem dessa - respondi com um sorriso de canto. 

—Escuta aqui, você vai nós ajudar.... - Caroline teve a ameaça cortada por Katherine.

—Meninas, vamos nos acalmar - ela segurou Caroline, impedindo de chegar mais perto de mim - Olha quantas garotas você já conheceu que teve o coração quebrado por um Damon da vida? Ou pior, quantos Damon já quebraram o seu coração.

Deus, eu queria muito conversar com algumas pessoas diferentes, compartilhar coisas leva-las até a minha casa, mas vingança? Vingança por um cara que nem conheço?

Enterrei as mãos em meu rosto. Acredito que ela não desistiriam tão facilmente, ou pelo menos era exatamente essa imagens que todas me passavam.

— O que eu ganho com isso? - perguntei ainda com as mão tapando o meu rosto.

— Bem .... hum... e ... -Bonnie gaguejou olhando para Caroline em um pedido de ajuda.

—O que você quer? - Katherine retrucou.

—Ficar bem longe de vocês - a verdade saiu tão facilmente por meus lábios que eu acabei de assustando um pouco.

Com um salto me levantei de cadeira, agarrei a pesada mochila e tentei ultrapassar uma loira muito determinada. Em vez de me deixar ir, Caroline segurou meu braço e me tentou.

—Vamos fazer assim vocês nós ajuda e a gente faz de você a garota mais conhecida do século - havia uma estranha firmeza no olhar de Caroline quando ela me prometeu isso.

Eram palavras venenosas tão doces quanto o mel. Ela era intimidadora  e sabia pegar as coisas quase que no ar. 

—Não ligo pra isso - respondo com a garganta seca.

Mentira. Eu queria. Desejava isso desde que me entendo por gente. 

—Conheço  você a menos de um dia e sei que isso é o que você mais quer no mundo -  disse ela colocando-me sentada novamente - Então vamos pular essa parte.

Como negar algo que estava escrito em minha testa? Eu queria algo que talvez apenas elas poderiam me ajudar e, elas, precisavam de mim. A invisível Elena. Causar um dano ao coração de um verdadeiro Don Juan vale o prêmio? E foi com esse pensamento em que agarrei a sua mão, topei esse plano e entrei em toda essa bagunça de cabeça.