Pecados Capitais escrita por IS Maria


Capítulo 75
Quem sabe algo mais amargo


Notas iniciais do capítulo

Oe Oe Oeeee , problemas com pc resolvidos ... ou seja , sem desculpa para não postar .



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Todos haviam surtado diante de tudo , mas eu me sentia bem . Havia feito o que meu coração mandara e poderia facilmente encher o peito para assumir o quanto estou feliz ou que não há arrependimentos . Minha data de entrada na faculdade fora confirmada para daqui a um mês e tudo o que conseguia pensar era em como conseguiria aprontar tudo até lá ... provavelmente eu teria de adiar os preparativos , e infelizmente ficar noiva por quatro anos até o fim do curso de letras . Olhei para o lado aborrecendo-me com a cama vazia . Eu havia acordado no meio da noite ao escutar um pequeno barulho vindo do andar de baixo . Depois de tudo que passei , não posso mais ter o luxo de possuir um sono pesado ... e em parte meu corpo não está mais acostumado a tal .

Caminhei com cuidado para não acordar nenhum dos outros e fiquei extremamente aliviada ao perceber que Erik estava na cozinha . Claro que meu alívio fora passageiro , assim que percebi que algo o aborrecia . Eu sabia muito bem que lhe devia uma vida , afinal desde que eu cruzara seu caminho tudo virou de cabeça para baixo e mais nenhuma peça se encaixou como deveria . Sinto-me contente por o proteger de uma maluca , mas em parte me aperta o coração saber que eu lhe tirara a mãe .

Olhou para mim em meio a escuridão e mesmo tendo o rosto coberto por sombras eu o vi sorrir . Caminhei até ele e me sentei ao seu lado no balcão de granizo . Coloquei os braços sobre a pedra lisa sentindo então sua frieza arrepiar-me a pela ...nada com o que eu já não houvesse me acostumado .

– O que houve ? - perguntei em um sussurro . Ao meu redor eu podia observar as consequências do que eu havia feito a pouco tempo e ficara realmente feliz com a facilidade que tive para tirar todos dali ... sabia que provavelmente teria de ajudar Matilde e as outras com aquilo tudo , porque em parte era culpa minha ... em parte ou em um todo .

– Soph ... - disse ele colocando sua mão sobre a minha . Eu sabia o quanto sua mão era grande , afinal isso era uma das coisas que mais me atraia nele ... mas eu de fato não sabia o quão grande ela era , apenas pude perceber quando ele cobriu a minha com a sua que praticamente sumiu . Me senti ... tão frágil .

– Diga . - Eu estava incomodada com a demora que cada palavra demorava a sair de sua boca , eu sabia que algo estava o preocupando ... mas me aborrecia saber que era algo difícil de se dizer a mim ... justo a mim . Olhei para minha mão vendo a joia que ele havia me dado a pouco ... um anel delicado com um jogo de pedrarias incríveis , algo que deveria custar ... um fígado no mínimo .

– Se comporte ... - disse ele sorrindo e então pude entender . Ele estava tenso porque eu o contara que tinha pouco tempo junto a ele antes de ir cursar Letras a 4.203 km ... em Massachusetts ... ou melhor dizendo , Harvard . Eu havia ficado mais do que chocada quando soube que fora aceita lá , mas em parte tudo amargou ... isso apenas complicaria ainda mais .

– Virei sempre que puder e ... em 4 anos seremos um só . - eu disse tentando conforta-lo , mas a verdade é que nem a mim aquilo havia convencido . Eu não queria deixa-lo ...haviam dois sonhos em minhas mãos ... e se fosse preciso eu morreria para ter os dois .

– Somos um só . - disse ele sorrindo . Eu o beijei sentindo então o doce sabor de seus lábios ... sabor do qual desejo passar o resto da minha vida sentindo .

