Futuro Incerto escrita por Pryn


Capítulo 2
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente ♥

Obg pelos comentários e pela presença !

Espero que gostem desse cap.

O próximo já é o ultimo !

Beijos e boa leitura ;)



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Um mês havia se passado , ou arrastado. Sem os dias na CBI , sua vida se tornou um grande tédio. Após se livrar das acusações e assuntos burocráticos , teve finalmente seu tempo livre e oportunidade de refazer sua vida. Comprou uma casa de frente para o mar , com o dinheiro que tinha guardado e aos poucos iria mobilhar toda a área. Nas ultimas semanas , tudo que lhe era suficiente , era um sofá , uma geladeira e fogão. Vivia de chá , praticamente , enquanto dormia escutando o som do mar. Mas estava faltando algo. O costumeiro frio na barriga e borboletas no estomago toda vez que a via , que sentia seu perfume discreto. Cada oportunidade que agarrava de tira-la do serio. Sentia falta de Teresa Lisbon , do seu sofá na CBI , de seus amigos. Pela primeira vez em anos , reconheceu que aquela era a sua família , e não havia mais perigo em aceitar isso , ninguém iria os machucar por ter laços com Patrick Jane. Como uma lanterna em uma manhã de neblina , uma fagulha se iluminou em sua mente. O que estava fazendo sozinho ? Depois de tantos anos julgando estar sozinho , agora experimentava a verdadeira solidão.



Se levantando do seu sofá , Patrick Jane sorriu para si mesmo. Vestia seu terno de três peças , mas estava descalço. A brisa fresca lhe alcançou , quando apressado pegou suas chaves e seguiu em direção a seu Citroen. O vento movimentava os fios dourados , enquanto um sorriso se formava nos lábios.



Quando avistou os portões do Departamento , algo em seu peito explodiu , e só então a constatação de que iria mesmo expor seus sentimentos vieram a tona. O que diria ? Não sabia se Lisbon correspondia dos mesmos sentimentos , afinal no dia em que a beijou , não dera tempo da pobre se manifestar e desde então , se enganou dizendo a si mesmo , que fora apenas a adrenalina correndo , pulsando em seu organismo. Que aquele gesto em nada teve relação com algum sentimento maior , direcionado a Teresa Lisbon , que os olhos azuis não brilharam na hora em que encostou seus lábios no dela , e as pupilas não dilataram pelo desejo reprimido.


Mas agora não poderia negar , tinha o resto de sua vida pela frente e queria passar ao lado de quem lhe queria bem. Sorridente , Patrick cumprimentou funcionários e antigos colegas do Dia-a-dia que ali estavam. Antes de sair do seu carro , avistou Lisbon sair. Seus cabelos estavam soltos , se movimentando conforme a brisa. Tentou sair do carro , buzinar , qualquer coisa , mas algo lhe impediu. Ao invés de se pronunciar , permaneceu inerte no seu carro , esperando o ar voltar para seus pulmões.Minutos se passaram , até reunir coragem suficiente e adentrar no Departamento . Não poderia negar que sentia falta de preparar seu chá naquela cozinha pequena e prática , e de ver Rigsby assaltando a geladeira entre as pausas no trabalho.



Observava tudo ao seu redor com muito afeto , quando escutou passos em sua direção. Van Pelt surgiu sorridente .




– Quem é vivo sempre aparece.- comentou , lançando sobre Jane um grande sorriso.




– É , sabe , senti saudades ! – suspirou , enchendo uma chaleira de água.- Como está tudo ?



– Bem- comentou.- Acabamos de fechar um caso.




– Bom saber que não faço falta.- sorriu de canto.



– Espera ... não foi isso que quis dizer. – tentou voltar atrás.




Jane sorriu.



– Calma Grace , eu sei que faço falta. – disse pegando sua velha xícara azul.



Grace sorriu fitando Jane preparar seu chá. Era relaxante o observar assim , o homem que por tanto tempo carregou sobre os ombros um peso tão grande , parecia mais relaxado e leve. O sorriso ainda era o mesmo , mas o brilho no olhar se tornou mais intenso.



– Hey , preciso levar essas pastas para sala da Lisbon , você vai ficar ? – indagou.



Jane , sorveu mais um gole de seu chá , antes de responder.



– Eu vou com você. – disse rápido , colocando sua xícara em cima de uma bancada.



– A Lisbon não está. –avisou.



– Eu sei ... – comentou sorridente.



– Jane , o que você está aprontando ? – indagou fingindo aborrecimento.



– Meio que preciso da sua ajuda , para algo. – disse avistando Cho e Rigsby.- Ah , olá amigos ! Preciso da ajuda de vocês também. – disse gesticulando com as mãos.



– O que você está armando , Jane ? – indagou Cho indo direto ao ponto.



– Senti saudades de você também , Cho. – disse sorrindo.- E Rigsby, você fez alguma coisa com o seu cabelo ? – indagou. Rigsby sorriu passando uma mão pelo cabelo escuro. – Por que estou sentindo você diferente , um pouco mais confiante.