Havíamos subido e nos deitado juntos , mas sinto que nenhum de nós pode dormir . A respiração de Erik estava pesada , mas não o suficiente para me convencer de que ele estava em um sono profundo . Eu não pude sequer fechar os olhos , pois saber a distância que eu sem querer havia nos colocado era de amargar a boca . Eu o amava e o queria junto a mim ... sempre e sempre . Me acomodei em seu peito sentindo seu calor e desejei que aquilo me trouxesse o sono ao qual tanto desejo .

Ao sentir a luz do sol bater no vidro da janela abri os olhos . Estavam pesados e cheios de areia , minha boca estava seca e apesar de ter apagado não me sentia nem um pouco descansada . Olhei para o lado e não encontrei o homem que amo , passei a mão em seu lado da cama e estava gelado . Desci as escadas e reparei que tudo estava vazio e em um silêncio mortal . Sim , eu sabia que era cedo dimais para que algum daqueles festeiros estivessem a todo vapor ... mas aonde estaria aquele que me abandonara com um travesseiro ? Como se um pedaço de tecido recheado com plumas pudesse substituir o peito , largo , definido e quente do meu futuro marido .

Senti uma pontada de dor na barriga e percebi que aquilo era um aviso . Eu ainda não havia ido ao médico este mês e não sabia ao certo se aquilo poderia ser um sinal de que meu corpo estava voltando a estaca zero . Subi as escadas com cuidado para controlar a tontura e me aprontei , sem que pudesse chamar atenção e preocupar quem quer que fosse . Peguei as chaves do carro e parti em direção ao consultório médico do amigo do meu pai .

Ao parar em frente ao grande prédio , respirei fundo e pedi a Deus que nada houvesse se alterado . Entrei na enorme clínica e meu estomago se revirou assim que senti o cheiro de álcool e limpeza , sempre odiara tudo que houvesse agulhas ou que me lembrasse a elas ... como o cheiro de remédio que aquele lugar possuía . Sentei a sala de espera e esperei que logo fosse chamada . Eu havia feito um agendamento no dia anterior enquanto todas se distraíam com sapatos , não queria que soubessem das pequenas contrações diárias que eu venho tendo .

Aquelas dores eram frequentes . Antes eu mal podia senti-las , vinham quando eu subia uma escada rápido dimais , comia algo em excesso ou pegava algo pesado ... mas ultimamente vinham juntamente a uma ardência ... um aviso de que talvez não seja tão forte quanto pensara .

– Sophie Collins . - Dissera uma enfermeira se espreitando no vão da porta de vidro . Me levantei com cautela e caminhei pelos corredores estreitos e longos até chegar a sala do Dr Marcus .

– Hey Soph - disse ele fazendo menção para que eu me sentasse . - Como anda esse corpo imortal ? - fora o que ele dissera na primeira vez que me viu , quando eu havia acabado de levar quatro tiros após uma cirurgia pesada .

– Ameaçando parar . - eu disse sorrindo .

Demos início ao procedimento . Vesti aquela camisola que mais se parece um saco de lixo plástico azul e me sentei a maca . Ele me examinou com cautela e então suspirou .

– Para ter algo mais concreto eu pedirei alguns exames ... mas a julgar pelos sintomas ... eu chutaria que poderia ser apenas cicatrização pós cirurgia .

– Ah ... - suspirei em alívio pelo o que havia acabado de ouvir .

Saí de lá com muitos papeis em mãos de exames que deveriam ser feitos . Entrei no carro e dirigi em direção a minha casa . Algo ao fundo de meu peito dizia que havia algo de errado , uma pequena voz teimosa ao qual estava decidida ao não dar ouvidos . Assim que parei em frente a minha casa fiquei feliz ao ver o carro de Erik . Corri para dentro e então abri a porta vendo o homem que tanto idolatro .

– Tenho novidades . - disse ele sorrindo . Olhei a ele enquanto esperava pelas grandes notícia e quase o matei por fazer suspense . - Consegui uma vaga em Yale ... que fica a apenas ...215.9 km de você - disse ele me beijando ... Pulei em seus braços e tentei gritar , mas não saiu voz ... meu peito se apertou e então tudo ficou escuro .


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Notas finais do capítulo

CoMeNtÁrIoS ?? *-*