– Serio ? Bem eu só ... – começou Rigsby




– Não caia na dele , ele está te distraindo. – disse Cho. – O que você quer ? Se tiver relação com a Lisbon , é melhor se apressar , porque ela disse que não iria demorar.




Patrick Jane sorriu.



– Cho , sempre no alvo.- sorriu. – Bem , o plano é o seguinte...




[***]




Lisbon voltou meia horas depois , trazendo consigo alguns panfletos de viagens. Passou o resto da tarde , assinando algumas papeladas , e pela primeira vez em toda a sua carreira , torceu para que o telefone não tocasse. Precisava urgentemente de uma noite decente de sono. Faltando apenas alguns minutos para o fim do expediente , saiu de sua sala em direção a pequena cozinha. Na pia , a xícara azul de Jane estava úmida e virada para baixo. Automaticamente, a visão de seu companheiro lhe veio a mente. Desejava tomar uma boa dose de café forte , mas ao visualizar a xícara úmida , sentiu desejo em provar os antigos chás que Jane havia deixado ali. Seria uma forma de manter sempre viva , aquela lembrança em sua mente.



Depois de colocar a água para ferver , abriu o armário de cima procurando por uma caixinha onde os pequenos pacotinhos eram postos. Ao lado da mesma , encontrou um pequeno pedaço de papel , dobrado com perfeição ao meio. Seu coração pulou , quando avistou a letra simetricamente perfeita e alinhada de Jane. Será que ele havia posto aqui a muito tempo ? Ou era mais um de seus truques ? No conteúdo dizia :




“Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.”

Machado de Assis

OBS: Para mais um desses , procure na primeira gaveta a esquerda.




Lisbon ficou intrigada. Ficaria o resto da noite ali , pensando , se não fosse o zumbido da chaleira. Calmamente preparou seu chá , enquanto caminhava de volta para a sua sala.Tudo estava perigosamente silencioso. Van Pelt cochichava com Rigsby que sorria de segundo a segundo , enquanto Cho digitava algo freneticamente em um dos teclados do escritório.

Seus dedos queimavam segurando a xícara , não pelo calor proveniente que emanava dela , mas pela curiosidade em ler o segundo bilhete. Quando deu por si , já estava segurando entre os dedos aquele pedaço de papel , que dizia :




Existem dois objetivos na vida: o primeiro, o de obter o que desejamos; o segundo, o de desfrutá-lo. Apenas os homens mais sábios realizam o segundo.

L. Smith

Estou na mesma situação. Se quiser saber mais , busque no conforto , outro bilhete inesperado.





– Busque no conforto...- sussurrou.- Outro bilhete inesperado ? – indagou para si mesma.- Ahn , então tem alguém aqui brincando com a velha Lisbon , não é ? – indagou dobrando o bilhete e o colocando de volta na gaveta.- Isso tem cheiro de armação...- resmungou fitando os Agentes através da janela de vidro. – Jane , e armação. Mas o que isso quer dizer ? Vamos , pense Teresa ...




Fitando todo o seu escritório , Teresa Lisbon procurou por algum canto confortável. Só o que seus olhos alcançaram , foram os sofás da C.B.I . Com isso , resolveu começar pelo seu. Suas mãos tateavam freneticamente , cada dobra do acolchoado , até esbarrar em algo.




– Foi muito fácil ... – resmungou para si mesma.- “O ar fresco é um convite para os amantes. Ainda mais , se sobre eles a Lua reside.” – citou . – Ótimo , esse bilhete é tão confuso quanto o outro. – resmungou , deitando no sofá. Toda a maciez encontrou os nós de suas costas , relaxando-a imediatamente.




Não estava com sono , mais algo naquele chá fez seu corpo relaxar e ficar mais propenso a adormecer. Finalmente a paz de que tanto procurava. Porém , essa paz lhe fora tirada , quando acordou de supetão horas mais tarde. Todo o Departamento , estava em silêncio. Lisbon não estava acreditando nisso. Por que ninguém lhe acordou ? Essa brincadeira estava passando dos limites , alguém iria pagar por isso.


Diante de seus olhos , Lisbon fitou outro bilhete em cima de sua mesa , junto de um ramo de Hortência. Só havia uma pessoa extravagante o suficiente para lhe dar esse tipo de flor, e esse alguém era Jane. Um turbilhão de sensações , transpassava pelo seu corpo. Não sabia exatamente se isso era bom ou não. Seus passos vacilantes a levaram , de frente para sua mesa , onde o bilhete descansava solitário ao lado do telefone. Levemente irritada , Lisbon abriu o quarto bilhete , que dizia:




‘’ Adoro quando fica nervosa. Mas isso não vem ao caso , me encontre onde há uma brisa alta. Se tiver coragem de se arriscar.”

PS: Como estava o Chá ?




– Ah Jane ! – resmungou.- Eu sabia , sabia que era você...- disse fitando seu escritório. – Aposto que se meteu em alguma confusão e precisa da minha ajuda. – reclamou enquanto saia do seu escritório.






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